terça-feira, 29 de junho de 2021

Fiscalização de qualidade de construção de redes é dever do CREA, diz Baigorri

A falta de capacitação e a precarização da mão de obra de técnicos de campo, contratados irregularmente pelas "empresas fantasmas" para construção de redes, não estaria sendo devidamente fiscalizada por nenhum órgão regulador, conforme apontaram entidades patronais e trabalhistas durante o evento Feninfra Live nesta sexta-feira, 25. Mas isso não seria uma responsabilidade da agência reguladora de telecomunicações, segundo o conselheiro Carlos Baigorri. "Apesar de haver exigência na regulamentação, não nos compete fiscalizá-las. Não duvido que haja obras de lançamento de cabos sem fiscalização, mas cabe ao CREA, e não à Anatel, a fiscalização", destacou ele durante painel no evento organizado pelo TELETIME.

A avaliação de Baigorri é de que o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia deveria supervisionar as obras, além de registro de profissionais e de engenheiros do projeto. "Temos sim que observar regras e normas técnicas, mas não temos nenhum processo de certificação de como as redes estão sendo feitas. Nossa lógica é regular pelo lado da qualidade da prestação de serviço da operadora e da certificação dos equipamentos", afirmou.

O conselheiro reconhece que, apesar de ser um problema de fato, o assunto "nunca aparece no radar" da agência. Disse ainda que tampouco o tema é uma prioridade, mas que a crescente precarização do trabalho, ainda mais com a evolução tecnológica, pode agravar a situação. Para ele, é necessário envolver outros atores devido à "natureza multifacetada" da questão. "O problema transcende competência específica das agências".

Contudo, ele considera que abrir uma nova frente para observar como as redes estão sendo instaladas "é algo que precisa se refletir". Em uma avaliação do momento, Baigorri coloca que traria pontos positivos, como a redução da precarização e a melhoria da qualidade das redes. Mas o lado negativo seria a possibilidade de haver litígios por conta da competência legal da Anatel. "Se a gente não tiver certeza do ponto de vista jurídico ou legal para fazer isso, é melhor não fazer."

Ele também chama atenção para um possível engessamento e burocratização. "A concorrência sempre foi o foco da Anatel, o modelo da privatização era baseado nisso, em regras de mercado. Aí vem o Estado, por meio da Anatel, criando barreiras à entrada?", coloca.
Responsabilidades

A presidente da Feninfra e da Contic, Vivien Suruagy, acredita que a Anatel tem sim responsabilidade, uma vez que instalou o GT-Ciber justamente pela preocupação com segurança de redes. "Furto e roubo de cabo, além da má colocação da infraestrutura, afeta diretamente a segurança e proteção de dados, que são responsabilidade da Anatel e do GSI", declara.

Suruagy também rebate a sugestão de Baigorri de que caberia também ao Sistema S (que compreende instituições prestadoras de serviço administradas por federações empresariais, como Senai, Sesc e Senai) a capacitação. "O Sistema S não está atendendo e resolvendo nossa questão da qualificação de mão de obra", afirma, destacando que a parceria entre a Contic e a Conif veio no sentido de tentar remediar isso.

O presidente da Fitratelp, João de Moura Neto, acredita que deveria se promover uma "alteração" para que a Anatel atue de forma transversal, dialogando com os demais setores, incluindo o Crea e a Aneel.

Fatalidades

O problema é que a falta de capacitação, aliada às condições de precariedade com falta de segurança promovida pelas chamadas "empresas fantasmas", estaria causando um impacto ainda mais grave. "Trabalhadores demitidos na transição da rede metálica para a óptica não têm alternativa, a única é se submeter a um processo de exploração no qual trabalhadores estão pagando com a vida pela irresponsabilidade no trato atualmente dado pelas empresas", alerta Moura.

De acordo com o presidente da Fitratelp, não há fiscalização na instalação de redes clandestinas, e as concessionárias de energia estariam permitindo que isso ocorra mesmo sem medidas de segurança. "Nas estatísticas, estamos invisíveis. A quantidade de trabalhador que morreu ao ser eletrocutado em uma rede de energia porque estava trabalhando em condições precaríssimas [é enorme], mas isso não estava no relatório da Secretaria do Trabalho e nem no INSS, é tudo considerado acidente de trabalho", afirma.

Fonte: Teletime News de 26 de junho de 2021, por Bruno do Amaral.

Capacitação de profissionais de telecom preocupa empresas e trabalhadores

A Feninfra, entidade que congrega as empresas de instalação e manutenção de redes e empresas de call center, está preocupada com a necessidade de requalificar profissionais do setor para novas tecnologias como o 5G.

Vivien Suruagy, presidente da Feninfra e da Contic, estima que haverá uma geração de 1,5 milhão de empregos em curto prazo com o 5G, em TI, inteligência artificial e infraestrutura de telecomunicações em geral. Mas menciona que há uma lacuna no Brasil com a fuga de talentos, afirmando haver propensão de 67% dos jovens profissionais de sair do País. Sem contar os trabalhadores que precisam de atualização. Esta preocupação também foi colocada por Ricardo Patah, presidente da UGT (União Geral dos Trabalhadores).

"Historicamente, era dito que o Sistema S qualificava o setor, mas vimos que isso não aconteceu. Não temos grade curricular e necessitamos de algo muito mais aperfeiçoado e moderno para fazer frente a diversas atividades e especialidades", declarou ela, durante evento Feninfra Live nesta sexta-feira, 25. Suruagy cita ainda o impacto da precificação do edital do 5G no investimento e mão de obra para atendimento das metas.

"Temos que requalificar ou qualificar em torno de 1,2 milhão de trabalhadores por ano, sofisticar o treinamento", declara. A presidente da Feninfra ressalta que a parceria da Contic com a Conif visa endereçar essa questão, uma vez que a instituição possui 600 unidades e aproximadamente um milhão de alunos. "Vamos modernizar a grade para treinar [e resolver] essa falta de mão de obra imensa."

Outra iniciativa é da Huawei, com criação de laboratórios para a formação de profissionais de telecomunicações. Isso é feito por meio de parceria com 70 instituições, para qualificar estudantes e aproximá-los ao mercado de TICs. "Também nas parcerias com criação de laboratórios, focados na instalação de FTTH, mas pessoas serão qualificadas também para atuar no 5G. Nos últimos anos formamos 30 mil pessoas, e queremos dobrar isso", declara o diretor de relações públicas e governamentais da fornecedora no Brasil, Bruno Zitnick.

Jacqueline Lopes, diretora de relações institucionais da Ericsson Latin America para a região Sul também aponta a necessidade de permanente investimento em tecnologia e lembra que a Ericsson, que atua há 100 anos no Brasil, mantém não apenas uma fábrica no país como um centro de pesquisa local.

Em outro painel do evento, João de Moura Neto, presidente da Fitratelp, levantou o problema da capacitação sob contexto de atualização das novas tecnologias, que estaria deixando trabalhadores "órfãos de empregos e atividades por conta da modernização". Ele cita não apenas redes móveis, mas mesmo técnicos que lidam com a rede de cobre, e que agora precisam se capacitar para fibra.

