A TIM planeja expandir sua oferta de banda larga fixa para além dos mercados de Rio de Janeiro e São Paulo. De acordo com o presidente da empresa, Stefano De Angelis, durante teleconferência de resultados nesta terça-feira, 6, a intenção é sair da "zona de conforto" desses dois locais com o serviço TIM Live, aproveitando a demanda por acesso fixo evidenciada pelo crescimento dos provedores regionais em 2017.
Embora não tenha revelado a lista de cidades novas que serão contempladas, De Angelis disse que elas já estão definidas, uma vez que a equipe precisa trabalhar nos projetos para as obras de infraestrutura para obter contratos e "cada permissão que precisa pedir em cada município". O plano de expansão já havia sido anunciado, mas desta vez o executivo não mencionou parcerias com empresas de conteúdo.
O foco na banda larga fixa não é por acaso. O segmento observou crescimento de 52,1% em receita líquida no último trimestre, com base de 392 mil clientes (28,2% de avanço em relação ao ano anterior) e ARPU 18,8% acima. Com isso, contribuiu para o aumento da receita total em 1 ponto percentual, segundo o presidente da TIM. "Essa contribuição pode crescer de forma importante, continuando em 2018 obviamente em single digit. Mas a contribuição ao crescimento da receita pode ser um suporte mais relevante e superar o que tivemos no ano passado", declara.
As oportunidades para crescimento, segundo o próprio De Angelis, são evidenciadas pelo papel dos pequenos provedores no mercado de banda larga. "Vemos oportunidade no mercado ao observar o crescimento dos 'outros' no Brasil, ou seja, os pequenos", diz. Essas empresas regionais foram responsáveis por mais da metade do crescimento da banda larga fixa em 2017, com 1,449 milhão de adições líquidas (contra 2,083 milhões do total do mercado). O avanço foi de 52,56% no período, fechando dezembro como o quarto maior "grupo", com 4,207 milhões de acessos. Para efeito de comparação, a TIM teve crescimento de 26,37% no mesmo período, encerrando o ano com 411,4 mil conexões fixas.
Tecnologia
A operadora deverá aproveitar o crescimento do backhaul de fibra para atender as cidades com 4G no serviço móvel e expandir a oferta da banda larga com a solução móvel-fixa com LTE em 700 MHz, chamada pela empresa de WTTx. Essa tecnologia teve soft launch em 2017, sendo 16 novas cidades somente no quarto trimestre de 2016. Os planos oferecidos são de 2 Mbps e 4 Mbps de velocidade, com franquias de 50 GB e 80 GB, respectivamente (a empresa diz que 90% dos clientes não ultrapassam a franquia). A base é constituída de 95% de classe média e baixa, e o foco é em regiões com "oferta limitada de banda larga".
Mas também está nos planos a expansão da oferta de fibra até a residência (FTTH). De Angelis explica que a TIM conseguiu "ótimos resultados" em São Paulo e Rio de Janeiro, "considerando o nível de investimentos em cobertura que tivemos". Nesses dois mercados, a empresa aproveita o backhaul de fibra adquirido com a compra da AES Atimus em 2011, embora o foco fosse na tecnologia FTTc até então. "Vamos também levar o FTTH além das áreas de conforto de São Paulo e Rio, vai ser um investimento gradual, importante em termos de comprometimento, e vamos definir o nível de investimento e comunicar já em março com uma primeira etapa", declarou o executivo. A TIM, junto com a controladora Telecom Italia, deverão apresentar o novo plano industrial para o triênio 2018-2020 no dia 6 de março.
Com o FTTH, a operadora passa a oferecer velocidades de 100 Mbps (40 Mbps de uplink) e 150 Mbps (também com 40 Mbps de up). São 50 mil domicílios cobertos (homes-passed) e cerca de mil clientes no soft launch. Nessa base, os clientes são de "alto valor", com índice de "muita satisfação" de 90%. "Estamos prontos para fazer investimentos maiores porque sabemos que (o FTTH e a ultra-banda larga) é uma janela que não vai durar muitos anos, porque todas as operadoras vão aumentar investimentos nisso", explica Stefano De Angelis.
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