quarta-feira, 1 de julho de 2015

Facebook diz ao CGI.Br que estuda usar drones, satélites e Wi-Fi como alternativa de acesso

Embora tenha declarado por diversas vezes que não é uma provedora de acesso no programa Internet.org, o Facebook estuda alternativas para prover conexão em lugares remotos no Brasil. Em documento enviado ao Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) a que o noticiário Teletime News teve acesso, assinado pelo diretor de relações institucionais do Facebook no Brasil, Bruno Magrani, a companhia alegou que planeja utilizar drones, satélites e mesmo Wi-Fi onde apenas as parcerias com as teles para prover acesso móvel não seja suficiente.

O projeto pretende oferecer conexão por meio de veículos aéreos não-tripulados (VANTs), ainda que em fase de desenvolvimento. Trata-se de planadores leves que deverão utilizar uma tecnologia chamada de free-space optics para o envio de dados. De acordo com o Facebook, esse tipo de transmissão pode oferecer "capacidade e banda extremamente altas, comparáveis às redes de fibras óticas terrestres", e com baixo consumo de energia (menor do que sistemas em micro-ondas) por meio de radiação ultravermelha.

Magrani explica que a companhia também estuda oferecer conectividade por meio de satélites de baixa órbita (LEO) e de órbita geoestacionária (GEO). De acordo com o site The Information, no entanto, o CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, abandonou tal plano com satélites por conta dos elevados custos: cerca de US$ 1 bilhão, ainda de acordo com o site.

Além disso, o documento enviado ao CGI.br alega que o Facebook pretende oferecer acesso por meio de hotspots Wi-Fi, como no projeto-piloto na comunidade de Heliópolis, Zona Sul de São Paulo. Esse piloto foi anunciado em abril, durante encontro de Zuckerberg com a presidenta Dilma Rousseff no Panamá; à época sem mencionar o Internet.org. A comunidade já conta com um projeto com o Facebook centrado em oferecer um laboratório de inovação para estimular o empreendedorismo. A inauguração, em março, contou com a presença do ministro da Ciência e Inovação, Aldo Rebelo.

Com operadoras
A empresa norte-americana também alega estudar acordos com operadoras para diminuir custos para o usuário e aumentar a percepção sobre benefícios da conectividade, mas sem pagar às companhias e sem exclusividade. O Internet.org pretende oferecer um "pacote de serviços básicos gratuitos" por meio de "uma plataforma aberta a qualquer desenvolvedor ou provedor de conteúdo que atende às diretrizes da plataforma". Esses requisitos, a empresa ressalta, foram constituídos para que "os serviços estimulem a exploração da Internet como um todo sempre que possível, usem dados de forma muito eficiente; e sigam algumas especificações técnicas". Uma das críticas que se faz aos requisitos do Facebook é a impossibilidade de estabelecer conexões seguras durante a navegação dos usuários dos serviços.

Segurança
Bruno Magrani reforça, na carta, que o Internet.org mostra problemas de compatibilidade com configurações de proxy que permitam criptografia ponta a ponta, mas declara que haverá suporte "em qualquer ambiente em que ela seja tecnicamente possível". Diz ainda que deverá dar suporte em breve à criptografia SSL/TLS no app do projeto para Android.

Fonte: Teletime News de 22 de junho de 2015.

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