quinta-feira, 31 de março de 2022

Oi já prevê conclusão de venda de ativos e fim da RJ para segundo trimestre

A decisão sobre o fim da recuperação judicial da Oi é do juiz Fernando Viana, mas a operadora já antecipa que o processo deve se alongar ainda pelos próximos meses. A companhia divulgou nesta quarta-feira, 30, convocação para a assembleia geral ordinária (AGO) anual, e nela relembra que as vendas dos ativos ainda precisam ser finalizadas. E, por isso, estima para o próximo trimestre a conclusão da RJ.

No cronograma de transição, a companhia coloca como expectativa para o segundo trimestre em diante a aprovação da venda do controle da InfraCo (V.tal) pela Anatel e o fechamento dessa operação da venda da Oi Móvel – e, aí sim, o fim da recuperação judicial. O total esperado pelas vendas é de cerca de R$ 27 bilhões ao caixa da companhia.

Considerando que o prazo original dado por Viana termina na quinta-feira, 31, e os indicativos do juiz de que o complexo processo ainda precisa resolver pendências também com credores, não é difícil imaginar o porquê do adiamento. Caso o prazo de 60 dias – ou seja, até 24 de maio – seja a extensão decidida, a realização da AGO acontecerá antes, no dia 27 de abril.

Transformação

Também estão no calendário as etapas seguintes às alienações, como transição dos ativos móveis, "transformação acelerada da base de custos para adequação à Nova OI", desenvolvimento da V.tal e "equacionamento dos custos associados à concessão". A operadora espera crescer com o foco na fibra, "novas fontes de receita" e com mercado corporativo. Mas, além disso, tem essa transformação de custos advinda da simplificação "drástica" do modelo operacional, já que será mais focada.

Vale ressaltar também que a Oi traz um Plano Plurianual ESG para o triênio 2022-2024. Além de aglutinar ações já existentes, a ideia é dar maior robustez para que a companhia atinja altos padrões de ESG do mercado, tendo como referência o Pacto Global da ONU, do qual é signatária desde 2009, e do Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3 (ISE B3).

Na mensagem da administração, a Oi lembra que o "cenário desafiador" de 2020 se manteve em 2021, agravado não só pela pandemia, mas também pela desaceleração da economia. Ainda assim, ressalta o trabalho para o "desenvolvimento das bases do que será a Nova Oi", com modernização da estrutura organizacional e criação de áreas em busca de novas receitas, além do processo de transformação digital buscando aumentar a eficiência operacional.

"A Nova Oi será uma empresa mais simples, leve e eficiente com foco total no atendimento aos clientes e, por isso, priorizará uma TI ágil, focada no atendimento digital, omnicanalidade, guiada por dados e analytics e com time-to-market acelerado, permitindo a liderança no lançamento das melhores ofertas no mercado", diz o comunicado. O objetivo é fortalecer a empresa nos segmentos onde atua e capturar novsas receitas.

Remuneração

Até por conta desse atraso – o fechamento das vendas de ativos antes era previsto para o final de 2021 -, a assembleia geral ordinária da Oi vai discutir na proposta de verba global para 2022 a premiação extraordinária por projetos de desinvestimento que já tinha sido aprovada na AGO do ano anterior. O valor a ser pago para administradores e membros do conselho fiscal nessa premiação é de R$ 26,683 milhões.

Além da nova proposta de remuneração de R$ 84 milhões e de plano de incentivo de longo prazo, a própria reunião vai também tratar da eleição de novos membros ou reconduções dos atuais para o conselho fiscal.

Fonte: Teletime News de 30 de março de 2022, por Bruno do Amaral.

Aneel espera aprovação de resolução dos postes ainda no primeiro semestre

A expectativa do assistente da diretoria da Aneel, Eduardo Rossi, é que a aprovação da resolução conjunta com a Anatel sobre compartilhamento de postes aconteça até junho. Em apresentação no UTCAL Summit 2022, nesta quarta-feira, 30, o representante da agência de energia elétrica falou que o problema é complexo e o processo de longo prazo, e o resultado pode não agradar a todos os atores envolvidos, mas que será uma saída.

"Com certeza não vai ser a solução completa, mas a gente tem que ter um avanço importante, com benefício relevante", declarou. Citando inclusive a importância da infraestrutura aérea para o backhaul do 5G, ele fala que a matéria é um assunto crítico e, por isso, deve ser concluída com brevidade. "A gente espera a aprovação do regulamento ainda no primeiro semestre de 2022, e em 2023 já estar na nossa agenda regulatória."

Trata-se de um entendimento contrário ao da Anatel. Em fevereiro, o presidente substituto da agência, Wilson Wellisch, afirmou que não acredita que a aprovação da resolução aconteça ainda neste ano.

Durante o evento, Rossi comentou que a resolução conjunta representa um "choque de culturas", lembrando que o setor elétrico é basicamente um monopólio, enquanto nas telecomunicações a competição é importante. Sobretudo, ele reiterou o posicionamento da Aneel: a de que a responsabilidade sobre a regularização dos postes cabe às operadoras. Algo que, claro, preocupa as teles.

O prazo para as empresas identificarem os cabos é de 30 dias a partir da publicação da norma. O representante da Aneel ressalta que é importante também do ponto de vista de competição. "É uma concorrência desleal no setor de telecom, porque se tem um concorrente que não paga, isso não é saudável para nenhum setor, especialmente para um regulado."

Rossi reitera que é necessário uma mudança para a regularização do passivo, que é tratada na norma proposta no plano de recuperação de postes prioritários – que atualmente a regulação da Aneel só permite que sejam identificados até 3% dos ativos. "Nosso levantamento é que mais ou menos 30% dos postes no Brasil têm essa questão", declarou.

Preços fixados

A ideia é tornar o compartilhamento atrativo para o setor elétrico, afirmando que falta incentivos para a distribuidora, uma vez que a receita é quase que totalmente destinada à modicidade tarifária. Uma página do regulamento que trata dessa questão é de responsabilidade apenas da Aneel, uma vez que diz respeito à ocupação do ativo em si.

"O que esperamos é que o preço seja fixado, não vai haver mais negociação. Não é uma busca de receita, porque não é a atividade principal da distribuidora", declara. Um levantamento recente do BTG Pactual corrobora essa questão, afirmando que apesar de ter pouco impacto para as elétricas, possui um grande valor para operadoras, sendo inclusive justificativa para aquisições de provedores regionais. "Todo o cerne da norma é tratar de custos: se é o consumidor de energia ou de telecom que vai pagar. Que muitas vezes, é o mesmo consumidor."

Na visão do representante da Aneel, essa fixação de preço vai reduzir os conflitos e garantir tratamento isonômico com estabilidade. A oferta de referência que será homologada pela comissão de resolução de conflitos vai ser disponibilizada nos sites das agências e da própria distribuidora.

Fonte: Teletime News de 30 de março de 2022, por Bruno do Amaral.

