Com 112 praças, oito a menos do previsto para 2014, a Prefeitura de São Paulo reconhece que o projeto Wi-Fi Livre SP está atrasado, mas alega que a iniciativa está amadurecendo e pode ser expandida, ainda que precise resolver problemas para garantir a qualidade do serviço previsto no contrato. De acordo com o coordenador de conectividade e convergência digital da Secretaria Municipal de Serviços da Prefeitura, João Cassino, o próximo passo é fechar a marca de 120 localidades e garantir a qualidade de serviço (SLA), para, em seguida, começar uma segunda etapa. "Está próximo, o esforço ficou concentrado na entrega, mas São Paulo tem mais de 5 mil praças", disse ele durante palestra na Campus Party 2015 nesta sexta-feira, 6, na capital paulista.
Na terça-feira, 3, o secretário municipal de serviços, Simão Pedro, afirmou que há a intenção de lançar um novo edital para dobrar a quantidade de localidades atendidas com o Wi-Fi Livre em 2016. Mas, antes de uma nova licitação, há outras possibilidades para ampliação. "O contrato que temos com a Prodam (empresa de tecnologia da informação e comunicação do município de São Paulo) permite um aditamento de até 125% do valor, ou seja, dá para crescer mais umas 30 localidades nesse contrato", diz Cassino. O projeto atual, com duas empresas prestando serviço - a WCS (lotes 1 e 2, correspondentes à zona Leste e Centro) e a ZIVA Tecnologia (lotes 3 e 4 – zonas Norte, Oeste e Sul) -, tem um custo total de R$ 27,501 milhões, que a administração destaca ser abaixo do orçamento inicial, que era de R$ 75 milhões.
Outra possibilidade é a de parceria com a iniciativa privada. O coordenador da secretaria explica que, por conta das restrições da Lei Cidade Limpa, empresas têm dificuldade de colocar publicidade em ambiente urbano. A proposta é permitir que as companhias banquem o projeto de fornecer conectividade em troca de espaço publicitário (ou seja, banners) nos dispositivos de quem utiliza o Wi-Fi. "Mas a forma jurídica ainda está sendo visto. Estamos tendo interesse de empresários, mas ainda estamos fechando", destaca. Vale lembrar que no edital do projeto está destacada a proibição de guarda de informações dos usuários, bem como a garantia do anonimato (ou seja, não é preciso fazer cadastro para utilizar o serviço).
Dificuldades
Para o projeto atual, a prefeitura alega que falta acertar os últimos detalhes com as prestadoras de serviço para chegar ao nível de serviço (SLA) desejado. "A gente não se interessa pelo tamanho do link, mas pelo serviço para o usuário", declara o diretor de infraestrutura e tecnologia da Prodam, Marcelo de Andrade e Pimenta. Ele alega que a escala da iniciativa fez com que houvesse mais dificuldades do que o esperado. "Houve inexperiência do fornecedor, nunca tínhamos feito um projeto desse tamanho, então teve atraso, deveríamos ter terminado o projeto em agosto", justifica. Além da falta de experiência, ele cita problemas como autorizações muito burocráticas; falta de mão de obra, material e pontos de energia; mudança de tecnologia/fornecedor; dependência de importação; irradiação ou ruído no sinal não previstos; e necessidade de adaptações.
Pimenta diz que está conversando com as empresas contratadas para determinar as melhorias, mas há a possibilidade de haver punição por não estarem cumprindo o contrato conforme previsto no edital. "Elas assinaram contrato com a Prodam, e se não cumprir, teremos que sancionar. A gente teria que ter disponibilidade (na cobertura do Wi-Fi) de 96%, mas hoje temos média de 93%, estamos quase chegando", afirma.
Aviso para não haver roubo
Entre os imprevistos ocorridos durante o período de um ano, estão queda de árvores, corte de energia, problemas com o monitoramento ("não há eficiência no cruzamento de informações" de três ferramentas distintas) e de vandalismo. Este último seria motivado por criminosos em busca de cobre. A solução indicada pela empresa é prosaica: "identificar os dutos nos locais, informando da existência apenas de fibra ótica sem valor comercial".
Além disso, a Prodam reclama que o equipamento Simet Box, que avalia a qualidade da conexão nos locais, "não suporta ambiente outdoor, mesmo acondicionado em rack". O problema é que ele não consegue funcionar em temperaturas acima de 40ºC. A empresa estuda substituir o equipamento por um que suporte raios ultravioleta e temperaturas até 75ºC. "O custo da aquisição está sendo negociado para as contratadas absorverem", e o protótipo do aparelho está em fase de instalação e homologação pelo NIC.br, segundo a empresa.
Fonte: Teletime News de 6 de fevereiro de 2015.
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