terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Telefónica e Huawei assinam acordo para virtualização de core de rede

A Telefónica anunciou nesta segunda-feira, 30, ter escolhido a Huawei como fornecedora de virtualização de core de rede (vEPC) para a infraestrutura de LTE em 14 países, incluindo o Brasil. A parceria contará com mais dez países na América Latina (Argentina, Colômbia, Costa Rica, El Salvador, Guatemala, México, Nicarágua, Peru, Panamá e Uruguai), além de Alemanha e Espanha. A solução adotada da fabricante chinesa é o CloudEPC, que permite a construção de redes ágeis e flexíveis para se adequar às demandas de novos serviços, reduzem custos de produção, suportam implantação mais rápida de serviços e adequa recursos dinamicamente às redes legadas da operadora. A ideia é utilizar a tecnologia com serviços de Internet das Coisas (IoT) e máquina-a-máquina (M2M); operadoras móveis virtuais (MVNO); redes LTE privadas; e computação de bordo móvel (Mobile-Edge Computing). A solução herdará as mesmas características da versão física, o SingleEPC.
As duas empresas já estão trabalhando e testando conjuntamente o rendimento do CloudEPC em laboratório de referência de virtualização de funções de rede (NFV) do grupo espanhol em Madri. Segundo a Telefónica, os testes já mostraram rendimento melhor em plano de dados por conta da arquitetura que usa tecnologia de Enhanced Platform Awareness (EPA). Atualmente, as companhias experimentam a integração com a plataforma de infraestrutura Unica com a ideia de poder implantar o vEPC e a gestão de ciclo de vida nas redes da operadora na Espanha.

Fonte: Teletime News de 30 de janeiro de 2017, por bruno do Amaral.

FCC quer retirar obrigação de transparências para pequenos provedores

Ajit Pai, o novo chairman da agência reguladora dos Estados Unidos, a Federal Communications Commission (FCC), apresentou sua primeira proposta na semana em que assumiu o cargo na qual visa acabar com algumas regras de transparências direcionadas aos pequenos provedores de Internet (ISPs). A sugestão, apresentada nesta sexta-feira, 27, retira a obrigação de fornecer aos clientes dados e informações sobre o serviços prestados por ISPs como operadoras de cabo, provedores municipais de banda larga, cooperativas elétricas e companhias de telefonia rural. A ideia é apresentar uma renúncia de cinco anos para os requerimentos de transparência para empresas com menos de 250 mil acessos. "Regulações federais têm um efeito desproporcional nos pequenos negócios – que geralmente são a porta de entrada para um mercado mais competitivo e que não necessariamente contam com recursos para adequações", argumenta Pai em comunicado, no qual expõe que o conselheiro Michael O'Rielly ofereceu apoio ao projeto.

Fonte: Teletime News de 27 de janeiro de 2017, por Bruno do Amaral.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

Banda larga fixa é único serviço a crescer em 2016

Após apresentar quase um ano inteiro de crescimentos consecutivos, a banda larga fixa reduziu em 0,58% a base em dezembro, totalizando 26,586 milhões de acessos, segundo dados divulgados pela Anatel nesta quinta-feira, 26. Ainda assim, no ano a tecnologia cresceu 3,96%, adicionando mais de 1 milhão de acessos, tornando dessa forma o único serviço a mostrar aumento na base em 2016.
Em dezembro, todas as velocidades mostraram queda nos acessos, menos na faixa acima de 34 Mbps. Foram 204,8 mil adições (7,56%), totalizando 2,913 milhões de conexões. Isso significa que a base com as velocidades mais altas mais do que dobrou (105,7%, ou 1,497 milhões de adições líquidas) no ano, representando agora 10,96% do total brasileiro – em 2015, essa participação era de 5,54%.
A faixa de 12 Mbps a 34 Mbps aumentou 16,42% no ano (916,1 mil adições), totalizando 6,495 milhões de acessos. Porém, durante todo o terceiro trimestre esse recorte vem se reduzindo, indicando que apenas as velocidades mais altas – e possivelmente com planos mais caros – estavam conseguindo driblar o cenário macroeconômico. Em dezembro, a queda foi de 1,21%. Observe no gráfico como as duas faixas de maior velocidade apresentam comportamento oposto no final do ano, enquanto os acessos mais lentos mostraram tendência uniforme de queda.
Grupos
Grande parte do declínio em dezembro ocorreu devido à redução da base dos provedores regionais (classificados no grupo "outras"): foram 108,5 mil desconexões (3,79%) no mês, fechando o ano com 2,758 milhões de acessos. Porém, os ISPs foram o de maior crescimento líquido no ano, adicionando 434,9 mil conexões (18,72%). Vale ressaltar que a Anatel corrigiu números de novembro, adicionando 19,8 mil acessos aos pequenos provedores (totalizando 2,866 milhões naquele mês).
Outra queda em dezembro ocorreu com o grupo América Móvil (Claro, Embratel e Net), com 33,9 mil desconexões em dezembro (0,40%). Mas as companhias também acumularam resultado positivo no ano (301,2 mil adições líquidas, ou 3,71% de aumento) e fecharam 2016 ainda como líderes com 8,411 milhões de acessos, ou 31,64% do mercado. Em seguida vem a Vivo, com 7,477 milhões de conexões após queda de 0,13% no mês e avanço de 1,11% no ano; e a Oi, com 6,412 milhões de acessos, queda de 0,05% no mês e aumento de 0,64% no ano.
Avanço da fibra
A fibra (FTTx) foi a forma de acesso que mais cresceu no ano, adicionando 435,9 mil acessos (33,79% de avanço). Foram 1,726 milhão de acessos em dezembro após aumento de 2,18% no mês. O cabo (Cable Modem e HFC) também mostrou avanço no ano: 333,9 mil adições líquidas (4,03%), encerrando 2016 com 8,616 milhões de acessos após queda de 0,41% no mês. A tecnologia mais difundida no País, o xDSL, fechou o ano com 13,382 milhões de conexões, uma queda de 0,12% no mês e aumento de 0,95% no ano.

