segunda-feira, 30 de julho de 2018

Privatização, 20 anos: os acertos, uma grande dívida e a preocupante falta de protagonismo

Neste dia 29 de junho a privatização do sistema estatal de telecomunicações completa 20 anos. Foi o marco de uma mudança dramática no modelo setorial, iniciada ainda em 1995 com a reforma constitucional que tirou do Estado o monopólio dos serviços de telecom. A despeito de inúmeros problemas que o setor teve ao longo deste período, desde escândalos de corrupção e gestão temerária das empresas em benefício dos acionistas até crises graves de qualidade dos serviços oferecidos, o fato é que hoje a conectividade e os serviços são infinitamente melhores e mais baratos do que aqueles de duas décadas atrás. Obviamente, as tecnologias evoluíram e isso, por si só, traria melhorias, mas é preciso lembrar que entre todos os serviços de infraestrutura, telecom é o único que se modernizou, tornou-se substancialmente diferente do que era e demandou mais investimento do que todos os demais. A Internet móvel e as redes de banda larga, por exemplo, nasceram e evoluíram todas já no ambiente pós-privatização. Os acessos fixos de telefonia foram de 8,4 milhôes a 41 milhões, com um pico histórico no período de 45 milhões em 2014. Os acessos móveis foram de 7 milhões para 236 milhões. TV paga foi de 2,5 milhões para 18 milhões, com um pico histórico de 19,5 milhões. A banda larga fixa inexistia em 1998, assim como os acessos móveis à Internet. As redes de dados eram limitadas a usuários corporativos, e o acesso das pessoas físicas à Internet era por linha discada. Hoje, 30 milhões de assinantes utilizam a banda larga fixa, e há 206 milhões de acessos móveis, dos quais 112 milhões em 4G, em cerca de 4 mil municípios. Estes números de acessos só existem porque existe uma relevante infraestrutura por trás dos serviços, que tem possibilitado o desenvolvimento de toda a economia digital atrelada ao mundo da banda larga. Essa é a parte boa destes 20 anos.

A parte ruim desta história é que uma parcela significativa da população está ficando para trás, como estava esta mesma população alijada dos serviços de telefonia fixa em 1998. Não é pouca gente. Segundo a última pesquisa TIC nos Domicílios, produzida pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br) e anunciada esta semana, 29% dos domicílios estão desconectados no Brasil, número que mais ou menos bate com os dados do IBGE. Esse número é parcialmente compensado pelo acesso móvel e por acesso à Internet nos ambientes de trabalho, pegando o WiFi do vizinho ou onde houver uma rede aberta. Ainda assim, o Brasil tem uma dívida gigantesca com boa parte da sua população que não tem as condições mínimas de conectividade que habitantes de grandes cidades têm, para não falar nas limitações de preços de serviços que também inviabilizam o acesso de melhor qualidade a quem não tem renda.

Não é de hoje que sabemos desse gap digital. Fala-se no assunto desde 2005, pelo menos. Inacreditavelmente, cinco governos diferentes nada conseguiram fazer em termos de políticas públicas para evitar o problema, ainda que esforços aqui e ali tenham surgido e recuado. A lógica fiscal da administração pública sempre abafou completamente qualquer possível lógica estruturante, ignorando os inúmeros efeitos positivos, inclusive econômicos, da massificação da banda larga. A realidade das contas das diferentes Unidades da Federação não permitiu que se entendesse que telecomunicações são essenciais na definição de alíquotas de ICMS razoáveis sobre os serviço, como prega a Constituição. Telecomunicações são vistas apenas como um gerador de caixa para os Estados brasileiros, não uma infraestrutura de desenvolvimento. Salvo raras e bem sucedidas iniciativas em que se trocou créditos de ICMS por infraestrutura, mais de um terço do valor da conta de serviços de telecom vai para o Estado. No México, o IVA é de 16%, por exemplo.

Ao longo destes 20 anos, nenhum partido ou candidato a nenhum cargo Executivo, quanto mais à presidência, colocou telecomunicações ou serviços de comunicação como plataforma prioritária para o desenvolvimento. Em 2018, as menções até aqui estão modestas (apenas os candidatos Ciro e Amoedo referem-se rapidamente ao tema), quando o mundo inteiro coloca a agenda digital como prioridade.

Setorialmente, também houve pouca proatividade. As históricas reivindicações de redução de carga tributária e uso dos fundos públicos são justas, mas não suficientes. Modelos de negócio alternativos, ações integradas entre todas as operadoras, compromissos firmes de expansão de infraestrutura e serviços populares em troca destes benefícios nunca foram colocados na mesa.

Os ajustes regulatórios e legais que poderiam ter sido feitos foram procrastinados. O debate sobre uma mudança na Lei do Fust para permitir o seu uso para banda larga e serviços móveis está travado no Congresso desde 2007. Os leilões de espectro foram tímidos nas metas de cobertura, quase sempre maximizados para os resultados financeiros. A revisão do modelo de telecomunicações, que começou para valer em 2015 no Congresso, está parada há um ano e meio no Senado, consequência de uma falta de articulação política, busca de consenso social e uma falha brutal de posicionamento do próprio setor.

A maior prova de que o modelo de telecomunicações bateu no muro do ponto de vista regulatório é que a Anatel não sabe o que fazer com cerca de R$ 3,7 bilhões de sobras de metas de universalização passadas. As empresas disputam esse número, falam em R$ 3,3 bilhões. Mas mesmo assim, reconhecido o saldo A ou B, não há onde colocar esse dinheiro dentro do modelo atual. Enquanto isso, 30% dos domicílios seguem sem banda larga fixa, por exemplo, e o Brasil tem menos antenas de celular do que a Espanha, apenas para ficar em alguns exemplos

É lugar comum dizer que depois de 20 anos, o modelo precisa mudar. Mais apropriado é dizer que isso deveria ter acontecido há pelo menos 10 anos, mas está cada vez mais claro que não dá mais para esperar que o governo, qualquer que seja, tome essa iniciativa. Com todos estes problemas, pode-se dizer com segurança que estejamos mais bem servidos hoje do que há duas décadas e que o caminho que nos trouxe até aqui teve mais acertos do que erros. Só que a conectividade e massificação dos serviços de comunicação digitais nunca foram tão vitais para que o Brasil e sua população possam participar ativamente das transformações econômicas, sociais e geopolíticas que o mundo vive. E, inversamente, o setor de telecomunicações nunca pareceu tão distante do centro do debate.

Fonte: Teletime News de 27 de julho de 2018, por Samuel Possebon.

Consumidores confiam mais nas operadoras que em OTTs, diz pesquisa

O recente escândalo da Cambidge Analytica afetou a reputação do Facebook mundialmente e também impactou negativamente a confiança dos consumidores em serviços digitais over the top (OTTs) em geral. Em contrapartida, as pessoas agora valorizam mais a relação de confiança que têm com as suas operadoras móveis, no que diz respeito ao tratamento de seus dados pessoais. É o que revela uma pesquisa realizada pela Openet com 1.501 pessoas de quatro países (Brasil, EUA, Filipinas e Reino Unido).

56% dos entrevistados declaram que confiam mais nas suas operadoras móveis que em OTTs. 38% não veem diferença entre os dois tipos de empresas. E apenas 6% confiam mais nas prestadoras de serviços digitais.

No Brasil, especificamente, 49% dos entrevistados confiam mais nas operadoras móveis; 10% confiam mais nas OTTs; e 41% são indiferentes. O mercado com a maior proporção de pessoas que confiam mais nas operadoras são as Filipinas (69%). E aquele com a menor proporção que confia mais nas OTTs é o Reino Unido (2%), justamente onde está sediada a Cambridge Analytica, empresa pivô do escândalo sobre a interferência russa dentro do Facebook durante as eleições norte-americanas.