Wilson Cardoso, CTO da Nokia Latin America, lembra que o 5G não deve trazer grandes novidades em relação à parte de rádio das redes de telecomunicações, que é mais ou menos equivalente à das gerações atuais, mas que haverá uma grande ampliação na quantidade de antenas e, sobretudo, na diversificação dos serviços. "Haverá a necessidade de profissionais capazes de atuar na integração de diferentes setores da economia que utilizarão as soluções baseadas em 5G", lembra o executivo.

Para Luciano Stutz, presidente da Abrintel, que representa as empresas de torres, há a necessidade de treinar profissionais para trabalhar em grandes alturas e que tenham conhecimento técnico sobre as redes de 5G, e é necessário fazer um treinamento pensando no futuro, com a massificação da quantidade de antenas e sites. (Colaborou Samuel Possebon)

Fonte: Teletime News de 26 de junho de 2021, por Bruno do Amaral.

Referência para leis municipais de antenas deve chegar a novos estados

A existência de uma referência normativa estadual que auxilie cidades na revisão de legislações municipais de antenas pode se tornar uma realidade em estados como Mato Grosso, Minas Gerais e São Paulo após começar a dar resultados no Rio de Janeiro.

Durante o evento Feninfra Live realizado nesta sexta-feira, 25, o norte estadual para prefeitos e vereadores foi defendido por associações do setor de telecom, como a Conexis (representante das operadoras) e a Abrintel (das empresas de torres).

"Conta muito ter um ente federativo entre a União e as cidades que se proponha a fazer esse papel, oferecendo um texto referência para municípios", sintetizou o presidente da Abrintel, Luciano Stutz.

O dirigente notou que a revisão bem-sucedida em Campos dos Goytacazes (RJ) utilizou o formato ao se amparar em anexo da lei estadual 9.151/2020 do Rio de Janeiro, que indicou os parâmetros federais em minuta utilizada pela gestão municipal.

"Estamos tentando replicar [o modelo] em Mato Grosso, Minas Gerais e, em breve, em São Paulo", sinalizou Stutz. No caso da capital paulista, um PL das antenas está em tramitação e é considerado positivo pelas entidades, apesar da Abrintel ver espaço para melhorias (como maior tempo para regularização de antenas irregulares).

"Esperamos um avanço nas regulações municipais e uma forma de acelerar é ter um marco dando diretrizes para que os municípios possam adotar", reiterou o presidente da Conexis, Marcos Ferrari. "É um trabalho de formiguinha, demorado, mas não poderemos esperar muito", completou.

Presidente da Contic e da Feninfra, Vivien Suruagy também foi enfática. "Não adianta nada falarmos de 5G se não atualizarmos a instalação de infraestrutura". Segundo ela, o número de estações atuais (cerca de 100 mil) precisará ser multiplicado por sete para atender a demanda da quinta geração de redes.

Profissionais

A preparação de profissionais foi outra faceta destacada pelas entidades que participaram do debate. Da Abrintel, Luciano Stutz destacou que a associação tem parceria com o centro de ensino técnico Paula Souza para qualificações em São Paulo, além de buscar novos aliados (como o Senai) em demais estados.

Presidente da federação sindical Livre, Luis Antonio Souza da Silva também cobrou iniciativas neste sentido. "É preciso qualificação para que a gente tenha capacidade de fazer as coisas acontecerem no tempo do 5G, e sem precarização", pontuou o dirigente.

Mais cedo durante o FeninfraLive, o aspecto também foi abordado pelo presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Ricardo Patah – que sugeriu uma cartilha digital para iniciar a inclusão na quinta geração de redes. "Muita gente não sabe o que é o 3G ou 4G, quem dirá o 5G".

Vale notar que a própria Contic também tem a qualificação de profissionais de TICs como meta, inclusive a partir de parceria com a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif) que vai oferecer cursos para alunos e professores de federais.

Fonte: Teletime News de 26 de junho de 2021, por Henrique Julião.

Ecossistema de casa digital da Telefónica pode ser adaptado para o Brasil

[Publicado no Mobile Time] A Telefónica planeja levar o seu ecossistema de casa digital para clientes de suas operações na Alemanha, Reino Unido e Brasil. Durante apresentação do diretor de casa digital da operadora, Antonio Guzmán Sacristán, no MWC 2021, em Barcelona, nesta segunda-feira, 28, um dos slides que apresentava os dados da operação de home digital na Espanha tinha a seguinte frase: "É um caso de sucesso que pode ser adaptado para Brasil", Alemanha ou Reino Unido".

"Nós desenvolvemos esta estratégia em diversos países, mas a Espanha criou um ecossistema mais poderoso em dispositivos. Com set-top-boxes, IoT devices, routers, services, além de serviços de conexão segura, conteúdo de alta qualidade em TV e interação por voz", afirmou Sacristán.

Atualmente, o ecossistema de TV Digital da Telefónica na Espanha conta com 42 milhões de acessos; 6,5 milhões de acessos de banda larga; 4 milhões de assinantes de pay TV; 3,5 milhões de roteadores de fibra óptica; 1,2 milhão de set-top-boxes 4K e 16 mil dispositivos inteligentes.

Oportunidades

O diretor da operadora disse que um ecossistema desse tamanho dá oportunidade para trabalhar em diversas verticais. Contudo, Sacristán acredita que as taxas de aceitação (2,4% de churn no primeiro trimestre de 2021) e a flexibilidade da plataforma são os pontos que permitem à operadora obter alcance em diversos setores, como gaming, e-learning, redes sociais, e-commerce, TV, música, comunicação, segurança, saúde digital e energia.

Além da entrega de serviços e dispositivos conectados para o consumidor, a estratégia da Telefónica é aberta para a adesão de aplicativos em seu sistema de TV Digital. Batizada de Living Apps, a ação de TV Commerce da companhia permite que qualquer marca coloque seu app de e-commerce dentro do sistema de TV pago da operadora, o Movistar TV+.

Pagamentos são feitos mediante confirmação com senha, na TV, e a intermediação é feita pelo banco local CaixaBank. Atualmente com 1,4 milhão de usuários, o Movistar+ tem entre seus parceiros Atlético de Madrid, Air Europa, Iberia e a varejista El Corte Inglês. Importante dizer que o site do Living Apps tem versões em português, alemão e inglês para atrair comerciantes desses países, além do espanhol.

Aura

Sacristán também abordou a Aura em sua apresentação. A inteligência artificial da Telefónica tem como desafio ganhar escalabilidade entre seus canais de atendimento mais novos. O diretor de casa digital da operadora informou que a companhia mira crescimento no call center e no WhatsApp para clientes de Brasil e Alemanha, e no controle remoto para os usuários de TV digital na Espanha.

No WhatsApp, 91% dos usuários brasileiros dizem que ficaram satisfeitos com a Aura após o atendimento – atualmente o País acumula 300 milhões de interações resolvidas desde o seu lançamento. No call center da operadora Vivo, 90% consideram a interação com a assistente virtual tão boa quanto com atendentes humanos.

De acordo com dados atuais da companhia, 75% dos usuários de TV Digital da Movistar na Espanha com reconhecimento de voz continuarão usando o serviço, sendo que 34% usam diariamente. Na O2, da Alemanha, 50% das resoluções via app de mensageria foram feitas por conteúdo automatizado. Globalmente, a Aura da Telefónica tem 5,1 milhões de usuários ativos mensais (MAUs) e 40 milhões de interações mensais.