Mantendo esse ritmo durante 2017, pouca coisa deverá mudar no mercado brasileiro, mesmo que algum incentivo por meio de política pública promova tecnologias como a fibra ou mesmo o LTE fixo (que somava 344,1 mil acessos em 2016) e o satélite (66 mil conexões). Entretanto, conforme se apresentou em 2016, parece ainda haver espaço para crescimento no cabo e no cobre.

Fonte: Teletime News de 26 de janeiro de 2017, por Bruno do Amaral.

Telefonia fixa fecha 2016 em queda; e autorizadas perdem mais do que concessionárias

Assim como quase todos os serviços de telecomunicações, a telefonia fixa (STFC) também fechou 2016 em queda, de acordo com balanço do mercado divulgado pela Anatel nesta quinta-feira, 26. Em dezembro, o País contava com 41,831 milhões de acessos, 4,22% (ou 1,845 milhão) a menos do que no final de 2015. Comparando com o mês imediatamente anterior, houve queda de 0,41%.
O recuo foi decorrente de desconexões tanto entre as autorizadas quanto entre as concessionárias. Neste último, a queda foi maior no mês, com 118,6 mil desligamentos (0,48% de recuo), totalizando 24,754 milhões de acessos. No ano, a base reduziu em 2,74%, ou 696,6 mil acessos a menos. Quem mais perdeu durante 2016 foi a Oi, com 770 mil desconexões, ou 5,15% de retração. A operadora é a maior concessionária, com 14,173 milhões de linhas (queda de 0,49% em dezembro). A segunda maior é a Telefônica, com área de concessão apenas em São Paulo: 9,670 milhões de acessos, queda de 0,51% no mês e aumento de 0,57% no ano.
Por outro lado, surpreendentemente, as autorizadas tiveram a maior queda no ano. Foram 1,148 milhão de desligamentos, ou 6,30% de queda, fechando dezembro com 17,077 milhões de acessos. A maior base nesse grupo é da América Móvil (Claro, Embratel e Net), com 11,120 milhões de acessos e uma queda de 0,51% no mês e 4,32% no ano. Mas foi a Vivo (pós-fusão com GVT) que apresentou maior quantidade de desconexões líquidas: 602,4 mil em 12 meses (11,27%), total de 4,742 milhões (queda de 0,26% no mês). Foi a primeira vez que a queda de base das autorizações de STFC superou a queda de concessionárias. A explicação pode estar na estratégia da Telefônica, menos agressiva do que a da GVT.

Fonte: Teletime News de 26 de janeiro de 2017, por Bruno do Amaral.

Abranet, Abrint, Telcomp e NeoTV são os novos representantes sem PMS no conselho de atacado

A Anatel escolheu os novos nomes que irão representar no Conselho Deliberativo de Atacado para o biênio 2017/2018 os grupos de empresas sem poder de mercado significativo (PMS), ou seja, com menos de 50 mil usuários. A Associação Brasileira de Internet (Abranet), a Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações (Abrint), a Associação Brasileira das Prestadoras de Serviços de Telecomunicações Competitivas (TelComp) e a Associação NeoTV ocuparão quatro das seis vagas, representando um total de 37 empresas no órgão de deliberação para negociação de ofertas de alta capacidade de dados e voz. A agência ainda tem duas vagas disponíveis – interessados devem contatar a Superintendência de Competição. O Conselho Deliberativo de Atacado é um órgão independente dentro da estrutura da Associação Brasileira de Recursos em Telecomunicações (ABRTelecom) e é responsável por tratar questões relativas ao Plano Geral de Metas de Competição (PGMC).

Fonte: Teletime News de 26 de janeiro de 2017, por Bruno do Amaral.