34% dos entrevistados, na média dos quatro mercados, disseram que sua confiança em OTTs diminuiu depois do escândalo da Cambridge Anaytica. 27% disseram o contrário, ou seja, que sua confiança nessas empresas digitais aumentou depois do ocorrido. E 39% responderam que continuou igual.

SVAs

A pesquisa também averiguou quais serviços de conteúdo digital as pessoas confiariam a prestação às operadoras, no lugar de uma OTT. Aqueles com maior potencial para serem explorados pelas teles são os de streaming de música e streaming de filmes, ambos apontados por 54% dos respondentes. Mensagens instantâneas e chamadas VoiP vêm logo a seguir, com 53% e 52%, respectivamente. Para serviços financeiros digitais, 40% confiariam nas operadoras. E para outros serviços, como alguns relacionados a saúde e bem-estar, apenas 28%.

Fonte: Teletime News de 27 de julho de 2018, por Fernando Paiva.

Anatel promove a quarta edição da Pesquisa de Satisfação e Qualidade Percebida

A Anatel vai coletar até o final do mês de novembro os dados de apuração da quarta edição da Pesquisa de Satisfação e Qualidade Percebida do setor de telecomunicações. O trabalho, de acordo com a agência, teve início em 9 de julho e envolve entrevistas telefônicas com mais de 100 mil consumidores. Os resultados serão divulgados no primeiro trimestre do próximo ano.

Conforme a agência, o levantamento tem o objetivo de coletar dados para aperfeiçoar o trabalho do órgão regulador e levar informações sobre o desempenho dos serviços para a sociedade, além de órgãos de defesa do consumidor. Os resultados permitem comparar, por unidade da federação, a satisfação e percepção de qualidade dos consumidores, por prestadora e por serviço

A pesquisa dura cerca de 12 minutos. Durante a conversa com o pesquisador, o usuário pode expressar o nível de satisfação com as prestadoras e, também, como eles percebem a qualidade dos serviços que contratam. Ao todo, o levantamento envolve os clientes de 17 prestadoras dos serviços de telefonia fixa e móvel, banda larga fixa e TV por assinatura.

O questionário é formado por perguntas sobre satisfação geral com a prestação dos serviços. Também são avaliados os itens relativos aos canais de atendimento das prestadoras, oferta, contratação e funcionamento de serviços, cobrança, reparo, instalação e capacidade de resolução de problemas.

Fonte: Teletime News de 27 de julho de 2018, pela Redação.

America Net assina parceria com a Uber para oferecer planos a motoristas

Por meio de sua operação móvel virtual (MVNO), a America Net assinou parceria com a Uber no Brasil para oferecer planos pós-pagos para os motoristas que utilizam o aplicativo. Segundo divulgou a tele nesta sexta-feira, 27, a parceria permitirá aos profissionais cadastrados um plano exclusivo para usar os apps da própria Uber e do Waze sem consumir a franquia de dados – ou seja, em esquema de zero-rating.

O plano apenas é oferecido por meio do portal (o chip custa R$ 25 e é enviado à residência do profissional) e prevê franquia de 3 GB de dados, ligações ilimitadas para móvel e fixo de qualquer operadora (off-net) em território nacional e SMS ilimitado pela mensalidade de R$ 59,90. Há ainda uma taxa de R$ 4,50 para o uso do recurso Gestor Online. A America Net promete suporte 24 horas por dia pelo telefone 10385 e a possibilidade de cancelamento sem multa. É possível efetuar também o compartilhamento do plano de dados.

Vale lembrar que a America Net conta com a cobertura LTE nacional da TIM, operadora da qual utiliza a infraestrutura como MVNO. Com a operação móvel e expansão de backbone, a companhia espera para este ano um crescimento de 40%.

Fonte: Teletime News de 27 de julho de 2018, por Bruno do Amaral.

Anatel quer avaliar impacto econômico da alienação dos bens reversíveis

O Conselho Diretor da Anatel encomendará um estudo técnico de cunho econômico à Superintendência de Competição do órgão para avaliar o impacto da alienação de bens reversíveis sobre as concessões de telefonia. A medida foi defendida pelo presidente da agência, Juarez Quadros, nesta quinta-feira, 26, e acatada pelos demais membros do colegiado. O prazo para a superintendência se manifestar é de 90 dias.

Quadros argumenta que há uma preocupação em relação ao impacto econômico na concessão com a alienação dos bens, "dado o relevante valor econômico, quando considerados em seu conjunto". A decisão foi provocada por três casos envolvendo bens reversíveis que estavam na pauta da reunião do conselho desta quinta, envolvendo Oi e a Sercomtel, mas também se sustenta em outros pedidos.

"Ainda há diversos outros pedidos análogos que têm sido considerados polêmicos e controversos. É necessário um estudo econômico da Superintendência de Competição acerca de impacto que essas alienações podem gerar nas revisões tarifárias e no regime de concessão do STFC e como ele pode ser minimizado", reiterou Quadros.

A proposta do novo Regulamento de Acompanhamento e Controle de Bens Reversíveis, que deverá ir a Consulta Pública, foi retirada de pauta.

Fonte: Teletime News de 26 de julho de 2018, por André Silveira.

Anatel publica atos que definem grupos detentores de PMS por mercado relevante do PGMC

A Anatel publicou no Diário Oficial da União (DOU) desta quinta-feira, 26, sete atos que definem os grupo de detentores de Poder de Mercado Significativo para os mercados relevantes do novo Plano Geral de Metas de Competição (PGMC), aprovado no começo do mês.


Os atos também definem que em alguns mercados (EILD, Interconexão de tráfego telefônico em redes móveis, Roaming Nacional, oferta atacadista de transporte de dados em alta capacidade e oferta atacadista de infraestrutura de rede fixa de acesso para transmissão de dados por meio de par de cobre), os grupos detentores de PMS devem manter as ofertas até a homologação das ofertas de referência mencionadas no PGMC. Nos demais mercados (infraestrutura passiva-dutos e subdutos e interconexão para trafego telefônico nas redes fixas), a agência designa os grupos detentores de PMS e estabelece que estes grupos devem apresentar ofertas de referência.

Fonte: Teletime News de 26 de julho de 2018, pela Redação.

Desempenho na América Latina leva Telefónica a reduzir receita

A receita do Grupo Telefónica no trimestre foi de 12,144 bilhões de euros, uma redução de 6,3% em relação ao segundo trimestre de 2017, segundo balanço financeiro da companhia divulgado nesta quinta-feira, 26. No semestre, o total foi de 24,334 bilhões de euros, 6,7% abaixo no comparativo anual. Nem mesmo o desempenho positivo das operações doméstica e britânica conseguiu reverter a queda de dois dígitos da subsidiária brasileira, a Telefônica/Vivo, e das unidades da América Latina.

A receita na Espanha avançou 0,2% no trimestre e 0,6% no semestre, enquanto a da Telefónica Reino Unido cresceu 1,9% e 0,5%, respectivamente. Já as subsidiárias latino-americana (Telefónica Hispam) do Sul (Argentina, Chile, Peru e Uruguai) e do Norte (Colômbia, México, Venezuela, América Central e Equador) caíram 14% e 1,7% no trimestre, respectivamente; e 13,7% e 9,7% no semestre. A Telefônica Brasil registrou as maiores quedas: 16,7% no trimestre (total de 2,522 bilhões de euros) e de 15,6% no semestre (5,227 bilhões de euros). No comparativo orgânico, excluindo efeitos de variação cambial, entretanto, a Vivo mostrou crescimento de 0,5% n trimestre e 0,8% no semestre.

