domingo, 21 de junho de 2015

O mercado de torres para telecomunicações no Brasil

A base atual de torres no Brasil é de aproximadamente 70 mil torres e segundo a indústria, necessita-se mais que o dobro, ou seja, por volta de 150.000 ativos.

Porém, convivemos com muitos problemas, o principal deles é a dificuldade de obter licenças municipais para suas implantações. Apesar de recentemente ter sido sancionada uma lei federal, os municípios também utilizam regras próprias para conceder os alvarás e com isso, a demora para se conseguir uma autorização é significativa.

Outro obstáculo encontrado por quem precisa instalar uma torre que sustente suas antenas é a carência de fornecedores, pois o mercado, estando obrigado o conviver com legislações federal, estaduais e municipais, muitas vezes dúbias, deixa as empresas de instalação inseguras e por consequência o mercado não estimula o crescimento de empresas que venham fabricar tais itens.

Notamos que os negócios no Brasil envolvendo essas torres continuam bastante aquecidos, pois, as principais empresas gestoras, as quais detém 70% do controle das torres das operadoras de telecomunicações, estão em plena expansão.

Um dos últimos negócios anunciados foi a compra da empresa brasileira T4U, pela gestora de torres PTI - Phoenix Tower Internacional, que é administrada pelo fundo americano Blackstone Tactical Opportunities.

A T4U opera cerca de 530 torres e está construindo mais 250, e se considerarmos que cada torre tem valor aproximado de R$700 mil, calcula-se um montante negociado na casa dos R$ 400 milhões. E com a conclusão das torres em construção, teremos adicionados algo acima dos R$ 100 milhões.

Uma outra negociação em curso é a aquisição da TorreSur (cuja operação tem por volta de 7000 torres no país) pelo Grupo Macquarie, a qual disputa esse ativo com a American Tower, a maior gestora de torres do Brasil.

A segunda maior gestora no Brasil é a SBA Communications, que conta com mais de 8000 torres.

A T4U ocupa a terceira posição; seguida por diversas outras menores, que administram quantidades que variam de 100 a 300 torres cada. 

Nos Estados Unidos, existem 3 grande gestoras, que são responsáveis pela administração de 90% dos ativos.

As grandes operadoras de telecomunicações que operam no Brasil já venderam seus ativos, restando apenas a Claro, do grupo American Móvel, que decidiu não alienar seus ativos, pelo menos por ora, pois poderá ser um trunfo importante, caso venha procurar algum tipo de financiamento.

Portanto, é de se notar que o mercado de construção e administração de torres encontra-se na alça de mira de muitos investidores, uma vez que todos os atores da indústria de telecomunicações tem em seus discursos que a melhoria de qualidade dos serviços passa obrigatoriamente pela forte expansão das antenas e que necessitam de torres para serem instaladas.

Pontos focais:
1 - Fabricação
2 - Relacão com poder público municipal
3- Gestão compartilhada de torres

Por Francisco Carlos de Araujo
Kialo Consultoria e Engenharia Ltda.


sábado, 20 de junho de 2015

Serviços de telecom chegam a 357 milhões de acessos no País no 1º tri

O Brasil fechou o primeiro trimestre de 2015 com 375 milhões de acessos nos serviços de telecomunicações, segundo documento "O Desempenho do Setor de Telecomunicações no Brasil – Séries Temporais", divulgado nesta sexta-feira, 19, pela Associação Brasileira de Telecomunicações (Telebrasil). Desse total, 45 milhões são de telefones fixos, 283,4 milhões de telefones móveis, 24,4 milhões de banda larga fixa, 19,8 milhões de TV por assinatura e 2,5 milhões de acesos de Serviço Móvel Especializado (rádio). A banda larga móvel, que é contabilizada entre os acessos de telefonia móvel, fechou o trimestre com 184,3 milhões de acessos.                                                                                                                                  
De acordo com o levantamento, 41.183 localidades brasileiras são atendidas pelos serviços de telefonia fixa. Também mostra que 100% da população moram em municípios com cobertura da telefonia celular. O balanço aponta ainda que 83,7% dos brasileiros estão em cidades atendidas por quatro ou cinco prestadoras de telefonia móvel.                                                                                                                                                                                        
Segundo o documento da Telebrasil, no fim de março, cidades que congregam 92% da população brasileira já eram atendidas pelo serviço de banda larga móvel. As redes de banda larga fixa, por sua vez, estão instaladas em todos os municípios brasileiros.                                                                                                                                                                 Fonte: Teletime News de 19 de junho de 2015.                                             

