Prestes a sair do cargo, o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab, destacou o programa Internet para Todos como uma das ações efetivas para promover a universalização da banda larga no Brasil. Segundo ele, durante entrevista concedida ao programa Roda Viva, da TV Cultura, nesta segunda-feira, 5, na próxima semana haverá a assinatura de 2 mil prefeituras que estão aderindo à iniciativa, e que isso permitirá já colocar em prática o quarto convênio para utilização do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações (SGDC). Ele garante que o satélite não está sendo desperdiçado.
Apesar de ter defendido na semana passada a urgência para utilizar o SGDC após anúncio de contrato com a Viasat, Kassab defendeu agora que o governo não estaria perdendo tempo de vida útil do satélite, lançado em maio do ano passado. "A operação é gradual, o consumo de combustível também, na medida em que a capacidade é utilizada", declarou. "Estamos entrando na fase principal de capacidade, sendo que 30% já está funcionando para a Defesa", afirmou, citando outro dos convênios assinados para utilização do satélite – para monitoramento de fronteiras no País.
A parceria com as prefeituras, incluindo a de São Paulo, anunciada na semana passada, é um destaque para Kassab. Ele diz que 2 mil municípios assinarão a partir do próximo dia 12 de março a inscrição no programa Internet para Todos, e reafirmou que em maio deverão chegar as antenas. "Elas trarão conectividade com capacidade de instalação de 200 antenas por dia", declarou.
Um dos outros convênios para utilização do SGDC é com o Ministério da Educação, para o programa Banda Larga na Escola. "Em quatro anos não teremos nenhuma escola brasileira que não tenha banda larga, serão 7 mil este ano e 15 mil ano que vem", estimou o ministro. Há ainda o convênio com o Ministério da Saúde, para levar conectividade em hospitais em regiões remotas.
Perguntado sobre o programa espacial brasileiro, Gilberto Kassab declarou que o acordo bilateral com o governo da Ucrânia (para lançamento de foguetes na base de Alcântara, no Maranhão), foi "um grande equívoco, reconhecido por todos". Mas que agora esse acordo está sendo desfeito – juntos, os governos teriam gastado cerca de R$ 1 bilhão. "A Ucrânia tem sido muito dura. (Precisamos) retomar projetos em parcerias com países europeus, com os americanos, para ter o protagonismo que o Brasil deve ter", disse.
Fonte: Teletime News de 6 de março de 2018, por Bruno do Amaral.