Fonte: Teletime News de 28 de junho de 2021, por Henrique Medeiros

3,3 bilhões de pessoas vivem em áreas com cobertura móvel mas estão desconectadas

[Publicado no Mobile Time] Metade da população mundial, cerca de 3,8 bilhões de pessoas, não têm acesso a banda larga móvel. Desse grupo, apenas 500 milhões vivem em áreas sem sinal de 3G ou 4G. A cobertura deixou de ser o principal motivo para a falta de acesso: hoje as redes de banda larga móvel alcançam 94% da população mundial.

Nos últimos cinco anos, cerca de 1 bilhão de pessoas ganharam cobertura dessa tecnologia. Enquanto isso, existem hoje 3,3 bilhões de pessoas que vivem em áreas com sinal de 3G ou 4G mas que não têm acesso a essas redes, representando 87% dos desconectados do planeta.

"A população desconectada pode ser dividida em dois grupos: aqueles que moram em locais sem cobertura, o que chamamos de 'coverage gap', e os que moram em áreas cobertas mas não usam, que chamamos de 'usage gap'", descreveu a head de Mulheres Conectadas, Sociedade Conectada e Tecnologia Assistiva da GSMA, Claire Sibthorpe, durante painel do Mobile World Congress (MWC 2021), realizado em formato híbrido (presencial e online) nesta segunda-feira, 28.

"Atualmente, o 'usage gap' é sete vezes maior que o 'coverage gap'. Portanto, nossa prioridade precisa mudar. Não basta levarmos cobertura, mas estimular o uso", resumiu Sibthorpe.

"Achávamos que se criássemos as redes as pessoas viriam. Agora temos a cobertura, mas as pessoas não se conectam", concordou Doreen Bogdan-Martin, diretora do escritório de desenvolvimento de telecomunicações da UIT, que participou do mesmo painel.

Motivos

Há vários motivos para explicar porque as pessoas não acessam. Um dos principais é o custo, tanto do aparelho quanto do serviço. A UIT recomenda que o custo de telefonia móvel deveria representar 2% do orçamento mensal de uma pessoa, mas em alguns países chega a 40%, apontou Bogdan-Martin.

Outra razão é a falta de letramento digital. Por não saberem usar ferramentas digitais, muitas pessoas pobres têm medo de experimentá-las. Este motivo estaria presente em 65% dos desconectados que vivem em áreas com cobertura, disse a executiva da UIT.

Por fim, existe o problema da falta de conteúdo e/ou serviços locais que interessem a essas pessoas. Sobre esse ponto, o diretor de negócios da Parallel Wireless para Europa e Oriente Médio, Amrit Heer, entende que as operadoras móveis poderiam exercer um papel importante, fomentando a oferta de conteúdos e serviços locais, para atrair esses novos assinantes e gerar mais tráfego de dados em suas redes.

Fonte: Teletime News de 28 de junho de 2021, por Fernando Paiva.

MCom autoriza Surf Telecom a captar R$ 500 milhões em debêntures incentivadas

O Ministério das Comunicações autorizou a Surf Telecom a captar R$ 500 milhões em debêntures incentivadas para implantação de rede de acesso móvel e infraestrutura de rede para telecomunicações nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro.

Até o momento, o governo aprovou um total de R$ 12,3 bilhões para dez projetos com o recurso de debêntures incentivadas. Há expectativas de mais investimentos, e a meta é tornar o setor entre os cinco maiores a utilizar a ferramenta. Em maio, o secretário executivo do Ministério das Comunicações, Vitor Menezes, afirmou que os canais de divulgações do MCom divulgarão mais sobre o mecanismo para incentivar até mesmo pessoas físicas a investirem nos títulos.

"A gente espera mais alguns bilhões de investimento", declarou Menezes em entrevista à rádio da EBC na ocasião. "Não tenho dúvida de que estaremos no top 5 de setores que mais atraem investimento. Telecomunicações é o setor que mais cresce no mundo."

O que são debêntures incentivadas

Debêntures são uma forma de "emprestar" dinheiro a uma empresa. A principal diferença entre as debêntures comuns e as incentivadas está na redução ou mesmo a isenção no imposto de renda. Esta forma de investimento é vantajosa para o investidor, que paga menos imposto, e boa para o poder público, pois é uma maneira de incentivar o investimento privado em infraestrutura e, assim, beneficiar a população.

Fonte: Teletime News de 28 de junho de 2021, por Marcos Urupá.

sexta-feira, 25 de junho de 2021

Roubo de cabos de telecomunicações aumenta 16% em 2020

O roubo ou furto de cabos de redes de telecomunicações provocou a interrupção de serviços de 6,679 milhões de clientes no Brasil em 2020. O levantamento da associação das grandes operadoras Conexis divulgado nesta quinta-feira, 24, mostra que essa base afetada é 34% maior do que em 2019, quando o impacto atingiu cerca de 5 milhões de usuários.

Os criminosos procuram roubar especialmente cabos de cobre, por conta do seu valor de mercado. Segundo a Conexis, foram 4,6 milhões de cabos roubados e furtados. Também esse volume foi superior (16% a mais) do que o registrado em 2019. As ocorrências também aumentaram, passando de 94 mil para 96 mil em 2020.

Por conta desse aumento de um problema já histórico para o setor, a entidade defende uma ação coordenada de segurança pública envolvendo os três poderes – Judiciário, Legislativo e Executivo, tanto os federais quanto estaduais. Também afirma ser necessária a aprovação de projetos de lei que "aumentem as penas desses crimes e ajudem a combater essas ações criminosas", algo já defendido pela TIM.

De acordo com a Conexis, as teles "têm enfrentado, nos últimos anos, um aumento nas ações criminosas como o bloqueio do acesso às antenas que atendem à rede móvel e às infraestruturas usadas na rede fixa, além do crescimento do vandalismo e a imposição de serviços piratas".

Fonte: Teletime News de 24 de junho de 2021, por Bruno do Amaral.

GT do SeAC prorroga prazo para recebimento de contribuições

O grupo de trabalho (GT) do Ministério das Comunicações que avalia a atualização do marco jurídico da TV por assinatura ampliou para 4 de julho o prazo para recebimento de contribuições. Publicada no Diário Oficial da União desta quinta-feira, 24, a extensão adiciona uma semana de prazo à data original, que se encerrava nesta sexta-feira, 25.

As contribuições por escrito devem subsidiar os trabalhos do GT na "proposta de atualização do marco jurídico-regulatório referente ao Serviço de Acesso Condicionado (SeAC), na cadeia de produção, programação, empacotamento e distribuição de conteúdo audiovisual, tendo por base as recomendações propostas pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE)".

Como já apontou TELETIME, entre os pontos de interesse do GT estão estrutura societária; obrigações de empacotamento de canal (must-carry); simplificação tributária; fomento; cotas e produção independente; e regulação. Naturalmente, isso inclui a discussão sobre o streaming e o enquadramento de canais lineares distribuídos pela Internet. Diferentes entidades estão sendo chamadas a contribuir, inclusive do próprio governo. Mais detalhes sobre o envio podem ser acessados aqui.