Elisa Leonel deixa superintendência de relações com o consumidor da Anatel

A superintendente de relações com o consumidor da Anatel, Elisa Vieira Leonel, pediu exoneração do cargo nesta quarta, 30. Elisa era a mais longeva superintendente da agência, ocupando o comando da superintendência há nove anos, desde que foi criada. Entre as suas atribuições estavam a definição de regras relacionadas aos consumidores, qualidade de serviços, o atendimento ao público feito pela agência (tanto no call center quanto nos canais digitais), a pesquisa anual de satisfação de usuários entre outras. Ainda não há definição de um nome definitivo. Interinamente fica a gerente Cristiana Camarate, que assume automaticamente durante o período de férias de Elisa Leonel. Servidora de carreira da Anatel desde o primeiro concurso, em 2005, Elisa Leonel pretende tirar um período de licença do serviço público para se dedicar a outros projetos.

Fonte: Teletime News de 30 de março de 2022, por Samuel Possebon.

Segue para Senado proposta de adaptação de outorgas de TVA para SeAC

O plenário da Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira, 30, o Projeto de Lei 3.320/2020, do deputado Cezinha Madureira (PSD-SP) que permite às empresas com outorgas de TVA a adaptação para ofertar Serviços de Acesso Condicionado (SeAC). O texto agora será analisado pelo Senado.

O substitutivo aprovado do deputado Paulo Magalhães (PSD-BA), relator da matéria, mudou a proposta original de Madureira, que pretendia garantir às empresas de TVA a migração para serviços de radiodifusão – ou seja, TV aberta, mas sem concessão.

O novo texto, em vez de adaptar as outorgas de TVA para radiodifusão, "estabelece prazo de um ano (…) para que empresas cujos respectivos atos de autorização de uso de radiofrequência associado ao TVA estavam em vigor na data da publicação da Lei nº 12.485/2011, possam solicitar prorrogação da autorização de uso de radiofrequência, e adaptação da outorga para o SeAC".

A emissora por TVA continuará a operar na mesma frequência e o prazo valerá apenas para aquelas que já estavam autorizadas em 2011, por ocasião da regulamentação do serviço pela Lei do SeAC. Se o novo projeto virar lei, o prazo contará a partir da data de publicação e valerá ainda para aquelas que já migraram e para aquelas cujo prazo de outorga já tiver expirado. O texto garante ainda a prorrogação provisória do uso da radiofrequência associada ao serviço até a conclusão do respectivo processo de prorrogação.

Durante os debates da proposta no Plenário, o PT apresentou requerimento de adiamento da discussão. Segundo Leo de Brito (PT-AC), o tema era complexo e exigia mais tempo para análise de muitos parlamentares. Assim, o requerimento do partido foi rejeitado. Ainda durante os debates, foram apresentadas três emendas, que Paulo Magalhães negou.

Fonte: Teletime News de 30 de março de 2022, Marcos Urupá.

UIT vai contratar consultoria para gestão de espectro na Anatel

Uma consultoria para auxiliar a gestão de espectro e órbita, especialmente no contexto do 5G DSS, será contratada pela União Internacional de Telecomunicações (UIT) para a Anatel. A entidade publicou nesta quarta-feira, 30, o convite para o processo licitatório internacional, uma RFP (solicitação de proposta), que devem ter propostas encaminhadas diretamente até o dia 22 de abril.

Com a contratação, a consultoria deve elaborar um relatório sobre a gestão de espectro e órbita da Anatel. A ideia é propor "evoluções regulatórias para remover eventuais barreiras à implementação do acesso dinâmico ao espectro", conforme diz a própria agência em comunicado. Esse tipo de tecnologia é utilizado pelas operadoras em 5G DSS, na qual o 4G compartilha frequências para serem usadas pela quinta geração. Mais de 1,5 milhão de celulares no Brasil já utilizam esse recurso, apesar das ressalvas do governo.

Também serão avaliadas ferramentas e soluções usadas na gestão e novas possibilidades de "definir a eficiência do uso do espectro como ferramenta de avaliação dos ganhos atingidos com os avanços tecnológicos, de modo a subsidiar o planejamento de médio e longo prazos de uso do espectro". Isso pode ajudar na precificação de faixas a serem leiloadas, bem como no planejamento dos modelos de leilão a serem adotados.

A Anatel lembra ainda que o novo modelo (Lei nº 13.879/2019), que alterou a Lei Geral de Telecomunicações, permitiu as renovações sucessivas das licenças de espectro. A agência diz que isso demandou a "revisitação de todo o modelo regulatório da gestão do espectro".

A contratação é resultado do Acordo de Cooperação Técnica (Projeto 9-BRA/98/006) firmado entre a autarquia e a UIT para apoio técnico e metodológico. As regras e o edital estão disponíveis no portal da Organização das Nações Unidas (clique aqui).

Fonte: Teletime News de 30 de março de 2022, por Bruno do Amaral.

Huawei inaugura fábrica equipada com rede 5G em Jundiaí

A Huawei inaugurou nesta terça-feira, 30, uma nova fábrica para manufatura de eletrônicos na cidade de Jundiaí (SP). Equipada com rede 5G, a planta contará com 14 antenas de quinta geração conectando área de 30 mil m².

A Huawei Local EMS (Eletronic Manufacturing Service) Factory foi classificada pela fabricante chinesa "como a primeira fábrica inteligente de manufatura do Brasil que utiliza 5G" no processo produtivo. No local, serão produzidos equipamentos eletrônicos como rádios-base, placas processadoras, placas controladoras e outros itens.

Em comunicado, a Huawei destacou uma série de inovações na nova unidade. Entre elas, o uso de realidade aumentada por equipes de manutenção de máquinas, um sistema de câmeras para monitoramento da produção a partir de inteligência artificial, demais aplicações de Internet das Coisas (IoT) e utilização de serviços de nuvem.

Em 2019, o aporte da chinesa na fábrica chegou a ser anunciado pelo governador de São Paulo, João Doria, após viagem ao país asiático. Depois confirmada pela principal fornecedora do mercado de telecom, a planta fazia parte de US$ 800 milhões em investimentos no País projetados até 2022.

A Huawei também tem um centro de distribuição e logística de 22 mil m² localizado em Sorocaba (SP), que recebeu a cobertura de uma rede 5G privativa em agosto de 2022.

Fonte: Teletime News de 30 de março de 2022, por Henrique Julião.

Sat TV oferece pacote gratuito com 90 canais aos ISPs parceiros

A Sat TV, empresa familiar de médio porte com duas operadoras próprias de TV e Internet, em Peruíbe, no litoral paulista, e em Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul, aposta em uma oferta gratuita de canais para ampliar seu negócio de serviços para provedores de Internet, os ISPs.

A empresa passou a oferecer 90 canais sem custo adicional aos ISPs parceiros, que, pelo modelo praticado pela Sat TV, pagam uma mensalidade pelo suporte técnico e comercial. Além dos canais obrigatórios, a oferta conta com 30 canais de áudio e alguns canais, sobretudo abertos, que representam menor custo para a Sat TV.

De acordo com Alberto Knob, diretor de mercado da Sat TV, a ideia é permitir que os ISPs parceiros recebam um ferramental para fidelizar as suas bases, ao mesmo tempo em que atuam no combate à pirataria, oferecendo um conteúdo legal sem custo.

