quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

Oi e TIM celebram memorando de entendimento para encerrar disputas

A Oi e a TIM publicaram na noite desta terça-feira, 27, comunicado ao mercado celebrando a assinatura de memorando de entendimento (MOU), o que busca encerrar disputas litigiosas entre as duas empresas. As disputas vinham desde o final de 2016 e envolviam uma batalha comercial de dezenas de milhões de reais relativas à contratação de EILDs, linhas dedicadas contratadas pela TIM junto à Oi destinadas sobretudo à conexão de ERBs. Em comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), as companhias dizem que o acordo "inaugura uma importante etapa de tratativas que busca equacionar suas respectivas controvérsias e abre um novo ciclo de planejamento de compartilhamento de infraestrutura, na mesma linha de parcerias que já são praticadas atualmente no mercado de telecomunicações brasileiro".

O MOU foi estabelecido pelos diretores presidentes da Oi, Eurico Teles, e da TIM, Stefano De Angelis, durante a Mobile World Congress 2018 (MWC), que acontece em Barcelona nesta semana. O comunicado diz ainda que a iniciativa "fortalece um ambiente propositivo e de colaboração industrial dentro de um contexto de concorrência saudável para o setor de telecomunicações". As duas operadoras têm também acordo de compartilhamento de espectro (RAN Sharing) em 2,5 GHz para 4G, que nunca esteve ameaçado pela disputa judicial.

Em junho do ano passado, a Anatel chegou a determinar que a Oi pagasse um valor de mais de R$ 200 milhões, retroativo a fevereiro de 2016 e referente a valores de referência dos contratos de aluguel de linhas dedicadas (EILD). A TIM ainda havia entrado com duas ações na Justiça e uma no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) alegando prática de abuso de posição dominante da concessionária nesse mercado. Na Justiça, a TIM estimava receber R$ 55 milhões na forma de descontos por atrasos na entrega de serviços. Já a Oi estimava que entre outubro e dezembro de 2016, a TIM havia deixado de pagar R$ 73 milhões.

Fonte: Teletime News de 27 de fevereiro de 2018, por Bruno do Amaral.

Rakuten vê conectividade como uma "importante commodity" e pretende ter sua própria rede móvel

Para Hiroshi Mikitani, CEO da Rakuten, uma das principais plataformas de comércio eletrônico do mundo, as redes de telecomunicações tendem a se tornar uma "importante commodity" e esta é uma das razões pelas quais a sua empresa pensa em ter uma rede própria de telecom. A Rakuten solicitou faixas de frequências para uma rede móvel ao ministério das Comunicações japonês na semana passada, um passo que se segue ao lançamento de uma operadora virtual, que já tem 1,5 milhão de clientes no Japão. O executivo foi um dos palestrantes no segundo dia do Mobile World Congress, que acontece esta semana em Barcelona. Segundo Mikitani, o fato de que mais de 76% das transações da Rakuten se darem por meio de redes móveis é um indicador de que a empresa precisa oferecer uma rede própria a seus clientes.

A Rakuten é uma plataforma de comércio eletrônico que atua sobretudo no Japão e na Europa e realiza mais de US$ 120 bilhões anuais em transações. A empresa tem adotado uma atitude agressiva de expansão e vê a convergência entre os mercados de telecom, conteúdos e comércio como uma tendência inevitável. A Rakuten planeja ainda transformar o seu programa de pontos em uma crioptomoeda em breve, que poderá ser utilizada em todas as plataformas da empresa. A Viber, também controlada pela Rakuten, deve ainda ser transformada em uma plataforma de chat em grupo, tirando proveito dos mais de 1 bilhão de usuários atualmente ativos, segundo a empresa.

Fonte: Teletime News de 27 de fevereiro de 2018, por Samuel Possebon.

Total de acessos IoT já se iguala ao de acessos móveis

Já existem praticamente tantas conexões de Internet das Coisas nesse momento quanto conexões móveis tradicionais. Segundo dados da GSMA Intelligence, divulgados esta semana durante o Mobile World Congress 2018, em Barcelona, são 7,5 bilhões de conexões IoT, contra 7,8 bilhões de dispositivos móveis. Do total de conexões IoT, 4,6 bilhões são em aplicações de consumo (wearables, smart homes, star TVs, veículos conectados, consoles de videogame e set-top boxes). Este número deve subir a 11,4 bilhões de acessos IoT em dispositivos de consumo. Mas o verdadeiro crescimento deve se dar no segmento industrial. Hoje há, na estimativa da GSMA Intelligence, 2,9 bilhões de conexões IoT industriais (utilities, fábricas, varejo, smart cities, edifícios inteligentes, gestão de frotas etc). Esse número tende a saltar a para 13,7 bilhões de dispositivos. Ao todo, em 2025 serão mais de 25 bilhões de dispositivos IoT, dos quais 10,9 bilhões na Ásia, 5,8 bilhões na América do Norte, 5,6 bilhões na Europa, 1,4 bilhões na África e Oriente Médio e 1,3 bilhão na América Latina.

Fonte: Teletime News de 27 de fevereiro de 2018, por Samuel Possebon.

Oi lança atendimento por chatbot

A Oi adicionou um chatbot ao seu portal de autoatendimento, o Minha Oi (Android, iOS). A partir de agora, seus clientes podem conversar por texto com esse robô e fazer solicitações relativas ao pagamento de fatura, como envio do código de barras ou verificação do vencimento e do valor da conta. Também é possível programar para que o chatbot envie lembrete três dias antes do vencimento de cada fatura. Outras funcionalidades estão em desenvolvimento para lançamento nos próximos meses, informa o responsável pela área digital da Oi, Ariel Dascal.

"Temos um programa de transformação digital da Oi, cujo objetivo é elevar a empresa a um novo patamar de relacionamento com os clientes, agora com uma visão multicanal. Trabalhamos com três pilares: e-commerce, e-care e e-billing", disse o executivo, que concedeu entrevista coletiva a jornalistas brasileiros em Barcelona nesta terça-feira, 27, durante o Mobile World Congress.

O chatbot da Oi por enquanto não tem um nome ou personalidade, ao contrário de outras experiências feitas no Brasil. "Queremos primeiro aprender como será a relação do consumidor com esse canal antes de pensarmos no tom de voz ou na personalização do robô", disse Dascal.

A Oi tem hoje cerca de 5 milhões de assinantes cadastrados para o uso do Minha Oi. Destes, 30% são usuários ativos mensais (MAUs, na sigla em inglês) do sistema de autoatendimento. O Minha Oi consegue atender plenamente a quase 80% das interações. Ou seja, somente em 20% dos casos o cliente recorre ao call center depois de ter tentado pelo Minha Oi.

"O setor de telecomunicações tem exigências regulatórias de atendimento que foram criadas no século 20, no tempo do analógico. E nosso cliente está mudando. Os consumidores millennials não querem falar com pessoas, querem resolver online", analisa Dascal.

O objetivo com o bot é abrir novos pontos de contato com o assinante da Oi. Depois do portal na web, ele será levado para Facebook Messenger, Twitter e RCS. E Dascal vê com bons olhos a utilização futura do WhatsApp, quando este for aberto para corporações. No caso do Facebook Messenger, a previsão de chegada é em abril.

Treinamento

O chatbot da Oi foi construído com o Watson, solução de inteligência artificial da IBM. Dentro da operadora, duas esquadras (squads) trabalham focadas no desenvolvimento do produto seguindo a metodologia agile. Uma se dedica às funcionalidades de atendimento e outra ao suporte técnico.

Fonte: Teletime News de 27 de fevereiro de 2018, por Fernando Paiva.

Anatel prorroga consulta do Regulamento de Homologação de Produtos para Telecom

O conselho diretor da Anatel aprovou, meio de circuito deliberativo, prorrogação até o dia 1º de abril da consulta pública do Regulamento de Avaliação da Conformidade e Homologação de Produtos para Telecomunicações, que deverá substituir o regulamento e a norma atualmente em vigor. O pedido de prorrogação foi feito pela Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), que argumentou ser necessário mais tempo para se aprofundar na discussão do tema entre os associados e apresentar contribuições à proposta.

Os argumentos foram acolhidos pelo conselheiro relator do processo, Leonardo Morais, que levou o pedido à apreciação dos demais conselheiros. Eles aprovaram o estabelecimento do novo prazo por unanimidade. Em sua argumentação, o conselheiro justifica que "a revisão normativa é complexa bem como o manifesto interesse da peticionante em aprofundar-se na discussão do tema e apresentar contribuições à proposta".

A consulta pública nº 33, que deveria se encerrar no último domingo, dia 25, recebeu até agora 466 contribuições.