Mercado já espera mudanças com novo chairman da FCC

Não tem nem uma semana que o novo chairman da Federal Communications Commission (FCC), Ajit Pai, assumiu o comando da agência reguladora norte-americana a convite do novo presidente Donald Trump, e o mercado já espera grandes mudanças com a mudança de orientação política da administração. Na quarta-feira, 25, o partido Republicano enviou carta a Ajit Pai pedindo para retirar as propostas de mudanças para a abertura dos set-top boxes, que visavam desvincular a distribuição dos sinais de TV paga da necessidade de contratação de set-top e rede exclusivos e fornecidos pelas operadoras de TV paga. A FCC havia adiado a decisão em setembro pelos próprios comissários após forte reação das empresas de TV por assinatura, mas o então chairman, Tom Wheeler, manteve a possibilidade de aprovação após estudos. Agora, os republicanos querem que a proposta seja aniquilada, chamando-a de "uma ameaça regulatória desnecessária às indústrias de criação de conteúdo e de distribuição". Não deverá haver objeção de Pai, que já criticou o projeto e o chamou de "esquema falho" e "injusto".
Há uma guinada clara de orientação da FCC. Tom Wheeler chegou a criticar a AT&T em relatório, afirmando que a prática de zero-rating da companhia estaria infringindo as regras de neutralidade. No entanto, a operadora norte-americana espera uma abordagem mais amigável por parte de Ajit Pai. Tanto que durante a conferência para analistas também na quarta-feira, o CEO da tele, Randall Stephenson, deixou claro que a empresa expandirá o zero-rating para além do serviço DirecTV Now – o mesmo criticado por Wheeler. "Estávamos na verdade bem confiantes que o zero-rating que estávamos implantando estaria bem sob a gestão do chairman Pai", disse Stephenson, prometendo continuar a "focar agressivamente" nesse tipo de plano. Vale lembrar que mesmo antes de ser confirmado como novo chairman, Pai já havia criticado o relatório de Wheeler, chamando-o de "último espasmo regulatório".

Fonte: Teletime News de 26 de janeiro de 2017, por Bruno Amaral.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Anatel propõe ao TCU uma validação em etapas dos ajustes e cálculos ao novo modelo

A Anatel propôs ao Tribunal de Contas da União nesta quarta, 25, que o processo de adaptação do modelo atual de telecomunicações ao novo modelo, que será adotado tão logo o PLC 79/2016 seja aprovado pelo Senado e sancionado, siga ritos parecidos com o que aconteceu na época da venda das empresas do Sistema Telebrás. O processo, segundo relatou o presidente da Anatel, Juarez Quadros, a este noticiário, seria dividido em etapas, e cada uma delas seria validada pelo TCU antes de se seguir à etapa seguinte. "Foi assim que foi feito no leilão da Telebrás em 1998 e foi um modelo aprovado pelo TCU e bem sucedido", disse Quadros. Ele lembra que esse modelo evita que o processo seja paralisado ao final por conta de eventuais questionamentos de suas fases iniciais. "Conseguimos a validação a cada passo, o que traz segurança", diz Quadros.
Quadros esteve reunido com o ministro Bruno Dantas, que tem sob sua responsabilidade as questões de telecomunicações e infraestrutura no Tribunal de Contas. Quadros aproveitou para agradecer pessoalmente o apoio dado pelo ministro às manifestações da Anatel explicando as implicações do novo modelo.
O processo de divisão em etapas realizado em 1998 serviu para validar diferentes aspectos: cálculos de valoração, relatórios de auditoria, instrumentos de controle, atas de cisão de empresas, lances do leilão, financiamentos etc. Naturalmente, na adaptação ao novo modelo que será feita em 2017, a Anatel terá situações diferentes a lidar em relação ao que aconteceu na privatização. "Naquela ocasião objetivo era chegar a um valor mínimo do patrimônio da Telebrás para a venda. Agora, o nosso objetivo é chegar a um valor máximo dos ganhos com a conversão do modelo que possa ser revertido em políticas públicas", conforme estabelece o PLC 79, explica Quadros.
A Anatel tem sido a defensora principal do projeto de lei. Coube à agência a tarefa de rebater as acusações de que estaria havendo transferência de recursos e patrimônio para as empresas. Ao mesmo tempo, o PLC 79 estabelece a necessidade de um complexo cálculo do valor decorrente da transformação das concessões em autorizações, pois esse valor será aplicado em políticas públicas de banda larga. Essa conta será feita pela Anatel, assim como toda a regulamentação que dará suporte ao que prevê o PLC 79. "Temos que chegar a um valor que seja interessante do ponto de vista das políticas públicas, mas que ao mesmo tempo estimule as empresas a mudarem de um modelo para o outro, porque sempre existe a opção de manutenção dos contratos atuais", explica Quadros.
A Anatel pretende ter pelo menos duas consultorias independentes trabalhando nestes cálculos para ter mais legitimidade na defesa dos valores. Uma das empresas já vinha auxiliando a Anatel no modelo de custos e nos cálculos para o ajuste no modelo desde o começo de 2016 (Advisia). A ideia é ter mais uma consultoria para que haja dois valores de referência, uma vez que pela própria experiência de 1998, é bastante provável que haja discrepância dos valores.
Evento
A Anatel pretende tratar da conversão ao novo modelo e todas as implicações econômicas e regulatórias durante o Seminário Políticas de (Tele) Comunicações, organizado pela TELETIME e pelo Centro de Estudos de Políticas de Comunicações da Universidade de Brasília, (CCOM/UnB). O evento acontece dia 14 de fevereiro no auditório da Finatec/UnB, em Brasília. O ministro de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab, e o presidente da Anatel, Juarez Quadros, estão confirmados no event. Mais informações pelo site do seminário.

