sábado, 18 de outubro de 2014

Para Anatel, teles são acomodadas. Empresas admitem falta de articulação

Desafios não faltam para o setor de telecomunicações. Como destacaram operadoras e fabricantes de equipamentos durante o Futurecom 2014, um dos principais é garantir a sustentabilidade num ambiente em que a demanda por redes cresce mais rapidamente do que as receitas. De olho nessa equação que ainda não fecha, a Anatel critica o setor: as empresas estão acomodadas.
“Vejo o setor reclamar muito da ‘boca do jacaré’, até com razão. Mas em boa parte o setor está acomodado em receber as receitas tradicionais, de voz, venda de chips ou mesmo planos de dados. Olhando à frente, é preciso pensar em outras formas de capturar receitas”, disparou o conselheiro Marcelo Bechara.
A posição do conselheiro da Anatel não foi bem aceita. “Discordo do conselheiro; não há acomodação. O que há é um desafio forte. Mas as operadoras estão muito focadas em serviços, em capturar todas as oportunidades que o mundo da Internet possibilita. Não estamos nada acomodados. Cerca de 37% das nossas receitas já vêm de serviços de valor adicionado”, rebatou o diretor geral da Vivo, Paulo César Teixeira.
A analogia com a ‘boca do jacaré’ é recorrente no setor e se baseia na figura de um gráfico onde as curvas de receitas e custos avançam de forma diferente, com a primeira mais inclinada e a segunda mais aguda, como a imagem de um jacaré de boca aberta. No prognóstico, há razoável consenso. “Temos necessidade de encontrar outras soluções de ingresso; um problema que não é só do Brasil”, disse o diretor geral da Vivo. “Somos atacados pelas OTTs, que tiraram receitas de serviços tradicionais, e estamos avançando para fazer o mesmo”, emendou Teixeira.
Para Marcelo Bechara, no entanto, para capturar novos ingressos com a oferta de aplicativos para a Internet, as operadoras ainda usam o mesmo modelo adotado para os mencionados “serviços tradicionais” de telecom. Segundo ele, falta “pensar fora da caixa”. Mas não só.
Outra provocação do conselheiro da Anatel foi sobre a desarticulação das telecomunicações como setor – aspecto sobre o qual não fala sozinho. “Somos desunidos. Que me desculpe o SindiTelebrasil, mas no ponto de sermos capazes de exercer influência positiva, mesmo na discussão de regras, não temos força”, disse o presidente da Algar Telecom, Divino Sebastião de Souza.
“Por que o setor bancário ficou de fora do decreto do call center? Por causa da força da Febraban, força que em telecom a gente não vê. Estamos digladiando entre nós. O setor automobilístico recebe isenções de 10, 15 anos de impostos. Nós pagamos 40% de impostos e dizem que cabe a nós fazer a inclusão social. Não estamos unidos. Cada um só vê o seu pedaço”, emendou.
A agenda de temas importantes, porém, não espera. “No ano que vem, independentemente do resultado das eleições, há temas que virão, como a regulamentação do Marco Civil da Internet, a revisão dos contratos e, quem sabe, um debate sobre reforma tributária. Caiam para dentro desse debate, se unam, ou no próximo Futurecom vamos estar aqui discutindo as mesmas coisas”, advertiu Marcelo Bechara.
 