Criado em novembro do ano passado pela Portaria nº 1.277/2020 do Ministério das Comunicações para elaborar uma proposta de alteração da Lei nº 12.485/2011, o GT do SeAC teve sua primeira reunião em maio.

Fonte: Teletime News de 24 de junho de 2021, por Henrique Julião.

Anatel adotará novos indicadores de acompanhamento de serviços em 2022

A partir de 2022, a Anatel vai aferir três novos indicadores para monitorar sua estratégia: dois para a medição da satisfação dos consumidores com os serviços de banda larga fixa e de telefonia móvel e um para monitorar a disseminação, em formato aberto, de dados e informações do setor.

A agência informou que os novos indicadores foram definidos na 2ª atualização do Plano Estratégico da Anatel 2015-2024, aprovada pelo Conselho Diretor neste mês. Segundo o documento, a execução do plano terá monitoramento periódico, por meio do acompanhamento de indicadores e metas estabelecidos.

As primeiras medições dos indicadores de satisfação de banda larga fixa e de telefonia móvel devem ser divulgadas no primeiro semestre de 2022. A anatel diz que o acompanhamento desses dados permitirá maior entendimento do órgão sobre os consumidores de serviços de telecomunicações e melhor entendimento das práticas de relacionamento com o consumidor adotadas pelas empresas do setor, com o intuito de otimizar o direcionamento das ações regulatórias e de controle.

Para o "Indicador de Percentual de Dados e Informações Setoriais Abertas", elaborado de acordo com as regras do Governo Digital, a agência estabeleceu como meta a ser alcançada até 2023 a disponibilização, em formato aberto, de 84,87% dos dados e informações coletados do setor.
Plano Estratégico

Outros itens do Plano Estratégico da Anatel também foram atualizados. No capítulo 1 do documento foram inseridas informações sobre o Panorama das Telecomunicações no Brasil e o Panorama das Tecnologias de Informações e Comunicação (TIC), bem como relatórios e pesquisas disponibilizadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br).

O capítulo 2 do Plano, por sua vez, foi alinhado ao Decreto nº 10.531/ 2020, que instituiu a Estratégia Federal de Desenvolvimento para o Brasil (EFD) no período de 2020 a 2031, organizada em cinco eixos: econômico, institucional, infraestrutura, ambiental e social. Nos eixos econômico, infraestrutura e social estão elencados os principais desafios relacionados à conectividade, à infraestrutura de telecomunicações e à internet.

Fonte: Teletime News de 23 de junho de 2021, pela Redação.

Anatel publica nova resolução de fiscalização com princípios da regulação responsiva

A Anatel publicou nesta quarta-feira, 23, no Diário Oficial da União (DOU) o novo regulamento de fiscalização. Os princípios norteadores das novas regras de fiscalização da agência são os da regulação responsiva, que foca em um desenho regulatório flexível, com adaptações entre aquilo que deve ser passivo de punições e o que pode ser solucionado pelas próprias operadoras.

Na prática, o novo regulamento de fiscalização permite à Anatel adotar medidas mais simples para a solução de problemas, em vez de lançar mão de medidas sancionatórias para solução de problemas.

A nova resolução afirma que serão consideradas infrações médias quando a falta trouxer vantagem indireta ao infrator em decorrência da infração cometida; ou, atingir grupo limitado de usuários.

Serão consideradas infrações graves quando a falta trouxer uma vantagem direta ao infrator em decorrência da infração cometida; ter sido cometida de má-fé; trouxer risco de vida; atingir número significativo de usuários; não ter atendido a metas de ampliação ou universalização do acesso a serviço de telecomunicações; trouxer algum óbice à atividade de fiscalização regulatória; ou ainda quando for detectado uso não autorizado de radiofrequências ou exploração de serviço de telecomunicações sem autorização da Anatel.

Os critérios para definição de grupo limitado e número significativo de usuários serão definidos nas Resoluções Internas da Anatel que apresentem metodologias de cálculo de multa. As advertências serão aplicadas quando a falta não justificar a imposição de pena mais grave ao infrator; ou, não for observado o atendimento das medidas impostas em processo de Acompanhamento do qual derivou o Pado.

As obrigações de fazer passar a ter como premissa a busca de melhorias para os serviços de telecomunicações prestados pelo infrator, com o objetivo de evitar danos aos consumidores e melhorar a prestação dos serviços ou sua infraestrutura.

A nova resolução foi aprovada na reunião do Conselho Diretor da Anatel que aconteceu no último dia 17.

Fonte: Teletime News de 23 de junho de 2021, por Marcos Urupá.

Apenas 6% dos latino-americanos conhecem bem o 5G, aponta pesquisa

Uma pesquisa realizada pela fornecedora de soluções ópticas Ciena com consumidores na Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, México e Peru constatou que 93% dos latino-americanos sabem algo sobre o 5G, mas apenas 6% afirmam conhecer bem o novo padrão de redes.

Para tal, mil usuários dos seis países foram ouvidos entre março e abril. Entre os brasileiros, 39% afirmaram acreditar que terão acesso ao 5G dentro de um ano. O plano do governo é ter o serviço disponível nas capitais justamente a partir de 2022.

A Ciena também identificou os casos de uso mais esperados por clientes do Brasil. Uma melhor qualidade e estabilidade de vídeo foi citada por 88%, enquanto downloads mais rápidos foram destacados por 82%. O desenvolvimento de cidades inteligentes (82%) e de aplicações realidade virtual/aumentada (75%) também estão no radar.

Em paralelo, 80% dos brasileiros afirmaram que precisam de um serviço "melhor" de Internet, ao passo que 68% estariam dispostos a pagar mais por planos com menor latência.

Como apontado por TELETIME, consumidores têm altas expectativas com os serviços 5G. Nos países onde o padrão já foi lançado, uma boa parcela de usuários está insatisfeita com a disponibilidade de serviços inovadores.

Fonte: Teletime News de 23 de junho de 2021, por Henrique Julião.

quarta-feira, 23 de junho de 2021

Comissão Europeia também lança iniciativa para buscar liderança no 6G

A Comissão Europeia e a comunidade de TICs do continente lançaram uma iniciativa de 900 milhões de euros para desenvolver a tecnologia 6G. A iniciativa divulgada nesta terça-feira, 22, é um compromisso conjunto (joint undertaking) em redes e serviços inteligentes (sigla SNS), com atenção especial a "valores europeus" em privacidade, segurança e soberania tecnológica.

A parceria vai "definir e implantar um cronograma para pesquisa, inovação e instalação para permitir à Europa tomar papel de liderança na criação da próxima geração de tecnologias de redes e serviços inteligentes que serão chamadas de 6G". Essa parceria inclui também serviços para administrações públicas e indústrias.

Com isso, a Comissão Europeia colocou metas para trazer impactos "notáveis" na economia de dados da Europa até 2030"

Impulsionar a soberania tecnológica da Europa no 6G ao implantar programa de P&D para levar à concepção e padronização "por volta de 2025", além de prover soluções para "necessidades e valores da sociedade europeia" e preparar adoção de mercado para tecnologias 6G até o fim da década;
Mobilizar uma cadeia abrangente de atores para endereçar áreas estratégicas de redes e serviços de cadeia de valor para serviços edge e cloud, com "novas oportunidades de mercado em novos componentes e dispositivos além dos smartphones";
Acelerar a implantação do 5G na região para desenvolver mercados digitais e permitir uma transição "verde e digital" da economia e sociedade.