Fonte: Teletime News de 25 de janeiro de 2017, por Samuel Possebon.

Anatel define reajustes para chamadas fixo-móvel

A Anatel publicou nesta quarta, 25, o reajuste das chamadas de telefones fixos para telefones móveis.  Segundo a agência, a Vivo poderá aumentar o valor das chamadas em 2,28%, a Oi em 1,67%, a Sercomtel em 1,35%, a Claro em 0,88% e a Algar Telecom em 0,10%.
Também foram reajustados os valores das chamadas de telefones fixos para o serviço de trunking (comunicação por rádio). A Vivo novamente poderá aumentar o valor das chamadas em 2,28%, assim como a Sercomtel em 1,35% e a Algar Telecom em 0,10%. No entanto o reajuste da Oi será de 1,03% e a Anatel, no ato publicado hoje no Diário Oficial da União, não estabeleceu reajuste para a Claro.
Os reajustes serão aplicados apenas para as linhas do plano básico da telefonia fixa em chamadas locais ou de longa distância nacional. Para que os novos valores possam ser aplicados, as prestadoras devem dar ampla publicidade ao reajuste nas localidades de prestação com antecedência mínima de dois dias. O último reajuste aplicado ao plano básico de serviço das concessionárias de telefonia fixa para chamadas para telefonia móvel ou truking foi em 29 de setembro de 2015.

Fonte: Assessoria da Anatel

Fox anuncia saída da base da Sky no final de janeiro

Os canais da Fox não estarão mais disponíveis aos assinantes da Sky a partir do fevereiro, a menos que operadora e programadora cheguem a um acordo para a renovação do contrato de distribuição. A Fox emitiu nota nesta terça, 24, comunicando que a transmissão do seu conteúdo será interrompida no final de janeiro. Embora deixe uma porta aberta à Sky, a programadora afirma que seu fãs "podem desfrutar de todos os nossos canais e serviços disponíveis, em outras operadoras de TV por assinatura."
Segundo apurou este noticiário, o preço dos canais vem sendo essencialmente o entrave na negociação (mais do que outras questões, como empacotamento, por exemplo). A programadora estaria pedindo um aumento muito acima do que a operadora estaria disposta a pagar.
Negociações duras
No início de 2016, a Fox chegou a cancelar o sinal de algumas operadoras, com destaque para a OiTV. Naquela ocasião, a Oi chegou a acusar a Fox de tentar impor condições e valores exorbitantes para renovação do contrato. Por fim, chegaram a um acordo e os sinais da Fox foram restabelecidos na Oi após quase uma semana.
Além da Oi, ainda no início de 2016, cerca de metade da base de assinantes das operadoras ligadas à NeoTV deixaram de receber os canais da Fox, o que representava aproximadamente 220 mil assinantes. À época, uma fonte apontou a este noticiário que a questão não seria apenas o aumento no preço dos canais, mas também novas exigências de empacotamento, que acabariam por encarecer os pacotes.
Veja a nota da Fox na íntegra:
"FOX Networks Group Latin America informa os seus fãs que depois de vários meses de negociações com SKY Brasil, infelizmente, ainda não chegou a um acordo para a renovação da distribuição dos seus canais e serviços. Por não alcançar as condições necessárias, a transmissão do seu conteúdo irá ser interrompida no final de janeiro; no entanto, o FOX Networks Group Latin America continuará fazendo todos os esforços para chegar a um acordo. Além disso, os fãs ainda podem desfrutar de todos os nossos canais e serviços disponíveis, em outras operadoras de TV por assinatura ".

Fonte: Teletime News de 25 de janeiro de 2016, pela Redação da Converge.

Oi diz que PGMC deveria estimular construção de novas redes, e não "carona" no PMS

Como era de se esperar, a Oi foi a operadora mais crítica às propostas colocadas na consulta pública para um novo Plano Geral de Metas de Competição, e para os regulamentos de Oferta no Atacado (Horpa) e Interconexão. A empresa, por ter a maior capilaridade e presença em todas as cidades brasileiras, é a que é enquadrada como detentora de Poder de Mercado Significativo no maior número de mercados. A operadora iniciou sua manifestação criticando a agência pela demora em divulgar os estudos que embasaram a divisão das cidades nas categorias trazidas pelo PGMC. Para a Oi, é preciso questionar se esse tipo de abordagem regulatório trouxe os objetivos pretendidos, porque, segundo a empresa, apesar da quantidade expressiva de prestadoras em vários mercados, elas atuam apenas onde existe demanda.
Segundo a Oi, 90% dos contratos promovidos pelo SNOA são ainda entre empresas que têm PMS em algum mercado.
A empresa diz que o PGMC deveria avaliar ofertante e demandante. "Se o demandante for um grande grupo, (o PGMC) não deveria estimular a construção de rede e não de carona? Depois de cinco anos a Oi segue PMS, e no mercado de EILD somos ainda obrigados a construir rede. Temos um pedido de revisão do regulamento de EILD e até hoje não fomos atendidos", disse o representante da empresa, Luiz Alonso. "As medidas assimétricas devem ser ajustadas para fomentar a construção de novas redes. Na lógica atual temos um ciclo vicioso em que as entrantes sempre vão recorrer à rede da PMS, que vai sempre existir. Deveria haver uma limitação para isso. O punitivo é sempre a contratação de rede, e nunca a construção", disse.
Em relação ao regulamento de Interconexão, a Oi considera que o fim das categorias atuais pode obrigar a uma revisão de contratos vigentes, o que teria impacto de custos para a operadora, e a empresa não considera adequado que a Anatel regule preços de oferta, como está estabelecido no regulamento de homologação de ofertas no atacado (Horpa).
TIM quer EILD
Também como era esperado, a TIM voltou a reivindicar atenção da Anatel para o mercado de EILD, onde ainda vê e necessidade de medidas assimétricas, mas no geral é crítica a esse tipo de regulação. Para a empresa, "apesar de o PGMC ser uma brilhante peça teórica, ainda não foi capaz de produzir um resultado financeiro aos acionistas". A empresa considera que a Anatel precisa olhar para o futuro na regulamentação de competição.