Converter o assinante de serviço pirata para um negócio legal é de interesse do ISP, diz Knob, sobretudo quando o conteúdo está dentro da rede dele, que é o caso dos ISPs parceiros, que instalam um servidor exclusivo para a Sat TV em suas redes. De acordo com ele, os provedores são constantemente cobrados pela má qualidade de serviços de vídeo muitas vezes pirata sobre os quais não têm qualquer controle. Com a parceria, podem responder aos chamados oferecendo um conteúdo legal com padrões de qualidade e confiabilidade.

"Também é um entrada na casa do assinante com o serviço de TV. Depois do pacote gratuito, o provedor pode oferecer outros pacotes pagos e mais completos", afirma o executivo. Os ISPs parceiros da empresa também contam com uma biblioteca de canais pagos que a Sat TV revende para eles, ampliando a oferta ao assinantes com mais dois pacotes de vídeo, com até 130 canais, incluindo os 90 do básico gratuito.

Com algumas programadoras de maior porte, o contrato não permite o modelo de revenda. Por isso, o serviço dos pacotes de vídeo mais completos é prestado pela Sat TV, tendo o ISP como um intermediador. "O provedor recebe uma comissão durante toda a duração do contrato", explica Knob. A Sat TV fica responsável pelo billing, o acesso condicional e o fornecimento dos equipamentos. Com estes pacotes, o line-up chega a até 230 canais, incluindo os canais à la carte.

Para os pacotes gratuitos e aqueles com a oferta de canais pagos diretamente pelo ISP, a recepção de se dá por aplicativos em dispositivos móveis e alguns modelos de smart TVs. Já o serviço prestado diretamente pela Sat TV, até por imposição contratual com algumas das programadoras de maior porte, depende da instalação de set-top boxes. A empresa usa caixas Android, sempre homologadas pela Anatel.

Hoje a Sat TV conta com 70 ISPs parceiros, com meta de chegar a 150 até o fim do ano e 300 em dois anos. "Queremos provedores de qualquer porte. É esse modelo que vai capilarizar a rede de assinantes da Sat TV", diz o diretor de mercado. A base potencial com os parceiros atuais é de 682 mil assinantes. "Não são todos que assinam TV, mas acreditamos que, com esse novo modelo, vamos chegar a boa parte deles", finaliza.

Fonte: Teletime News de 30 de março de 2022, por Fernando Lauterjung.

quarta-feira, 30 de março de 2022

Responsável por compromissos do leilão do 5G em escolas, EACE é constituída

Está formalmente constituída a Entidade Administradora da Conectividade das Escolas (EACE), que executará os compromissos de investimento na rede pública de ensino colocados como contrapartida no leilão do 5G.

A criação da entidade foi oficializada pelo Grupo de Acompanhamento do Custeio a Projetos de Conectividade de Escolas (Gape) na última sexta-feira, 25, durante a terceira reunião ordinária do colegiado. Caberá ao Gape (presidido pelo conselheiro da Anatel, Vicente de Aquino) disciplinar e fiscalizar as atividades da EACE.

Claro, TIM, Vivo, Algar Telecom e Neko Serviços (Surf) são as empresas responsáveis pelos aportes à nova entidade. Pelos termos do edital, 20% do valor a ser investido é esperado em até 30 dias após a constituição da EACE – o que significa que as primeiras transferências de recursos devem ocorrer até o fim de abril. Veja aqui os valores para cada operadora, totalizando R$ 3,1 bilhões em recursos.

As cinco empresas foram vencedoras dos lotes de 26 GHz disponibilizados no leilão, que tinham compromissos de educação associados. As obrigações de cobertura e recursos tecnológicos não são vinculadas ao 5G ou outra tecnologia específica, mas devem atender "qualidade e velocidade necessárias para o uso pedagógico das TICs nas atividades educacionais regulamentadas pela Política de Inovação Educação Conectada".

No momento, um documento com diretrizes para o desenvolvimento dos projetos de conectividade nas escolas públicas da educação básica está em elaboração no Gape, sob responsabilidade do Subgrupo de Diagnóstico e Projetos (SGT- Diagnóstico). A base para o trabalho é proposta apresentada pelo Ministério da Educação, que compõe o grupo ao lado do MCom, da Anatel e das empresas vencedoras do 26 GHz.

Fonte: Teletime News de 29 de março de 2022, por Henrique Julião.

Oi: juiz pede nova lista de credores e indica possível adiamento da RJ

Em decisão emitida na última sexta-feira, 25, o juiz da recuperação judicial da Oi, Fernando Viana, pediu que o administrador do processo, o Escritório Arnoldo Wald, entregue uma lista de credores pendentes de acordos e mediações. Ele deu o prazo de 60 dias para que isso seja entregue à 7ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro – indicando um possível o adiamento da RJ da operadora. Iniciada no final de 2017, a data de encerramento do processo, pelo menos até o momento, é a próxima quinta-feira, 31.

A informação com a íntegra do processo foi noticiada pelo portal Tele.Síntese na noite de segunda-feira, 28. O documento está disponível no site do TJ-RJ com o número 0203711-65.2016.8.19.0001. Pelo sistema do Tribunal, a última movimentação é a conclusão do juiz também na segunda-feira, o que significa que é esperada a decisão do processo.

Na avaliação de um especialista consultado por TELETIME, a decisão do final da semana passada significa que o juiz Fernando Viana está dando todos os sinais de que haverá adiamento no processo, uma vez que é necessário organizar todas essas questões pendentes. Sem isso, afirma, poderia até ser possível finalizar a RJ, mas os credores pendentes poderiam entrar com recurso para obrigar a reabertura do processo, o que obviamente não seria um cenário ideal para nenhuma das partes.

A Oi não comenta sobre o despacho. O fato é que a decisão final do adiamento é do próprio juiz. A segunda Assembleia Geral de Credores (AGC), em 2020, de fato já previa que o fim da RJ poderia ser em maio de 2022, embora Viana tenha determinado depois que a data seria no dia 31 de março.

Fernando Viana diz que essa AGC para discutir o aditamento ao plano teve o pedido de prorrogação de prazo para dar tempo para a alienação das unidades produtivas isoladas, incluindo a venda da Oi Móvel e do controle da InfraCo (V.tal). No primeiro caso, já houve as aprovações regulatórias necessárias da Anatel e do Cade. No segundo, a agência ainda precisa deferir (ou não) a anuência prévia. Essas operações é que, de fato, são a parte mais crucial para definir o fim da RJ.
Argumentos

A ideia é que esse levantamento coloque um fim na quantidade de incidentes novos registrados. O processo em si, de acordo com Viana, é "absolutamente ímpar" e atualmente já conta com mais de 60 mil incidentes de impugnação e habilitação de crédito.