O lucro operacional antes de depreciação e amortização (OIBDA) do grupo totalizou 4,237 bilhões de euros no trimestre, um crescimento de 1,9%. Nos primeiros seis meses do ano, somou 8,102 bilhões de euros, uma queda de 0,9%. A margem OIBDA avançou 2,8 ponto percentual no trimestre e ficou em 34,9%; e 1,9 p.p. no semestre, ficando em 33,3%. Desta vez, a operação brasileira contribuiu positivamente, com 1,275 bilhões de euros entre abril e junho (crescimento de 23,3%) e de 2,257 bilhões de euros no semestre (avanço de 5,5%). A maior queda no OIBDA foi na divisão Telefónica Hispam Norte, que caiu 40,2% no trimestre e 29,2% no semestre.

O lucro operacional do grupo Telefónica foi de 2,059 bilhões de euros e 3,697 bilhões de euros no trimestre e semestre, respectivamente, representando crescimentos de 14,4% e 9,7%. Já o lucro líquido foi de 902 milhões (aumento de 9,9%) e de 1,739 bilhão de euros (crescimento de 8,6%), também respectivamente.

O Capex do grupo aumentou 29,4% no trimestre e totalizou 2,441 bilhões de euros. Na primeira metade do ano, acumulou 3,932 bilhões de euros, um avanço de 12,1%. Para o Brasil, foram destinados respectivamente 504 milhões (2,9% abaixo do ano passado) e 892 milhões de euros (redução de 2,6%). O fluxo de caixa operacional caiu 20,9% (total de 1,796 bilhão de euros) no trimestre e 10,7% (4,170 bilhões de euros) no semestre.

A companhia espanhola destacou dados da digitalização na Telefônica Brasil. Segundo a empresa, 66% das interações com consumidores já são feitas em canais digitais, um crescimento de 22% comparado ao segundo trimestre de 2017. O uso do aplicativo Meu Vivo cresceu os mesmos 66% e em junho atingiu 7 milhões de usuários, o que por si já é 15% maior do que dezembro do ano passado. As recargas de pré-pagos por meio dos canais digitais aumentaram 16%, enquanto a conta eletrônica aumentou 53%, chegando a metade dos clientes. Todas esses processos digitalizados resultaram na redução de 25% nas chamadas ao call center.

Operacional

No total, o grupo Telefónica encerrou junho com 338,521 milhões de acessos, uma queda de 0,8% comparada ao mesmo mês do ano anterior. Os acessos de telefonia fixa eram 35,973 milhões desses (4% de queda), enquanto os de banda larga eram 21,460 milhões (1% de aumento). Por sua vez, das conexões de banda larga, 12,216 milhões eram nas tecnologias FTTx ou cabo, um avanço de 22,6%. A TV paga fechou o primeiro semestre com um crescimento de 5,6% e total de 8,736 milhões de contratos.

Os acessos móveis totalizaram 271,901 milhões, uma redução de 0,7%. Do total, 152,234 milhões eram pré-pagos (redução de 5,6%), e 119,667 milhões de pós-pago (aumento de 6,3%); dos quais 17,623 milhões eram de acessos máquina-a-máquina (M2M), um crescimento de 17,4%. O grupo afirma ter uma penetração de 65,3% de smartphones, aumento de 4,4 p.p.; e de 41,9% de acessos LTE, aumento de 10,4 p.p. no comparativo anual.

Fonte: Teletime News de 26 de julho de 2018, por Bruno do Amaral.

Pós-pago e FTTH impulsionam crescimento de receita e lucro da Telefônica no trimestre

A Telefônica/Vivo apresentou resultado financeiro com crescimentos em receita e lucro no segundo trimestre, especialmente com avanço no pós-pago no serviço móvel, que agora representa a maior base na operadora. Também contribuiu para o resultado a expansão do FTTH, que significa retorno maior tanto com a ultra banda larga quanto no IPTV. De acordo com o balanço divulgado pela companhia nesta quarta-feira, 25, a receita operacional líquida pro forma (excluindo efeitos do IRF15) da empresa aumentou 1,1% no trimestre, totalizando R$ 10,817 bilhões. No semestre, foi de R$ 21,576 bilhões, avanço de 1,4%. A receita operacional líquida de serviços foi de R$ 10,396 bilhões no trimestre (queda de 0,4%) e de R$ 20,846 bilhões (crescimento de 0,4%).

Desse total, a receita móvel nos três meses foi de R$ 6,810 bilhões, um avanço de 4,2%, enquanto o acumulado dos seis meses foi de R$ 13,545 bilhões, aumento também de 4,2%. Houve queda na receita de serviço móvel – voz sainte: de 29,7% no trimestre (total de R$ 1,082 bilhão) e de 30,2% no semestre (total de R$ 2,242 bilhões). Por outro lado, a receita de interconexão aumentou 22,8% no trimestre (total de R$ 286,3 milhões) e 9% no semestre (R$ 551,4 milhões), enquanto os dados e serviços digitais avançaram 11,5% no trimestre, totalizando R$ 5,016 bilhões; e 14,4% no semestre, total de R$ 10,016 bilhões.

Houve quedas nas receitas de mensagens e Internet, mas aumento (de 177,2% no trimestre e 195,7% no semestre) em SVAs, que totalizaram R$ 1,668 bilhão e R$ 3,234 bilhões após esses serviços terem sido inseridos nos planos pré, pós e controle a partir de 2017. Com isso, a participação dos dados e serviços digitais na receita do serviço móvel cresceu 6,8 ponto percentual no trimestre e ficou em 78,5%, além de 8 p.p. no semestre, encerrando o período em 78,2%. A receita líquida de aparelhos totalizou no trimestre e semestre R$ 421,5 milhões (crescimento de 60,5%) e R$ 730,6 milhões (40,9%), respectivamente.

Por sua vez, as receitas dos serviços fixos mostraram queda de 3,7% no trimestre, total de R$ 4,007 bilhões. No semestre, a redução foi menor: 3,1%, total de R$ 8,031 bilhões. Houve aumento de 13% na receita da banda larga (inclui clientes residenciais e pequenas e médias empresas) no trimestre, total de R$ 1,239 bilhão. No semestre, o avanço foi de 13,3%, total de R$ 2,470 bilhões. Desses, a ultra banda larga foi responsável por R$ 818,8 milhões (aumento de 19,6%) no trimestre e R$ 1,610 bilhão (avanço de 21%) no semestre, enquanto a xDSL somou R$ 420,6 milhões (crescimento de 2,1%) e R$ 859,2 milhões (3,6%). Os dados corporativos e TI aumentaram 4,8% (R$ 633,4 milhões) e 2,7% (R$ 1,221 bilhão) no trimestre e semestre, respectivamente.

A TV por assinatura totalizou R$ 475,2 milhões (avanço de 0,6%) e R$ 946,7 milhões (queda de 0,4%), também respectivamente. A Telefônica diz manter a estratégia "mais seletiva" para o serviço, com foco em produtos de maior valor como o IPTV, que apresentou crescimento de receita de 59,1%.

Triplicando lucro (excepcionalmente)

Entre abril e junho, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBTIDA) foi de R$ 5,183 bilhões, aumento de 46,9%. Já entre janeiro a junho, foi de R$ 8,948 bilhões, avanço de 27,1%. A margem EBTIDA subiu 14,9 pontos percentuais no trimestre e ficou em 47,9%, enquanto no semestre o aumento foi de 8,4 p.p., ficando em 41,5%.