Fonte: Teletime News de 24 de janeiro de 2017, por Samuel Possebon.

Telefônica pede que regras de competição não alterem contratos; para Claro, quer simplificação regulatória

Em sua manifestação durante a audiência pública realizada nesta terça, 24, para discutir o Plano Geral de Metas de Competição (PGMC) e dos regulamentos de interconexão e oferta no atacado, a Telefônica ponderou não ser adequado exigir das prestadoras investimento em infraestrutura para que seja ofertada a outros provedores. Para a Telefônica, isso é objeto de políticas públicas, e não de regulação. A empresa também ressalta que os contratos existentes devem ser respeitados, independente dos dispositivos que venham a ser colocados pela regulamentação. A Telefônica também mostra preocupação com a regulação do mercado de redes de alta capacidade (links), que segundo a empresa têm como característica o fato de serem projetos individualizados, o que dificultaria o estabelecimento de ofertas de referência.
Para o grupo Claro, que também se manifestou na mesma audiência, a Anatel deveria buscar um ambiente de completa desregulamentação, evitando intervir em mercados onde haja dúvidas sobre a necessidade de regras para corrigir desequilíbrios.
Mas o grupo pede que a Anatel esteja atenta à competição das operadoras que operam pela Internet (OTT), com base na "simplificação com flexibilidade" regulatória.
Mas a empresa não concorda com o fim do mercado de terminação móvel, pois entende que a interconexão deve ser minimamente remunerada, e sem essa remuneração haveria a prestação gratuita de serviços a prestadores concorrentes. A empresa também pede a manutenção das modalidades de EILD e no mercado de interconexão de dados, não quer que a Anatel exija ajustes a todos os PTTs (pontos de troca de tráfego), mas apenas àqueles que possam ser tecnicamente adaptados.

Fonte: Teletime News de 24 de janeiro de 2017, por Samuel Possebon.

Anatel espera movimento da Ancine sobre concentração na TV paga, mas não descarta atuar com o Cade

Nas análises dos diferentes mercados de telecomunicações que a Anatel considerou para elaborar o Plano Geral de Metas de Competição e montar toda a nova lógica de regulação desses mercados, há um paradoxo. O mercado que a agência considera mais concentrado, ou onde ela considera a competição menos efetiva, é o único que não foi proposta nenhuma medida por parte da agência. Trata-se do mercado de TV por assinatura. Durante a apresentação feita nesta terça, 24, em audiência pública para discutir o novo PGMC, Abraão Balbino, superintendente de competição da agência, afirmou: "A conclusão da análise do varejo (do mercado de TV paga) é que existe uma estrutura de mercado posta sem competição estabelecida em muitos mercados, que decorre da relação entre programadores e produtores. Essa questão merecerá uma resolução conjunta com a Ancine e eventualmente uma ação ou medida com o Cade(Conselho Administrativo de Defesa Econômica). Não significa que não haja um problema, mas sim que esse problema não é algo tratado apenas pela Anatel". Este noticiário (Teletime News) questionou Balbino sobre a afirmação de que o mercado de TV paga tem pouca competição.
Afinal, há pelo menos quatro operadores de DTH de grande porte que operam em escala nacional. Balbino explicou que os critérios usados pela Anatel para definir a concentração não consideram apenas o número de players, mas também a efetividade da competição, e resumiu. "O problema existe por conta do insumo básico, que é a programação. Mas a Anatel não regula programação, e portanto uma medida passa pela atuação da Ancine". Ele disse que existe uma discrepância muito grande entre o valor da programação cobrado de um grande operador e de um pequeno. Esse aspecto já havia sido colocado pelo superintendente no último Congresso da ABTA, realizado em meados no ano passado. A Ancine e a Anatel produziram uma nota técnica, que é parte da análise do Plano Geral de Metas de Competição, em que basicamente as agências dizem que essa relação de programação, se mantida, perpetuará o atual quadro competitivo no mercado de TV paga. A mesma nota, um pouco mais leve, foi usada pela Ancine para fundamentar o estudo da agência sobre o mercado de TV paga em 2015. A Anatel não diz em público, mas reservadamente reconhece que tratar do assunto é uma decisão política, e espera da Ancine um movimento nesse sentido, do contrário o tema será colocado de volta ao Cade, que já indicou à agência a necessidade de analisar o cenário competitivo no mercado de TV paga. O maior operador de TV paga é o grupo América Móvil, com quase 10 milhões dos 18,8 milhões de assinantes, e a principal programadora é a Globosat, do grupo Globo, que produz a maior parte dos canais brasileiros disponíveis. Confira a apresentação feita pela Anatel sobre o plano geral de metas de competição neste link.