O juiz afirma que ainda estão sendo observados média mensal de mil novos incidentes de créditos concursais, "sem contar outros tantos que buscam habilitação, inadequadamente, de forma direta nestes autos, e que são orientados a promoverem corretamente seus pedidos". Assim, o juiz afirma que cabe a ele, além de observar o ordenamento jurídico e fiscalizar o cumprimento do Plano da RJ, "adotar as medidas preparatórias necessárias para orientar a conclusão ordenada do processo [da recuperação judicial]".

Por isso, ele determina um levantamento da suspensão de todos os incidentes que ainda não foram abraçados no acordo. Determina também a manifestação de mérito pelas devedoras assim que identificar os credores que não atenderam ao comando judicial para adotar procedimentos de mediação. Para os incidentes com mediação em curso e com documentação já disponibilizada e validada, haverá prazo de 15 dias para concluir a mediação. O administrador da RJ, o Escritório Arnoldo Wald, deverá coordenar esse trabalho.

Também caberá ao administrador a apresentação do Quadro Geral de Credores (QGC), com todos os incidentes sentenciados até o último dia 25. O prazo dado por Viana é de 60 dias (ou seja, até o dia 24 de maio), e é nesse ponto que dá a entender a possibilidade de um adiamento do encerramento da recuperação judicial.

Ele explica que, apesar de a apresentação do QGC não ser condição para o fim da RJ, "é imperiosa sua prévia apresentação pelo administrador judicial, para fins de homologação por este Juízo quando da sentença de encerramento da presente recuperação, de modo a dar publicidade e transparência ao processo, e para que o quadro possa conter e expressar, de maneira mais próxima possível, as obrigações concursais habilitadas de forma tempestiva ou retardatária já em curso". Ou seja: o ideal seria que a sentença que finalizará a RJ já tenha o quadro de credores também passado a limpo.

Em 20 dias, no máximo, deverá ser disponibilizado um formulário digital pela Oi enquanto houver prazo de pagamento a vencer, mesmo após o encerramento da recuperação judicial, para os credores concursais retardatários façam habilitação administrativa. Com isso, não será mais necessário ao credor habilitado a distribuição de incidente judicial para habilitar os créditos concursais retardatários.

Fonte: Teletime News de 29 de março de 2022, por Bruno do Amaral.

Cisco e Samsung ganham espaço entre fornecedores de telecom em 2021

Segundo levantamento realizado pela consultoria MTN Consulting, o mercado de infraestrutura de telecomunicações gerou US$ 231,4 bilhões em 2021 para as cem principais fornecedoras do setor. Entre as empresas que ganharam participação de mercado no período estão Cisco e Samsung.

No caso da primeira, mudanças no padrão de gastos das operadoras com redes 5G e restrições enfrentadas pela líder de mercado Huawei permitiram variação positiva de 0,7% no market share no ano passado para a empresa norte-americana. Já a fatia da Samsung cresceu 0,3% após grande contrato com a norte-americana Verizon e a consolidação dos sul-coreanos como alternativa aos principais vendors de redes de acesso (RAN).Maiores mudanças de market share de infraestrutura de telecom em 2021. Fonte: MTN Consulting

No caso da Huawei (que reportou nesta segunda-feira queda nas receitas em 2021), o market share do ano passado ficou em 18,9%, frente a mais de 20% em 2020 (queda de 1,5%). A mudança não alterou a posição da empresa como principal destino dos investimentos das teles globais.

A empresa, contudo, enfrentou em 2021 sérias limitações na cadeia de fornecedores, destaca a MTN. As dificuldades são reflexo da inclusão, ainda em 2019, na Lista de Entidades dos Estados Unidos, o que implica em restrição para negócios no país e em alguns aliados, incluindo acesso a componentes.

O entendimento é que a dinâmica afetou mais o mercado de RAN; já em 2022 e 2023, os problemas da chinesa com fornecedores podem se espalhar para verticais como infraestrutura IP, óptica e para banda larga fixa, avalia a consultoria.

"Vários fornecedores estão ansiosos para buscar novas oportunidades à medida que isso acontece, incluindo Adtran/ADVA, Ciena, Cisco, CommScope, DZS e Infinera", afirmou a MTN Consulting. A Huawei, por sua vez, passou a investir fortemente em áreas como serviços, software e nuvem, além da diversificação de seus próprios fornecedores.

Tanto a Nokia quanto a Ericsson também perderam participação no mercado geral em 2021, aponta o levantamento. Mesmo que a dupla tenha absorvido parte da demanda por RAN outrora nas mãos da Huawei, a mudança dos gastos de telecom para áreas onde a chinesa não compete teria limitado o movimento. Em paralelo, a dupla escandinava aumentou o foco no segmento não-telco, em vertical na qual a Nokia cresceu dois dígitos.
Cloud

Outro aspecto pontuado pelo levantamento foi o ganho de relevância em 2021 de empresas como Amazon, Microsoft e Dell (incluindo a VMWare). "O crescimento […] é devido às mudanças contínuas das telcos na arquitetura de rede e nos padrões de implantação de serviços", afirmou a MTN Consulting, em referência às ativações envolvendo nuvem e core 5G.
Cobertura

Por último, outros vendors também alcançaram variações positivas na fatia de mercado detida no ano passado. A Corning, por exemplo, foi considerada uma vencedora "inesperada" após forte atuação em projetos de fibra óptica, incluindo com suporte de governos em alguns mercados. Já a ZTE teria se beneficiado por ativações 4G e de banda larga em países emergentes, além de abocanhar alguns contratos 5G.

Fonte: Teletime News de 29 de março de 2022, por Henrique Julião.

TIM abre escritório para pequenas e médias empresas em São Paulo

A TIM anunciou nesta terça-feira, 29, a abertura de seu primeiro escritório voltado ao atendimento de pequenas e médias empresas (ou PMEs). Localizado no bairro de Campo Belo, na zona Sul da cidade de São Paulo, o espaço será administrado pela parceira Grupo Cell Corp.

O novo canal na capital paulista será focado em telefonia móvel, mas também vai disponibilizar produtos e serviços de telefonia fixa, web, WTTX e M2M. Como diferencial, condições de treinamento e alinhamento de equipes terceirizadas poderão ser oferecidas.

Segundo a TIM, até o final deste ano uma segunda unidade como foco em pessoas jurídicas deve ser inaugurada no estado – desta vez na cidade de Campinas, que já conta com um escritório comercial regional específico para o interior paulista.

Reformas

Hoje, a TIM conta com 236 lojas no estado mais populoso do País. Na última segunda-feira, 29, a empresa também anunciou que vai reformar todas as revendas em território paulista.

A primeira unidade contemplada será em Taboão da Serra, na região metropolitana da capital. Até o final do ano, serão mais de 30 lojas modernizadas, além da inauguração de quinze novos endereços já no novo formato.

As mudanças visam a adoção de um "conceito digitalizado" que reforce o potencial omnicanal da operadora. A inspiração de todas as revendedoras da TIM em São Paulo é a unidade administrada pela própria operadora, no Shopping Morumbi. Com todas as etapas digitalizadas, a loja será a próxima a ter a operação expandida para o ambiente da TIM no metaverso (o Cryptovoxels). No momento, o único ponto de venda presente na camada de realidade virtual é a loja própria do Shopping Barra, no Rio de Janeiro.