Com a justificativa de impacto de efeitos não recorrentes (efeito positivo de R$ 1,830 bilhão, principalmente em função de ação julgada no Superior Tribunal de Justiça a favor da companhia, reconhecendo o direito da exclusão do ICMS da base de cálculo das contribuições ao PIS e Cofins); despesa de R$ 92,0 milhões relativa à adoção de modelo de "Risk Assessment" para cálculo de contingências trabalhistas; despesa de R$ 170,6 milhões devido à baixa de ativos ligados a depósitos judiciais; e despesa de R$ 116,9 milhões relativa à reestruturação organizacional), o lucro líquido da empresa no trimestre subiu 261,2% e ficou em R$ 3,152 bilhões. No acumulado do semestre, a alta foi de 126,4%, total de R$ 4,231 bilhões.

O fluxo de caixa operacional (ETBIDA menos investimentos) foi de R$ 3,044 bilhões, 78% de crescimento no trimestre. No semestre, foi de R$ 5,262 bilhões, avanço de 35,1%. O Capex para os três meses foi de R$ 2,138 bilhões, aumento de 17,6% em relação ao ano anterior. No acumulado da primeira metade do ano, foi de R$ 3,686 bilhões, 17,2% superior ao registrado em igual período de 2017.

Operacional

A Vivo aumentou sua base total de clientes em 0,2% em junho, ficando com 97,799 milhões de acessos. O avanço foi em decorrência do crescimento da base móvel em 1,2%, total de 75,262 milhões de contratos.

Na base móvel, o pré-pago caiu 7,1%, ficando em 36,827 milhões de acessos. Por outro lado, a base pós-paga ultrapassou pela primeira vez o tamanho da pré, encerrando junho com 38,435 milhões de acessos, um aumento de 10,8%. Desse total de pós, 7,114 milhões eram de acessos máquina-a-máquina (M2M), um avanço de 27,1%. A companhia afirma ter market share de 31,9% no segmento móvel, sendo 41,3% em pós-pago e 41,8% em M2M. O churn mensal do pós-pago (exceto M2M) é de 1,7%, redução de 0,1 p.p., enquanto no pré-pago a redução foi de 0,4 p.p., total de 4,2%.

A receita média por usuário (ARPU) móvel aumentou 0,5% e ficou em R$ 28,3 em junho, sendo R$ 6,1 em voz (redução de 23,5%) e R$ 22,3 em dados (aumento de 10%). A ARPU do pós-pago sem considerar a M2M caiu 0,5% e ficou em R$ 52,3, enquanto no pré-pago a queda foi de 10,6%, total de R$ 11,7. A média em M2M também caiu: 13,4%, encerrando junho com R$ 2,7.

Já a base fixa cau 3,1% e encerrarou o semestre com 22,537 milhões de acessos. Do total, 13,460 milhões eram de acessos de voz fixa, uma redução de 5%.

A banda larga fixa cresceu 0,4% (total de 7,463 milhões de contratos) graças ao crescimento da ultra banda larga (velocidades acima de 34 Mbps) de 9,8%, total de 4,792 milhões de acessos. Desses, a maioria ainda é de FTTC, com 3,218 milhões de conexões, queda de 2%. Mas a fibra até a residência (FTTH) cresceu 45,3%, encerrando junho com base de 1,574 milhões de acessos. A companhia ainda tem 2,671 milhões de conexões com outras tecnologias, como xDSL, e que apresentaram queda de 13%.

A TV por assinatura caiu 2% e contou com uma base de 1,614 milhão de contratos. A queda foi decorrente do resultado do DTH, que reduziu a base em 14,8% e encerrou o período com 1,128 milhão de acessos. O IPTV compensou parcialmente com crescimento de 50,7%, total de 486 mil acessos.

A ARPU de voz caiu 12,9% e ficou em R$ 36,4, enquanto na banda larga aumentou 12% e ficou em R$ 55,5. A maior receita média por usuário é na TV por assinatura, que aumentou 4% e chegou a R$ 98,9 em junho.

Fonte: Teletime News de 25 de julho de 2018, por Bruno do Amaral.

Projeto estabelece licença temporária para instalação de antenas de celular

Está em debate na Câmara dos Deputados projeto dos deputados Vitor Lippi (PSDB-SP) e Odorico Monteiro (PSB-CE) que tem o objetivo de disciplinar o licenciamento temporário para a instalação de infraestruturas de telecomunicações em áreas urbanas, como antenas de telefonia celular. O PL 8518/17 acrescenta dois parágrafos à Lei Geral das Antenas (13.116/15) para prever a concessão temporária pela Anatel, nos casos em que a licença para instalação de infraestruturas de telecomunicações não seja emitida no prazo de 60 dias atualmente estipulado para que haja uma decisão definitiva do órgão competente.

A autorização prevista ocorrerá na forma de título precário para que a prestadora realize a instalação em conformidade com as condições mencionadas no requerimento apresentado pela empresa e com as demais regras estipuladas em lei municipal e nas normas técnicas atinentes.

O projeto estabelece ainda que a autorização poderá ser revogada a qualquer tempo, caso a autoridade municipal apresente à Anatel exposição de motivos que fundamente a inviabilidade da instalação. O texto também estabelece que caberá à Anatel revogar a autorização em até 15 dias úteis.

5G
Ao apresentar a proposta, os parlamentares chamaram a atenção para a expectativa de que a internet 5G esteja disponível no Brasil em 2020, o que exigirá a implantação de infraestrutura capaz de responder à ampliação da demanda por novos serviços digitais. "A 5G implicará o uso de estações rádio base mais eficientes e de menor dimensão física. A densidade de antenas instaladas em espaços públicos possivelmente será superior à observada hoje", comentam os parlamentares no texto de justificativa da proposta.

Os deputados também reforçam que o avanço constitui um desafio para o Brasil, que hoje esbarra em exigências burocráticas das prefeituras para a expedição do licenciamento das estações, ultrapassando muitas vezes o prazo estabelecido de 60 dias. "O resultado é que em muitas localidades, mesmo com forte apelo do mercado consumidor, as operadoras são impedidas de instalar novas antenas", ressaltam.

"O presente projeto de lei pretende oferecer uma solução equilibrada para o conflito entre o princípio constitucional do pacto federativo e o direito dos cidadãos de acesso a serviços públicos essenciais, como é o caso da telefonia e da banda larga", dizem os autores.

Eles ressaltam que a proposta preserva a autonomia dos municípios, ao conferir às prefeituras o direito de cancelamento expresso das autorizações temporárias.

Tramitação
O projeto tramita em caráter conclusivo . Atualmente, aguarda designação de relator na Comissão de Desenvolvimento Urbano. Após ser analisada pelos parlamenteares daquele colegiado, a proposta tramitará nas Comissões de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática; e de Constituição e Justiça e de Cidadania. (Com informações da Agência Câmara).

Fonte: Teletime News de 25 de julho de 2018, pela Redação.

Telecomunicações é o setor que mais gera desconfiança do consumidor brasileiro, diz relatório

O setor de telecomunicações é o que mais gera desconfiança no Brasil, segundo relatório "O novo consumidor latino-americano: questão de confiança" da consultoria Llorente & Cuenca. São considerados pelos entrevistados fatores importantes para acreditar nessa vertical a transparência e integridade. Porém, com notas mais baixas e maior rejeição, é considerado o setor com menor credibilidade para o consumidor.

Em escala de 0 a 10, o Brasil obteve uma nota 6,4 no índice de confiança em telecomunicações, a mais baixa dos segmentos pesquisados. A nota é classificada pelo estudo como "vulnerável" na escala de confiança.

Pouco mais da metade (50,5%) dos brasileiros avaliaram a confiança nas telecomunicações como boa (nota de 7 a 10). Para 28%, o setor é regular (notas 5 e 6). E para 21,6%, é ruim (de 1 a 4). É uma das maiores rejeições da América Latina, superada apenas por Chile (21,9%) e Argentina (24,2%).