Neste último caso, a iniciativa pretende coordenar diretrizes estratégicas para programas relevantes dentro de outros projetos, como a linha de crédito Connecting Europe Facility e demais políticas públicas da Europa. As primeiras chamadas para propostas deverão acontecer ainda este ano, com os primeiros projetos começando ao longo de 2022.

A Europa não é a única interessada em adiantar a corrida pelo 6G. Os Estados Unidos e o Reino Unido (agora que não é mais parte da União Europeia) também perseguem a utilização dessa tecnologia, e com o mesmo propósito: tentar liderar a economia digital promovida com a chegada da próxima geração de redes móveis. Nas entrelinhas, o que se tenta também é promover uma agenda contra a China, tanto em domínio tecnológico quanto em relação ao mercado de telecomunicações. Não à toa, essa iniciativa da Comissão fala em "valores" e "soberania"

Fonte: Teletime News de 22 de junho de 2021, por Bruno do Amaral.

Anatel prorroga consulta pública sobre refarming de 4,9 GHz

A consulta pública da Anatel sobre o refarming da faixa de 4,9 GHz (4,800-4,990 GHz) foi prorrogada por 30 dias e deve ser encerrada apenas no dia 28 de julho, conforme decisão da agência.

A alteração foi publicada na edição do Diário Oficial da União (DOU) desta terça-feira, 22, e segue solicitação realizada pela Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee). A extensão foi acatada por unanimidade pelos conselheiros da Anatel.

A proposta sob consulta é que 100 MHz do espectro (mais especificamente entre 4,840-4,940 GHz) recebam destinação multi serviço para telefonia móvel, fixa, banda larga ou redes privativas, incluindo em 5G.

Já os 40 MHz iniciais (entre 4,8-4,84 GHz) seguiriam suportando aplicações de radioenlace ponto a ponto, ao passo que os 50 GHz finais (4,940-4,950 GHz) serão mantidas para aplicações de segurança pública (PPDR, na sigla em inglês).

Condições de uso também foram propostas pela Anatel, como a canalização em blocos de 5 MHz em TDD, com obrigatoriedade de sincronismo.

Fonte: Teletime News de 22 de junho de 2021, por Henrique Julião.

Projeto para restringir reajustes de concessionárias não afeta telecomunicações

O deputado Elias Vaz (PSB-GO) apresentou no último dia 17 o PL 2.216/2021, que permite à administração tributária cobrar das concessionárias de serviços públicos a regularidade fiscal antes de terem os reajustes tarifários homologados. A proposta do parlamentar altera o art. 29 da Lei de Concessões (Lei 8.987/95). Segundo Elias Vaz, a situação atual seria muito grave, pois as concessionárias e permissionárias "estariam na situação de dever bilhões à União". Levantamento feito pelo parlamentar e utilizado para Justificar o projeto alega que, juntas, as empresas Oi, Vivo, Claro e TIM seriam devedoras de R$ 6 bilhões em dívidas ativas. O projeto de lei ainda aguarda despacho indicando por quais comissões tramitará.

Apesar de a justificativa do projeto citar as dívidas das operadoras do setor de telecomunicações, na prática o projeto tem poucos efeitos para o setor de telecom, que é regido por lei específica, a Lei Geral de Telecomunicações (Lei 9.472/1997), que em seu artigo 210 explicitamente exclui do alcance do setor de telecomunicações a Lei de Concessões.

Além disso, o setor de telecomunicações só tem reajustes de tarifas no caso das concessões de telefonia fixa (STFC). Nos demais casos (banda larga, celular e TV por assinatura), por serem serviços privados prestados mediante autorização, não é necessária anuência do regulador para aplicação de eventuais reajustes de preços pactuados nos contrato com os consumidores. E mesmo assim, o peso dos serviços de telecomunicações nos indicadores de inflação é mínimo, pois os reajustes acabam sendo compensados por novos planos de valor menor.

Ao TELETIME, a Conexis Brasil Digital, entidade que reúne as principais operadoras de telecomunicações do Brasil, disse que tomou conhecimento do projeto e o está analisando.

(Colaborou Samuel Possebon)

Fonte: Teletime News de 22 de junho de 2021, por Marcos Urupá.

terça-feira, 22 de junho de 2021

Fornecedores da rede privativa não poderão ter ligações com partidos políticos, diz ministro

O governo brasileiro agora fala em uma nova regra para fornecedores da rede privativa: o impedimento para empresas nas quais diretores têm alguma ligação com partidos políticos, seja no Brasil ou de qualquer outro país. A informação foi dada, ainda que sem muito destaque, em uma entrevista do ministro das Comunicações, Fábio Faria, ao canal GloboNews nesta segunda-feira, 21.

Ao falar sobre a rede privativa, cujas regras são diferentes do 5G comercial, Faria disse que havia "algumas observações" para fornecedores: "Por exemplo, empresas que têm em seu quadro societário dirigentes ou donos que são filiados a partidos políticos, ou pertencem a uma cadeia de comando de partidos políticos, sejam eles de qual país for – não colocamos países -, não vai poder fornecer equipamentos."

Segundo apurado por TELETIME, o Ministério das Comunicações está trabalhando em uma regulamentação específica sobre esse tema. Isso porque, na prática, não há na portaria nº 1.924/2021, que estabelece diretrizes para o leilão do 5G, nenhuma menção a esta questão. A minuta do edital do 5G que foi encaminhada ao Tribunal de Contas da União também não apresenta esse fato. Vale lembrar que o órgão questiona a legalidade da inclusão da rede privativa.

O ministro afirmou que isso valeria para qualquer país, mas tudo leva a crer que se trata de um recado à Huawei. O CEO da empresa, Ren Zhangfei, é filiado ao partido comunista chinês (PCC). No site da fornecedora, há a seguinte explicação: "Nosso fundador, Ren Zhengfei, é membro do PCC, mas isso não afeta os negócios. Para explicar por quê, é útil colocar essa questão no seu contexto histórico. Quando Ren Zhengfei era jovem, você precisava ser filiado ao PCC para ter cargo de responsabilidade, mesmo como chefe de uma equipe de cozinheiros nas forças armadas."

O ministro brasileiro afirmou: "Na rede privativa, dentro dela, colocamos parâmetros e observações de segurança que fazem com que algumas empresas não poderão participar. Essa rede é uma rede onde (sic) o governo vai ter uma confiança maior". Ele também disse que a construção de redes privativas está sendo colocada como obrigação em vários leilões de frequência destinadas para o 5G ao redor do mundo.

"Problema resolvido"

Fabio Faria afirmou que o problema geopolítico em torno do 5G foi resolvido com a obrigação da rede privativa de comunicação que atenderá o Poder Executivo, o Congresso Nacional, e demais altos órgãos do governo federal. Na estratégia do governo, este é um "box" de obrigações do leilão do 5G.

No outro box, para o mercado consumidor, não haveria restrição alguma, segundo o ministro. "Dentro dessa rede de comunicação segura, a gente colocou uma série de parâmetros e observações que fazem com que algumas empresas não possam participar, mas dentro do restante do Brasil a gente vai deixar para o livre comércio", afirmou.