Fonte: Teletime News de 29 de março de 2022, por Henrique Julião.

terça-feira, 29 de março de 2022

Banda larga é serviço de telecom pior avaliado em 2021; celular pré-pago, o melhor

Com ajustes na metodologia (mas ainda sem o selo de qualidade implementado), a Anatel apresentou nesta segunda-feira, 28, os resultados da pesquisa de satisfação e qualidade percebida de 2021. Enquanto a telefonia móvel pré-paga foi o serviço de telecomunicações com melhor avaliação entre os clientes brasileiros, a banda larga fixa teve o pior desempenho.

Na média nacional, a pesquisa com quase 82 mil respondentes refletiu em Índice de Satisfação Geral (ISG) de 6,88 para a banda larga, em nota que poderia ir até dez. Na outra ponta, o pré-pago teve ISG nacional médio de 7,82, seguido da telefonia móvel pós-paga (7,39), da telefonia fixa (7,37) e da TV por assinatura (7,13).

Para o cálculo, foram consideradas variáveis de qualidade como funcionamento, informações ao consumidor, cobranças e recargas e atendimento (telefônico ou digital). No caso da banda larga fixa, nove empresas foram avaliadas a partir de recortes estaduais; as prestadoras de pequeno porte (PPPs) se destacaram positivamente.

A Unifique, por exemplo, teve satisfação geral de 7,94 em Santa Catarina, ou o único estado onde participou da pesquisa; a Brisanet, por sua vez, teve média de 7,66 em cinco estados, sendo que alcançou o melhor índice individual em Alagoas (8,28). São operadoras com redes de fibra, em geral mais novas.

Já a líder de mercado Claro somou ISG médio de 6,75 em 25 unidades federativas diferentes, sendo a empresa melhor colocada em onze delas. Ainda assim, Vivo (7) e Oi (6,82) obtiveram índices de satisfação geral médios melhores na banda larga fixa. Veja maiores detalhes abaixo.

Entre os cinco serviços avaliados, a banda larga fixa teve a pior nota no quesito funcionamento (7,20); para a agência, o movimento tem relação com a maior dependência do usuário ao serviço, na esteira da pandemia de covid-19.
Celular

Uma novidade dos resultados foi a telefonia móvel pré-paga como serviço melhor avaliado pelos clientes, apesar do pior resultado entre as verticais no quesito cobranças e recargas. Por outro lado, a qualidade da informação ao consumidor foi considerada um indicador positivo pela Anatel.

No segmento, a Claro foi o grande destaque, com ISG médio de 8,13 e liderança (sozinha ou empatada) em 24 das 27 UFs onde entrou na pesquisa. Já a Oi teve a menor nota média entre as cinco participantes: 7,49.

O ISG de 7,82 do pré-pago bateu a satisfação geral média de 7,39 na modalidade pós-paga – que liderava como serviço melhor avaliado na metodologia anterior. Pesou contra o fato de clientes do modelo serem os que pior avaliam a qualidade do atendimento telefônico oferecido pelas teles.

Mais uma vez, a Claro surgiu como empresa dona dos clientes mais satisfeitos, com média de 7,61 e liderança em 25 das 27 UFs onde atua. Neste caso, a nota da Oi ficou bem abaixo da média.
TV paga e telefonia fixa

Números para o mercado de TV por assinatura também foram fornecidos, com um ISG médio nacional de 7,13. O serviço tem a melhor qualidade de funcionamento entre as verticais de telecom, mas o pior índice de qualidade da informação ao consumidor. Enquanto a Unifique teve a melhor nota do País em seu estado, a Sky ficou no primeiro lugar (sozinha ou empatada) em 22 unidades federativas.

Já a telefonia fixa teve ISG nacional maior que a TV paga: 7,37. Entre as empresas que se destacaram estão Algar, Unifique e Claro; já a Oi tem tanto uma das operações de telefonia fixa melhor avaliadas do País no Amapá quanto uma das piores, na Bahia.

Fonte: Teletime News de 28 de março de 2022, por Henrique Julião.

Indicadores técnicos para selo de qualidade saem em junho, afirma Anatel

Com introdução prevista para 2023, o selo de qualidade para operadoras de telecom deve ter os novos indicadores técnicos publicados pela Anatel no próximo mês de junho, após revogação de parâmetros anteriores no início de março.

A sinalização foi dada pela agência reguladora nesta segunda-feira, 28, durante a apresentação da pesquisa anual de qualidade e satisfação percebida em serviços de telecom. Além dos novos indicadores técnicos de rede esperados para o meio do ano, a próxima edição da pesquisa (referente a 2022) e as reclamações medidas pela Anatel vão formar o tripé que resultará no selo.

Neste sentido, as operadoras serão futuramente agraciadas com classificações de A a E baseadas também na percepção de clientes ao longo deste ano. "Será mais um elemento de comparação que consumidor terá à sua disposição. A partir do ano que vem, [a pesquisa de qualidade e satisfação percebida] começa a impactar esse selo de qualidade", afirmou a superintendente de relações com consumidores da agência, Elisa Leonel.

Na edição de 2021 do levantamento, o celular pré-pago foi tido como serviço melhor avaliado pelos brasileiros, em oposição à banda larga fixa, que teve a pior colocação. Já o atendimento telefônico e a qualidade das informações sobre planos prestados ao consumidor foram considerados pontos de atenção.

Fonte: Teletime News de 28 de março de 2022, por Henrique Julião.

Atendimento telefônico é ponto fraco em serviços de telecom

Uma das conclusões da pesquisa de satisfação e qualidade percebida da Anatel em 2021 foi a persistente má avaliação do atendimento telefônico prestado pelas teles. Em todos os serviços observados (banda larga, telefonia pré-paga, pós-paga ou fixa e TV por assinatura), a atividade teve a pior nota.

"Existe ainda um elevado grau de insatisfação dos consumidores, especialmente no que tange a forma como as prestadoras se relacionam com seus usuários", afirmou o presidente substituto da Anatel, Wilson Wellisch, durante coletiva de apresentação dos resultados. "O atendimento telefônico continua sendo um dos aspectos com pior avaliação", completou o dirigente

Realizada no ano passado com quase 82 mil consumidores, a pesquisa anual da agência também avaliou requisitos como funcionamento, informações ao consumidor e cobranças e recargas. No caso do atendimento, além da interação telefônica, ainda foi considerada a prática por meio de canais digitais.

Entre usuários da telefonia móvel pós-paga, a diferença de percepção entre os dois formatos ficou clara: enquanto o atendimento digital teve nota 7,01 (em índice até dez), o telefônico ficou bem abaixo: 6,28. Entre os cinco serviços, essa foi a pior avaliação do canal tradicional de relacionamento.

Na banda larga fixa, a nota do atendimento digital também bateu o telefônico (6,65 a 6,38). Já na telefonia pré-paga, a diferença foi ainda mais relevante: 7,36 para canais digitais contra 6,66 dos convencionais. O gap foi menor na TV por assinatura e telefonia fixa, mas também com o contact center de voz sendo o quesito pior avaliado.