5G: estabelecido cronograma para a definição do padrão

A União Internacional de Telecomunicações (UIT) estabeleceu um calendário para o desenvolvimento das futuras redes 5G, definindo o termo do padrão como IMT-2020 – referência aos padrões globais International Mobile Telecommunication que o precedem, como o 3G (IMT-2000) e 4G (IMT-Advanced). Com isso, a UIT definiu as metas, os processos e as datas para os sistemas, cuja elaboração está sendo conduzida pela entidade em colaboração com governos e a indústria global. O cronograma pode ser visualizado no site da entidade.                                                                                                                                                 
A decisão foi tomada por um grupo de trabalho em San Diego, Califórnia, e comunicada nesta sexta-feira, 19. Uma assembleia do grupo de radiocomunicação da entidade (ITU-R) deverá acontecer em outubro deste ano para adotar formalmente o termo IMT-2020.                                                                                                                                                
O próximo passo, afirma a UIT, é estabelecer requerimentos técnicos detalhados para o sistema de rádio para suportar a nova tecnologia "levando em consideração as necessidades de um portfólio abrangente de cenários futuros e casos de uso". Assim, espera-se especificar os critérios para decidir a tecnologia da interface de rádio.                                                                                                                                                
Os novos sistemas 5G deverão entrar em funcionamento em 2020 e a expectativa é de que tragam tanto altas velocidades para serviços de vídeo em alta definição quanto baixíssima latência para aplicações críticas como sistemas de segurança para carros conectados. Outra aposta é que a quinta geração possa expandir a conectividade da Internet das Coisas (IoT).                                                                                                                                                                        Fonte: Teletime News de 18 de junho de 2015.                      

Anatel vai rever lista e critérios para empresas com Poder de Mercado Significativo

A Anatel aprovou, nesta quinta-feira, 18, a proposta de revisão dos grupos detentores de Poder de Mercado Significativo (PMS) em mercados relevantes estabelecidos no Plano Geral de Metas de Competição (PGMC). O relator da matéria – que passará por consulta pública -, conselheiro Rodrigo Zerbone, propôs poucas alterações técnicas, mas a maioria recai sobre o mercado de EILD. A aprovação da proposta poderá reverter decisão da agência, que retirou o caráter de PMS da Telefônica em bairros de São Paulo, após a operadora comprovar a existência de pelo menos quatro redes nesses locais.                                                                                                                                                        
Isso porque, entre as propostas do relator, está a determinação de considerar a GVT e Telefônica como um mesmo grupo e não concorrentes, e assim revisar mercados que passem de quatro para três redes, bem como em relação ao cálculo de participação de mercado. Além disso, para caracterização de PMS serão consideradas outras questões, como participação de mercado, barreiras à entrada, capacidade de atendimento, mercado potencial.                                                                                                        
Outra providência proposta é a adoção de uma contraprova de PMS produzida por meio da execução de um plano de trabalho, seguindo metodologia definida em minuta, que foi baseada em trabalho que a Telefônica montou para provar que não era dominante em bairros paulistas. Zerbone disse que a elaboração dessa contraprova é custosa e a agência passaria a depender menos de informações prestadas pela operadora interessada.                                                                                                                                                              
Essa contraprova seria montada a partir de um banco de dados que a Anatel vai criar com as informações dadas diretamente por todas as operadoras. Esse banco será formado a partir de pedidos de revisão de caracterização de PMS das próprias prestadoras.                                                                                                                                                  
Mercado de VU-M                                                                   
A proposta de Zerbone é de não alterar os critérios de PMS para interconexão móvel (VU-M), apesar de a área técnica propor definição do PMS a empresas com receita superior a 20% do mercado. Por esse critério, a Claro deixaria de ser PMS na região 1 do Plano Geral de Autorização (PGA), que compreende os estados do Norte, Nordeste e Sudeste, com exceção de São Paulo. Já a Oi, perderia o caráter de PMS nas regiões 2 e 3 do PGA, ou seja, em São Paulo e nos estados do Sul e Centro-Oeste.                                                                                                                                                

Zerbone acredita que essa proposta só deve ser analisada quando o valor da VU-M estiver mais baixo do que o atual, sob pena de provocar riscos ao mercado, que ainda convive com preços altos dessa tarifa. Além disso, afirma que a avaliação de um mercado tão grande traz distorções. Uma delas, a de que a Claro, apesar de não ultrapassar a participação de 20% na região 1 do PGA, é líder em estados importantes, como Bahia e Rio de Janeiro. O mesmo acontece com a Oi, que lidera ou está em segundo lugar em estados do Sul e do Centro-Oeste, embora a participação geral dela não passe de 4%.                                                                                                                                                      
Para o conselheiro, a redução do tamanho dos mercados poderá facilitar essa e outras análises. Mas isso somente poderá ser revisto a partir do ano que vem, prazo dado no PGMC para isso.


Marcado de unbundling e Sercomtel                                   
No mercado de unbundling, a alteração é de que para ser considerada PMS, a empresa concessionária local ainda depende de deter 90% do mercado.                                                                                                                                          
No seu voto, Zerbone ainda recomenda que a área técnica permita que a Sercomtel, que é PMS em EILD nos municípios paranaense de Londrina e Tamarana, seja desobrigada de participar do sistema de oferta por atacado (SNOA) e da entidade que o administra (ESOA). Segundo conselheiro, essas obrigações trazem muitos custos para a operadora, que nunca recebeu um pedido de EILD no município de Tamarana.                                                                                                                                                            
Outra providência pedida pelo relator é a caracterização como PMS da empresa Telecomunicações da Cidade do Rio (TRC), detentora da concessão municipal das redes de comunicações do projeto Porto Maravilha. Essa empresa é monopolista em redes e infraestrutura passiva no local.                                                                                                          
Fonte: Teletime News de 18 de julho de 2015.                        

