O Mobile World Congress 2022 chega ao fim em Barcelona. O evento ainda não conseguiu retomar os patamares de 2019 e 2018, pré-pandemia, nem em volume de público, nem em quantidade de empresas participantes, mas foi um evento cheio, em que os comentários gerais entre congressistas e participantes era de alívio pela retomada de um encontro presencial em um ambiente mais seguro (em 2021 o evento aconteceu, mas com inúmeras limitações de acessos de participantes de fora da Espanha e com muitas empresas ausentes).
O próximo MWC acontecerá ainda em Barcelona, entre os dias 27 de fevereiro e 2 de março de 2023. Depois disso, comenta-se sobre uma possível mudança da sede do evento para Dubai, mas sem confirmação oficial ainda.
Em relação aos temas em destaque este ano, estes são os que reunimos:
Sustentabilidade/ESG – Tema que permeou diversas falas e posicionamentos das empresas de telecomunicações. O discurso é o de que o setor de telecom não só está fazendo a sua parte no sentido de ampliar o uso de energia e processos sustentáveis como a conectividade é essencial para que outros setores consigam reduzir o impacto ambiental e reduzam suas pregadas de carbono.
Lançamentos: O evento trouxe poucos lançamentos relevantes de handsets, em decorrência de mudança da estratégia de marketing dos grandes fabricantes, da crise de suprimento de microprocessadores e das restrições impostas à Huawei para acesso a chips com tecnologias norte-americanas. Mas foi um evento que presenciou o renascimentos dos PCs conectados a redes 4G e 5G, com processadores de celular para economia de bateria.
Metaverso/IA/VR – Um tema também permanente em várias discussões e na estratégia de operadoras e fornecedores, com a indústria de telecomunicações se colocando como parte da infraestrutura digital necessária para viabilizar os modelos de Web3. Mas ainda há incertezas sobre como que o setor de conectividade vai participar da cadeia de valor desta nova Internet e como vai pagar a conta da infraestrutura necessária.
Evolução tecnológica: pouco se falou de 6G, o que é natural considerando que o horizonte para a nova geração é para 2030, mas já surgiram algumas discussões sobre o 5G Advanced (Release 18). Mas já ficou claro que as pressões geopolíticas criadas sobretudo pelo governo dos EUA devem permanecer.
Mercados verticais: Aplicações industriais, redes dedicadas e serviços corporativos estiveram em alta no MWC 2022, mas a expectativa de casos concretos já utilizando slicing de rede ficaram frustradas, já que as redes das operadoras ainda não estão adaptadas de uma maneira geral para abrigarem esse tipo de funcionalidade das redes 5G.
Parcerias e novos modelos – As operadoras de telecomunicações parecem ter acordado, globalmente, para a necessidade de parcerias na área de educação, mercado financeiro, manufatura e serviços de cidades inteligentes. O evento foi farto de exemplos que têm se mostrado bem sucedidos e a tema das parcerias foi exaltado em várias ocasiões.
Transformação digital e Cloud – Com presença em peso de provedores de cloud, como AWS, Microsoft, Google, Salesforce e, obviamente, a Huawei, o tema da transformação digital das teles esteve em alta. Todos concordam que o caminho é o da virtualização das redes e o da cloudificação das operações.
Open RAN – Muito falado e pouco mostrado. Existe a expectativa de que surjam pelo menos 25 operações de 5G com OpenRAN ainda este ano, mas os casos concretos ainda não tiveram a chance de desfilar em Barcelona. Nas falas, algumas operadoras como Vodafone e Telefónica se dizem comprometidas com o Open RAN, ainda que os fornecedores tradicionais tenham abordagens diferentes. Mas está claro que a integração das peças das redes abertas será bastante complexa.
Confira abaixo também nosso podcast/videocast, com uma análise mais aprofundado dos principais temas do evento deste ano.
Nenhum comentário:
Postar um comentário