Fonte: Teletime News de 27 de fevereiro de 2018, pela Redação. 

Telebras e Viasat, dos EUA, formam parceria para explorar o SGDC

A Telebras e a empresa norte-americana Viasat anunciaram nesta segunda, dia 26, uma parceria estratégica para explorar o uso do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicação (SGDC), operado pela estatal brasileira. A parceria prevê que a Viasat terá acesso à capacidade comercial do satélite para oferecer serviços de banda larga no Brasil para empresas, mercado de aviação comercial e serviços residenciais baseados em Wi-Fi em regiões com carência de infraestrutura.

A Viasat é uma empresa que opera banda larga via satélite nos EUA e fatura cerca de US$ 1,2 bilhão anuais. A empresa tem a atuação dividida entre os segmentos residencial, onde conta com cerca de 590 mil clientes; comercial, onde o principal foco tem sido na oferta de comunicação embarcada para aeronaves (IFC); e principalmente para o segmento governamental. Hoje, as vendas para governo representam cerca de 48% das receitas da Viasat, o segmento residencial responde por 38% e o segmento comercial traz 14% das receitas. A Viasat tem planos de entrar em todas as verticais em que atua nos EUA também no Brasil, e ainda trará ao país um modelo de conexão para áreas remotas e carentes por meio de redes WiFi com backhaul via satélite.

A parceria com a Viasat era o caminho bastante provável depois que o SGDC não conseguiu interessados no leilão de venda de capacidade, realizado no ano passado, e que ficou vazio. A empresa de Carlsbad, Califórnia, era uma das principais interessadas, mas no fim os termos do edital acabaram não agradando a empresa. A Telebras então partiu para o plano B e decidiu selecionar o parceiro por meio da lei das estatais, a Lei 13.303/2016, que não exige a realização de leilão. O acordo entre as duas empresas se dará em bases muito mais flexíveis do que as previstas no edital.

Segundo informações apuradas por este noticiário, a parceria com a Viasat permite a ocupação de 100% da capacidade não-militar do SGDC, de um total de quase 60 Gbps, mas o total que ficará reservado para a Telebras e o que a Viasat poderá dispor livremente não estão divulgados. Especula-se que seja uma partilha da ordem de 60/40 em favor da Viasat. Os termos comerciais da parceria também não são conhecidos ainda, mas o modelo é de compartilhamento de receita, e espera-se que em 10 anos sejam gerados mais de US$ 1 bilhão em receitas no Brasil.

Segundo a empresa norte-americana, a colaboração irá "ajudar a complementar" o Programa Nacional de Banda Larga (PNBL), combinando a capacidade em banda Ka com a infraestrutura e rede da Viasat, que ainda usará a experiência em "levar serviços de banda larga escalável e acessível para comunidades onde o serviço de Internet tem sido historicamente indisponível". Com a parceria, a Viasat apoiará a Telebras em projetos governamentais, como o Banda Larga para Todos, Gesac ou o Banda Larga nas Escolas, projetos para os quais a Telebras foi ou está sendo contratada. Sabe-se que este tipo de projeto de conexão a áreas rurais e de baixa renda tem sido um dos focos da Viasat no México, onde a empresa atua por ter cobertura satelital residual dos EUA.

Os equipamentos e a tecnologia da Viasat deverão dar suporte às operações da Telebras que utilizem o SGDC, assim como a rede da Telebras deve dar o suporte terrestre para as operações da Viasat. A expectativa é que os primeiros equipamentos da Viasat comecem a chegar no Brasil já em fevereiro, com início do serviço em abril.

"Nosso acordo com a Viasat nos permite estabelecer a infraestrutura necessária para levar comunicações de dados de amplo alcance, confiável e de alta velocidade – mesmo nas regiões mais remotas e menos populosas do país", disse em comunicado o presidente da Telebras, Maximiliano Martinhão. Ele afirma que espera que a parceria permita à empresa brasileira entregar as políticas públicas de universalização da Internet, enquanto constrói um "futuro competitivo globalmente" por meio da criação de empregos e capacitação, reduzindo as disparidades sociais com o acesso à banda larga. "Para resumir, este acordo significa confiança na recuperação da economia do Brasil e habilidade da Telebras de atingir seus objetivos." O CEO da Viasat, Mark Dankberg, disse estar comprometido em "ajudar o Brasil a perceber as oportunidades e benefícios que podem ser conseguidos com a conectividade no país".

A Viasat enfrenta, nos últimos meses, uma restrição para o crescimento de base nos EUA por conta da saturação de capacidade de seu satélite. Esta é uma das razões pelas quais sua base de clientes residenciais tem tido um leve declínio, já que a operadora se foca nos usuários mais rentáveis enquanto não tem capacidade. Espera-se que este problema seja aliviado com o Viasat 2, um satélite de altíssima capacidade (300 Gbps) lançado em junho do ano passado e que deve entrar em operação nos próximos dias. A empresa tem ainda uma série de satélites da série Viasat 3 programados e que devem estender a cobertura para outros países, inclusive Oriente Médio e Europa, e que devem ir ao espaço entre 2019 e 2020. O Brasil estava no mapa da Viasat, mas a parceria com a Telebras vai acelerar a entrada da empresa no Brasil.

Fonte: Teletime News de 26 de fevereiro de 2018, por Bruno do Amaral.

MCTIC corre para viabilizar operação do SGDC após parceria com Viasat

O ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Gilberto Kassab, comentou brevemente sobre o contrato de exploração do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicação (SGDC) da Telebras com a Viasat. Ele destacou a urgência para colocar em uso o artefato lançado em maio do ano passado e cujo leilão no final de outubro terminou sem interessados. Kassab defendeu que a parceria permitirá levar o programa Internet para Todos adiante. "Não podemos perder um dia de operação do satélite. Ele tem 18 anos de vida útil, e a cada dia que a gente perde dessa capacidade, é qualidade de vida que a gente deixa de oferecer ao governo brasileiro e receita que deixa de entrar nos cofres do governo federal para que ele possa repor o que investiu e guardar o recurso para investir em mais satélites", disse nesta segunda-feira, 26, em conversa com jornalistas na Prefeitura de São Paulo.

Em uma conta grosseira, a cada dia que o SGDC está sem uso, são cerca de R$ 300 mil reais desperdiçados no espaço, considerando a proporção do custo do satélite para a sua utilização civil ao longo da vida útil do artefato. Por isso a urgência do governo federal em conseguir viabilizar o uso do satélite. "Já no mês de maio começaremos a implantar as primeiras antenas. E a capacidade de implantação de antenas em todo o País é estimada – apenas no início, porque depois vai aumentar – em 200 antenas por dia", disse Kassab.

Os primeiros equipamentos da Viasat deverão começar ao Brasil já em fevereiro. O início do serviço está programado para abril.

Fonte: Teletime News de 26 de fevereiro de 2018, por Bruno do Amaral.

Edge computing é a chance de as teles darem a volta por cima

Guarde este termo: edge computing. Ao contrário de 5G, bots e inteligência artificial, ele ainda aparece pouco no Mobile World Congress (MWC), mas alguns especialistas acreditam que ele pode representar uma reviravolta na indústria de tecnologia nos próximos anos, permitindo que as operadoras retomem o protagonismo outrora perdido para Amazon, Google e outras empresas de Internet. É o que preveem alguns especialistas no assunto, presentes em um painel sobre o tema nesta segunda-feira, 26, no MWC, em Barcelona.

Mas o que é edge computing? O conceito poderia ser traduzido como "computação na ponta" ou "computação na superfície", em oposição à computação na nuvem. Trata-se de realizar o processamento dos dados o mais perto possível do usuário final, seja em seu próprio aparelho ou nas antenas de infraestrutura móvel – podendo ser o roteador Wi-Fi ou uma estação rádio-base de telefonia celular. Ou seja, é o contrário da computação na nuvem, em que os dados precisam ser transportados até um servidor, onde são processados, e de lá retorna uma resposta para o aparelho na ponta.

Mahadev Satyanarayanan, professor de computação da Universidade de Carnegie Mellon e um dos maiores especialistas no assunto, cita as seguintes vantagens da computação na ponta: redução da latência, o que é fundamental para aplicações de carros autônomos e drones; a garantia de privacidade de dados pessoais, que deixam de ir para a nuvem e passam a ser tratados localmente; e a disponibilidade, pois redes locais e aplicações locais seguiriam funcionando mesmo se perderem a conexão com o core.

"Na prática, edge computing permite inteligência artificial por toda a parte", diz o professor. Realidade aumentada com óculos inteligentes, de controle de tráfego urbano e de controle de espaço aéreo para drones são alguns exemplos de aplicações que poderiam ser beneficiados com computação na ponta, além de várias outras relacionadas à Internet das Coisas (IoT).