Fonte: Convergência Digital de 16 de outubro de 2014 por Luis Osvaldo Grossmann

Internet das Coisas: tempo de tornar as aplicações comerciais

As oportunidades de negócios com o M2M (machine-to-machine) animam as operadoras de telecomunicações e os fornecedores da tecnologia, mas ainda há, segundo eles, um tempo para que essas aplicações virem, de fato, comerciais e rentáveis.
Talvez uma das vertentes mais avançadas de aplicação do M2M seja o que o mercado tem chamado de carro conectado. A BMW anunciou durante  painel no Futurecom 2014 que está trazendo para o Brasil dois modelos de carros elétricos que ficam conectados à fábrica da companhia o tempo todo. Graças a esta conexão, a companhia pôde criar o BMW Teleservices.
“É uma unidade que monitora diversos sensores instalados no carro. Quando há algum problema, esses sensores enviam uma mensagem para a fábrica, que aciona a concessionária mais próxima. A concessionária entra em contato com o cliente, que muitas vezes não sabe do problema, já com sugestões de agenda para que o carro seja consertado”, explicou Carlos Eduardo Sampaio, executivo da montadora no Brasil.
Na prática, o serviço encanta, mas o executivo reconhece que ele tem esbarrado em algumas questões, como a privacidade. Muitos clientes questionam se a montadora poderá rastreá-los, por exemplo. “Pode, mas com o objetivo de salvar vidas e dar conveniência. Tudo vai depender de como a concessionária vai vender o serviço”, afirmou.
Neste caso, o serviço vem sendo prestado pela montadora, mas há iniciativas que, em tese, já deveriam estar sendo colocadas em prática pelo governo. Um exemplo é a resolução 245, do Denatran, que prevê a instalação de chips nos automóveis nacionais, possibilitando seu rastreamento e bloqueio. De acordo com Rogério Guerra, da Claro, o mercado fez investimentos pesados na ideia, mas o projeto ainda não saiu do papel. “Ele deve ficar engavetado por mais dois anos”, disse, lembrando que este é um setor onde está concentradas boa parte das oportunidades.
Elas não param por aí e devem surgir também em setores como saúde e energia. O ponto levantado por Guerra é de onde deve partir o desenvolvimento de soluções M2M. “Nós não temos a velocidade que o mercado vai exigir. O que deve acontecer é a formação de empresas menores, às quais poderemos nos associar”, ponderou.
Eduardo Takeshi, da Telefônica, concorda, e lembrou que uma visão fim a fim é fundamental para estabelecer uma estratégia. Ele citou como exemplo o mercado de utilities. “Imagine vender um medidor como serviço, conectado, atendendo fornecedores de água, luz e gás, tudo isso em uma mesma base de infraestrutura”, disse. Takeshi afirmou que a operadora vem trabalhando nas áreas residencial e de empresas, carro conectado e inovação, na qual a companhia tem uma área voltada especificamente à Internet das Coisas. Mesmo assim a Telefônica não abre mão das start-ups e para isso conta com o trabalho de sua incubadora, a Wayra.
Para Marise Luca, da Ericsson, o grande ponto não é a conexão das coisas. Para ela, isso hoje já acontece com o carro conectado, a carteira digital, a cidade inteligente ou a rodovia conectada. “Tudo isso já existe. As coisas conectadas estão aí, o que nos falta são as indústrias conectadas entre si, permitindo ofertas integradas de serviços e conveniência. Essa realidade ainda não conseguimos alcançar”, afirmou.
 
Fonte: Convergência Digital de 16 de outubro de 2014 por Fabio Barros.

Smartphone será o controle remoto da Internet das Coisas

O Brasil vai dar um salto do 2G para o 4G num ritmo muito mais acelerado do que foi a implantação do 3G por conta da própria exigência do consumidor, que reclama por serviços mais rápidos e por mais banda disponível, diz o co-presidente e vice-presidente executivo da Qualcomm Technologies, Cristiano Amon. O executivo, que participou do Futurecom 2014, deixou claro que essa evolução não vai esperar pela liberação da faixa de 700 MHz.

"O 4G virá com força no próprio 2,5GHz. Hoje o Brasil já tem cidades beneficiadas pelo 4G e nelas o usuário exige cada vez mais. Ele reclama mais banda e mais velocidade. Não será preciso esperar pelo 700 MHz", diz Amon. O diretor da Qualcomm Technologies exemplifica com a China. Naquele país, em menos de 12 meses, o 4G explodiu pela facilidade de navegação e acesso a serviços.

Na parte de dispositivos móveis, Amon minimiza impactos da disputa entre smartphones e tablets. "Não vejo canibalização. Quem tem um smartphone quer um tablet. E o 3G e 4G vão ficar mais presentes nos tablets porque o consumidor não quer mais ficar preso ao Wi-Fi em casa", pontua. A expectativa depositada no M2M é respaldada pelo especialista da Qualcomm.
"Novos serviços vão ficar disponíveis e muitos vão ser essenciais para o consumidor como é o caso de um maior uso dos medidores inteligentes para controle de água e luz". Com relação à Internet das Coisas, Amon é taxativo: o smartphone será o controle remoto dos objetos conectados. Assistam a entrevista concedida pelo co-presidente e vice-presidente da Qualcomm Technologies à CDTV, do portal Convergência Digital.
 