O relatório indica que, dentro do conceito de transparência e integridade, estão os aspectos como o uso responsável de dados pessoais, o respeito à legalidade e termos contratuais, e a publicidade verdadeira. Metade dos consumidores pesquisados na América Latina elegem esses dois elementos como os fatores mais determinantes para confiar em uma empresa do setor.

A credibilidade no produto/serviço é o fator mais importante para 56% dos entrevistados no Brasil, maior percentual da região. Em seguida, vem a comunicação (transparência), citada por 24,4% dos brasileiros; e as práticas empresariais (integridade), importantes para 19,6% dos entrevistados. Os três aspectos mais importantes para os usuários aumentarem a confiança são a não insistência em vender produtos (12,6%), a atenção de funcionários especializados (9,2%) e a "boa garantia" (8,8%).

Outros indicadores

Os demais setores pesquisados no Brasil são alimentação e bebidas (nota 7,4), automotivo (7,4), farmacêutico (7,5), serviços financeiros (6,8) e varejo (7,2). O nível de confiança média do Brasil é de 7,1, posição considerada "intermediária". Porém, a vertical de telecomunicações brasileira não é a de menor nota na América Latina: o serviço ficou com nota 6 na Argentina, e 6,3 no Chile. Nos demais países pesquisados: Colômbia (7), Equador (7,1), México (7,3), Panamá (7,4, a nota mais alta), Peru (6,8) e República Dominicana (7,3). Na média latino-americana, as telecomunicações ficam com 6,8, à frente apenas de serviços financeiros, com 6,6.

O estudo indica ainda a tendência de aumento do consumo privado na América Latina, com o avanço da população urbana, o número de famílias "unipessoais", a média de idade subindo, o crescimento da renda familiar, a maior conectividade e os conceitos de e-commerce e "hipertransparência". O relatório foi realizado em nove mercados (Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, México, Panamá, Peru e República Dominicana) em seis setores-chave: alimentação e bebidas, farmacêutico, serviços financeiros, varejo e telecomunicações. Foram realizadas mais de 4 mil pesquisas.

Fonte: Teletime News de 24 de julho de 2018, por Bruno do Amaral.

Novo PGMC e regulamento de uso de frequências são publicados pela Anatel

A Anatel publicou, no Diário Oficial da União (DOU) desta segunda-feira, 23, resolução em que altera o Plano Geral de Metas de Competição. A determinação, com quase 40 páginas, estabelece diretrizes para categorização dos mercados (definindo quatros níveis de competição de municípios: competitivos, potencialmente competitivos, poucos competitivos e não competitivos). A resolução também define as diretrizes metodológicas para identificação de mercado relevante de atacado e dos grupos com Poder de Mercado Significativo (PMS).

A resolução, que confirma a decisão do Conselho Diretor do último dia 12 de julho, também versa sobre o tratamento isonômico e não discriminatório e transparência no mercado de atacado e sobre oferta atacadista de Exploração Industrial de Linhas Dedicadas (EILD), oferta de infraestrutura passiva, oferta de interconexão para tráfego telefônico em redes fixas e móveis e roaming nacional. A determinação da Anatel estabelece ainda medidas para os grupos de contenham concessionárias do Serviço Telefônico Fixo Comutado (STFC) atuando em mais de uma região do Plano Geral de Outorgas (PGO) e homologação de ofertas de referência de produtos de atacado.

A determinação também publica, no anexo IV, a tabela com a categorização de todos os municípios.

PPDUR

O novo regulamento de cobrança de Preço Público por Direito de Uso de Radiofrequências (PPDUR) também foi publicado no Diário Oficial da União desta segunda-feira. A determinação estabelece o valor a ser pago pelo direito de uso de radiofrequências ou aquele a ser estabelecido como preço mínimo de referência em licitações de direito de uso de radiofrequências deverá ser obtido por meio da aplicação de uma fórmula específica.

Também estabelece critério para cobrança da prorrogação do direito de uso de radiofrequências. O novo regulamento confirma ainda que o preço público pela autorização de uso de radiofrequências ou por sua prorrogação poderá ser pago em parcela única, à vista, ou em parcelas anuais iguais, desde que o valor das parcelas seja igual ou superior a R$ 500. Já o prazo para quitação da parcela única ou da primeira parcela anual será de 30 dias, contados a partir do recebimento da notificação expedida pela Anatel. "No caso de pagamento parcelado, o número máximo de parcelas anuais será igual ao prazo, em anos, do Direito de Uso de Radiofrequências, e o valor de cada parcela será atualizado pela taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia – SELIC, acumulada mensalmente, desde a data da publicação do extrato do Ato de Autorização de Uso de Radiofrequências no Diário Oficial da União – DOU, até a data de vencimento da parcela", aponta a publicação.

Fonte: Teletime News de 23 de julho dde 2018, pela Redação.

Satélite contratado pela Hughes para cobrir Brasil e América Latina é lançado com sucesso

Durante o final de semana, o foguete Falcon 9 da SpaceX foi lançado a partir da base no Cabo Canaveral, na Flórida, colocando em órbita o satélite Telstar 19 Vantage. A operadora satelital Hughes utilizará a capacidade em banda Ka do artefato de alto throughput (HTS) na América do Sul, cobrindo mais de 90% da população no Brasil, Chile, Colômbia, Equador e Peru. Segundo a empresa nesta segunda-feira, 23, a intenção é oferecer o serviço de banda larga HughesNet para empresas, residências, redes corporativas de grandes empresas, backhaul para operadoras de serviço móvel e serviços de Wi-Fi comunitário para populações carentes.

Para viabilizar o uso da carga contratada, a Hughes está construindo novos gateways no Brasil e no Chile para complementar os outros cinco gateways do sistema Jupiter nos Estados Unidos. Esse sistema dará suporte às aplicações de conectividade.

No Brasil, o serviço HughesNet já funciona com o satélite Eutelsat 65 West A, mas a empresa espera complementar a plataforma com a cobertura de 90% da população por meio do satélite novo. Já para a Colômbia, a intenção é melhorar a conectividade de banda larga do satélite Jupiter 2 para alcançar mais de 96% dos colombianos.

Construído pela Space Systems Loral (SSL) para a Telesat, o Telstar 19 Vantage ficará na posição orbital 65 graus Oeste e deverá começar a funcionar no começo do quarto trimestre deste ano, após a conclusão das manobras orbitais e testes. O contrato da Hughes com a Telesat tem duração de 15 anos. O satélite ainda conta com payload em capacidade em banda Ku também para a cobertura no Brasil, região Andina e o Oceano Atlântico Norte.

Fonte: Teletime News de 23 de julho de 2018, por Bruno do Amaral.

Consolidação no mercado brasileiro virá em dois anos, afirma TIM

A consolidação do mercado é vista como algo natural pela TIM, que apesar de não declarar interesse em nenhum ativo de forma concreta ainda, alega estar preparada para ser protagonista. Durante teleconferência de resultados trimestrais nesta sexta, 20, o assunto veio à tona diversas vezes nas perguntas aos executivos da empresa, ainda sob comando de Stefano De Angelis até a próxima semana, quando será substituído por Sami Foguel. O atual CEO afirmou que a ideia, há dois anos, quando assumiu o cargo, era justamente a de melhorar o balanço e entregar uma empresa forte para se preparar para a tendência.

"Indo para M&A (fusões e aquisições), sempre falamos que vemos oportunidades para consolidação no mercado brasileiro. E para participar de consolidação, orgânica ou não, tem que ter balanço forte, então tínhamos que melhorar os resultados financeiros", declarou. De Angelis entrega a companhia a Foguel com crescimento em receita e lucro neste trimestre.

O CFO da TIM, Adrian Calaza, adicionou: "Trabalhamos no lado financeiro de qualquer forma para estar nesta posição". Contudo, esclareceu que a movimentação vai depender se o ativo "se encaixa" na estratégia da operadora."Vamos manter esse caminho e veremos o que acontece nos próximos dois anos, algo vai acontecer nesse período no mercado em M&A. Nossa tarefa é nos preparar", diz.