Hoje, a computação na ponta sofre com o problema do ovo ou da galinha. O que virá primeiro: as aplicações ou as redes? Satyanarayanan defende que as teles tomem a dianteira, construindo redes capazes de realizar computação na ponta, sem esperar pela demanda.

"O campo está aberto. Há oportunidade para novos players aparecerem, sejam as telcos ou companhias que não existem hoje. Acho que Google e Amazon, empresas que deram muito certo com nuvem, não vão abraçar a computação na nuvem. A Microsoft talvez seja exceção, porque nasceu na era da computação pessoal, quando era tudo descentralizado. Isto está em seu DNA, de certa maneira", avalia o professor.

Um caso prático de computação na ponta apresentado no painel é o da francesa Snips, que desenvolveu uma solução para assistentes de voz em que todo o processamento de linguagem natural acontece localmente, ou seja, na ponta, dentro do aparelho que captura a voz do usuário. Seu CEO, Rand Hindi, explica que a solução foi criada seguindo o conceito de privacidade por design: o objetivo é proteger os dados do usuário. O que for falado no microfone é tratado localmente, sem ser enviado para a nuvem.

"O mercado demanda agora menos pesquisadores de inteligência artificial e mais engenheiros capazes de aplicá-la aos negócios. Você não precisa inventar a tecnologia que você usa. O Google não inventou a Internet. Não acredito que a maior companhia de IA será uma inventora de IA. A tecnologia sempre pode ser replicada. Os dados é que precisam ser protegidos", argumentou Hindi.

Fonte: Teletime News de 26 de fevereiro de 2018, por Fernando Paiva

Prefeitura de São Paulo usará capacidade do SGDC para oferecer conectividade

No mesmo dia em que foi anunciada a parceria entre Telebras e Viasat para uso do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações (SGDC), o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) anunciou também uma parceria com a Prefeitura de São Paulo para o uso da capacidade satelital na cidade como parte do programa Internet para Todos. O ministro Gilberto Kassab e o prefeito João Dória assinaram nesta segunda-feira, 26, um "protocolo de interesse" do município em aderir ao programa federal. A ideia é ampliar a cobertura de banda larga no município, tanto para serviços públicos como Wi-Fi gratuito em parques e praças quanto em bibliotecas, centros esportivos, pontos turísticos e Unidades Básicas de Saúde. A prefeitura espera duplicar os mais de 100 pontos de acesso via W-Fi na cidade, objetivando totalizar mais de 500 localidades.

A parceria é curiosa, uma vez que permitirá à cidade com maior disponibilidade de infraestrutura de telecomunicações do País o uso da capacidade do satélite da Telebras. O ministro Kassab diz que a oferta de adesão ao programa foi feita para todas as prefeituras. "Para cada localidade, imediatamente o governo federal, através da Telebras, levará sua antena, que tem atuação mínima de raio de 2 km. Isso significa que qualquer localidade de São Paulo terá conectividade através de antenas", disse ele a jornalistas após evento fechado no gabinete da prefeitura.

Segundo a administração Dória, o programa também espera levar conectividade a regiões periféricas, "onde a infraestrutura de comunicação móvel se encontra defasada". Isso seria por meio do fornecimento do serviço ao consumidor final com "valores bem menores" devido à isenção de impostos dada às empresas credenciadas. Nem a prefeitura, nem o MCTIC divulgaram quais locais seriam considerados, tampouco qual metodologia usará para a definição das regiões contempladas.

O diretor do departamento de inclusão digital da Secretaria de Telecomunicações do MCTIC, Américo Bernardes, explica que, para qualquer localidade do País, a Telebras e a Viasat vão "avaliar, botar uma antena e fazer atendimento dessa comunidade, fazer venda de serviço". Segundo ele, não há investimento por parte do governo ou da prefeitura, mas incentivo por meio de isenção de ICMS para o backhaul (por conta do Gesac) e pelo local de instalação da antena. "A prefeitura se compromete a garantir local com energia elétrica para que seja pregada essa antena, seja instalado esse equipamento", declara. "Tem o apoio da prefeitura e renúncia do ICMS, o que a gente entende que é parte considerável."

Bernardes acredita que a isenção do tributo e apoio da prefeitura permitirá a redução do preço do serviço. Mas ressalta: "quem avalia é a empresa está fazendo atendimento".

No entendimento dele, cabe às parcerias também avaliar quais as melhores tecnologias para cada localidade. "Você pode me perguntar se é mais razoável espichar cabo – pode ser. Não precisa necessariamente fazer satélite, pode espichar cabo e colocar Wi-Fi. Tem empresa que considera colocar ponto a ponto de rádio e colocar uma femtocell, uma small cell para distribuir 3G e 4G. Este modelo que estamos levantando é um que o governo federal pode fazer o atendimento, mas não é modelo fechado ou exclusivo", argumenta o diretor do MCTIC.


Eleições

No mesmo evento, Gilberto Kassab comentou sobre rumores de que poderia sair do cargo no MCTIC para se candidatar a vice-governador pelo PSD em uma chapa com João Dória. O ministro não confirmou isso, mas declarou que o partido caminha para uma aliança, e que o PSD "se sente muito confortável e tranquilo para apoiar um candidato como Dória". Em contrapartida, o prefeito de São Paulo declarou que apenas após a reunião executiva do PSDB no dia 5 de março é que alguma decisão será tomada.

Fonte: Teletime News de 26 de fevereiro de 2018, por Bruno do Amaral.

Redes compartilhadas para 5G podem virar uma realidade

A bandeira foi levantada em 2017 pelo presidente da Bahrti Airtel e chairman da GSMA, Sunil Bahrti: as operadoras de telecomunicações precisam pensar em um modelo de rede compartilhada para a futura evolução das redes móveis. Ao que tudo indica, durante a edição deste ano do Mobile World Congress em Barcelona, a ideia começou a ganhar corpo e já é abertamente comentada e discutida por diversas empresas. O próprio chairman da GSMA, em sua participação na abertura do evento, voltou a defender a ideia de uma empresa de redes comum e disse que as conversas avançaram desde o ano passado. Em outra sessão, a CFO da Telefónica, Laura Abasolo, disse que "em alguns países ter uma rede própria não faz sentido – e o compartilhamento pode fazer sentido, mas depende de cada mercado".

Para Bruno Jacobfeuerborn, CEO da Deutsche Funkturm (empresa de infraestrutura da Deutsche Telekom), "para fazer uma rede as teles precisam de muita torre e backhaul. Nas redes 5G o compartilhamento é uma possibilidade, mas tudo depende do mercado e do ambiente regulatório. Com 5G demandando milhares de BTS, parece que o compartilhamento se tornará essencial para além das torres", disse.

Fonte: Teletime News dde 26 de fevereiro de 2018, por Samuel Possebon.

Testes de 5G vão muito além das redes de telecom

Os testes de 5G que começam a ser realizados em várias partes do mundo estão passando a mostrar um padrão muito diferente dos testes que eram vistos na implantação de redes 3G e 4G, quando estas tecnologias estavam no mesmo ciclo de desenvolvimento. Se há alguns anos os testes de novas tecnologias de rede eram focados na demostração da capacidade da rede, sua confiabilidade e capacidade de transmissão de dados em diferentes cenários, os testes de 5G parecem incluir um conjunto muito mais amplo de variáveis e, sobretudo, parceiros. São testes que envolvem aplicações específicas, como aplicações de saúde, carros conectados, automação industrial entre outros. A operadora japonesa DoCoMo falou, durante a abertura do Mobile World Congress, no conceito de co-criation. Segundo Kazuhiro Yoshizawa, CEO da DoCoMo, a empresa busca um ambiente em que as pessoas possam ter uma experiência nova a partir do primeiro dia em que as redes 5G estiverem disponíveis. "Criamos para isso um programa com parceiros que reúne 610 entidades, 15 delas ativamente envolvidas e usando os nossos sites de teste". São aplicações com automação, controle de robôs, aplicações de saúde entre outras.
Vittorio Colao, CEO da Vodafone, também enfatizou uma longa cadeia de parceiros nos testes que a empresa pretende realizar em Milão, que vão de empresas dedicadas a equipamentos industriais a montadoras de automóvel, cada uma delas desenvolvendo uma aplicação específica para ser testada.
A mensagem é simples: 5G não é apenas uma evolução nos padrões de rede, mas uma mudança completa no conceito de conectividade que tem impacto em diversos setores que utilizarão acesso móvel em alta velocidade, com cada tipo de aplicação demandando determinadas características da rede.

Fonte: Teletime News de 26 de fevereiro de 2018, por Samuel Possebon.