Fonte: Convergência Digital de 17 de outubro de 2014, por Ana Paula Lobo e Pedro Costa
 

sábado, 4 de outubro de 2014

700 MHz - Lotes nacionais são arrematados por Claro, Tim e Vivo

Claro, TIM e Vivo arremataram três lotes nacionais em leilão sem disputa pela faixa de 700 MHz realizado nesta terça, 30.

A Claro ficou com o Lote 1, aquele que é o mais distante da radiodifusão e, teoricamente, seria o melhor dos lotes nacionais, por R$ 1.947.244.417,70 bilhão, ou 1% a mais que o preço mínimo. O Lote 2 foi arrematado pela TIM também por R$ 1,947 bilhão. Nesses dois lotes não houve repique das segundas e terceiras propostas para superar a primeira. Depois, com a Claro e TIM já contempladas com um lote nacional cada, a Telefônica/Vivo, pelo preço mínimo de R$ 1.927.964.770, ficou com o Lote 3.

Além do preço da outorga, Claro, Vivo e TIM desembolsarão R$ 903,9 milhões cada uma para custear as atividades da Entidade Administradora da Digitalização (EAD), que vai deslocar os canais de radiodifusão, adquirir set-top box para os beneficiários do Bolsa Família e mitigar as interferências.

Como já era esperado, a Algar arrematou o Lote 5, que abrange os 87 municípios da sua área de atuação. A surpresa é que a companhia ofereceu R$ 7 mil a mais para o lote, que dificilmente teria alguma disputa. O preço pago pela Algar foi de R$ 29.567.738. Além do preço da outorga, a Algar deverá pagar R$ 13,8 milhões para custear as atividades da EAD.

O Lote 4, que também é nacional sem as áreas da Sercomtel e CTBC, não foi colocado à venda porque as três empresas presentes na disputa já haviam adquiridos os blocos nacionais de 10 MHz + 10 MHz e estavam, portanto, no limite do cap de frequência da primeira rodada do leilão.

Na segunda rodada, o Lote 4 foi dividido em dois blocos de 5 MHz + 5 MHz e o cap, elevado para 20 MHz + 20 MHz, o que possibilitaria a compra dos dois blocos de 5 MHz por uma empresa que houvesse adquirido um bloco nacional. Entretanto, nenhuma das três empresas nacionais teve apetite para adquirir mais frequência.

Arrecadação

A arrecadação do governo com o leilão foi de R$ 5,8 bilhões, mas é preciso descontar do valor arrecadado cerca de R$ 887 milhões referentes à indenização relativa ao Lote 4, não licitado. Assim chegarão aos cofres do Tesouro cerca de R$ 4,9 bilhões. Esse valor poderá ser acrescido ainda em até R$ 423 milhões caso Vivo, TIM e Claro optem por usar qualquer faixa de frequência para cumprir as metas de editais anteriores. Vale lembrar que a previsão do governo era arrecadar R$ 8 bilhões.

No passado, a Claro chegou a solicitar à Anatel que pudesse usar a faixa de 1,8 GHz para cumprir as metas de 2,5 GHz, o que foi negado pela agência. É possível, portanto, que a empresa faça essa opção agora. As empresas deverão informar se farão essa opção no momento da assinatura dos termos de uso da faixa
 
Fonte: Mobile Time de 30 de setembro de 2014, por Helton Posseti.
 

Sem 700 MHz, Oi fica manca e coloca em risco seu futuro em dados

Depois de o mercado ter comemorado o fato de a Oi não participar do leilão de venda da faixa de 700 MHz, o que ficou provado pela alta das ações da companhia após o anúncio de que não participaria, a sensação agora não é mais tão positiva assim. Começa a cair a ficha de que se as coisas já estão difíceis para a companhia, sem o 700 MHz podem ficar ainda piores.
 