Para ministro do TCU, mudança no objeto do contrato de concessão exige nova licitação

Para o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas, que por sorteio será o relator das questões referentes ao setor de comunicações até 2016, não é viável pensar em modelos que incluam, na concessão de telefonia fixa, novos serviços, como banda larga. Para o ministro, as concessões não podem ter mudança de objeto sem uma nova licitação. Ele participou nesta quarta, 17, de seminário sobre as concessões do Serviço Telefônico Fixo Comutado (STFC) realizado pela Anatel e pela FGV, em Brasília.                                                                                                            
O posicionamento do ministro do TCU é importante porque coincide com o momento da revisão quinquenal dos contratos de concessão, que deve ser colocada no final do ano, e também pelas discussões do Plano Banda Larga para Todos, em que uma das hipóteses é relacionar novas obrigações de cobertura de banda larga com mudança nos contratos de concessão atuais.                                                                                                                                                  
Bruno Dantas começou a sua fala dizendo que entende ser, hoje, mais adequada uma leitura menos ortodoxa das questões de direito administrativo, "vendo-se o Estado como parceiro do setor privado".                                                                                                                                                        
Mas na questão dos contratos de concessão, diz o ministro Bruno Dantas, não há espaço para esse tipo de flexibilidade. Os contratos têm que considerar seu equilíbrio econômico-financeiro e a sustentabilidade da concessão, diz Bruno Dantas. "A modificação do serviço público ensejaria nova licitação. Outros serviços públicos ensejam nova licitação. Não é possível alterar o objeto da concessão", diz ele.                                                                                                            
Para ele, se a Anatel pretende propor ao governo o regime de concessão para a banda larga, "será preciso ter em conta que esses contratos de concessão em curso não se prestam a esse propósito, pois não foram concebidos para essa finalidade, e nem podem ter seus objetos alterados".                                                                                                                
Segundo o ministro, os contratos de concessão de STFC têm uma carga elevada de interesse público, mas o pleno atendimento das necessidades futuras não podem ser atendidas apenas com mudanças superficiais dos contratos. "Eventualmente é preciso considerar a extinção da concessão". Segundo ele, existe hoje um conflito entre a segurança jurídica e o interesse público, "por isso é preciso entender o ambiente e só a partir daí conceber novos contratos".                                                                                                                                                                                  Fonte: Teletime News de 17 de junho de 2015.                      

Secretário do Ministério da Fazenda diz que aumento do Fistel não está definido, nem descartado

O secretário de Acompanhamento Econômico (Seae) do Ministério da Fazenda, Paulo Correa, disse nesta quarta-feira, 17, que a opção de aumentar impostos não é a preferida pelo governo, mas que todas as alternativas estão sendo estudadas.                                                                                                                                                                      
Com isso, ele se esquivou de responder diretamente sobre o aumento do Fistel, que vem sendo especulado atualmente e que já teria sido decidido pelo Planejamento. “Não há nada definido, há um esforço de não aumentar impostos, mas dentro do que existe estamos estudando todas as opções”, afirmou Correa.                                                                                                                                                                          

Ele participou de seminário sobre concessões em telecomunicações, promovido pela Fundação Getúlio Vargas, com apoio da Anatel. Reduzir a riscos regulatórios para assegurar investimentos estrangeiros de longo prazo foi uma das receitas apresentada pelo secretário para melhorar as concessões, especialmente numa época de ajuste fiscal.                                                                                                    
Além disso, Correa defendeu a importância de fortalecer a segurança jurídica, com contratos mais bem elaborados, de forma a preservar os benefícios resultantes para o consumidor. Ele recomendou que o setor privado seja ouvido e disse que o pensamento da Fazenda para as concessões é de tarifa máxima, outorga mínima.                                                                                                                                           Fonte: Teletime News de 17 de junho de 2015.

Teles iniciam campanha para explicar bloqueio nos planos de dados

As operadoras móveis iniciaram nesta quarta-feira, 17, em todo o país, a campanha de informação sobre os planos de internet móvel. A campanha tem o objetivo de ampliar os conhecimentos dos clientes sobre a navegação na internet móvel e deixará clara a possibilidade do bloqueio ao fim da ranquia contratada. Também trará exemplos práticos de consumo de dados e de fatores que podem aumentar o consumo ou afetar a velocidade de navegação, além de dicas para melhorar a utilização do plano de dados.                                                                                                                
Com o título de  “Navegar é preciso: você bem conectado”” a campanha será feita na televisão, no rádio e na internet e terá alcance nacional. Os filmes, spots e publicações nas redes sociais vão trazer situações corriqueiras e respostas a dúvidas frequentes dos clientes. Numa outra frente, foi criada uma página na internet, onde o consumidor vai encontrar informações e dicas de como usar o serviço e a melhor maneira de aproveitar o pacote de dados.                                                                                                                    
Nesta página, o consumidor encontrará informações que o ajudarão a saber qual é o seu perfil de navegador. As operadoras também vão colocar à disposição dos clientes ferramentas que permitam o acompanhamento do consumo de sua franquia de dados de internet móvel. Essas ferramentas estarão disponíveis nas páginas das empresas na internet e também em aplicativos para smartphones.                                                                                                          
Além da campanha, as operadoras prometem desenvolver outras ações para melhor informar os clientes. Entre elas está a adoção do Código de Conduta para a Comunicação da Oferta de Internet Móvel – uma iniciativa de autorregulação no setor de telecomunicações – com condições a serem observadas pelas operadoras para uma comunicação mais clara, objetiva e transparente das ofertas.
Segundo o SindiTelebrasil, para a elaboração do Código, foi feito previamente um estudo levando-se em conta as referências nacionais e internacionais, entre elas as iniciativas do Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar), da Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (ABIA) e da Federação Brasileira de Bancos. Foram analisados aspectos como os processos adotados e os modelos de governança, entre outros.                                                                                                                                  
A adoção do Código de Conduta foi assumida em compromisso público assinado pelas operadoras Algar Celular, Claro, Oi Móvel, Sercomtel, Tim e Vivo, no dia 23 de abril, e apresentado ao Ministério das Comunicações e à Secretaria Nacional do Consumidor, do Ministério da Justiça. Com o compromisso público, as prestadoras traçaram seu objetivo de tornar suas ofertas ainda mais claras para o consumidor. Essa intenção se consolida com a adoção do Código de Conduta, que vai orientar seus procedimentos, e ganhará amplitude com a campanha nacional.                                                                                                                          
Fonte: Teletime News de 17 de junho de 2015.                      