O futuro do vídeo está no modelo sob demanda, mas qual será o papel das teles?

O futuro do consumo de conteúdo móvel está no modelo sob demanda, concordam especialistas reunidos em um painel sobre consumo de conteúdo de vídeo em redes móveis durante o Mobile World Congress, nesta segunda-feira, 26, em Barcelona. A dúvida é como será o papel das teles neste contexto. Em vez de competidoras das OTTs, elas podem ser parceiras, pois contam com alguns ativos valiosos, especialmente em mercados emergentes.

"O consumidor não está nem aí se o serviço é prestado por uma operadora ou OTT. Ele quer ter o controle sobre sua experiencia de conteúdo. O futuro está no modelo sob demanda no mundo inteiro", prevê Mark Britt, CEO da iFlix, start-up da Malásia que transmite jogos de futebol pela Internet. O executivo entende que as operadoras podem ser parceiras de OTTs oferecendo não apenas seu sistema de faturamento, mas também de autenticação e seus canais de distribuição. Entretanto, precisam se mexer mais rapidamente, recomenda.

Um dos desafios em mercados emergentes é manter o assinante de serviços de vídeo por um longo período, independentemente de o pagamento ser feito para a operadora ou diretamente para a OTT, comentou Maaz Sheikh, CEO da Starz Play, start-up que oferece filmes e séries online para o mercado do Oriente Médio e do Norte da África.

Um dos caminhos pode estar na curadoria adequada de conteúdo. Esta, porém, é uma tarefa difícil. "Não há manual para o que fazemos. Começamos com conteúdo de Hollywood mas depois descobrimos que as pessoas queriam mesmo era ver Bollywood com legendas em árabe", relatou Sheikh, da Starz Play. Britt, da iFlix, conta que em Gana o DVD mais pirateado do ano passado foi um filme de aventura sul-coreano, apesar de não haver qualquer relação econômica, política ou cultural entre os dois países. "O crime fez um bom dinheiro enquanto nenhum de nós conseguiu identificar essa oportunidade", comparou.

Esportes

O consumo de esportes ao vivo tem aumentado em plataformas novas, fora da TV. "O interesse em esportes ao vivo não mudou. Mas a forma como é consumido, sim. A gente se surpreendeu o quanto as pessoas querem ver esportes em mídias digitais. E não são apenas os millennials", comentou Andrew Haworth, gerente de estratégia e conteúdo de esporte para consumidor da operadora britânica BT, que detém os direitos para transmissão do campeonato inglês de futebol.

Aliás, a transmissão de esportes ao vivo é tida como o melhor teste possível para uma rede IP e para os sistemas de backend das OTTs, diz Haworth. "Quando fechamos o primeiro contrato com a Premier League, estávamos muito focados em números financeiros e esquecemos a complexidade que é vender esportes. Há um pico de vendas faltando 10 minutos para uma grande partida. É preciso estar preparado para atendê-lo", disse o executivo da BT. Britt, da iFlix, sentiu isso na pele na primeira transmissão de um jogo online: foram criadas 40 mil senhas de acesso em seu serviço nos dez segundos antes da partida.

Fonte: Teletime News de 26 de fevereiro de 2018, por Fernando Paiva.

Teles querem isonomia também nas regras de privacidade e proteção de dados

O discurso das operadoras de telecomunicações durante o Mobile World Congress (e em eventos empresariais em geral) tende a ser sempre de cobrança junto aos reguladores por um ambiente de negócio mais favorável a investimentos. Mas na edição de 2018, que acontece esta semana em Barcelona, o discurso se intensificou para além dos pontos tradicionais. A cobrança colocada por diversos CEOs e executivos da indústria vai além do tradicional "level playing field" e passa a envolver também uma isonomia no que diz respeito à privacidade e proteção dos dados pessoais. Aparentemente, as empresas de telecomunicações querem jogar com as mesmas regras com que jogam as empresas de Internet também no que diz respeito ao que pode e ao que não pode ser feito com as informações coletadas nas redes e serviços. Quais são estas regras? Trata-se de um território não mapeado, numa expressão bastante utilizada por José Maria Alvarez-Pallete, CEO da Telefônica, por exemplo. A empresa estabeleceu como princípio para sua operação que os dados pertencem sempre os usuários.
Para Mats Granyard, presidente da GSMA, há quatro princípios que precisam ser seguidos pelos reguladores: harmonização dos princípios de privacidade e proteção de dados; regras iguais para serviços iguais; flexibilização das regras para permitir consolidações; e liberação de espectro em modelos que incentivem investimentos e não apenas a arrecadação de recursos pelo estado.

Fonte: Teletime News de 26 de fevereiro de 2018, por Samuel Possebon.

Com Aura, interação por voz entra no foco da Telefônica

"From a utility company to a technology company based on Artificial Inteligence". Com esse mote, a Telefônica lançou formalmente neste domingo, 25, durante o Mobile World Congress 2018, a Aura, projeto de Inteligência Artificial revelado pela primeira vez em 2017. O primeiro projeto baseado no que a empresa chama de quarta camada da rede é uma espécie de assistente pessoal, que permitirá aos usuários da empresa interagirem com os sistemas. Ou, como definiu o CEO global da Telefônica, José Maria Alvarez-Pallete, um "one stop shopping" para as pessoas conseguirem o que quiserem da rede da operadora. "Transformamos a Telefônica em uma empresa plataforma, uma plataforma de plataformas, com parceiros como Facebook, Google e Microsoft", disse o CEO.

O projeto já havia sido trazido em 2017 durante o Mobile World Congress, em Barcelona. Este ano, contudo, a empresa aproveitou o mesmo evento para mostrar o ecossistema de parcerias já desenvolvido. A Aura estará integrada com Facebook Messenger, Google Assistant e Cortana da Microsoft (neste aço, a partir do próximo ano), além do próprio aplicativo da empresa. O serviço está oficialmente disponível no Brasil, Chile, Argentina, Espanha, Alemanha e Reino Unido.
A plataforma, a exemplo da tendência registrada nos últimos anos com a proliferação de assistentes pessoais, é baseada em voz, com reconhecimento nas línguas dos países em que estará disponível (português inclusive, portanto).
Christian Gebara, COO da Telefônica no Brasil, que participou do anúncio global, destacou que o lançamento do Aura envolve uma mudança completa de cultura, estratégia e tecnologias de relacionamento na empresa, e que este é um primeiro passo de um longo caminho que a empresa pretende percorrer no sentido de utilizar a inteligência de dados extraídos da rede como forma de oferecer melhores serviços.

No Brasil, a primeira plataforma de interação será por meio do aplicativo Meu Vivo Mais, que ao ser instalado permite a interação por voz para perguntas básicas como consulta de créditos, valor de conta e uso de franquia de dados. A tendência é que o aplicativo ganhe novas funcionalidades permanentemente, como a possibilidade de recarga de créditos, mudança de pacotes e contratação de serviços adicionais. É uma evolução da assistente Vivi, que já era utilizada pela empresa para interação por chat com os usuários via texto. Segundo Gebara, a Telefônica ainda analisa se manterá ou não a assistente Vivi no Brasil ou se adotará apenas a Aura. Será possível conversar com a plataforma da Telefônica também pelo messenger do Facebook ou com o Google Assistant, que já estão integrados, e outros virão, como Cortana da Microsoft.

Casa Conectada

Na Espanha, a Aura deve receber nos próximos meses uma interface mais sofisticada, por meio de um hardware específico. Trata-se de uma tela que permite a interação com diferentes dispositivos domésticos. A Espanha foi a escolhida porque é o país em que a plataforma de TV por assinatura da empresa está mais desenvolvida, e a interação com o conteúdo da TV é um dos principais atrativo da Movistar Home (nome do hardware que permite este nível de interação), que funciona também como uma ferramenta de busca de conteúdos. Segundo Gebara, ainda não há planos de levar esta plataforma específica ao Brasil.
Paralelamente ao desenvolvimento da Aura, a empresas caminha para a evolução da chamada quarta camada da rede, que integra todos os dados colhidos na rede da empresas. Pallete destacou os esforços para promover a evolução do core das redes da Telefônica para o conceito de Enhanced Organized Network, uma rede auto-organizada dentro do conceito de SON (Self Organized Network) fortemente baseada em big data.

Para a Telefónica, esta evolução de tecnologia e serviços não pode ser dissociada do princípio estabelecido pela empresa há cerca de dois anos, pelo qual os dados pertencem ao cliente e cabe a ele dizer o que pode ou não ser feio. Nesse sentido, a empresa trabalha com a Orange, KPN e Deutsche Telekom para o desenvolvimento de uma arquitetura comum de dados que possa ser portada pelo usuário entre operadoras.