No setor privado, a empresa chinesa Huawei figura como responsável por 40% dos equipamentos das grandes redes das empresas de telecomunicações que hoje operam com o 5G. Durante as discussões do edital do leilão do 5G na Anatel, pairavam dúvidas se o governo brasileiro iria ceder à pressão dos Estados Unidos e barrar a gigante chinesa, seguindo alguns países aliados dos EUA como Reino Unido, Austrália e Itália.

Fonte: Teletime News de 21 de junho de 2021, por Bruno do Amaral e Marcos Urupá.

Cidade de São Paulo tenta manter multas de lei das antenas derrubada pelo STF

Propondo uma revisão nas regras para instalação de antenas em São Paulo, a Prefeitura da capital paulista está brigando na Justiça para que multas da lei anterior não sejam anuladas após esta ser declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

A preocupação aparece em novos embargos de declaração contra a decisão opostos pela cidade no último dia 9 de junho. O julgamento virtual do recurso deve ser encerrado no dia 25 e já conta com voto contrário do relator, ministro Alexandre de Moraes.

O pedido assinado pelo prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, e pela Procuradoria-Geral do Município afirma que "a necessidade de modulação dos efeitos da decisão que declara a inconstitucionalidade da Lei Municipal nº 13.756/2004 é essencial, uma vez que esta vigorou e foi considerada constitucional pelo longo período de 17 anos".

Ainda segundo o recurso, um efeito retroativo da decisão "causará enorme insegurança jurídica, na medida em que todas as autuações realizadas deverão ser revistas e anuladas, sem dizer, as inúmeras reconveções que poderão ser ajuizadas".

A cidade ainda alega que caso a modulação da decisão não seja concedida, o impacto financeiro da decisão ao município trará "prejuízos extraordinários, em vista das milhares multas aplicadas, dos preços públicos cobrados, além do termo de ajustamento de conduta celebrado" pela cidade junto à Telefônica Vivo. A capacidade orçamentária em momento de pandemia de covid-19 foi citada como agravante.

Atraso

Autora da ação que culminou na inconstitucionalidade da lei das antenas paulistana, a TelComp afirmou que a Procuradoria da cidade está esgotando todas as possibilidades jurídicas dentro dos autos do processo do STF, mas que não enxerga risco da decisão do tribunal ser alterada.

Segundo a entidade, causa estranhamento a decisão de São Paulo de seguir recorrendo mesmo após o prefeito Ricardo Nunes admitir a inconstitucionalidade da lei de 2004 e propor um novo marco legal para a cidade. A TelComp também vê base para contestação das multas aplicadas sob a lei derrubada.

O novo projeto de lei (PL 347/2021) proposto pelo Executivo no dia 1º de junho foi aprovado em primeira votação no último dia 16. O texto não aborda o assunto das multas em aberto sob a legislação anterior, ainda que alguns parlamentares tenham pressionado por mudanças neste sentido.

Direito de passagem

A preocupação com efeitos retroativos também motivou a Prefeitura de São Paulo a pedir ingresso, no último dia 16, como amicus curiae (ou seja, com participação de consultoria) na ação do STF que liberou o direito de passagem gratuito para infraestrutura de telecom em bens públicos de uso coletivo.

Neste caso, a cidade apoiou recurso movido pelo estado de São Paulo que já solicitava a restrição dos efeitos temporais da decisão, conforme apontado por TELETIME em maio.

Fonte: Teletime News de 21 de junho de 2021, por Henrique Julião.

MP-SP reitera pedido de suspensão da nova política de privacidade do WhatsApp

O procurador de Justiça Luiz Antônio de Souza, do Ministério Público de São Paulo (MPSP), reiterou a reivindicação do Instituto Sigilo para que o Facebook suspenda imediatamente a vigência da nova política de privacidade do WhatsApp, sob pena da aplicação de multa diária de R$ 100 mil, até que sobrevenha nova decisão judicial.

A medida é apenas uma das decisões presentes no Agravo de Instrumento concedido em favor do Sigilo – nome adotado pelo Instituto Brasileiro de Defesa da Proteção de Dados Pessoais, Compliance e Segurança da Informação.

A entidade entrou, em maio, com uma Ação Civil Pública de Indenização por Dano Moral contra o Facebook no Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJSP). Mas na ocasião, o Juiz da 7ª Vara Cível havia indeferido a tutela provisória de urgência pleiteada, sob a alegação de que não via risco iminente do dano descrito na ação. O juiz também não observou manifesto abuso, por parte da gigante das redes sociais, na alteração de sua Política de Privacidade.

O Instituto Sigilo recorreu e está aguardando o julgamento do agravo pelo TJSP para reverter o resultado. Em seu parecer, o procurador afirma que, quanto aos pedidos antecipatórios de tutela de urgência, em caráter liminar, seria "claro o risco iminente de concretização de danos de difícil reparação aos consumidores usuários do aplicativo de mensagens, inviabilizando, em boa medida, o próprio resultado útil da demanda, notadamente no que toca às restrições aos usuários discordantes".
Sem restrições

Diante desta interpretação, o novo parecer do MPSP solicita também que o WhatsApp seja obrigado a se abster, por ora, de aplicar qualquer restrição aos usuários que não manifestem concordância com a nova política de privacidade, sob pena de multa diária de R$ 1 mil por evento restritivo em desfavor de cada usuário.

Victor Hugo Pereira, presidente do Sigilo, comemora avalia como positivo o parecer favorável do MPSP, ressaltando que o Facebook descumpre claramente os artigos 7º, 8º, 18, 19, 46, 47, 48 e 49 da LGPD, bem como as leis do Marco Civil da Internet e do Código de Defesa do Consumidor.

"Acreditamos estar diante de uma consolidação do entendimento de que o Facebook está cometendo ilegalidades com a sua nova Política de Privacidade. Os pareceres do MPSP não só ajudarão na construção do êxito judicial, mas, principalmente, serão um novo marco para a proteção, necessária e garantida, dos direitos dos titulares de dados no Brasil", afirma.
Adiamento

O WhatsApp prorrogou o prazo de implementação de sua nova política de privacidade no Brasil para mais 90 dias. O app de mensageria atende a um pedido feito pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), o Ministério Público Federal (MPF), pela Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) e Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), que emitiram recomendação no último dia 7 de maio.

Fonte: Teletime News de 21 de junho de 2021, pela Redação.

STF suspende julgamento de alíquota de ICMS para telecom e energia

Um julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a seletividade da alíquota do ICMS que pode reduzir o imposto nos setores de telecom e energia foi suspenso após pedido de vista do ministro Gilmar Mendes.

De repercussão geral (ou com decisão que vale para todos os processos no País), o julgamento avalia recurso movido pelas Lojas Americanas contra a lei estadual 10.297/96 de Santa Catarina – que fixa alíquota de 25% para ICMS sobre os serviços de comunicação e energia.

O pleito vê ofensa aos princípios constitucionais da isonomia tributária e da seletividade do imposto estadual, em função da essencialidade dos serviços tributados. O principal pedido da empresa é para que a tributação seja de 17%, aplicável à maioria das atividades em SC.

