terça-feira, 19 de fevereiro de 2019

Plataformas OTT teriam 39% de penetração no Brasil, diz estudo da Amdocs

Não é novidade que, nos últimos anos, os serviços de vídeo OTT têm crescido de forma significativa ao redor do mundo – de 2011 para cá, o aumento do número de pessoas que usam esse serviço tem sido relevante especialmente na América Central e do Sul, em países como Brasil e México. Hoje, ele é a principal forma de assistir TV em 8% dos lares brasileiros – enquanto na Austrália esse número é de 17%, 16% no México e 13% nos EUA. Além disso, no país, três novos contratos do serviço foram adicionados para cada casa que abriu mão da TV por assinatura no ano de 2017. As informações foram apresentadas pela Amdocs, que realizou um estudo global sobre o mercado de TV, em evento voltado à imprensa nesta quarta-feira, 13 de fevereiro.

O fenômeno registrado em 2017 é conhecido como cord cutting, isto é, a troca da TV paga tradicional por esses serviços sob demanda. Hoje, os OTTs estariam presentes em 39% dos lares com TV no Brasil – sendo que há ainda uma média de 1,3 serviços do tipo em uso por cada uma delas – enquanto a TV paga aparece em 26% das mesmas. Ou seja, segundo o estudo da Amdocs, haveria 26,5 milhões de clientes de serviços de vídeo OTT, o que é praticamente 85% dos lares com banda larga fixa. Nos EUA, os números são de 60,6% de penetração; 60,4% na Dinamarca; e 56,8% na Suécia. E, dentre essas residências que possuem algum tipo de assinatura SVoD, 24% usam a Netflix, o que destaca que a gigante do streaming ainda é líder no setor, especialmente no Brasil.

Apesar dos desligamentos de TV paga tradicional não serem tão acentuados como se vê nos EUA – onde o aumento do número de novos contratos de TV paga em sendo cada vez menor desde 2013 – ele já está chegando à América do Sul também. Só no Brasil, o mercado sofreu retração de 3,9% na base no período e, avaliando o continente de maneira geral, Argentina e México, que também enfrentaram crises econômicas recentes, foram outros países onde muita gente abriu mão do serviço de TV paga nos últimos anos.

Segundo a pesquisa, a previsão por aqui é ainda mais ameaçadora para as operadoras de TV por assinatura. Isto porque, dos 14 países analisados pelo estudo da Amdocs – entre eles, Itália, Espanha, Polônia, Dinamarca e Arábia Saudita – o Brasil é o que paga mais caro pelo serviço no comparativo TV em comparação com os serviços de SVoD. De acordo com os números do levantamento, o valor que é gasto com a pay TV aqui bancaria os custos de até 4,6 plataformas de streaming – a título de comparação, em países como a Suíça, o preço médio de um pacote de TV por assinatura cobriria o valor de 0,8 plataforma OTT. E vale ressaltar ainda que, além do consumidor que está trocando a TV pelos aplicativos, há uma parcela que só acumula serviços – 61% do público que ainda tem TV por assinatura tem também pelo menos uma assinatura de VoD ativa, segundo a Amdocs.

Fonte: Teletime News de 13 de fevereiro de 2019, por Marina Toledo.

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