Fonte: Teletime News de 25 de fevereiro de 2018, por Samuel Possebon.

Teles buscam plataforma comum de portabilidade de dados

Na véspera do Mobile World Congress 2018, que acontece esta semana em Barcelona, a Telefônica voltou a reiterar o discurso que vinha adotando desde o ano passado sobre o uso dos dados pessoais dos usuários e a forma como eles serão tratados nos novos produtos e serviços da empresa. Segundo José Maria Alvarez-Pallete, CEO global da empresa, o princípio básico que orienta a empresa é o da segurança, transparência e empoderamento dos usuários, que têm, de acordo com estes princípios, o controle total das informações. A empresa não nega que esteja desenvolvendo mais e mais serviços em que fornece os dados a terceiros de maneira agregada e anônima, mas ainda assim quer dar garantias de estas informações possam ser levadas pelos clientes de uma operadora para outra.

Durante o MWC 2018, Pallete anunciou que quatro grandes grupos europeus de telecomunicações, Telefônica, KPN, Orange e Deutsche Telekom, firmaram um acordo chamado Cooperação para a Portabilidade de Dados. O objetivo é definir padrões para a portabilidade de dados pessoais entre as operadoras, quando o cliente trocar de uma para outra, e garantir a privacidade e a segurança dos mesmos. O anúncio foi feito junto com a apresentação da Aura, assistente pessoal virtual da Telefônica, nesta domingo 25, em Barcelona.

Não está claro ainda que tipo de informação será portável. O "data lake" das teles inclui informações valiosas como movimentação na rede, histórico de chamadas, histórico de navegações além de todo o acervo sobre planos, serviços e condições contratadas. Todas estas são informações utilizadas pela camada digital que a Telefônica desenvolveu, e não se sabe se todo esse conjunto poderá ser "portado". Empresas de Internet oferecem a possibilidade de que os dados pessoais sejam inteiramente copiados pelos próprios usuários, mas estas informações em geral dizem respeito a fotos, mensagens e emails.

Fonte: Teletime News de 25 de fevereiro de 2018, por Samuel Possebon.

Nova força tarefa vai tentar destravar PLC 79

Parado há mais de um ano, o PLC 79 chegou a ser elencado na semana passada como prioridade de pauta pelo governo, mas a urgência foi desconsiderada pelo presidente do Senado, Eunício de Oliveira (PMDB/CE) logo em seguida. Ainda que o projeto que altera a Lei Geral de Telecomunicações tenha de passar por mais tramitações, como espera o próprio Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), o setor de telecomunicações continua demandando por uma conclusão com urgência. É o que defende a presidente da Federação Nacional de Instalação e Manutenção de Infraestrutura de Redes de Telecomunicações e Informática (Feninfra), Vivien Mello Suruagy, que explica que não há razão para que o texto não seja colocado em votação e/ou sanção. Ela lembra que no final do ano passado, uma força tarefa foi criada no setor para se reunir com o senador, que havia se comprometido em colocar a pauta no plenário, sem passar por comissões, assim que o Senado voltasse de recesso. "Ele falou bastante da importância e da gravidade do assunto, falou que era imediato", diz. "E agora eu vejo o senador segurando o projeto. Às vezes ele fala até que tem de ir para uma Comissão."

Na visão de Suruagy, a necessidade de atualização do marco legal é de conhecimento amplo em decorrência da prioridade clara da banda larga para a população. "Porque ele (Eunício de Oliveira) está segurando, eu não entendo", diz. "O projeto já foi discutido nas comissões da Câmara, com a sociedade civil, nas comissões do Senado, teve mais de 900 contribuições. Não tem mais o que discutir, ele vai ser totalmente supervisionado pelo TCU e AGU", completa, citando ainda o item do texto que trata da renovação das licenças de espectro. "Não é possível termos frequência, investir, colocar equipamento e daqui a um tempo ir em leilão de novo."

Vivien Suruagy diz que as empresas do setor já pretendem voltar a pressionar o Senado a liberar a pauta com uma força tarefa para cobrar as promessas feitas no ano passado. "Vamos fazer sim, mas precisa que todos façam (parte) e indaguem", afirma. Segundo ela, o MCTIC está ciente da necessidade de o projeto ser destravado, até por ter presenciado a reunião com Eunício.

Porém, diante da recente negativa de acatar o pedido de priorização feito pelo próprio governo, Suruagy apenas torce pelo desfecho. "Estamos com as mãos atadas", diz. A presidente da Feninfra acredita que há "parlamentares bastante conscientes" da necessidade de votação do PLC 79, mas reitera que não compreende a estagnação. "Está nas mãos dele (do senador Eunício). O porquê de não ser votado é realmente uma incógnita."

Tributário

Outra questão cara ao setor é a reforma do PIS/Cofins, que prevê a unificação dos tributos com incidência no faturamento das empresas. A presidente da Feninfra apoia "se a ideia do governo for de zerar, dar agilidade a processos", mas desde que isso não signifique aumento de tributos. Segundo ela, o projeto está mais atrasado, precisando ser modulado e ir para o Congresso. "Isso está sendo debatido há um bom tempo, esperamos que venha numa linha de simplificação e agilidade, não de aumento de tributo. Apoiamos a medida do governo, mas partindo do princípio de que o País dê um salto para o futuro, não meramente como um arrecadador, já que infelizmente a (reforma da) previdência não saiu."

Vivien Suruagy também lembra do peso da carga de impostos estaduais, assunto também sempre em demanda entre as empresas de telecomunicações. "ICMS que gere justiça: raramente a gente vê alguma medida neste sentido. Infelizmente passamos por isso, e quem está pagando a conta somos nós. Todo mundo quer banda larga, mas quem vai pagar a conta?", levanta.

Fonte: Teletime News de 23 de fevereiro de 2018, por Bruno do Amaral.

Algar encerra 2017 com crescimento em receitas

Assim como em 2016, a Algar Telecom voltou a mostrar crescimento em receitas no consolidado do ano, tanto no negócio fixo quanto no móvel. A empresa mineira divulgou seu balanço financeiro referente a 2016 na noite da sexta-feira, 23, em comunicado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

A receita bruta da Algar subiu 7,2% no trimestre, total de R$ 897,8 milhões, enquanto no acumulado do ano foi de R$ 3,557 bilhões, aumento de 7,3%. A receita de telecom subiu 8% e fechou o trimestre com R$ 676,7 milhões. No acumulado do ano, o crescimento foi também de 8%, com total de R$ 2,606 bilhões. A receita líquida total da empresa encerrou os três últimos meses com aumento de 7,4% e total de R$ 706,3 milhões. No ano, a companhia acumulou R$ 2,715 bilhões, avanço de 6,7%.

Vale destacar que a receita móvel cresceu 9,8% no trimestre, totalizando R$ 126,8 milhões. No ano, aumento foi de 7,5%, total de R$ 504,4 milhões. Os grandes responsáveis foram o avanço dos dados móveis (47,7% no trimestre e 38,8% no ano) e de serviços de valor agregado (144,4% no trimestre e 35,4% no ano). Já a receita de serviços fixos cresceram 7,6% no trimestre (R$ 549,9 milhões) e 8,1% no ano (R$ 2,101 bilhões).

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBTIDA) avançou 16,9% (total de R$ 217,6 milhões) e 9,9% (total de R$ 780 milhões) no trimestre e no acumulado de 2017, respectivamente. A margem aumentou 2,5 pontos percentuais e encerrou o trimestre em 28,3%. No ano, o avanço foi de 0,8 p.p., com margem de 28,7% no período.

No trimestre, o lucro líquido da Algar foi de R$ 80 milhões, um aumento de 10,8% no comparativo anual. Considerando os 12 meses, foi de R$ 229,6 milhões, crescimento de 25,1%.

De outubro a dezembro, a Algar Telecom investiu R$ 218,8 milhões, um aumento de 32,05% comparado ao final de 2016. A companhia dedicou 71% à expansão de rede e clientes. No total do ano passado, os investimentos foram de R$ 542 milhões, aumento de 6,7% em relação a 2016.

Operacional

No total, a Algar Telecom tinha em dezembro 2,267 milhões de unidades geradoras de receita, um aumento anual de 3,6%. A banda larga fixa tinha 436 mil acessos (avanço de 12,1%), dos quais 200 mil (crescimento de 34,2%) eram de conexões acima de 10 Mbps.

A telefonia fixa, por sua vez, cresceu 5,5% e encerrou o ano com 1,206 milhão de acessos. E a TV por assinatura aumentou a base em 2,3%, totalizando 90 mil acessos.

