Ficou vazio o chamamento público para a posição orbital brasileira de 45ºW. O processo havia sido aberto no dia 11 de janeiro, com prazo de 30 dias. Com isso, o Brasil possivelmente perderá a prioridade para ocupar a posição na faixa de banda Ka (enlace de descida: 17,7 a 20,2 GHz; e enlace de subida: 27 a 30 GHz). A expectativa da agência era conquistar mais um operador para a faixa com preço inicial de R$ 3,8 milhões, o que aconteceria após o chamamento, caso houvesse algum interessado. O problema é que a posição precisaria ser ocupada por um satélite temporário (gap filler) até 2019, o que de fato reduzia muito as chances de sucesso no chamamento. Mas o fato de nenhuma empresa ter feito uma oferta é significativo e pode ter sido um sinal de saturação do mercado de satélites, pelo menos no médio prazo. A posição e a faixa de banda Ka correspondente foram leiloadas em 2011 e alcançaram um valor recorde, pago pela Echostar de cerca de US$ 90 milhões para três faixas de frequência: Ku, Ka e S. Mas a empresa cumpriu as exigências apenas em relação ao satélite de banda Ku, que já está no ar desde o ano passado. Para manter a preferência junto à UIT nas demais faixas, o Brasil precisaria colocar um satélite na posição até 2019. No mesmo slot há também um satélite da Intelsat (Intelsat 14) operando em banda C, mas como uma posição orbital estrangeira.
O fato de o chamamento ter ficado vazio não significa que o Brasil tenha perdido ainda a posição orbital. O país tem a vantagem de já ter coordenado a posição com outros países e desde 2016 está na fila para ocupá-la novamente, mas com um prazo maior. Só que há outros países interessados na frente e será necessário aguardar para saber se algum deles de fato consegue coordenar e ocupar a posição antes. No caso da banda S (utilizada para comunicação móvel), a Anatel nem tentou ocupar porque ainda falta regulamentação adequada do serviço no Brasil.
Fonte: Teletime News de 16 de fevereiro de 2018, por Samuel Possebon.
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