Fonte: Teletime News de 24 de janeiro de 2017, por Samuel Possebon.

Anatel discute regulamentos de competição e enfatiza necessidade de regulação assimétrica

A Anatel realizou nesta terça, 24, audiência pública para discutir as consultas dos novos Plano Geral de Metas de Competição (PGMC), Regulamento de Interconexão e Homologação de Oferta de Referência de Produtos ao Atacado (Horpa). A primeira notícia é que as consultas, pelo menos no caso do regulamento de Interconexão e do PGMC, foi adiada para o dia 22 de março, e possivelmente a agência deverá fazer um workshop sobre esses regulamentos para explicá-los mais em detalhes. Durante a apresentação, o superintendente de competição, Abraão Balbino e Silva, reiterou que os regulamentos trazem uma nova abordagem regulatória da agência, que trata de maneira assimétrica os agentes em função do poder de mercado significativo, da categoria dos municípios e da infraestrutura. "A relação entre um pequeno e um grande provedor em Brasília não é a mesma do Nordeste, por exemplo. Não podemos olhar o setor de maneira uniforme. É preciso analisar o país de forma mais setorizadas e o PGMC vai pautar os demais mecanismos". A explicação é em linha com o que a Anatel está buscando com o novo planejamento estratégico, conforme entrevista do conselheiro Igor de Freitas a este noticiário.
Em sua apresentação na audiência pública (disponível aqui), Balbino explicitou os mercados relevantes que a Anatel está considerando, como está a classificação dos players em relação à situação de Poder de Mercado Significativo em cada cluster de municípios e as inovações, como a regulação do mercado de transporte de alta capacidade (links), a revisão do conceito de Provedor de Pequeno Porte (PPP) e roaming.
Pequenos
A Anatel, originalmente, havia pensado em indicar uma mudança na forma como os pequenos operadores são tratados. Qualquer empresa que não fosse considerada PMS em algum mercado seria, para efeitos regulatórios, um provedor de pequeno porte. Isso significa que muitas das obrigações não se aplicariam a essas empresas, como hoje acontece com empresas com menos de 50 mil clientes. Balbino disse que o conselho diretor optou por discutir mais a fundo essa questão com os interessados e é possível que o conceito de PPP se amplie ainda mais. A Anatel tende a considerar um provedor de pequeno porte mesmo aquele que tenha Poder de Mercado Significativo em mercados muito específicos. É o caso da Copel, por exemplo, que tem presença econômica relevante em um número limitado de municípios. "Esse debate está sendo feito ainda com os diferentes agentes e mais adiante poderemos dizer como vai ficar, mas a ideia é ampliar o enquadramento de PPP para a maior quantidade de empresas", disse o superintendente.

Fonte: Teletime News de 24 de janeiro de 2017, por Samuel Possebon.

Sprint adquire participação na plataforma de streaming de música Tidal

A operadora norte-americana Sprint adquiriu 33% do serviço de streaming de música Tidal. O acordo, anunciado como "parceria" nesta segunda-feira, 23, prevê a distribuição da plataforma para os 45 milhões de clientes pré e pós-pago da tele, além da entrada do diretor-executivo da Sprint, Marcelo Claure, no conselho de diretores da Tidal. A aquisição não tira o controle da empresa, que continua nas mãos do rapper Jay Z e sócios, mas abre caminho para uma parceria entre conteúdo e distribuição nas companhias. O valor da transação não foi informado.
O comunicado não detalhou que tipo de oferta será fruto da parceria, mas dá a entender que o serviço poderá ser ofertado por meio de zero-rating, ressaltando que a Sprint oferece planos de dados ilimitados. A legalidade da prática nos Estados Unidos está em aberto, uma vez que a agência reguladora Federal Communications Commission (FCC) está em período de transição com a saída do então chairman Tom Wheeler. Na gestão dele, a entidade condenou serviços de zero-rating da AT&T e Verizon como quebra de neutralidade de rede. Coincidentemente (ou não), Wheeler deixou o cargo na última sexta-feira, 20. Caso o novo chairman indicado pelo novo presidente dos EUA, Donald Trump, seja realmente o republicano Ajit Pai, a possibilidade é de haver um grande relaxamento na regulação, especialmente nas regras de neutralidade de rede, permitindo modelos de negócio como o zero-rating.
O acordo entre Sprint e Tidal também remete à recente proposta de fusão da AT&T com a Time Warner, que indicava uma nova direção rumo à consolidação entre a indústria de conteúdo e a de distribuição. A aquisição, anunciada em outubro do ano passado, ainda não recebeu o sinal verde da FCC e é outro tema indefinido com a mudança na Casa Branca. Apesar de se posicionar primeiramente contra, Trump se mostra mais tolerante às grandes negociações e monopolizações. A consultoria MKM Partners disse em novembro que a transação teria mais chance de acontecer com o então candidato Trump do que com sua rival, Hillary Clinton.
A Tidal está disponível em 52 países e possui catálogo de mais de 42,5 milhões de músicas e 140 mil vídeos. Além de alguns artistas exclusivos, a plataforma oferece áudio de alta definição, sem perdas na compressão (losless). A Sprint prometeu a criação de um "fundo de marketing" dedicado especificamente aos artistas, permitindo que os artistas criem e compartilhem o trabalho. Para o serviço over-the-top, a parceria com uma operadora pode significar uma vantagem na disputa mercado com concorrentes como Apple Music e Spotify. A Tidal está disponível no Brasil com assinaturas mensais em dólar e que variam de US$ 3,99 no plano Premium (qualidade normal) e US$ 7,99 no plano HiFi (qualidade losless).