Relator da ação no STF, o ministro Marco Aurélio acatou parcialmente o pedido ao "reconhecer o direito da impetrante ao recolhimento do ICMS incidente sobre a energia elétrica e serviços de telecomunicação, considerada a alíquota geral de 17%". Ele também destacou que requisitos para restituição e compensação tributária são temas infraconstitucionais.

O voto foi acompanhado pelos ministros Dias Toffoli e Cármen Lúcia. Toffoli (que tinha pedido vista do processo em fevereiro) também defendeu que o acolhimento do pedido passe a produzir efeitos econômicos apenas a partir do início do próximo exercício financeiro.

O ministro Alexandre de Moraes divergiu do relator em relação ao setor de energia, no qual a alíquota de 25% foi considerada válida por, entre outras razões, aplicar valores diferenciados em razão do volume consumido. Já a cobrança majorada sobre o setor de telecom sem adequada justificativa foi afastada por Moraes, que viu ofensa ao princípio da seletividade do ICMS.

Dessa forma, até a suspensão do julgamento, os quatro votos aceitavam a redução da alíquota de ICMS de 25% sobre telecom por conta da essencialidade do serviço.

Fonte: Teletime News de 21 de junho de 2021, por Henrique Julião.

segunda-feira, 21 de junho de 2021

Vero Internet aprova modelo de rede neutra e mantém novas aquisições, 5G e IPO no radar

A Vero Internet foi o primeiro provedor a testar o modelo de rede neutra da Oi, que dará origem à InfraCo. E segundo Fabiano Ferreira, CEO da empresa, os resultados mostram que o modelo funciona bem e que potencialmente pode mudar o jogo dos provedores regionais, que devem se focar cada vez mais em serviços e menos na infraestrutura. Mas ele alerta que ainda há coisas a evoluir, sobretudo na parte de sistemas para que as operações possam ganhar volume. "No nosso caso está funcionando bem em dias cidades mas para escalar ainda requer um investimento grande na parte de OSS e BSS", diz ele.

Apesar destes primeiros resultados positivos, a Vero ainda não pensa em abandonar o modelo de expansão de novas redes muito menos do modelo de compras e aquisições (M&A) que caracterizou o início de operação da empresa, cujo acionista majoritário é a Vinci Partners. Hoje a Vero tem 420 mil clientes em 130 cidades diferentes, divididas entre Minas Gerais e a Região Sul. "Estamos ampliando uma cidade por mês e já chegamos a 38% de market share em média nas cidades em que estamos", diz Ferreira, lembrando que o conjunto original de operações adquiridas pela Vinci Partners para criar a Vero era de 100 localidades.

IPO no radar


Segundo Fabiano Ferreira, a empresa trabalha desde o começo, ainda em 2018, com a perspectiva de que em algum momento faria uma oferta em bolsa, e o plano do IPO está no radar. "Não posso dizer quando, mas vamos nesse caminho, e está cada dia mais próximo", diz ele. A Vero também ainda é uma empresa pouco endividada e só começou a ir a mercado para financiar seu investimento em março desse ano. "A Vinci investiu até mais do que estava planejado porque vê resultado no nosso modelo de negócio", diz Ferreira.

Uma das apostas da Vero é justamente na mudança de foco do provedor, concentrando-se mais na qualidade de serviço do que apenas na expansão geográfica. "Hoje 40% das nossas vendas já são em canais digitais, e era 10% em 2018. O atendimento já é pelo app em 30% dos casos e 20% já fazem o autoatendimento", diz o CEO. Para ele, esse processo de transformação do provedor precisa acontecer sem a perda dos atributos que são característicos, como a forte conexão com a população local e profissionais que conheçam bem as cidades.

A Vero prepara para os próximos meses uma nova leva de aquisições, o que deve ampliar a cobertura geográfica da empresa para além da Região Sul e de Minas Gerais. Nordeste e Centro-Oeste são duas áreas para as quais deve haver acordos. "Estes acordos demoram para serem fechados, mas ainda tem muita oportunidade no mercado, mesmo com concorrência de outros investidores".

Edital de 5G

Em relação ao edital de 5G, o grupo tem interesse e está estudando as possibilidades. "Temos consultorias e estamos fazendo a análise dos mercados. É algo que faz sentido porque a conectividade deve ser uma coisa só, seja por fibra ou 5G. Olhamos com cuidado mas não é algo simples, porque não basta ter capital para investir. O modelo de uma rede móvel é muito diferente de uma rede de fibra, e o modelo de negócio também, porque é um setor que cresce muito pouco em termos de receita. O que pode ser diferente no 5G é a oferta no modelo B2B", diz ele.

Ele acredita na possibilidade de um operador neutro de rede móvel, ainda que veja alguns desafios regulatórios, mas explica que a Vero nunca conseguiu um modelo de MVNO que valesse a pena. Segundo Faniano Ferreira, existem alguns grupos que hoje mobilizam os provedores regionais por 5G. Além do grupo liderado por Rudinei Gerhart que já reúne mais de 200 participantes, ele disse que a Vero participa de outro, menor em volume de empresas mas quase tão representativo em número de clientes. "Mas a gente ainda não sabe se vai ser apenas um grupo de negociação de equipamentos, se vamos criar um consórcio ou se vamos concorrer individualmente", diz ele. Ele lembra que as empresas ainda estão trabalhando apenas em cima de projeções porque ainda não há detalhes sobre as contrapartidas e obrigações do edital.

Fonte: Teletime News de 18 de junho de 2021, por Samuel Possebon.

Oi amplia geração de caixa operacional negativa em abril

O demonstrativo financeiro mensal da Oi durante o mês de abril indicou uma geração de caixa operacional líquida negativa de R$ 629 milhões no primeiro mês do segundo trimestre – em deterioração de R$ 192 milhões frente ao mês de abril.

As informações foram divulgadas nesta semana pelo administrador da recuperação judicial da Oi, o escritório Arnoldo Wald. A deterioração do caixa ocorreu após os recebimentos em abril (R$ 2,141 bilhões) ficarem abaixo da soma de pagamentos (R$ 2,625 bilhões) e investimentos (R$ 144 milhões).

Considerando também receitas não core de R$ 87 milhões e despesas com operações financeiras de R$ 13 milhões (atrelado ao pagamento de juros sobre debêntures), houve redução de R$ 554 milhões no saldo final de caixa da Oi, que totalizou R$ 1,995 bilhão ao fim de abril (redução de 21,7% frente aos R$ 2,549 bi do início daquele mês).

Alta

Os indicadores foram obtidos mesmo com alta nos recebimentos de 8% frente ao mês anterior (para R$ 2,141 bi). A elevação se deve ao aumento de receitas intercompany classificadas na rubrica "outros recebimentos" (que cresceram 967% e atingiram R$ 363 milhões em março).

Já os recebimentos a partir de clientes caíram R$ 145 milhões, ficando em R$ 1,359 bilhão após baixa de 10%. A justificativa dada pelo relatório foi o menor número de dias úteis em abril (20) ante março (23).

Ainda houve leve alta de 24% na receita com serviços de rede (para R$ 38 milhões), mas queda nos recebimentos oriundos de dealers (menos 8%, para R$ 381 milhões).