Com os ativos à venda e também sondada pela América Móvil, a Cemig Telecom continua no radar da TIM Brasil. Porém, Calaza declara que é importante saber primeiro o quanto precisaria pagar, obviamente. "Depende em termos de preço, porque, claro, é a variável mais importante. Queremos aumentar nossa estratégia de fibra, mas dependerá do preço e se faz sentido na nossa estratégia."

Vale lembrar que a controladora da TIM, a Telecom Italia, não necessariamente pensa que o momento é de fusões para a operadora no Brasil. Pelo menos em relação à Oi, o atual CEO da italiana, Amos Genish, já afirmou que é melhor que a tele brasileira permaneça sozinha.

Fonte: Teletime News de 20 de julho de 2018, por Bruno do Amaral.

TIM quer compartilhar infraestrutura com demais players no mercado

A Anatel aprovou na semana passada a extensão do acordo de compartilhamento de infraestrutura entre Oi e TIM, mas o contrato é apenas um começo. Segundo o atual presidente da TIM, Stefano De Angelis, a intenção é obter acordos com outras operadoras, o que está em linha com o posicionamento da empresa em recentes consultas públicas e declarações anteriores.

"Vamos continuar o acordo não apenas com a Oi, mas todos os players", declarou o executivo durante teleconferência de resultados nesta sexta-feira, 20. "Queremos melhorar o compartilhamento de infraestrutura, não só para o Brasil, mas para a evolução do setor de telecomunicações, para diminuir o gargalo digital", declara. De Angelis diz que a ideia é melhorar a infraestrutura, falando em fibra, rede de distribuição e rede de acesso fixo e móvel.

O CTO da empresa, Leonardo Capdeville, explica que o compartilhamento permite reduzir investimentos e otimizar o Capex, por isso faz sentido a discussão com outras empresas. "O compartilhamento de infraestrutura é uma discussão contínua, sobre fibra e longhaul com Oi, mas também com Vivo, Claro e provedores regionais", diz.

Capdeville ressalta que a aprovação da Anatel e do Cade foram etapas necessárias, mas o contrato com a Oi em si já estava montado "meses atrás" para permitir adicionar capacidade na rede. "A ideia é usar melhor o espectro, em vez de ter 10 + 10 MHz, agora teremos contínuos 20 MHz para compartilhar, e estamos estendendo para 1.800 MHz em algumas regiões – é uma parte pequena, mas estamos começando", declarou.

Fonte: Teletime News de 20 de julho de 2018, por Bruno do Amaral.

TIM tem novo presidente no Brasil: Sami Foguel

A TIM anunciou nesta quinta-feira, 19, antes da divulgação dos resultados financeiros do trimestre, que está mudando de comando. Reunião do conselho de diretores realizada nesta data elegeu de forma unânime Sami Foguel como novo CEO da operadora. Ele substituirá Stefano De Angelis, que pediu afastamento "por conta do vencimento de seu contrato bianual de expatriação, em linha com a companhia".

Sami Foguel assumirá o novo cargo a partir do dia 23 de julho. Ele é formado em engenharia na Unicamp e conta com MBA na Universidade de Michigan, Estados Unidos. Ele operou como vice-presidente de operações de consumidor e "cargo chief officer" na companhia aérea Azul Airlines, onde atuou de 2014 até o ano passando, quando assumiu como COO da TAP Air Portugal. Foguel também tem experiência de cinco anos como vice-presidente de produtos, segmentos, CRM e experiência de consumidor do Banco HSBC e mais de dez anos como parceiro associado e outras posições na Mckinsey & Company.

Stefano De Angelis vai manter sua posição no conselho da operadora "para garantir uma entrega efetiva dos poderes e apoiar a execução consistente dos objetivos estratégicos da TIM", segundo o comunicado da empresa divulgado ao mercado. O italiano liderou a tele brasileira a partir de maio de 2016, assumindo lugar de Rodrigo Abreu, mas já havia atuado como CFO da TIM Brasil e CEO da Telecom Argentina à época em que ainda era controlada pela Telecom Italia.

Fonte: Teletime News de 19 de julho de 2018, por Bruno do Amaral.

TIM encerra trimestre com aumento nas receitas e lucro

O novo presidente da TIM, Sami Foguel, receberá a operadora das mãos de Stefano de Angelis com resultados positivos, de acordo com balanço financeiro relativo ao segundo trimestre divulgado nesta quinta-feira, 19. A companhia registrou que aumento nas receitas e no lucro líquido, mesmo dedicando maior Capex no período, fruto de um melhor mix com desligamentos na base pré-paga e adições líquidas na base pós-paga. 

A receita líquida da companhia total cresceu 5,8% e totalizou R$ 4,171 bilhões no trimestre. No semestre, totalizou R$ 8,310 bilhões, um aumento de 5,3% comparado a igual período em 2017. Já a receita de serviços foi de R$ 3,964 bilhões no trimestre, um avanço de 5,7%, enquanto no semestre foi de R$ 7,947 bilhões, crescimento de 6%. Tanto o serviço móvel, com total de R$ 3,758 bilhões, quanto o fixo, com R$ 206 milhões, mostraram crescimento, de 5,7% e 5,6% no trimestre respectivamente. No semestre, foram também respectivamente de R$ 7,536 bilhões (aumento de 5,8%) e de R$ 411 milhões (avanço de 10%).

Entre abril e junho, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBTIDA) normalizado foi de R$ 1,567 bilhão, avanço de 12,7%; e nos seis primeiros meses do ano, R$ 3,037 bilhões (aumento de 14,5%) A companhia afirma que o EBTIDA é normalizado pela venda de torres (R$ 1,1 milhão no segundo trimestre e R$ 1,8 milhão no mesmo período do ano passado), além de custos temporários de RH e despesas gerais e administrativas(R$ 120 mil no segundo trimestre de 2017).

A margem EBTIDA normalizada foi de 37,6%, 2,3 pontos percentuais acima no comparativo anual entre trimestres, enquanto no semestre foi de 36,5%, avanço de 2,9 p.p.. Por sua vez, a TIM registrou lucro líquido trimestral de R$ 335 milhões, um avanço de 53,2% no comparativo, e de R$ 585 milhões no semestre, valor 66% maior do que em 2017.

A companhia avançou 25,8% no Capex para o segundo trimestre, dedicando R$ 1,018 bilhão para investimentos, a maior parte (cerca de 85%) destinados à infraestrutura, especialmente projetos de rede de transporte, tecnologia 4G e TI. No semestre, o total do Capex foi de R$ 1,664 bilhão, aumento de 12,5%.

A dívida líquida da TIM totalizou R$ 3,231 bilhões, redução de R$ 1,169 bilhão em relação ao ano passado. A relação dívida líquida/EBTIDA foi de 0,51x no trimestre, contra 0,80x no segundo trimestre de 2017. Excluindo a licença de 700 MHz, o fluxo de caixa operacional livre no semestre foi de R$ 313 milhões, contra geração negativa de R$ 130 milhões em igual período do ano anterior. Considerando apenas o trimestre, foi de R$ 6 milhões, impactado pelo pagamento do Fistel em abril.

A companhia anunciou também nesta mesma data o pagamento de R$ 240 milhões a título de juros sobre capital próprio (JSCP), com valor bruto de R$ 0,099162742 por ação. O pagamento ocorrerá a partir de 13 de novembro deste ano.