FIESP realiza encontro com profissionais de telecom para discutir a 4G no Brasil

O Japão liderou a introdução do 3G, em 2001, e no prazo de dez anos rompeu-se a barreira de um bilhão de aparelhos em todo mundo. O 4G, com start em 2010, no Japão, Estados Unidos e Europa, alcançou 500 milhões de aparelhos funcionando globalmente em apenas quatro anos. No Brasil, o 4G foi introduzido apenas a partir de 2012 e há a ativação de um milhão de smartfones/mês. Com esse e outros dados, Gilson Rondinelli, diretor da Divisão de Telecomunicações do Departamento de Infraestrutura da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) abriu o workshop sobre a expansão do 4G no Brasil, nesta quinta-feira (18/6).                                                                                                     A experiência com o 4G traz uma taxa de resposta mais rápida e se sai do âmbito das imagens para vídeos, mas, mesmo assim, o usuário sempre quer mais. Nos Estados Unidos, Coreia e Japão há melhor satisfação com a qualidade da conexão. A avaliação foi feita por Eduardo Tude, presidente da Teleco. No Brasil, o GSM deixou de ser a principal tecnologia disponível.                                                                                                       Ele lembrou que migra-se para o 4G mais rápido do que ocorreu com o 3G e que há o desafio de contrabalançar receita de voz com a de dados em função, por exemplo, de aplicativos como o Whatsapp, que levou à queda de minutos de uso mensal junto às operadoras. Por outro lado, esse tipo de aplicativo impulsiona a compra de smartphones.                                                                                                                                         Em termos de leilão, há um ponto negativo relativo ao de 700 mega-hertz (MHz), ocorrido em 2014, porque não houve compromisso de cobertura como nas anteriores (bandas B, D e E). A licitação do ano passado levará à fase de desligamento da TV analógica.                         
Debate sobre 4G na sede da Fiesp. Foto: Everton Amaro/Fiesp                                                                                                                                     Esse cenário foi detalhado por Luis Roberto Antonik, diretor geral da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert). “No início, tínhamos uma frequência que ía do canal 2 ao canal 69. Agora, fomos espremidos por uma necessidade. O 700 MHz reúne duas qualidades: uma propagação ideal quanto à potência do sinal nas áreas urbanas e qualidade do sistema, o que leva ao barateamento”, avaliou.                                                                                                             Antonik explicou que para o 4G foram cedidos os canais que estão entre a faixa 52 e o 69, portanto, 18 canais de TV. Em troca, o setor fez quatro reivindicações ao governo, como a preservação do sinal livre, aberto e gratuito.                                                                                                                                           “A TV está presente em 98% dos municípios, mas temos menos penetração do que o fogão”, comparou.                                                                                         No Brasil, o sistema analógico começa a ser desligado em novembro de 2015, em Rio Verde (GO). No caso de Brasília, São Paulo, Belo Horizonte, Goiânia e Rio de Janeiro, o desligamento deve ocorrer em 2016, e Manaus em 2017. O processo prosseguirá no interior do país em 2018. Para que ocorra essa substituição, serão distribuídos gratuitamente 14 milhões de kits conversores para os integrantes do programa Bolsa Família.                                                                          
Ranking do 4G                                                                                                                            O país com maior adoção do 4G tem sido a Coreia, com 82%, o Canadá, 12%, e o Brasil conta com apenas 2,4% dos assinantes, afirmou Wilson Cardoso, diretor de Tecnologia da Nokia. Ele reforçou que não se trata mais de vender pacotes com minutos, mas sim a economia de tempo proporcionada e o que a pessoa faz quando ganha esse tempo para ela. Outro aspecto é a mobilidade possível, além do entretenimento, o que muda a perspectiva, a conexão máquina a máquina, e altera o processo produtivo.                                                                                                                              Cardoso criticou o fato de o Brasil contar com grande carga tributária que interfere no crescimento da banda larga no País. “A melhoria da qualidade de cobertura é fundamental”, concluiu.                                                                                                           
Regulação e Infraestrutura                                                                                                                 Globalmente, há 7 bilhões de assinaturas, sendo 3,4 bilhões em países em desenvolvimento. “Há brecha digital, portanto, para crescimento, mas muitos investiram em infraestrutura fixa, como fibra ótica, e por isto estão na frente”, avaliou Cristiana de Oliveira Gonzalez, pesquisadora em Telecomunicações e Internet do Instituto de Defesa do Consumidor (IDEC).                                                                                                        Gonzalez criticou pontos que envolvem políticas públicas, como a tecnologia voltada ao wireless, que é o 4G. Ela defendeu ainda uma boa elaboração dos leilões para atender um mercado complexo, além de produção em escala para dar conta da tecnologia. “A capacidade institucional dos órgãos reguladores, apesar dos parâmetros da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), avança na regulação, mas é fraca na fiscalização e na implementação”.                                                                                                                         Do lado do consumidor, a maioria das reclamações diz respeito à queda da ligação, do sinal e o fato de os planos não serem cumpridos, “porque falta concorrência no mercado brasileiro”.  Para ela, as operadoras mudaram seus modelos de negócio e apostam em planos ilimitados que a “gente defende no IDEC que são “enganosos”, pois não há conexão de qualidade. Gonzalez concluiu que não é possível falar de avanços tecnológicos enquanto não forem resolvidos problemas de infraestrutura.                                                                                             
Fonte: Agencia Indusnet Fiesp - por Solange Sólon Borges