O próprio ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, em entrevista na última terça, 30, reconheceu que, sem a faixa, a empresa ficará com sua atuação no 4G limitada. A avaliação de Bernardo é de que a empresa continua com as obrigações assumidas quando comprou a faixa de 2,5 GHz, mas sem o 700 MHz não terá a possibilidade de cumpri-las com outras faixas. A tendência, ainda de acordo com o ministro, é de que as empresas façam essa opção, já que o custo de cobertura com frequências mais baixas é muito menor do que o de faixas altas como a de 2,5 GHz.
 
O presidente da TIM, Rodrigo Abreu, resumiu bem a importância da faixa de 700 MHz para o setor: "Estamos comprando o futuro da nossa presença em dados no País", disse ele após o certame".
 
"No curto prazo, (a decisão de não participar) resolve essa questão de ela não se endividar mais. Mas no longo prazo ela vai estar manca", afirma uma fonte do setor que preferiu não se identificar. A fonte lembra que a história do setor registra um caso semelhante ao que pode acontecer com a Oi. Em 2003, a norte-americana MCI, que controlava a Embratel, entrou em falência. Na época, diz a fonte, o mercado encontrou uma solução: a concessionária brasileira acabou sendo adquirida pela América Móvil, do bilionário mexicano Carlos Slim.
 
Apesar da sua gigantesca dívida e do peso da concessão, uma solução semelhante poderá acontecer com a Oi. "A empresa tem ativos importantes. Tudo é uma questão de avaliação de mercado. Às vezes é uma questão de mergulhar na empresa, fazer uma due dilligence e ver possibilidade de renegociação de contratos, alongamento de dívida etc.", analisa a fonte
 
Fonte: Teletime News de 1 de outubro de 2014.

Anatel aprova regulamento para uso de frequências ultra-altas

 O Conselho Diretor da Anatel aprovou nesta quinta-feira, 2, o regulamento para uso das faixas de 71 GHz a 76 GHz e de 81 GHz a 86 GHz. A faixa, considerada ultra-alta, tem a sua aplicação direcionada para backhaul sem fio, conexão ponto-a-ponto entre edificações para troca de dados e conexão entre máquinas (M2M).
 
Apesar de ser uma faixa altíssima dentro do espectro radioelétrico, a agência recebeu solicitação da Telefônica e de fabricantes para que regulamentasse o uso da faixa.
Para a utilização, as empresas interessadas deverão licenciar as estações junto à Anatel e observar algumas regras de não interferência em equipamentos de radioastronomia que utilizam a mesma faixa. As antenas não poderão estar direcionadas para o Radiobservatório de Itapetininga (SP) quando a distância entre eles for menor que 60 km.
 
A regulamentação do uso da faixa também atende, na visão da Anatel, a necessidade por mais banda em backhaul gerada pelos sistemas 4G e, no futuro, pelos sistemas 5G.
 
Fonte: Teletime News de 2 de outubro de 2014.

Eleições 2014: TSE terá app para apuração em tempo real

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) apresentou uma novidade para as eleições deste ano.Trata-se do aplicativo Apuração 2014. Com ele, o eleitor poderá acompanhar a apuração dos votos de todo o país utilizando dispositivo móvel (tablets e smartphones). O aplicativo permite a visualização dos votos computados para cada candidato e indica os eleitos e os que foram ao segundo turno.

O Apuração 2014 também permite que o usuário selecione um candidato específico e acompanhe seu desempenho nas urnas. Além disso, é possível acompanhar a apuração dos votos em todo o país, ou por estado, com resultados atualizados automaticamente.
Todos os cargos – presidente da República, governador, senador, deputado federal, deputado estadual ou deputado distrital – são consultáveis. O aplicativo é gratuito e está disponível nas lojas virtuais Google Play e iOS App Store, para sistemas operacionais Android e IOS, respectivamente.

O Apuração 2014 aparece como mais uma opção de acompanhamento da apuração. O TSE já havia disponibilizado em eleições anteriores os sistemas Divulga e DivulgaWeb. O Divulga apresenta um grande leque de informações sobre a apuração, onde é possível, dentre outros recursos, selecionar quantos votos determinado candidato à Presidência da República está obtendo em um estado específico, bem como consultar apenas os votos realizados em trânsito e no exterior. O Divulga requer download do programa em um desktop (computador de mesa). O download pode ser feito no site do
TSE.