Operacional

A TIM encerrou junho com uma base móvel de 56,554 milhões de acessos, queda de 7%. A maior responsável pelo desempenho foi a base pré-paga, que ficou com 37,477 milhões de linhas após queda de 16,7%. Por outro lado, a operadora melhorou o mix porque aumentou a base pós-paga em 20,5% no comparativo anual, totalizando 19,077 milhões de contratos.

A base de linhas 4G avançou 39,8% e em junho era de 31,313 milhões de acessos (enquanto a base 3G caiu 38,9% e encerrou o semestre com 14,9 milhões de linhas). Os smartphones têm penetração total de 83,9%, avanço de 6,9 p.p. em comparação com junho de 2017. Já a base de clientes do serviço fixo TIM Live subiu 21,5%, totalizando 423 mil contratos.

A receita média por usuário (ARPU) do serviço móvel subiu 13% e ficou em R$ 21,9. Na TIM Live, cresceu 12,7% e atingiu R$ 72,1.

Em relação à infraestrutura, a operadora afirma ter cobertura 4G em 3.138 cidades, das quais 1.131 (sendo 24 capitais) contam com faixa de 700 MHz. A tecnologia de voz sobre LTE (VoLTE) está disponível em 1.559 municípios. A TIM também encerrou o semestre com 17,2 mil sites 4G, sendo 4,3 mil em 700 MHz.

Já no serviço fixo, a expansão da ultra banda larga (acima de 34 Mbps) totalizou sete cidades, agora com foco na expansão da rede de fibra até a residência (FTTH), que conta atualmente com 569 mil domicílios endereçáveis (homes-passed). A companhia afirma que vai acelerar a transição do FTTc para o FTTH, expandindo esta tecnologia para cinco novas cidades: Salvador, Suzano (SP), Mauá (SP), São Gonçalo (RJ) e Nilópolis (RJ). A oferta de 4G para banda larga fixa (WTTx) chegou a 20 cidades novas no período, totalizando 87 localidades.

Fonte: Teletime News de 19 de julho de 2018, por Bruno do Amaral.

Concessão do STFC exige uma outra visão sobre bens reversíveis, apontam especialistas

A Anatel reuniu nesta quinta, 19, especialistas e acadêmicos para discutir a questão dos bens reversíveis nas concessões de telecomunicações. Para estes especialistas, o conceito de bens reversíveis precisa ser relativizado e analisado no contexto em que foi concebido para o setor, algo que vai além da simples dicotomia entre a visão patrimonialista ou funcionalista dos bens, que tem vigorado nos últimos anos de debate sobre o tema. Mesmo assim, o seminário realizado pela agência não trouxe nenhuma fundamentação para justificar a adoção de uma visão meramente patrimonialista.

Como se sabe, a questão dos bens reversíveis é, há vários anos, vista como como um dos principais obstáculos ao encaminhamento de qualquer revisão de modelo de telecom, ajustando-o ao ambiente da banda larga e da mobilidade.

Para a acadêmica e advogada Helena Xavier, uma das principais estudiosas do modelo de telecomunicações brasileiro, a concessão de telecomunicações é muito diferente daquela encontrada em outros setores, porque não se trata da concessão de uma infraestrutura pública para ser explorado e depois devolvida, ou de uma obra pública a ser construída.

Segundo a especialista, o Brasil alienou sua infraestrutura de telecomunicações, passando-a para a iniciativa privada no processo de privatização, e a concessão do STFC passou a ter como objeto a prestação do serviço, tendo como contrapartida o atingimento de metas de universalização e qualidade. A própria Emenda Constitucional número 8, de 1995, acabou com o conceito de rede pública de telecomunicações, lembrou a palestrante. Além disso, diz Helena Xavier, a infraestrutura utilizada para os serviços de STFC não é exclusiva do objeto da concessão, ou seja, existem outros serviços que são explorador em regime privado e que utilizam a mesma infraestrutura. Além disso, a exploração do mesmo serviço pode ser feita concomitantemente em regime privado e público, e os serviços prestados em regime público podem ser livremente definidos pelo Poder Executivo, por orientação da Anatel.

A partir destas condições, diz ela, a existência de bens materiais do domínio público da União afetos à prestação do STFC não é elemento essencial da concessão de STFC (tanto que são admitidos bens de terceiros) e que o papel da Anatel é apenas o de realizar o acompanhamento, mas não ter ingerência sobre a administração destes bens. Segundo Helena Xavier, considerando que bens reversíveis são aqueles indispensáveis à continuidade e atualidade do STFC no regime público, sua reversão depende da continuidade dos serviços, pois a extinção da concessão devolve à União os direitos e deveres relativos à prestação do serviço.

O jurista Jacintho Câmara se alinha ao raciocínio de Helena Xavier de que a questão da reversibilidade de bens não é fundamental para a continuidade do serviço público. Ele relembra que na época de formulação dos contratos de concessão o instrumento de reversibilidade foi elaborado para dar segurança ao investidor, no sentido de garantir que haveria indenização dos investimentos não amortizados caso a concessão fosse interrompida antes do prazo. A restrição de que seriam revertidos apenas os bens indispensáveis foi uma forma de minimizar possíveis impactos para o Estado. "O contrato poderia ter não incluído essa reversibilidade, ela surgiu apenas para dar apenas mais garantias (ao investidor). Tanto que o que entra é apenas que é indispensável. E foi assim porque se ficasse inchando a relação aumentava-se a conta para o poder público pagar". Além disso, diz Jacintho Câmara, outras concessões de telecomunicações, como a do antigo Serviço Móvel Celular (SCM), que se tornou a atual autorização de SMP, ou as concessões de TV a cabo, hoje Serviço de Acesso Condicionado, foram extintas ou transformadas sem nenhuma discussão sobre reversão de bens.

Ele lembra que a concessão de STFC tem um caráter tão único que sequer previsão de investimentos foram feitas pelo Estado, ao contrário do que existe em outras concessões de infraestrutura. Para ele, "quando se fez o contrato (de concessão) acreditava-se que seria possível não reverter nada, e nunca se ampliaria o volume de bens reversíveis. Mas o fato é que o instituto da reversibilidade, em termos de segurança jurídica, foi um desastre, e isso eu reconheço aqui publicamente".

Para o advogado Caio Mário, o regime atual gera uma elevada incerteza, com impactos negativos sobre novos investimentos. "Cria uma especial incerteza para esses últimos sete anos (até o final da concessão)". Ao mesmo tempo, diz ele, a perda de valor dos bens reversíveis gera uma elevação do custo de oportunidade em face a usos mais eficientes dos valores gerados com os valores remanescentes. "O caminho para arrumar isso é uma atualização regulatória. O modelo atual joga contra o setor e contra o regulador", diz o advogado. Ele lembra que o fim da concessão, em 2025, é um evento extremamente complexo e que deveria ser encaminhado imediatamente. "Há muitas oportunidades que estamos perdendo até lá".

Ele acredita que seria possível dar um tratamento infralegal a toda esta questão, mas considerando-se o que já foi construído no PL 79/016 e o tanto que o projeto já avançou, a alternativa de uma mudança legal é hoje a mais interessante.

Fonte: Teletime News de 19 de julho de 2018, por Samuel Possebon.

Para consultoria, modelagem de cálculo de bens reversíveis será determinante

A Anatel começou a discutir, publicamente, a complexidade do processo de cálculo e levantamento dos bens reversíveis e as metodologias que poderão ser utilizadas. Durante o seminário realizado pela agência nesta quinta, dia 19, a consultoria espanhola Axon, que já realizou trabalhos semelhantes na Colômbia e assessora a Telefônica no tema, trouxe um dos modelos possíveis para que se chegue ao cálculo final do valor dos bens, algo determinante na transição de modelos, caso o PL 79 venha a ser aprovado, ou no mínimo necessário para o período final das concessões de telefonia fixa, em 2025.