Apenas 48 países completaram a migração para a TV digital, diz UIT

Esta quarta-feira, 17 de junho, marca a data oficial estabelecida ainda em 2006 pela União Internacional das Telecomunicações (UIT) para a transição das transmissões de TV analógicas de 119 países da Europa, África, Oriente Médio e Ásia Central para a tecnologia digital. O deadline, acordado pelos países-membros da Região 1 da UIT na Conferência Regional de Radiocomunicação de Genebra em 2006, chega a termo sem que todos os países tenham realizado o switch-off analógico.                                                                                                                                                
A coordenação de frequências entre esses 119 países se fez necessária para permitir uma transição suave. Para os demais países, o switch-off analógico não implicaria interferências.                                                                                                                                                                            
Segundo dados da UIT, apenas 48 nações já completaram a migração suas emissoras de televisão terrestre para a tecnologia digital e a lista inclui países que fizeram parte do acordo de 2006, como Canadá, Estados Unidos e Japão.                                                                                                        
A lista completa dos países que completaram o switch-off da TV analógica, bem como os 58 países que já iniciaram o processo de transição para a TV digital (grupo em que se enquadra o Brasil), pode ser acessada no site da UIT. Há ainda 20 nações que sequer iniciaram o processo de transição e outros 71 países marcados pela ITU com status "desconhecido".                                                                                                                                                                          
A ideia por trás da transição para a TV digital, além melhorar a experiência de assistir TV com interatividade, guias eletrônicos de programação e transmissões em alta definição (HD) e ultra-HD é liberar espectro para a banda larga móvel, o chamado "dividendo digital".                                                                                                                              
Luxemburgo foi o primeiro país a desligar os sinais analógicos de TV, em 2006; seguido por Andorra, Finlândia e Suécia, em 2007; Alemanha e Suíça, em 2008, e Estados Unidos, em 2009.                                                                                                                                                                      
Países da América Latina e da região Ásia-Pacífico devem completar suas transições entre 2015 e 2020. No caso específico do Brasil, o switch-off deve ser concluído em 2018.                                                                                                                                                                                          Fonte: Teletime News de 17 de junho de 2015.                      

TIM relança sua caixa de TV, agora com canais pagos lineares, Netflix e TV aberta