Na telefonia móvel, a operadora aumentou em 0,2% a base e encerrou dezembro com 1,206 milhão de acessos. Desse montante, 302 mil eram de pós-pagos (aumento de 6%) e 904 mil eram de pré-pagos (queda de 1,6%). A receita média por usuário (ARPU) celular, considerando ajuste na contabilização no final de 2016, aumentou 18,4% e encerrou 2017 em R$ 21,44.

Fonte: Teletime News de 23 de fevereiro de 2018, por Bruno do Amaral.

Mobile Time e Teletime organizam Fórum de Operadoras Alternativas

O mercado brasileiro de telecomunicações é um dos maiores do mundo. Devido à sua extensão territorial e à sua grande população, o Brasil oferece oportunidades para a atuação de diversas operadoras, algumas delas com foco em nichos ou aplicações específicas. O advento da Internet das Coisas (IoT) e o seu fomento como política pública pelo governo federal, através do Plano Nacional de IoT, devem proporcionar o surgimento de novos competidores, tanto na forma de operadoras móveis virtuais (MVNOs) quanto com redes em frequências não licenciadas com protocolos dedicados à comunicação entre máquinas, como Sigfox e Lora. É neste contexto que Mobile Time e Teletime firmam parceria para a organização de um novo seminário, o Fórum de Operadoras Alternativas, cuja primeira edição acontecerá no dia 26 de março, no WTC, em São Paulo.

O evento será aberto pelo superintendente de competição da Anatel, Abraão Balbino, e contará com painéis sobre MVNOs, sobre novas redes de IoT e sobre operadoras Wi-Fi, além de diversas outras palestras. Já estão confirmados como palestrantes executivos como Cristiano Barata Morbach, vice-presidente de canais dos Correios; Eduardo Iha, diretor comercial da WND; Olinto Santana, CEO da Movttel; Tomás Fuchs, CEO da Datora Telecom; Jonas Trunk, presidente da Linktel; e Nuno Simões, diretor sênior de IoT para a América Latina da Qualcomm.

A programação atualizada e mais informações sobre vendas estão disponíveis no site do evento: www.operadorasalternativas.com.br. Ingressos antecipados são vendidos com desconto para grupos através do telefone ou WhatsApp 11-3138-4618, ou pelo email eventos@mobiletime.com.br

Fonte: Teletime News de 23 de fevereiro de 2018, pela Redação.

Denúncia anônima e sem provas embasou inquérito do MPF contra Anatel

Este noticiário apurou mais informações sobre o inquérito civil aberto pelo Ministério Público em 19 de janeiro, que investiga "suposto esquema de corrupção engendrado pela Anatel, consubstanciado no favorecimento do Grupo Telefônica em detrimento do grupo Oi". A denúncia é anônima, foi feita em Aparecida de Goiás e o caso começou a tramitar no Ministério Público de Goiás, que por ausência de competência, o remeteu a Brasília.

A carta é não está assinada, mas foi escrita supostamente por um funcionário da Oi que diz ter 20 anos no setor de telecomunicações e que se coloca indignado pela recusa, por parte da agência, de celebrar o Termo de Ajustamento de Conduta com a operadora ao mesmo tempo em que aceita o TAC da Telefônica. A carta é de outubro, mas foi protocolada dia 10 de novembro de 2017, dias antes de outras entidades e empresas, como a Claro, a TIM e a Abrint, começarem a questionar o TAC da Telefônica junto à Anatel. O suposto funcionário faz ilações, sem apresentar nenhum elemento de prova ou fato concreto, de que funcionários, ex-funcionários e dirigentes da agência teriam agido em benefício da Telefônica ao elaborar a regulamentação do TAC e negociado os termos do ajustamento de conduta. O denunciante cita então o Acórdão do TCU que aprovou o TAC com ressalvas e critica os votos dos ministros do tribunal. O TCU já foi notificado pelo Ministério Público a apresentar cópia do acórdão.

Fonte: Teletime News de 22 de fevereiro de 2018, por Samuel Possebon.

Telefônica rebate acusações e defende TAC

Em resposta ao inquérito civil aberto pelo no Ministério Público Federal para apurar "suposto esquema de corrupção engendrado pela Anatel, consubstanciado no favorecimento do Grupo Telefônica em detrimento do grupo Oi" , a Telefônica divulgou na noite desta quinta, 22, nota na qual reafirma que o Termo de Ajustamento de Conduta é um mecanismo legal e está recebendo a devida análise das autoridades. A companhia também se defende das acusações feitas em denúncia anônima sobre a qual o inquérito está baseado.

Confira abaixo a nota na íntegra:

A Telefônica reafirma que o Termo de Ajuste de Conduta da companhia está sendo analisado por todas as autoridades competentes, dentro de regras estabelecidas e seguindo um processo absolutamente transparente e legal. A empresa ressalta que a carta anônima em questão é repleta de ilações, informações equivocadas e vazia de quaisquer evidências ou provas.

Fonte: Teletime News de 22 de fevereiro de 2018, por Bruno do Amaral.

MP ainda não notificou Anatel, diz Quadros

O presidente da Anatel, Juarez Quadros afirmou nesta quinta-feira, 22, que tomou conhecimento do Inquérito Civil aberto pelo Ministério Púbico apenas por portaria, que foi publicada em janeiro passado, mas que ainda não foi notificado a respeito do processo pelo órgão. O inquérito em questão foi aberto para investigar "Suposto esquema de corrupção engendrado pela Anatel, consubstanciado no favorecimento do Grupo Telefônica em detrimento do Grupo Oi".

Ao ser questionado se o inquérito poderia atrapalhar o desenvolvimento dos trabalhos para a conclusão do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) da Telefônica, Quadros se restringiu a informar que a agência está dentro dos prazos estabelecidos pelo Tribunal de Contas da União. "A área técnica segue com os procedimentos. A procuradoria da agência tem 60 dias para analisar e entregar o processo ao Conselho Diretor, que tem prazo de mais 120 dias para tomar a decisão sobre o tema".

A agência emitiu uma nota oficial sobre o caso. Diz a nota:

"A Agência Nacional de Telecomunicações tomou conhecimento pelos meios de comunicação social da existência de procedimento investigatório, originado a partir de denúncia anônima, em trâmite no Ministério Público Federal do Distrito Federal, relativo a supostos fatos que envolvem a atuação desta autarquia federal. Após sua cientificação formal, a Anatel colocar-se-á ao dispor das autoridades no que for necessário para elucidação dos fatos.

A Anatel é um órgão de Estado, submetido a rígidos mecanismos de controle e de participação social, tendo como padrão de conduta o respeito à Lei e ao princípio constitucional da transparência."

Fonte: Teletime News de 22 de fevereiro de 2018, por André Silveira.

Anatel nega prorrogação de operação de satélite da Euteusat

A Anatel negou pedido da Euteusat do Brasil, de prorrogar até o dia 23 de novembro de 2020 o prazo para entrada em operação do segmento espacial, referente ao direito de exploração de satélite na posição orbital 69,45°W. Segundo o conselheiro relator do processo, Otávio Luiz Rodrigues Júnior, os argumentos apresentados pela empresa não teriam sido relevantes a ponto de se conceder a prorrogação. Em consequência, o Conselho Diretor, em reunião nesta quinta-feira, 22, determinou novo chamamento público para uma nova empresa assumir o direito. O presidente da agência, Juarez Quadros, informou que já foi consultado por uma empresa interessada em assumir a exploração.

"Os argumentos apresentados não pareceram ser imprevisíveis, que justificassem a prorrogação do início das operações", destacou o conselheiro. Entre as justificativas, a empresa argumentou que foram informados que devido a projetos em andamento, a implementação de um novo satélite dentro de 35 meses seria extremamente difícil, fator este que dependeria exclusivamente do controle de demandas por fabricantes que possuam plataforma compatível com as exigências do edital de licitação.

A Euteusat também argumentou que a situação econômica ao longo dos últimos meses afetou o Brasil, impactando diretamente a comercialização de capacidade de satélites no País e o risco de não ser encontrado um segundo satélite para lançamento por meio do mesmo foguete. A situação ocorreu no lançamento do satélite brasileiro E65WA e demandou "investimento adicional significativo".

De acordo com o processo licitatório, a empresa teria prazo para iniciar as operações no dia primeiro de outubro de 2019.

Fonte: Teletime News de 22 de fevereiro de 2018, por André Silveira.

SpaceX lança com sucesso satélites próprios para testes em banda larga

Após adiamentos, a SpaceX lançou com sucesso ao espaço nesta quinta-feira, 22, os satélites experimentais de baixa órbita não geoestacionário (LEO) que deverão servir de testes para o fornecimento de banda larga da própria empresa. A missão principal divulgada era a espanhola PAZ, com o satélite Formosat-5, mas o próprio CEO da companhia, Elon Musk, revelou por redes sociais que os dois artefatos do programa Starlinkforam colocados em órbita com sucesso após serem lançados da base aérea de Vandenberg, na Califórnia.