Fonte: Teletime News de 23 de janeiro de 2017, por Bruno do Amaral.

Trump confirma Ajit Pai como novo chairman da FCC

A administração do presidente norte-americano Donald Trump confirmou nesta segunda-feira, 23, o nome do republicano Ajit Pai como novo chairman da agência reguladora Federal Communications Commission (FCC). Em um breve comunicado, Pai se disse agradecido pela nomeação como 34º chairman da entidade. "Estou ansioso para trabalhar com a nova administração, meus colegas na Comissão, membros do Congresso e o público americano para trazer os benefícios da era digital para todos os americanos", disse no breve comunicado.
Conservador e em linha com a atual administração Trump, Pai foi forte opositor de itens da agenda democrata para a FCC, como a neutralidade de rede e a reclassificação da banda larga. Além disso, se mostra favorável à desregulação para as teles, incluindo a liberdade de modelos de negócio, como o zero-rating. Pelo Twitter, no entanto, ele mostrou um tom mais conciliatório ao divulgar o novo cargo: "Da band larga à radiodifusão, eu acredito em uma versão do século 21 da 2ª discurso de posse de (presidente Thomas) Jefferson: somos todos republicanos, somos todos democratas".
Também por meio de comunicado, o conselheiro da FCC Michael O'Rielly congratulou Pai, destacando qualidades como "abordagem séria, base de profundo conhecimento e senso de humor". Disse ainda que espera enfrentar os desafios e "capitalizar as oportunidades que vão se apresentar". A conselheira democrata Mignon Clyburn também foi breve ao felicitar o colega, mas terminou o comunicado em linha com a administração anterior: "Estou esperançosa que possamos juntos servir ao interesse público ao apoiar a competição, a segurança pública e a proteção ao consumidor". Ajit Pai substitui Tom Wheeler, que foi nomeado por Barack Obama em novembro de 2013.

Fonte: Teletime News de 23 de janeiro de 2017, por Bruno do Amaral.

Operadoras evangélicas vão se multiplicar no Brasil em 2017

O público evangélico é fiel não apenas à sua religião mas aos produtos criados por seus pares e que tenham temática gospel. Trata-se de um nicho promissor para operadoras móveis virtuais (MVNOs, na sigla em inglês). Em 2015, surgiu a primeira delas: a Mais AD, dedicada especialmente aos fiéis do Ministério do Belém, a maior convenção da Assembleia de Deus, com 8 milhões de membros no Brasil inteiro e 2,4 mil igrejas somente no estado de São Paulo. Atualmente, a Mais AD tem operação restrita à capital paulista, onde conta com 12 mil assinantes, mas planeja a expansão para outros estados do País este ano, começando pelo Nordeste. Para isso, a empresa já conta com mais de 100 mil chips emitidos.
A Mais AD foi a primeira mas não será a única. Em setembro surgiu a Mais ADSA, focada no Ministério Santo Amaro, outra convenção da Assembleia de Deus que conta com 80 mil seguidores e está concentrada no estado de São Paulo. A Mais ADSA foi lançada em setembro do ano passado e já emitiu 6 mil chips. Em comum entre as duas há a Movttel, uma MVNE que tem contrato com a Vivo, da qual utiliza tanto a rede quanto todo o sistema de billing e de atendimento ao cliente, por meio de uma licença de operadora virtual credenciada. A Movttel já tem contrato com outras duas igrejas de grande porte, revela a sua CEO, Aline Storchi, em entrevista a Mobile Time. Uma delas será lançada no Carnaval e a outra, em algum momento deste ano.
Os planos oferecidos são pré-pagos e os preços praticados pelas operadoras virtuais da Movttel são exatamente os mesmos para qualquer cliente pré-pago da Vivo. A empresa e as igrejas ficam com uma parte da receita pelo uso dos minutos e pelas recargas, além da margem com a venda dos chips. Tanto as recargas quanto os chips são vendidos nas igrejas, mas os assinantes podem comprar créditos em qualquer ponto de recarga da Vivo, se preferirem.
Conteúdo e fidelidade
A grande vantagem desse nicho de mercado é a sua fidelidade, explica a executiva. "A nossa base de clientes tem um ARPU maior e um churn menor que a média do mercado, em função do comprometimento do nicho", afirma. Para conquistar os assinantes, a Movttel desenvolve apps e serviços de valor adicionado (SVAs) com conteúdo sob medida para cada igreja. Através de focus groups, a empresa identifica que tipo de conteúdo cada operadora terá. "Estamos inventando um produto que todo mundo já tem: a linha celular. Como convencer alguém a migrar? Tem que ser competitivo, com afinidade com o nicho e apps exclusivos", resume Storchi. A Movttel conta com um laboratório próprio para a produção de conteúdo exclusivo para as suas MVNOs. Entre os apps criados até agora há o Círculo de Oração, uma rede social para os fiéis, parecida com o Facebook, em que que se pode publicar testemunhos por voz, texto ou vídeo, e estes podem ser curtidos pelos outros usuários. Outro app é o Mais Conhecimento, um game com perguntas e respostas bíblicas em que se pode desafiar os amigos e acumular pontos – este foi desenvolvido em parceria com a Qranio. A maioria dos conteúdos são gratuitos: a sua produção faz parte do custo de lançamento de cada MVNO.
Outros nichos
A Movttel, contudo, não pretende restringir a sua atuação ao mercado gospel. A empresa está negociando o lançamento de MVNOs de clubes de futebol, instituições financeiras e até de grandes corporações que desejam controlar melhor seus gastos em telefonia móvel.
"Devemos fechar o ano com algo entre 250 e 300 mil assinantes. A Mais AD serviu de laboratório local para o nosso negócio", explica a executiva.