A TIM lançou nesta terça, 16, a sua central de entretenimento Live TIM Blue Box (que já havia sido lançada, com apenas parte dos serviços, há cerca de um ano). A caixa é oferecida aos assinantes da banda larga fixa Live TIM (Rio de Janeiro e São Paulo) por uma assinatura adicional de R$ 9,90, e para não-assinantes - neste caso, somente para compra -, por R$ 599,00. Com isso, a operadora agrega à sua rede serviços de vídeo, sempre através de parcerias. A caixa conta com receptor de TV digital terrestre e aplicativos do YouTube, aplicativo do Netflix e da Self TV, serviço de TV por assinatura linear da TV Alphaville. Os aplicativos que precisam de assinatura estão disponíveis apenas à base da própria TIM. Para ter o serviço da Netflix ou da Self TV é preciso fazer uma assinatura adicional, junto a esses provedores.                                                                                                                        
“Muitas operadoras lançaram serviços de TV paga para complementar o seu pacote. Nós reconhecemos que em algumas áreas o ideal é trazer quem entende deste assunto. Entendemos que era melhor fazer parcerias com especialistas do que passar a negociar conteúdos”, disse Rogério Takayanagi, CMO da Tim, no lançamento da caixa. Segundo o executivo, o lançamento foi um “primeiro passo que vai abrir oportunidade de desenvolver novos modelos de negócios, inclusive com outros parceiros”. Para a operadora, fomentar o consumo de vídeos online é estratégico para desenvolver o negócio de dados. “Quanto mais as pessoas consumirem vídeo e TV, mais vão demandar uma Internet de qualidade”, disse Takayanagi.                                                                                                                                                    
A operadora teve, há muitos anos, uma parceria com a Sky no passado para a venda conjunta dos serviços de TV DTH e banda larga. “Vimos que o dia a dia da operação era complicado demais. Na prática, ficou difícil de operacionalizar”, afirma o executivo.                                                                                                                                          
Este noticiário apurou que a parceria com a Netflix terá um elemento novo, que é o modelo de co-billing, que pela primeira vez a Netflix pratica no Brasil. Em vez do uso do cartão de crédito, a conta do serviço de vídeo poderá vir na conta do assinante Live TIM.                                                                                                                                                    
Conteúdo                                                                                 
Com aproximadamente 2 milhões de homes passed em São Paulo e no Rio de Janeiro, o serviço de banda larga ainda conta com uma base modesta, de 150 mil assinantes. E, claramente, há uma lacuna a ser preenchida em boa parte da base com o serviço de vídeo. Segundo Flávio Lang, executivo responsável pelas operações residenciais da TIM, quase metade da base da operadora (46%) não conta com serviços de TV paga. Com o novo produto, a operadora começa a preencher esta lacuna.                                                                                                                                              
Segundo Lang, 49% do tráfego no Live TIM é de streaming de vídeos. “Os novos assinantes, no começo, usam muito a rede para fazer peer-to-peer. Dois meses depois, há uma mudança de comportamento, migrando para o streaming de vídeo. O usuário acaba substituindo a pirataria por serviços legítimos”, diz.                                                                                                                                                                            
No caso dos serviços pagos - Netflix e Self TV - a caixa é apenas um facilitador. A assinatura é feita diretamente com o parceiro.                                                                                                                                                                                    

Lang admite que falta na oferta um serviço de video on-demand transacional, mas diz que já está negociando com um parceiro. “Acho que já temos o que é mais crítico, mas ainda vamos buscar outros parceiros e serviços”, disse.                                                                                                          

A ideia é atender também uma base que não pode arcar com os combos da maioria das operadoras. “Nossa estratégia atende aos novos hábitos de uso, muito mais compatível com a sócio-geografia brasileira. A renda familiar média está abaixo de R$ 1 mil. Quem está disposto a colocar mais de 25% de sua renda em um pacote de telecomunicação e televisão?”, disse Takayanagi. “Estamos penetrando mais na base da pirâmide, justamente por não estar forçando o combo”, complementou Lang. Segundo o executivo, é difícil entrar no mercado de TV por assinatura. “Não dá para ganhar dinheiro com TV em modo de ataque. Ou é de forma defensiva, para preservar sua base em outros serviços, ou você já tem escala muito grande”, disse.                                                                                                                

Tecnologia                                                                              
As caixas são baseadas em sistema operacional Linux, com software da Minerva, e baixa demanda de processamento. Conta com entrada para antena (para a TV digital terrestre), uma porta Ethernet e conectividade Wifi. As saídas são HDMI, S-vídeo e áudio digital óptico.                                                                                                                                        
A caixa também pode ser usada para reproduzir na TV o conteúdo do YouTube de um tablet ou celular. O guia de programação integrado engloba todo o conteúdo linear - da TV aberta e por assinatura. Há ainda uma ferramenta de recomendação, que inclui as plataformas online YouTube e Netflix. Uma evolução da ferramenta permitirá, em breve, recomendações personalizadas por usuário.                                                                                                                            
Por ter sido desenhada para ter um custo menor, a caixa não é rápida, sendo que o “zapping” consome cerca de 4 segundos entre os canais. Os aplicativos de TV paga e Netflix demoram um pouco para carregar. As caixas podem ser compradas online pelos assinantes do serviço da TIM. Para não assinantes, podem ser compradas em algumas lojas da operadora.                                                                                                                                                                    Fonte: Teletime News de 16 de junho de 2015.                      