"Os consumidores ainda pensam que os canais de atendimento são pouco efetivos" reconheceu a superintendente de relações com consumidores da Anatel, Elisa Leonel. "A questão do atendimento e da transparência da informação nas ofertas dos pacotes são pontos de atenção que nos desafiam na agenda regulatória", completou ela.

0303

Introduzido pela Anatel neste mês de março para disciplinar a prática do telemarketing, o uso obrigatório do prefixo 0303 em ligações do gênero ainda não foi tema de balanço pela agência. Até o momento, contudo, a sinalização da superintendência de relações com consumidores é de que não houve mudança no padrão de reclamações sobre o tema recebidas pela agência.

Fonte: Teletime News de 28 de março de 2022, por Henrique Julião.

Operadoras arrecadam R$ 6,9 bilhões em fundos setoriais em 2021

As operadoras recolheram R$ 6,93 bilhões apenas com fundos setoriais no ano passado, de acordo com levantamento da Conexis Brasil Digital divulgado nesta segunda-feira, 28. Considerando somente o Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust), foram recolhidos R$ 1,580 bilhão, ou 23% do total.

O valor total dos fundos somados foi significativamente maior – quase o dobro – do que em 2020, quando o setor recolheu R$ 3,57 bilhões. Segundo a entidade patronal que representa as teles, essa diferença é explicada por conta do impacto do Leilão de 5G com a arrecadação do Fundo de Fiscalização de Telecomunicações (Fistel), que representou no total mais da metade (53%), ou R$ 3,7 bilhões.

Também representou uma grande parte o Condecine, que totalizou R$ 974 milhões, ou 14%. O Fundo para o Desenvolvimento Tecnológico das Telecomunicações (Funttel) e a Contribuição para o Fomento da Radiodifusão Pública (CFRP) representaram cada um 5%, com R$ 367 milhões e R$ 320 milhões, respectivamente.

Em comunicado, a Conexis lembrou que a arrecadação de fundos setoriais totalizou R$ 226,9 bilhões de 2001 até o ano passado. Porém, ressaltou que apenas 8,3% dessa soma foi aplicada no próprio setor.

Assim, o presidente executivo da Conexis, Marcos Ferrari, declarou que espera "começar a alterar esse cenário ainda em 2022, com a aplicação de recursos do Fust para expansão e democratização da banda larga". Isso porque, conforme lembrou a entidade, na semana passada, o governo publicou o decreto que regulamentou a nova lei do Fust, que poderá tornar possível esse objetivo.

Fonte: Teletime News de 28 de março de 2022, por Bruno do Amaral.

V.tal fecha contratos com sete PPPs com atuação no Nordeste

A operadora de rede neutra V.tal anunciou novas parcerias com provedores de Internet celebradas "últimos meses" cobrindo toda a região Nordeste. A companhia assinou contratos com sete prestadoras de pequeno porte (PPPs) de fibra até a residência (FTTH), compreendendo uma área de 3 milhões de residências em 41 municípios nos estados de Alagoas, Bahia, Maranhão, Ceará, Paraíba, Rio Grande do Norte, Sergipe, Pernambuco e Piauí.

De acordo com a empresa em comunicado enviado nesta segunda-feira, 28, uma das PPPs com quem assinou contrato foi a BK Telecomunicações, que atua em Alagoas e Pernambuco. O contrato permitiu ao provedor antecipar "em pelo menos três anos" o objetivo de chegar a toda a região Nordeste, o que a empresa espera ser possível ainda até o final de 2022.

A V.tal continua sob controle da Oi enquanto a Anatel não autoriza a transferência para os fundos do BTG Pactual, embora a aprovação do Cade já tenha sido recebida. Mesmo assim, a empresa já procura atuar de forma independente, com gestão e times funcionando separadamente da Oi, comandando toda a operação de atacado.

Além desses últimos sete contratos, a V.tal soma mais de 400 parcerias com PPPs e operadoras no País. A infraestrutura de rede de fibra da empresa se estende por cerca de 400 mil km, chegando a 2,3 mil cidades e um total que ultrapassa 15 milhões de casas passadas (HPs), marca atingida ainda em fevereiro.

Fonte: Teletime News de 28 de março de 2022, por Bruno do Amaral.

NLT entra no mercado de redes privadas móveis

[Publicado originalmente no Mobile Time] As operadoras móveis virtuais (MVNOs) também podem montar redes privadas móveis. Este é um novo mercado que começa a ser explorado pela NLT, uma MVNO especializada em projetos de Internet das Coisas (IoT). A NLT já está com seis projetos de redes privadas móveis no pipeline.

O primeiro projeto combinará uma rede privada 4G na faixa de 2,3 GHz em caráter secundário para automação de máquinas e uma rede LoRaWAN para transmissão de dados de diversos sensores. Um dos requisitos do cliente é que seja uma rede pronta para o 5G no futuro, relata o CEO da NLT, André Martins, em conversa com Mobile Time.

A construção de redes híbridas, que mesclam 4G/5G com LoRaWAN, é uma das tendências apontadas pelo executivo."Assim o cliente pode ter um veículo conectado a uma rede LTE e vários sensores em LoRaWAN, o que sai mais barato. Nosso mote são redes híbridas para IoT", diz. Um dos fornecedores para redes móveis da NLT é a Trópico, informa Martins.

O CEO da NLT relata que um dos clientes chegou a experimentar uma rede privada com espectro licenciado de uma operadora tradicional, colocando uma estação rádio-base dentro das suas instalações. Mas a qualidade do serviço teria piorado porque a ERB atendia a outros estabelecimentos próximos, aonde chegava o sinal. Com isso, optou por migrar para uma solução em outra faixa de frequência com a NLT.

A implementação de redes privadas móveis é uma das tendências atuais no mercado brasileiro de telefonia celular, conforme detalhado em matéria especial do Mobile Time publicada na semana passada.

Martins participará de um painel sobre redes privadas móveis no Fórum de Operadoras Inovadoras, evento organizado por Mobile Time e TELETIME nos dias 5 e 6 de abril, no WTC, em São Paulo. A agenda atualizada e mais informações estão disponíveis em www.operadorasinovadoras.com.br.

Fonte: Teletime News de 28 de março de 2022, por Fernando Paiva.

domingo, 27 de março de 2022

Oi: prévia mostra caixa em retração e recuo na receita em 2021

Com o comunicado do adiamento da divulgação dos resultados financeiros do quarto trimestre e consolidado de 2021, a Oi procurou informar ao mercado já nesta sexta, 25, uma prévia dos números ainda não auditados e sujeitos a alterações. Porém, já permitem observar o desempenho da operadora ainda sem ter a venda dos ativos da Oi Móvel liberada.

Pela prévia, a Oi obteve um resultado positivo apenas no lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA) de rotina, e somente no quarto trimestre. Nos demais indicadores houve queda, sobretudo no caixa, que foi reduzido em 27,80% no comparativo anual e encerrou dezembro com R$ 3,288 bilhões.