Gastos

No caso dos pagamentos, a alta de 26% teve o Programa de Participação de Resultados (PPR) como uma das causas. Pagos em abril, os valores contribuíram para aumento de 158% no dispêndio com pessoal, para R$ 341 milhões.

Já gastos com fornecedores e serviços chegaram a R$ 1,863 bilhão, em salto de 15% (ou R$ 241 milhões a mais), enquanto o pagamento de tributos cresceu 5% (chegando a R$ 448 milhões) por conta de "pagamentos à Anatel de ônus pela autorização da telefonia móvel".

O relatório também contextualizou a queda de 57% nos investimentos da Oi em abril (R$ 144 milhões). Segundo a administração, a redução observada no mês ante março reflete a "nova dinâmica da companhia, na medida que os investimentos na expansão da rede de fibra óptica já não mais estão concentrados nas recuperandas".

De fato, houve queda de 67% nos aportes na Telemar (para R$ 76 milhões) e de 55% na Oi S.A. (R$ 36 milhões), ao passo que o investimento na Oi Móvel cresceu 20% (para R$ 33 milhões).

Fonte: Teletime News de 18 de junho de 2021, por Henrique Julião.

Claro recebe anuência da Anatel para criação de empresa de torres

A Anatel concedeu anuência prévia para a Claro prosseguir com a criação de uma nova empresa que reunirá torres do grupo.

O pedido foi aprovado por unanimidade na reunião do Conselho Diretor da agência nesta última quinta-feira, 17. Relatado pelo conselheiro Moisés Moreira, o processo foi protocolado pela Claro e pela coligada Americel em 15 de dezembro.

A Anatel entendeu que não há risco à prestação de STFC pela Claro no regime de concessão nem de transferência de bens reversíveis para a nova empresa, chamada até o momento de NewCo.

A primeira etapa da operação prevê a cisão de parte da Americel, com incorporação da parcela na Claro resultado em aumento de capital de R$ 23,5 milhões.

Na segunda etapa, uma cisão será realizada pela própria Claro, com transferência especialmente de ativos relacionados a sua infraestrutura de torres e o acervo recebido da Americel para a NewCo.

Esta operação resultará em diminuição do capital da Claro. O processo, contudo, só deverá ser concretizado após a conclusão da reestruturação interna na operação móvel da empresa (relacionada à incorporação da Nextel).

Controladora da Claro, a América Móvil já informou que pretende concluir a criação da nova empresa de infraestrutura passiva de torres ainda em 2021.

Fonte: Teletime News de 18 de junho de 2021, por Henrique Julião.

Oi Soluções escolhe novo diretor para área de vendas

Foi anunciado pela Oi o nome do profissional Luis Ramos para o cargo de diretor de vendas da Oi Soluções, braço para atendimento corporativo da operadora.

Ramos vem de uma passagem de três anos e meio na Lumen (ex-CenturyLink), onde exercia o posto de diretor de vendas para a América Latina. Antes disso, o executivo acumulou passagens por Tivit, Verizon, Embratel e AT&T, tendo atuado ainda nas áreas de operações e pré-vendas.

Formado em engenharia elétrica pela Unicamp, Ramos também tem MBA em marketing pela ESPM. Segundo a Oi, a sólida experiência do profissional vai contribuir com a estratégia de crescimento do braço para atendimento de empresas.

"Sua chegada na companhia reforça a estratégia da Oi em se consolidar como provedora e integradora de soluções digitais para o mercado corporativo, visto que o segmento B2B é um dos pilares do plano de transformação da Nova Oi", afirmou a empresa, em comunicado. Luis Ramos se reporta a Adriana Viali, head da Oi Soluções.

Fonte: Teletime News de 18 de junho de 2021, por Henrique Julião.

Oi Móvel: TelComp rebate teles e defende modelo de atacado para redes móveis

Após Claro, Oi, TIM e Vivo protocolarem no Cade uma resposta para questionamentos de terceiras interessadas na avaliação da venda da Oi Móvel, a TelComp voltou a se manifestar e apontar impactos concorrenciais do negócio – principalmente sobre operadoras móveis virtuais (MVNOs) ou regionais.

Ao TELETIME, o presidente executivo da entidade, Luiz Henrique Barbosa, também questionou críticas das teles ao modelo de redes móveis exclusivamente para atacado. Na manifestação protocolada nesta semana, o quarteto de grandes operadoras sinalizou que o formato (vislumbrado pela Highline) esbarraria em aspectos regulatórios.

"Se assim fosse verdade, não haveria quarto lote no leilão de 5G", afirmou Barbosa. "Não à toa empresas estão conversando para um operação que no fundo é atacadista, de alguém operar e na ponta ter ISPs ofertando serviços. Isso [já] era viável no 4G e no 3G".
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O executivo pontuou que eventuais ajustes seriam feitos na medida que o modelo se desenvolvesse na prática. No entanto, também avaliou que a consolidação liderada pelo trio emite um sinal ruim para um novo entrante a partir do leilão de 5G.

"As três terão posição de mercado equivalentes, acordos de RAN sharing entre si e vão fazer de tudo para barrar entrantes", argumentou Barbosa. Passada a oportunidade da Oi Móvel, o único caminho para uma interessada seria começar rede do zero em projeto mais complexo, segundo o dirigente.
MVNOs

Nesse sentido, as operadoras móveis virtuais (ou MVNOs) foram classificadas pela TelComp como grandes prejudicadas com a transação, bem como operadores fixos em certa medida. Isso porque o acordo de capacidade estabelecido entre o trio de compradoras e a Oi "tiraria recursos das competitivas para por na InfraCo, gerando impacto não só no móvel, mas também no fixo".

Já entre os MVNOs, também seria negativa a perda de um dos quatro fornecedores em potencial. O tema chegou a ser observado pelas próprias teles na manifestação enviada ao Cade: na ocasião, o quarteto observou que a Oi não suporta operadoras virtuais em sua rede, gerando impacto reduzido sobre a vertical.

Barbosa, contudo, afirmou que a Oi é a única fornecedora de roaming para o segmento. A relação chegou a ser apontada pela Surf Telecom em seu pedido de habilitação como terceira interessada no Cade; a empresa não é associada à TelComp, ao contrário das MVNOs Telecall, Datora, NLT e Americanet.

Ao todo, a entidade de empresas competitivas reúne cerca de 70 players, entre operadoras de atacado, B2B e regionais. Barbosa rechaçou que o pleito para remédios na venda da Oi Móvel (como compartilhamento de rede obrigatório) seja "oportunismo", destacando o investimento na casa de bilhões de reais das associadas.

"Há vários locais do mundo onde quatro operadoras se tornaram três, mas com o terceiro [player] se juntando ao quarto ou segundo com o terceiro – e não com um fatiamento da quarta empresa entre os três primeiros, com equilíbrio em clientes, espectro e infraestrutura", completou o presidente da TelComp.

Na manifestação enviada nesta semana ao Cade, Claro, TIM e Vivo rechaçaram o entendimento de risco concorrencial. Segundo as empresas, a competição no segmento móvel é acirrada e evidenciada por fatores como diferenciação de planos, a variação de liderança em diferentes códigos nacionais, os altos índices de portabilidade e a melhoria de qualidade no serviço móvel.

Fonte: Teletime News de 18 de junho de 2021, por Henrique Julião.