Novo serviço de vídeo da TIM mostra novas estratégias e impasses do mercado

A caixa da TIM para serviços de TV lançada nesta terça, 16, traz algumas novidades importantes para o mercado de TV por assinatura. A principal é a inclusão, no modelo over-the-top, de uma operação tradicional de TV paga, a Self TV,  da TV Alphaville. Trata-se de uma das mais antigas operadoras de TV a cabo brasileiras e que, na prática, se torna a primeira operadora virtual de TV por assinatura, já que seus pacotes passam a estar disponíveis, pela banda larga, fora de sua área de atuação com redes tradicionais. Esse modelo de operadoras virtuais (que têm os mesmos pacotes tradicionais, mas são distribuídas pela banda larga) começa a surgir nos EUA, com a Echostar, por exemplo, que vende pacotes que podem ser assistidos por qualquer pessoa que tenha banda larga.                                                                                                                                                                    
Outra novidade importante é o primeiro impasse envolvendo uma programadora tradicional de TV paga, a Globosat, e a Netflix, provedora de vídeo sob demanda por assinatura. A Globosat não deixou seus canais disponíveis para a Self TV distribuir no modelo OTT, via caixa da TIM, como outras programadoras. Segundo fontes ouvidas por este noticiário, a razão para isso seria a Netflix, que está embarcada na caixa, mas a Globosat nega. Segundo fontes da programadora, a razão é a falta de clareza sobre o modelo.                                                                                                    
Algumas operadoras de TV por assinatura tradicionais  como a Cablevision nos EUA, ou a Virgin, no Reino Unido, estão colocando o aplicativo da Netflix em seus set-tops, para o cliente usar se quiser. Isso tem gerado protesto de algumas programadoras e operadores concorrentes. O que se vê no Brasil poderia ser um conflito semelhante.                                                                                                                                
No caso da TV por assinatura especificamente, a oferta da TIM se dará através de três pacotes do novo produto da TV Alphaville, que custam entre R$ 29,90 e R$ 89,90. Segundo Cristina Budeu, CEO da TV Alphaville, o produto é sem fidelidade. “Pode trocar o pacote mês a mês. Tenho certeza que o nosso pacote de entrada é o de menor preço do mercado”, disse.                                                                                                                                                                        
A assinatura e toda a sua gestão por parte do assinante se dará online e a cobrança, feita pela prestadora do serviço de vídeo, e não pela TIM, será por cartão de crédito. A Self TV oferece um mês de degustação.                                                                                                                                                
Os pacotes são enxutos, não contando com canais da Globosat e HBO. O serviço oferece, no entanto, já no pacote médio, os canais Esporte Interativo, contando, portanto, com o conteúdo da Champions League. Além disso, traz os canais infantis no pacote de entrada.                                                                                                                                        
Cristina não comenta o impasse com a Globosat nem as razões. Diz apenas que continua negociando com a G2C pelos canais Globosat. “A questão tecnológica está superada, mas eles são mais cautelosos ao entrar em novas plataformas e serviços”, disse. Com a HBO, no entanto, a dificuldade na negociação é na homologação técnica, que ainda deve levar algum tempo.                                                                                                                                                  
Segundo a executiva da Self TV, a rede da TIM é a primeira homologada pela operadora para a oferta do serviço de TV. “Vamos estudar novas redes. Em alguns anos estaremos junto das grandes do Brasil. Seremos a quinta empresa de TV por assinatura em pouco tempo”, disse.                                                                                                                              
Já existem outras empresas que pensam em seguir o mesmo modelo da TIM. A Sercomtel, por exemplo, tem planos de fazer o mesmo no Paraná pelas redes de banda larga da Copel.                                                                                                                                                                          Fonte: Teletime News de 16 de junho de 2015.                      

Airbus fabricará os 900 satélites da constelação da OneWeb

A Airbus Defense and Space fabricará os 900 satélites de órbita baixa (LEO) que integrarão a constelação da OneWeb para oferta de serviços de telefonia e banda larga para "bilhões de pessoas em todo o mundo que hoje não têm acesso", em especial em áreas rurais de todo o mundo. O anúncio da joint-venture com a Airbus foi feito na noite de segunda, 15, pela OneWeb, que tem o Grupo Virgin como seu principal investidor. A Qualcomm também é um dos acionistas da OneWeb. Dos 900 satélites, apenas 700 devem entrar em órbita nesta primeira constelação. Os outros 200 ficarão como uma reserva para eventuais substituições.                                                                                                                                                                              
Os satélites em banda Ku serão projetados e fabricados pela Airbus, pesarão menos de 150 kg cada e juntos criarão uma rede com capacidade de 10 Tbps para oferta de Internet "a preços acessíveis". A expectativa é de que a constelação entre em operação em 2019.                                                                                                                                                    
Os artefatos serão lançados pelo programa LaucherOne, da Virgin Galactic, também parte do grupo Virgin presidido por Richard Branson. A rede promete ser "substancial e muito maior do que a de programas em princípio semelhantes", como da O3b Networks. À época do anuncio da criação da OneWeb, Branson declarou: "Estamos com a maior demanda já registrada para colocar satélites no espaço. No momento em que nossa segunda constelação estiver desenvolvida, a companhia terá lançado mais satélites do que já existem atualmente no céu".                                                                                                                                           
Fonte: Teletime News de 16 de junho de 2015.                       