A receita líquida no trimestre foi de R$ 4,525 bilhões, um recuo de 4,13%. No consolidado de janeiro a dezembro de 2021, a queda foi de 4,53%, total de R$ 17,717 bilhões.

Por sua vez, o EBITDA de rotina nos últimos três meses de 2021 totalizou R$ 1,484 bilhão, um aumento de 1,64% comparado a igual período do ano anterior. No entanto, considerando o acumulado de 2021, ainda houve uma redução de 8,83%, totalizando R$ 5,326 bilhões.

Segundo a empresa destacou no comunicado, a intenção é "garantir a estabilidade das expectativas do mercado", mas reiterando que as "informações são preliminares e que ainda estão sujeitas à conclusão das análises pelos auditores independentes".

Fonte: Teletime News de 25 de março de 2022, por Bruno do Amaral.

Oi adia divulgação dos resultados de 2021; saiba os motivos

A Oi vai adiar a divulgação do balanço financeiro referente ao quarto trimestre (e consolidado) de 2021, que seria apresentado na próxima semana, para abril. A operadora divulgou fato relevante na noite desta sexta-feira, 25, afirmando que o motivo é continuar trabalhando separação dos ativos, incluindo as demonstrações da própria unidade produtiva isolada (UPI) da Oi Móvel, bem como as três sociedades de propósito específico (SPEs) que a compõem – Cozani, Garliava e Jonava RJ, que serão incorporadas por, respectivamente, TIM, Vivo e Claro.

Também pesou na decisão a necessidade de obter pareceres dos auditores independentes para as demonstrações das três SPEs. A operadora afirma ainda que os impactos da venda do controle da InfraCo (V.tal, que ainda está aguardando aprovação da Anatel) nos trabalhos também adicionaram complexidade que levaram a empresa a decidir pelo adiamento.

Desta forma, o balanço financeiro de 2021, que seria divulgado no próximo dia 29 de março (com teleconferência de resultados no dia seguinte), foi adiado para o dia 27 de abril, "visando garantir a conclusão tempestiva" das operações e "a divulgação de informações precisas, consistentes e completas aos acionistas e ao mercado".

No fato relevante, a Oi não informou em nenhum momento algum possível impacto no fim da recuperação judicial, que ainda continua prevista para o fim deste mês – ou seja, próxima quinta-feira, 31. A empresa deverá convocar a assembleia geral ordinária (AGO) no dia 30, para realizar a reunião dia 29 de abril. Há a expectativa no mercado de um adiamento do final da RJ para junho, por conta do timing das conclusões dos negócios pendentes (finalização da venda da Oi Móvel e aprovação da venda do controle da V.tal). Mesmo assim, a Oi divulgou uma prévia do balanço financeiro de 2021. Confira aqui.

Fonte: Teletime News de 25 de março de 2022, por Bruno do Amaral.

Mercado não valoriza Brisanet corretamente, afirma CEO

Após reportar resultados de 2021 com alta nas receitas, mas queda no lucro e na rentabilidade, a Brisanet defendeu que a avaliação da operadora pelo mercado desde o IPO não está refletindo o real valor da companhia.

Durante teleconferência sobre o balanço financeiro nesta sexta-feira, 25, o CEO da Brisanet, José Roberto Nogueira, afirmou que o desencontro passa por uma avaliação negativa dos planos da empresa no mercado móvel após participação no leilão do 5G.

"Estamos preocupados sim com o valor das ações, [que caíram] de R$ 14 para R$ 3,5. Entendemos que os R$ 1,7 bilhão que estamos valorizados não condizem com o que construímos", afirmou o CEO. "Nós acertamos, mas fomos punidos pelo mercado por ter adquirido o 5G. Durante o processo de IPO, deixamos bem claro que iríamos comprar. O mercado avalia que montar o 5G é desafiador, mas […] não temos dúvida de que seremos bem-sucedidos".

Segundo Nogueira, a construção de redes de fibra óptica FTTH no interior do Nordeste, iniciada em 2011, também era considerada impossível de dar retorno. "Hoje, só de infraestrutura a Brisanet vale R$ 5 bilhões", argumentou o CEO, colocando na conta as cerca de 6 milhões de casas cobertas com fibra óptica (HPs) do grupo (considerando a Agility) e backbone de 20 mil km.

A operadora também reporta 1,1 milhão de clientes de banda larga, 200 mini data centers no formato edge e os 130 MHz de espectro adquiridos no leilão de 5G (em 3,5 GHz no Nordeste e Centro-Oeste e 2,3 GHz no Nordeste). "Não vai ter mais leilão desse porte de espectro nobre", apontou o CEO, ao defender a estratégia da operadora.

Em 2021, a primeira parcela da aquisição exigiu R$ 8,4 milhões; em dinheiro, a Brisanet pagará R$ 168 milhões em 20 anos, fora os compromissos de investimento. "São R$ 168 milhões em 20 anos, com o valor mais expressivo de R$ 1 bilhão voltado para compromissos entre 2026 e 2030. Muita coisa é backhaul que já temos", afirmou Nogueira, durante a teleconferência.
Projetos

A expectativa da Brisanet é anunciar pilotos 5G nos próximos meses e iniciar a oferta comercial em 2023, absorvendo market share com o passar dos anos.

"Existem 55 milhões de celulares na região. Até 2027/28, isso deve ultrapassar os 60 milhões. Nós queremos foco em share nas cidades pequenas; sendo conservador vamos estar entre 18% e 23% do share do Nordeste, com margem Ebitda entre 35% e 40% em 2027", projetou Nogueira.

A Brisanet ainda aposta em mudanças no perfil de consumo do usuário, motivadas pelo serviço mais robusto entregue com o 5G. Para a operadora, o tíquete médio do segmento vai crescer como reflexo da melhoria, eliminando pacotes pré-pagos ou controle entre R$ 15 e R$ 30 praticados atualmente.
Contexto

Desde a estreia na B3, a Brisanet perdeu 74% do valor de mercado, superando baixas de outros provedores regionais também listados em julho passado (nesta sexta-feira, Unifique e Desktop tinham desvalorizações na casa dos 30% desde a entrada na bolsa).

Além da aversão ao risco que afetou papéis com baixa liquidez a partir do segundo semestre, a empresa cearense também teve recuo nas margens. Em 2021, o indicador em termos ajustados ficou em 37%, ante 44% em 2020. Se considerado apenas o quarto trimestre, a margem Ebitda da companhia ficou em 33,5%. Segundo a operadora, a expansão acelerada de infraestrutura é a principal causa de pressão sobre os números.

Fonte: Teletime News de 25 março de 2022, por Henrique Julião.

Brisanet investe em 200 mini data centers para suportar 5G e 400 ERBs 4G

Entrante no mercado de 5G, a operadora cearense Brisanet reportou nesta sexta-feira, 25, que cerca de 200 mini data centers estão sendo construídos pela empresa como forma de suportar as redes de quinta geração.