Chamados agora oficialmente de Tintin A e B – os nomes anteriores eram Microsat-2a e Microsat-2b -, os satélites são os primeiros da SpaceX com intuito de fornecimento de banda larga para regiões rurais e remotas dos Estados Unidos. Em 2015, a companhia de Musk chegou a pedir licença para testes da banda larga satelital à agência reguladora Federal Communications Commission para o MicroSat-1a e MicroSat 1b, utilizando banda Ku e banda X (frequência entre 8 GHz e 12 GHz, utilizada por militares)

Fonte: Teletime News de 22 de fevereiro de 2018, por Bruno do Amaral.

Brasil é única operação do grupo Telefónica a crescer em receitas em 2017

A Telefónica registrou queda de 4,1% na receita do quarto trimestre do ano passado e obteve 13,162 bilhões de euros, segundo informou balanço financeiro do grupo espanhol que controla a Vivo no Brasil nesta quinta-feira, 22. No acumulado do ano, o acumulo foi de 52,008 bilhões de euros, praticamente estável (queda de 0,1%) em relação a 2016.

De todas as operações – exceto da subsidiária de infraestrutura Telxius -, a única controlada a mostrar crescimento nas receitas do acumulado do ano foi justamente a Telefônica Brasil, com 8,4% de avanço, total de 12,019 bilhões de euros. A brasileira registrou, porém, uma queda de 5,4% no trimestre, com um total de 2,892 bilhões de euros.

O lucro operacional antes de depreciação e amortização (OIBDA) do grupo espanhol nos três últimos meses de 2017 foi de 3,913 bilhões de euros, aumento de 22,8%. No acumulado dos 12 meses, foi de 16,187 bilhões de euros, avanço de 7,1%. A Telefônica Brasil registrou respectivamente 1,028 bilhão de euros (queda de 4,9%) e 4,191 bilhões de euros (13,2% de crescimento) no trimestre e no ano.

A margem OIBDA da Telefónica aumentou 6,5 pontos percentuais no trimestre, encerrando dezembro em 29,7%. No ano, aumentou 2,1 p.p. e ficou em 31,1%. O lucro operacional aumentou 146,3% no trimestre (total de 1,648 bilhão de euros), enquanto no ano foi de 6,791 bilhões de euros, um aumento de 24,2%. Já o lucro líquido fechou dezembro em 693 milhões de euros, enquanto no acumulado de 2017 foi 3,132 bilhões de euros, um avanço de 32,2%. 

Em termos de Capex, o grupo espanhol despendeu 2,735 bilhões de euros, uma redução de 6,1% comparado a igual período de 2016. Considerando o ano passado inteiro, foram 8,697 bilhões de euros, redução de 2,6%. Os investimentos dedicados ao Brasil caíram 7,3% no trimestre (712 milhões de euros), mas no total de 2017 representaram um aumento de 4,1% em relação ao ano anterior, com 2,225 bilhões de euros.

O fluxo de caixa operacional da Telefónica foi de 1,178 bilhão de euros no trimestre (aumento de 24,4%) e de 7,490 bilhões nos 12 meses (avanço de 21%). No Brasil, foi de 316 milhões de euros (avanço de 1,1%) e de 1,966 bilhão de euros (aumento de 25,5%), respectivamente.

Fonte: Teletime News de 22 de fevereiro de 2018, por Bruno do Amaral.

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

Serviço móvel garante crescimento de receita e lucro da Telefônica em 2017

O serviço móvel da Telefônica, especialmente no pós-pago e com dados, foi o responsável pelo crescimento em receitas da companhia em 2017, segundo demonstrou balanço financeiro divulgado nesta quarta-feira, 21. O desempenho conseguiu compensar a redução no segmento fixo, sobretudo em TV por assinatura e voz. Com isso, a operadora fechou o ano com crescimento no lucro.

A receita operacional líquida da empresa no trimestre foi de R$ 11,033 bilhões, aumento de 1,5%. No acumulado do ano, o total foi de R$ 43,206 bilhões, aumento de 1,6%. A maior parte da receita advém de serviços, que somaram R$ 10,736 bilhões no trimestre (avanço de 1,3%) e R$ 42,136 bilhões no ano (aumento de 2%).

O serviço móvel registrou receita de R$ 6,552 bilhões nos três últimos meses, um crescimento de 3,8% em comparação com igual período de 2016. No acumulado do ano, o aumento foi de 4,3%, total de R$ 25,387 bilhões. No segmento, volta-se a destacar o papel do SVA, que aumentou 25% no trimestre e 30,2% no acumulado do ano (total de R$ 4,916 bilhões e R$ 18,305 bilhões, respectivamente). A participação da receita de dados e serviços digitais no segmento móvel foi de 75% no trimestre, avanço de 12,7 pontos percentuais, e de 72,1% no ano, aumento de 14,4 p.p. comparado a 2016.

A receita de Internet foi a maior no SVA: R$ 3,50 bilhões, um crescimento de 8% no trimestre. Já no total de 2017 foi de R$ 13,464 bilhões, aumento de 30,8%. Porém, os "serviços digitais" foram o que mais cresceram: 133,9% no trimestre (R$ 1,330 bilhão) e 51,6% no ano (R$ 3,413 bilhões). As mensagens SMS recuaram 6% e 5,2%, totalizando R$ 335,9 milhões e R$ 1,427 bilhão.

Por outro lado, o segmento de serviços fixos mostrou recuo de 2,3% no trimestre (total de R$ 4,183 bilhões) e de 1,3% nos 12 meses (R$ 16,748 bilhões). Nesse segmento, o único serviço a mostrar crescimento foi a banda larga (clientes residenciais e pequenas e médias empresas), que avançou 22,7% no trimestre (total de R$ 1,253 bilhão) e 16,7% no ano (total de R$ 4,579 bilhões). TV por assinatura apresentou recuo de 2,7% (R$ 472,6 milhões) e de 1,2% (R$ 1,910 bilhão) respectivamente no trimestre e no ano. E voz caiu 14,4% no trimestre (R$ 1,616 bilhão) e 10,2% no ano (6,850 bilhões).

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBTIDA) foi de R$ 3,766 bilhões no trimestre, aumento de 4%, e de R$ 14,485 bilhões no ano, avanço de 3,3%. A margem EBTIDA subiu 0,8 ponto percentual nos três meses, ficando em 34,1%. Considerando os 12 meses, subiu 0,5 p.p. e ficou em 33,5%.

A Telefônica registrou lucro líquido de R$ 1,517 bilhão no final de 2017, um aumento de 24,9%. Considerando o ano passado inteiro, o lucro foi de R$ 4,608 bilhões, aumento de 12,8%. A companhia divulga também o lucro líquido recorrente, isto é, sem considerar efeitos de provisão e temas regulatórios, venda de torres no começo de 2016 e reestruturações organizacional e corporativa no mesmo ano. Assim, declara ter obtido R$ 1,635 bilhão (aumento de 30,9%) e R$ 4,726 bilhões (crescimento de 22,8%) no trimestre e no ano, respectivamente.

O Capex da operadora no trimestre, sem considerar valores de licenças, foi de R$ 2,664 bilhões no trimestre, uma queda de 4,8%. No acumulado do ano, entretanto, ficou estável (queda de 0,1%), totalizando R$ 7,998 bilhões.

O fluxo de caixa operacional da Telefônica foi de R$ 1,280 bilhão, aumento de 46,3% no trimestre. E em 2017, foi de R$ 6,666 bilhões, avanço de 17,8%.

Operacional

A Telefônica encerrou 2017 com 74,940 milhões de acessos móveis, um aumento de 1,6% na base. Desse total, 36,772 milhões eram de pós-pago (aumento de 10,1%), sendo que 6,231 milhões eram de acessos máquina-a-máquina, um acréscimo de 26,1%. Seguindo a tendência em geral do mercado, o pré-pago caiu 5,5% e encerrou o ano com 38,168 milhões de linhas.

Dessa forma, a companhia afirma que o market share total dela no mercado é de 31,7%, ou 1,5 p.p. a mais do que no final de 2016. Em pós-pago, caiu 0,3 p.p. e ficou com 41,8% de participação. E em M2M, aumentou 2,2 p.p., ficando com 41,5% do total.