O DivulgaWeb traz um leque menor de opções de consulta, mas não requer download, sendo utilizado diretamente do site do tribunal. Com ele, é possível visualizar os dados por meio da consulta de votação nominal, pois apresenta o quantitativo de votos totalizados para cada candidato e a indicação dos eleitos ou dos que foram para segundo turno.
 
Fonte: Convergência Digital de 2 de outubro de 2014.
*Fonte: Agência Brasil

Com declínio do STFC, Anatel estuda três modelos para o futuro do setor

Convicta de que alterações profundas no modelo das telecomunicações só serão possíveis com mudança na legislação do setor, o que necessariamente depende da atuação do Congresso Nacional, a Anatel já estuda quais seriam as novas configurações capazes de dar conta da nova realidade – em que o declínio do Serviço Telefônico Fixo Comutado (STFC) começa a colocar em risco o equilíbrio econômico-financeiro da concessão, como alegam as empresas.
 
Os estudos deverão resultar em um anteprojeto de lei que vai tramitar no Congresso, mas só se o próximo presidente ou a presidenta Dilma em um segundo mandato se convencerem de que o melhor é alterar o modelo de concessão do STFC antes do seu fim em 2025.
 
Basicamente a agência discute três caminhos.
O primeiro seria acabar com o regime público. Os bens reversíveis ficariam com as empresas, que em troca se comprometeriam com obrigações de investimento. Esse modelo, em tese, seria o preferido das empresas; mas, para o poder público, parece haver desvantagens significativas, já que sem um serviço em regime público a Anatel ficaria sem mecanismos para exigir a universalização ou a massificação da banda larga.
A discussão pública de um modelo assim seria complicada, já que os serviços essenciais, seja telefonia ou banda larga, estariam sendo prestados todos em regime privado. Certamente haveria grande resistência dos movimentos sociais, por exemplo. Outra desvantagem é que esse modelo não resolve a questão da utilização do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust).
 
O segundo modelo é parecido com o primeiro, na medida em que também acaba com a dicotomia entre serviço público e privado – todos os serviços seriam serviços de telecomuncações sem distinção. A atuação da Anatel nas empresas se daria com base no poder de mercado delas. Esse modelo também contempla uma alteração na lei do Fust para permitir que ele seja usado para o serviço prestado em regime privado. "No fundo, a discussão é se teremos uma concessão esvaziada ou uma autorização mais robusta", resume uma fonte da agência.
 
Já o terceiro caminho seria fazer uma alteração pequena na lei para permitir a renovação sucessiva da concessão, que hoje só pode ser renovada uma única vez, o que já aconteceu. A renovação sucessiva da concessão afastaria a insegurança jurídica atual das empresas para investir, assim como resolve o imbróglio dos bens reversíveis, na medida em que, na prática, torna a concessão sem prazo definido para vencer.
Outra vantagem desse modelo é que ele preserva os mecanismos de intervenção nas empresas, como a caducidade das outorgas e a própria possibilidade de reversão dos bens indispensáveis ao serviço público. Haveria uma adaptação no STFC para torná-lo semelhante ao SMP, ou seja, capaz de fazer voz e dados. Assim, o Fust poderia ser usado para a universalização da banda larga.
 
Preferências
Dentro do Conselho Diretor da Anatel há aqueles que preferem o primeiro modelo porque entendem que ele é o que melhor reflete a realidade de perda de importância do STFC. Outros preferem o terceiro modelo porque ele consegue equilibrar a demanda dos movimentos sociais pela banda larga no regime público e, ao mesmo tempo, dá às empresas previsibilidade para investir ao mesmo tempo em que o poder público não perde os atuais mecanismos de intervenção.
 
Há ainda uma quarta possibilidade – essa muito remota – de que a Anatel possa utilizar os mecanismos de que a Lei Geral de Telecomunicações (LGT) já dispõe e que permitem, por exemplo, que a Anatel decrete a caducidade da concessão. Dentro da agência, contudo, a leitura é que, juridicamente, essa seria uma solução frágil e politicamente inviável realizar uma intervenção dessa importância sem o respaldo do Congresso Nacional.
 
Fonte: Teletime News de 2 de outubro de 2014.