A infraestrutura distribuída no modelo de edge computing é considerada fundamental para a arquitetura do 5G, com efeito direto sobre a latência ao levar o poder computacional para as "bordas" da rede ."Temos mais de 200 mini data centers e estamos construindo entre 12 e 13 por mês nos últimos meses", afirmou o CEO da Brisanet, José Roberto Nogueira, nesta sexta-feira, 25

"O conteúdo tem que estar próximo dos clientes. A baixa latência só ocorre quando o conteúdo a ser acessado está próximo do usuário", resumiu o executivo. Segundo Nogueira, a capacidade atual da infraestrutura da Brisanet superaria até mesmo a disponível em capitais de estados nordestinos. Bem menores que um data center convencional, os edge data centers podem ser instalados em centrais, estações radiobase (ERBs) e outros imóveis das operadoras.

Investimentos

Em balanço, constam R$ 20 milhões investidos em novos terrenos para data centers em 2021. Como um todo, a Brisanet investiu R$ 787 milhões no ano passado, incluindo a construção de 400 ERBs no padrão LTE (4G). A operação comercial de rádios 5G está prevista para 2023, com pilotos podendo ocorrer neste ano.

Carro-chefe da empresa cearense, a banda larga fixa motivou a construção de 1,9 milhão de HPs de fibra óptica (onde o serviço está disponível para contratação) no ano e a ativação de 280 mil clientes de banda larga de maneira orgânica. Em 2022, o foco são 2,5 milhões de HPs novas.

No quarto trimestre, a empresa já estava com ritmo de construção de quase 250 mil ao mês. Ao longo do segundo semestre, 1,3 milhão de casas cobertas com fibra foram entregues, em área onde a expectativa é capturar 400 mil assinantes, segundo Nogueira. Cerca de 50 mil já teriam se tornado clientes da empresa, que tem expectativa de maior take up ao longo do ano.

Do ponto de vista de preços, uma alta anual de quase 6% no tíquete médio mensal da banda larga foi registrada, com assinantes pagando em média R$ 92,43 em 2021. A Brisanet vê a cifra bem acima do valor cobrado por concorrentes regionais – que tendem a ser mais afetadas pelo cenário de pressão inflacionária, segundo avaliação do comando da companhia.

Fonte: Teletime News de 25 de março de 2022, por Henrique Julião.

Prefixo 0303 para telemarketing ameaça empregos no setor, diz Feninfra

As novas regras da Anatel para chamadas de telemarketing ativo, que obrigam identificação com o prefixo 0303, trazem riscos para as empresas do setor e pode afetar negativamente os próprios clientes. A avaliação é da presidente da Federação Nacional de Call Center, Instalação e Manutenção de Infraestrutura de Redes de Telecomunicações e de Informática (Feninfra), Vivien Mello Suruagy.


"A Anatel tem um objetivo correto, já que pretende disciplinar o serviço, mas pode gerar uma séria crise nas empresas do setor, caso o trabalho dos atendentes de telemarketing se torne inviável com a recusa dos clientes em atender as chamadas. Em contrapartida, há o risco de chamadas importantes serem rejeitadas previamente, sem levar em conta a importância do teor, gerando um prejuízo imenso aos próprios usuários", explica Vivien Suruagy.


A presidente da Feninfra alega que há casos em que a ligação da empresa pode ser de interesse do cliente – por exemplo, uma proposta de renegociação financeira – e a oportunidade ser desperdiçada por causa de uma ligação recusada; "O que não pode acontecer é uma ação indiscriminada, em que o grande prejudicado será o consumidor", alerta ela.


Efeitos financeiros


Há grande preocupação com os efeitos financeiros e concorrenciais que tal medida causa em outros setores, que não são diretamente regulados pela agência. "Uma pequena empresa que coloca seus funcionários para venderem seus produtos somente na sexta, será obrigada a usar o 0303 todos os dias, prejudicando seus negócios? E se não o fizer, o proprietário será preso?", questiona.


Suruagy lembra que as empresas de telemarketing são grandes empregadoras de mão-de-obra e uma crise no setor poderia causar a demissão de muitos funcionários. "O Brasil precisa gerar empregos, sobretudo em setores que usam mão-de-obra intensiva. É preciso encontrar soluções que não piorem a questão do desemprego no País", destaca a presidente da Feninfra.
A regra


A nova regra começou a valer no dia 10 de março, com a identificação do número 0303 para as ligações de telemarketing com as chamadas ativas de telemarketing para celular. Para as ligações feitas a partir de linhas fixas, a nova determinação começa a valer apenas a partir de junho.


A representante da entidade lembra ainda que existem propostas que visam estabelecer regras semelhantes para outras modalidades de relacionamento das empresas com seus clientes, com a adoção de novos prefixos. "As consequências poderiam ser dramáticas", adianta Vivien Suruagy.


Fonte: Teletime News de 25 de março de 2022, por Marcos Urupá.

Copel Telecom passa a se chamar Ligga

Após o período de dez dias de votações, o público paranaense escolheu o novo nome para a Copel Telecom. A operadora, agora controlada pelo Fundo Bordeaux, agora passará a se chamar "Ligga". O anúncio foi feito nesta sexta-feira, 25, durante evento em Curitiba pelo principal investidor do fundo, o empresário Nelson Tanure, e pelo diretor-presidente da operadora, Wendell Oliveira.

Segundo a empresa, 85% dos votos foram a favor da marca Ligga. A outra opção dada pela companhia era o nome "Flui". A mudança era necessária porque estava na cláusula da compra da Copel Telecom pelo Fundo Bordeaux por R$ 2,5 bilhões, uma vez que a operação de telecomunicações não tem mais vínculo com a antiga controladora, a distribuidora elétrica paranaense Copel.

De acordo com a assessoria de imprensa da operadora, há uma previsão de investir "R$ 2 bilhões nos próximos anos", sem contudo especificar o período. Desse total, R$ 600 milhões serão destinados à ampliação da infraestrutura no Paraná.

"Agora, como parte do cumprimento do acordo, passaremos a chamar a Copel Telecom por um novo nome, mantendo, no entanto, todos os planos de torná-la uma das maiores fornecedoras de tecnologia do do país", disse. Ele declarou ainda que a participação no Leilão do 5G (em conjunto com a Unifique) foi um passo em direção dessa ambição de conquistar fatia maior do mercado, mencionando desenvolvimento de soluções para áreas como agronegócio, medicina, educação e preservação ambiental.

Assim, toda a operação associada à Copel Telecom passa a ser chamada de Ligga, o que acaba por também rebatizar o estádio do Athletico Paranaense, que agora se chama Ligga Arena. Contudo, a operação da Sercomtel – que inclui serviços móveis e fixos, inclusive de concessão de telefonia fixa, na região de Londrina (PR) – continua com o mesmo nome, apesar de utilizar infraestrutura da Ligga.

Uma nova campanha publicitária com o casal de atores Fernanda Lima e Rodrigo Hilbert começará a ser veiculada nesta sexta-feira para anunciar a nova marca. A campanha inclui filmes para TV, Mídia Out of Home e Digital.

Fonte: Teletime News de 25 de março de 2022, por Bruno do Amaral.