O churn mensal da Vivo ficou em 3,3%, uma queda de 0,2 p.p. No pós-pago, excetuando as conexões M2M, o churn ficou estável em 1,7%. Já no pré-pago, a taxa foi de 4,8%, recuo de 0,2 p.p.. A receita média por usuário aumentou 2,2% e encerrou o trimestre em R$ 29,2. No acumulado do ano, a ARPU foi de R$ 28,5, aumento de 3%. Considerando só o pós-pago sem o M2M, foi de R$ 52,9 (aumento de 1,1%) e R$ 52,2 (avanço de 2,1%), no trimestre e no ano. Já o pré-pago foi de R$ 13,6 (queda de 6,9%) e de R$ 13,5 (recuo de 2,9%).

No negócio fixo, o total de acessos diminuiu 2,1%, encerrando o ano com 22,857 milhões de conexões. A redução foi por conta da telefonia fixa (13,837 milhões de linhas, queda de 3,5%) e da TV por assinatura (total de 1,588 milhão, recuo de 7,3%).

Já a banda larga cresceu 1,9% e fechou 2017 com 7,432 milhões de acessos. O crescimento de 9,5% do segmento com fibra (FTTx), totalizando 4,541 milhões de conexões, compensou a queda de 8,2% nas demais tecnologias, que somadas totalizaram 2,891 milhões de acessos.

O ARPU de voz caiu 7,4% e ficou em R$ 40,1. Já o de banda larga, foi de R$ 56,1, aumento de 20,5%. E o da TV por assinatura, mesmo com a queda na base, foi de R$ 98,3, um aumento de 5,6%.

Fonte: Teletime News de 21 de fevereiro de 2018, por Bruno do Amaral.

Telefônica guarda R$ 592 milhões para multas, mas ainda confia em aprovação do TAC

A Telefônica espera que o processo do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com a Anatel seja resolvido nos próximos meses. Porém, em todo o caso, provisionou um total de R$ 592,2 milhões, incluindo R$ 178,9 milhões provisionados no último trimestre de 2017, se for necessário pagar as multas. Segundo informou o presidente da companhia, Eduardo Navarro, em teleconferência para analistas nesta quarta-feira, 21, trata-se de um valor apurado com advogados e auditores para refletir a possibilidade real. "Chegamos à conclusão que é a quantia correta", declarou ele ao justificar a correção do montante, antes estimado em R$ 400 milhões. "É uma decisão muito conservadora que tomamos, pois ainda acreditamos no TAC e que ele será aprovado. Agora acreditamos que estamos 100% cobertos."

Navarro garante ainda estar confiante na aprovação do acordo "nos próximos meses", o que significa que seria antes de abril, quando prescrevem processos administrativos incluídos nos TACs e que são equivalentes a uma parcela estimada em um terço das multas. A companhia estima que isso é um "prazo bom" para resolver a questão, que passará ainda pela Anatel e, depois, novamente pelo Tribunal de Contas da União. Na opinião do executivo, é melhor "ir com calma" para "ter 100% de garantia de que todo o processo está sendo resolvido".

Ainda assim, a possibilidade de o acordo não ir para a frente é real para a companhia. "Se não for (aprovado), estimamos o pagamento de R$ 600 milhões em multas. E vamos questionar a decisão, entrar em disputa", declara. "Mas queremos fazer o TAC, é um instrumento positivo para nós e para a sociedade."

Próximos leilões

O diretor-executivo de receitas (COO) da Telefônica, Christian Gebara, entende que o momento ainda não é de comentar a participação da empresa em leilões de frequência – a Anatel tem falado em novo lote de 700 MHz e em outras faixas para 5G. "No momento, não temos o que comentar sobre isso. Vamos analisar quando (as condições) ficarem disponíveis", declara. Ele lembrou, contudo, que a operadora participou dos últimos certames.

Fonte: Teletime News de 21 de fevereiro de 2018, por Bruno do Amaral.

Abrint volta a questionar TAC da Telefônica

A Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações (Abrint) voltou a questionar o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) da Telefônica com a divulgação, nesta quarta-feira, 21, o estudo "Avaliação do TAC Vivo/ Telefônica", baseado em um levantamento sobre os 105 municípios selecionados pelo termo. De acordo com a associação, a pesquisa identifica diversos problemas na escolha das cidades e nos procedimentos propostos pela ação da Anatel, fugindo, ainda segundo a Abrint, do propósito original de atendimento a áreas de baixo desenvolvimento econômico e social e de diminuição das desigualdades regionais. O estudo completo pode ser baixado neste link.

O levantamento indica que, do total dos municípios escolhidos pela Anatel para receberem investimentos da Telefônica, 70 estão no Sudeste do país e outros 13 no Sul – justamente, aponta a associação, as regiões mais bem servidas em questão de conectividade. Na lista, 30 cidades encontram-se no estado de São Paulo (28% do total), onde a Telefônica é concessionária do STFC e banda A (primeira entrante) de telefonia móvel, o que, na visão da Abrint, coloca a tele em uma posição privilegiada para oferta de serviços integrados/combos.

Nas outras regiões do país, o levantamento aponta que a escolha priorizou capitais. São contempladas na proposta original Belém, Macapá, Manaus, Palmas, Rio Branco e São Luis, cidades de maior concentração populacional e, portanto, regiões em que prevalece o interesse comercial da Telefônica em aumentar a participação no mercado local.

"A Abrint é favorável ao instrumento do TAC, quando aplicado de forma transparente e correta, possibilitando maiores investimentos em regiões com serviços de Internet precários e beneficiando a população. No caso da Telefônica, os 105 cidades notoriamente não foram escolhidas seguindo esse critério. A seleção da Anatel não inclui nenhuma cidade enquadrada na categoria 4 da classificação da própria entidade, considerados "municípios não competitivos", justamente aqueles que devem ser objeto de política pública para promover a competição", comenta em comunicado o presidente da Abrint, Basílio Perez, citando uma das conclusões do estudo.

O levantamento também aponta que dos 105 municípios listados, 49,5% são de categoria 3 ("Município Potencialmente Competitivo") e 50,5% de categoria 2 ("Município Moderadamente Competitivo"), seguindo classificação atribuída pela Anatel. De acordo com os dados mais recentes do SICI-Anatel, 647 provedores regionais já atuam neste rol de municípios, sendo que em 22 deles, os provedores detêm a liderança em participação de mercado. Em 56 das cidades, os provedores regionais possuem market share superior a 20%, demonstrando a viabilidade e o interesse comercial nesses locais.

A Abrint também informa que há casos de pelo menos dez cidades totalmente atendidas com FTTH por meio de provedores regionais, como Conselheiro Lafaiete (MG), município no qual os provedores regionais estão presentes com mais de 78% de market share. O fato de os provedores terem segundo o estudo, 100% de homes-passed provaria que a Telefônica não seria a primeira a trazer fibra para áreas de pouca atratividade, sugere o estudo. Esses casos, na visão da associação, evidenciam que a escolha das cidades não seguiu os preceitos das regras do Regulamento do TAC (da própria Anatel) que determina a necessidade dos termos de atender ao interesse público e não causar distorção na competição.

O estudo questiona ainda a escolha da tecnologia FTTH para receber investimentos do TAC, considerando que essa decisão vai na contramão do que está sendo mapeado e discutido pela Anatel no âmbito do PERT (Plano Estrutural de Redes de Telecomunicações), cujo objetivo é de direcionar investimentos em projetos para instalação de backhaul com fibra ótica em municípios ainda sem essa tecnologia.

"A escolha do FTTH beneficia diretamente a própria Telefônica, uma vez que é de seu uso exclusivo. Esse tipo de tecnologia possui um foco muito mais restrito quando comparado à implantação de backbone/backhaul ótico em diversos municípios sem estes recursos", finaliza Basílio Perez.

Ao final do estudo, que a associação entregou à Anatel e ao TCU, segundo apurou este noticiário, a Abrint faz algumas solicitações:

– que sejam excluídos os municípios onde a Telefônica já possui presença e oferta serviços SCM, inclusive por meio de FTTH, pois nitidamente busca um incentivo para realizar sua expansão de rede de forma economicamente otimizada;
– que sejam excluídos os municípios onde a Telefônica possui participação de mercado superior a 20%, bem como aqueles situados no estado de São Paulo onde a empresa é concessionária do STFC e originalmente banda A do SMP, e busca o fortalecimento de sua posição empresarial;
– que sejam excluídos os municípios onde haja existência de operadoras com tecnologia FTTH e abrangência geográfica-representativa (home passed);
– que, seja revista a avaliação concorrencial genérica feita pela Agência, devendo a nova análise considerar a situação de cada, bem como a implicação da incidência de recursos públicos nos respectivos mercados geográficos, para que situações como a de Conselheiro Lafaiete não mais se repitam.

Fonte: Teletime News de 21 de fevereiro de 2018, pela Redação.