terça-feira, 16 de junho de 2015

CPqD terá de aceitar mudanças para não fechar as portas

A saída de Hélio Graciosa; a injeção de recursos pelo governo e a intempestiva nomeação do novo presidente, Sebastião Sahão Junior, não encerram a novela da crise política aberta entre o governo e a fundação, nem resolverão os problemas estruturais da entidade após seus 38 anos de existência. 
Documentos obtidos pelo portal Convergência Digital junto ao próprio CPqD, sob o compromisso de resguardar a fonte da informação, mostram que a fundação vive uma crise administrativa/financeira, que coloca em risco a sua sobrevivência como entidade promotora de Inovação no mercado de Telecomunicações.
Segundo os documentos, a crise do CPqD se aprofundou em 2014, mas em parte ela é decorrente de erros administrativos que vêm se arrastando ao longo dos anos. No ano passado, a empresa não cumpriu nenhum indicador financeiro relevante; tudo ficou abaixo das metas estabelecidas, num claro sinal de que as verbas do Funttel (Fundo para o Desenvolvimento Tecnológico das Telecomunicações) poderiam amenizar a situação, mas dificilmente salvariam uma entidade.
O maior problema do CPqD estaria nas parcerias feitas com outras empresas do mercado de Telecom, as quais acabou se tornando sócia. Enquanto empresas como 'PadTeec'; 'Cleartech'; 'Civicom'; 'WXBR'; 'Trópico', 'JÁ' e sua subsidiária nos Estados Unidos ('CPqD EUA'), tinham como meta obter receitas num total de R$ 703 milhões, o resultado final ficou abaixo do esperado: R$ 640,5 milhões.
O EBTIDA destas mesmas empresas (lucro antes do pagamento de juros, impostos, depreciação e amortização), cuja meta para 2014 era de R$ 70,7 milhões, acabou ficando em apenas R$ 6 milhões. Muito abaixo das previsões otimistas dos executivos da fundação. Isso acabou se refletindo no EBTIDA da própria entidade, que tinha previsão bruta de obter lucro em torno de R$ 37 milhões e acabou registrando apenas R$ 24 milhões.
“(Hélio) Graciosa construiu uma base sólida para esta transição, que tem como foco a manutenção da essência e das diretrizes estratégicas que vêm orientando a atuação do CPqD ao longo de seus 38 anos de existência”, afirmou ontem em nota oficial o novo presidente do CPqD, Sebastião Sahão Junior, que até então respondia pela vice-presidência de Administração e Finanças da entidade.
Graciosa saiu atirando no governo alegando "atrasos" nos repasses do fundo para o CPqD. Praticamente creditou a crise financeira da fundação ao governo federal e a suposto interesse no aparelhamento político da entidade, que é privada há 38 anos. Diante de documentos sobre a situação administrativa-financeira do CPqD fica a pergunta: a crise foi realmente gestada por atuação do governo? 
Aparentemente o que ocorre com a fundação é que ela tomou a iniciativa e assumiu o risco de fazer investimentos com caixa próprio em determinados projetos, sendo que não tinha em seu orçamento essa disponibilidade em caixa. Somente o CPqD poderia explicar melhor essa situação. Mas fica a dúvida se a fundação não teria feito uma manobra contábil, retirando dinheiro compromissado com outras obrigações, para iniciar imediatamente determinado projeto, contando com a remota possibilidade do Funttel cobrir antecipadamente o rombo, passando por cima dos prazos naturais de empenho dos recursos, parte da burocracia que ocorre normalmente nas liberações de recursos orçamentários pelo governo.  
Outra tese também deixa margem para se pensar se a fundação tomou a iniciativa de bancar sozinha, com o seu orçamento, um determinado projeto e depois se viu com um rombo no caixa porque apostou na vinda de outras receitas, alheias ao Funttel, que não lograram êxito. O novo presidente está ciente e poderia esclarecer melhor o problema dos supostos "atrasos do Funttel", já que até recentemente respondia pelas finanças da fundação. Se confirmadas as denúncias acima ele continuará repetindo o mesmo erro agora como presidente? O futuro dirá.
Apesar de seu esforço de fazer parecer que houve uma transição natural dentro da fundação, Sebastião Sahão Junior também sabe que assume num momento delicado, que o obrigará a repensar a estrutura do CPqD como forma de enxugar custos até desnecessários, dados os indicadores de desempenho que apresentaram, no comparativo com outras instituições voltadas para a Inovação do setor de telecom no país.
Custo x benefício
Documento em poder do portal Convergência Digital, também mostra que a área comercial do CPqD está muito aquém do seu desempenho, se comparado o retorno financeiro que gera e a estrutura envolvida com este processo em relação à outras fundações. Para se ter uma ideia do tamanho do problema, o CPqD gasta por ano em torno de R$ 40 milhões, divididos em vendas, representantes comerciais, pré-venda, Marketing e participação em eventos do setor de Telecomunicações com possibilidade de retorno comercial.
Uma parte do problema estaria na gestão de contratos duvidosos, que tornam-se deficitários mas, assim mesmo, garantiram o pagamento de comissões de vendas de até 12%, mas em alguns casos chegaram a 18%. Nos documentos há uma denúncia, de que um representante comercial teria recebido, em dinheiro, uma comissão no valor de R$ 1 milhão. A denúncia ressalta que, mesmo com toda a crise financeira da fundação, o representante comercial foi contemplado com este pagamento.
Além disso, o CPqD contaria com aproximadamente 1.300 colaboradores, que teriam gerado receitas de R$ 600 milhões. Com muito menos colaboradores, o Instituto Eldorado (aproximadamente 650), gerou receitas da ordem de R$ 150 milhões. Para acrescentar um detalhe à discussão: Entre vendedores efetivos, o Instituto Eldorado contaria apenas com cinco profissionais enquanto que o CPqD teria 51.
O descompasso também se verifica na questão salarial. Enquanto o CPqD pagaria em média R$ 11,8 mil de salários aos colaboradores da área comercial, na área de pesquisa o salário médio ficaria em torno de R$ 7,5 mil. Uma diferença em torno de 33%, que pode chegar a 56% - quando pago o bônus por venda - entre o que ganha um vendedor e um pesquisador com mestrado ou doutorado, cuja formação acadêmica e experiência são reconhecidas no exterior. Talvez venha daí o fato de o "ISE - Indice de Satisfação dos Empregados" também tenha sido negativo nas metas apuradas pela fundação em 2014.
Fonte: Convergência Digital de 10 de junho de 2015. Matéria escrita por Luiz de Queiroz.