Para Rafael González, sócio da consultoria, o Brasil poderá aroveitar a existência de um Documento de Separação e Alocação de Contas (DSAC) e das Relações de Bens Reversíveis já existentes, mas a metodologia é mais ampla, e se desenvolve em cinco etapas. Para a Axon, o trabalho começa: 1) pela definição exata do perímetro geográfico da concessão (parece trivial, mas com concessionárias atuando como autorizadas em diferentes regiões, essa distinção é fundamental); 2) a definição do perímetro da rede, ou seja, dos elementos que deve ser considerados; 3) a definição dos serviços que serão considerados na compensação; 4) A definição dos percentuais de proporcionalidade de uso dos bens reversíveis pelo serviço de STFC (caso, por exemplo, de fibras compartilhadas entre difernetes serviços); 5) e a definição das bases contábeis e valores. A consultoria apresentou então o histórico de como cálculos semelhantes foram realizados na determinação de valores de bens nos casos da Colômbia, Portugal, Espanha, Costa Rica e Reino Unido.

Segundo Rafael Gonzáles, cada caso se deu em um contexto diferente. Na Colômbia, por exemplo, o cálculo foi feito com a questão já judicializada, mas é a situação em que o modelo mais se aproxima do brasileiro. Em mercados como Espanha e Portugal, a mudança do modelo de concessão de telefonia ocasionou o desenvolvimento de novas políticas públicas, incluindo banda larga prestada em regime público com subsídio do fundo de universalização (caso da Espanha) ou indenização ao concessionário pela antecipação do fim dos contratos (Portugal), com a obrigação de ampliação da infraestrutura de fibras. A íntegra da apresentação da Axon está disponível aqui.

Fonte: Teletime News de 19 de julho de 2018, por Samuel Possebon.

CEO da América Móvil não pensa em consolidação no Brasil

A América Móvil demonstra algum interesse em um eventual processo de consolidação no mercado brasileiro, mas diz estar bem com os ativos que atualmente possui – a Claro, Embratel e a Net. "Como a AMX no Brasil, não estamos pensando na consolidação, temos tudo, temos companhia de [serviço] fixo, com banda larga, serviço móvel e TV paga", declarou durante teleconferência de resultados nesta quarta, 18, o CEO da empresa, Daniel Hajj. "Temos DTH também, e banda larga wireless, estamos realmente com uma rede muito boa móvel e estamos indo nessa direção", completou.

Hajj comentou também a possível alteração na regulação da Anatel para permitir o aumento do limite de espectro para cada empresa no Brasil. "Todo mundo sabe que o aumento do cap seria para [permitir] a venda da Nextel", disse. No entendimento do executivo, o espectro da operadora é seu ativo mais valioso – a tele conta com a faixa de 1,8 GHz usada para LTE no Rio de Janeiro e São Paulo, além das frequências em 1,9 GHz e 2,1 GHz atualmente em uso para 3G, e de 800 MHz com a tecnologia de rádio iDEN. "Não sei em que estágio isso está no governo, mas acho que se a Nextel quiser ser consolidada, ou se o governo também quiser isso, acho que eles vão mexer no cap", avaliou.

O executivo confirmou ainda que o grupo mexicano está apenas estudando a possibilidade de adquirir a Cemig Telecom, mas foi vago ao responder se há planos concretos. "Estamos revisando os dados, estamos nesse processo hoje, não sei dizer se há interesse ou não", declarou. "Se fizer sentido para nós e o preço for bom, acho que faremos. Se não, vamos sair." A TIM já havia demonstrado interesse nessa fusão no trimestre anterior.

Ele também endereçou rumores de eventual venda de ativos da Oi, mas sem demonstrar real interesse e apenas afirmando também não saber se isso de fato acontecerá. Vale lembrar que há anos se fala em processo de consolidação no mercado brasileiro envolvendo a Oi – incluindo uma fusão com a TIM, que sempre foi alvo de rumores, mas nunca entrou em negociação oficial. Com a Telefônica, haveria a questão do passivo regulatório, como o próprio Juarez Quadros mencionou antes de assumir a presidência da Anatel.

Verticalização

Segundo Daniel Hajj, a fusão das norte-americanas AT&T e Time Warner não interfere em nada na estratégia da América Móvil para a América Latina, o que significa não haver interesse em seguir a mesma tendência de verticalização do mercado. "Não acho que vai nos afetar porque temos conteúdo, e eles precisam vender o conteúdo [deles] para todo mundo", declara. "Há conteúdo suficiente, vai haver mais produção de conteúdo, e todo mundo vai ter acesso a tudo; há muito conteúdo na TV paga." A AMX conta com produções locais para o serviço Claro Video na Colômbia e no México.

Fonte: Teletime News de 18 de julho de 2018, por Bruno do Amaral.

Brasil tem maior crescimento de penetração de banda larga fixa na América Latina

O Brasil chegou a 27,3 milhões de residências com banda larga fixa no segundo trimestre, um crescimento de 9% em relação a igual período do ano passado, e com isso se consolidou como o líder em quantidade de conexões na América Latina. Segundo estudo Fixed Broadband Services da empresa de análise de mercados Business Bureau divulgado nesta quarta-feira, 18, a taxa de crescimento de penetração em adições líquidas do mercado brasileiro foi de 2,49%, a maior da região. Em seguida vêm Colômbia (2,17%), México (2,06%), Equador (1,92%) e Peru (1,27%).

O estudo da BB indica que na América Latina, a banda larga tem penetração em 42% dos lares. No mercado brasileiro, o potencial para o crescimento do acesso é algo que se destaca. "Embora o Brasil possua a maior quantidade de usuários de Internet, menos da metade do país acessa o serviço, por isso que segue com a possibilidade de crescimento", destaca a empresa.

O levantamento ressalta que o mercado brasileiro de banda larga fixa é dominado pela Net, Vivo e Oi, com 30%, 25% e 21% de market share respectivamente, mas é importante lembrar que, com atuais 18%, o grupo de provedores de Internet regionais deverá passar em breve a Oi e assumir a terceira colocação. Segundo dados da Anatel correspondentes a maio, o Brasil conta com mais de 30 milhões de acessos de banda larga fixa no total.

Penetração abaixo da média

Outro estudo também divulgado nesta quarta-feira, desta vez da companhia de analytics Global Data, indica que o mercado latino-americano deverá encerrar o ano com 82,2 milhões de conexões de banda larga fixa. Isso representaria um avanço de quase 6% comparado ao ano passado. Até 2023, diz a empresa, mais 17 milhões de acessos serão adicionados, totalizando 99,1 milhões de contratos.

Diferente do estudo da BB, a Global Data diz que a penetração na região ao final de 2017 chegava a 12,3%, abaixo da média global de 13,4% e de regiões mais ricas, como Europa Ocidental (36%) e América do Norte (30,7%). Além disso, a região conta com grande desigualdade: enquanto no Uruguai há uma penetração de 26%, países como Paraguai, Guatemala, Bolívia e Honduras ainda têm menos de 5%. O Brasil está na sexta posição da tabela abaixo, com penetração abaixo dos 15%.


A empresa afirma que planos nacionais de banda larga dos governos ajudam na universalização em países onde ainda há desafios para que a infraestrutura fixa chegue às regiões mais afastadas. O relatório destaca iniciativas em Honduras, com o programa "Internet del Pueblo", para levar 15 mil pontos de acesso públicos neste ano (com 2 mil escolas públicas e 155 parques públicos conectados até janeiro deste ano); e o plano nacional de telecomunicações 2016-2020 do Paraguai, que pretende aumentar a penetração da banda larga para 40% das residências, 70% das empresas e 100% das instituições governamentais até 2020.

Fonte: Teletime News de 18 de julho de 2018, por Bruno do Amaral.