Fonte: Teletime News de 23 de janeiro de 2017, por Fernando Paiva.

TV paga termina 2016 com queda de 311 mil assinantes

O mercado de TV por assinatura voltou a apresentar uma nova queda de base no mês de dezembro de 2016, segundo os últimos dados divulgados pela Anatel. Foram 70,8 mil assinantes a menos no mês de dezembro em relação a novembro, encerrando o ano com uma base de 18,802 milhões de assinantes. Em 2016, o mercado de TV paga perdeu 311 mil assinantes.
A empresa que teve a maior queda em dezembro, e que com isso acabou puxando o mercado para baixo de maneira mais acentuada, foi a Claro TV. A operadora de DTH, que vinha desde junho mantendo um certo crescimento, andou tudo para trás e em dezembro reportou à agência 51 mil assinantes a menos, fechando o ano com 2,55 milhões de clientes. A Net Serviços, operadora de cabo do mesmo grupo, cresceu 8,7 mil assinantes em dezembro. Com isso, o grupo América Móvil fechou o ano com 9,946 milhões de assinantes (somando a base da Blue Interactive). No ano, o grupo mexicano perdeu cerca de 50 mil assinantes em TV paga.
A Sky fechou dezembro com um pequeno ganho de base em relação a novembro: 1,7 mil clientes novos, totalizando 5,25 milhões de clientes. Com isso, no ano, a operadora fechou o ano com cerca de 195 mil assinantes a menos, a maior queda em números absolutos.
A Oi TV, que vinha crescendo mês a mês, manteve o rito. A empresa adicionou 18 mil assinantes em dezembro, totalizando 1,304 milhão de clientes. No ano, a Oi TV cresceu, em números absolutos, 135 mil assinantes.
A Vivo TV perdeu 74,6 mil clientes no ano, e fechou dezembro com 1,713 milhão de assinantes. Em dezembro, a perda foi de 16 mil clientes. As pequenas operadoras perderam no ano 74,4 mil clientes, totalizando em 2016 588 mil assinantes (incluindo os números da Algar).

Fonte: Teletime News de 23 de janeiro de 2017, por Samuel Possebon.

Anatel conclui seu planejamento, e agora vai trabalhar por resultados

A Anatel concluiu, no final de 2016, o seu planejamento estratégico. Uma das principais mudanças esperadas a partir do novo planejamento é uma transformação completa na forma com que a agência trabalha, que deve implicar uma mudança de todos os regulamentos da agência nos próximos anos.
O conselheiro da Anatel Igor de Freitas, que coordenou o trabalho de planejamento, explica que o foco principal da agência será, a partir de agora, trabalhar com base em resultados concretos e aferíveis. Estes resultados serão medidos a partir de um conjunto de 20 indicadores que a agência irá acompanhar, que vão desde questões referentes à qualidade percebida pelos consumidores em relação aos serviços até indicadores econômicos do setor.
A agência também se prepara para ter um acompanhamento muito mais próximo do mercado em relação à realidade da infraestrutura instalada de telecomunicações, por meio de um Plano Estrutural de Rede. O primeiro levantamento já está feito e ele deve ser atualizado permanentemente, explica Freitas. Isso permitirá que a agência regule com base na realidade de cada município ou região, dentro da categorização que já começou a ser tornada pública na consulta do Plano Geral de Metas de Competição.
Para Freitas, a Anatel precisa desse novo planejamento para voltar a desempenhar adequadamente o seu papel. Segundo ele, isso é essencial para a regulação de questões complexas, como as franquias de dados, ou mesmo para a transformação do modelo. Na entrevista abaixo, Freitas detalha as principais constatações e mudanças esperadas a partir do regulamento.
TELETIME – O que muda com o novo planejamento?
Igor de Freitas – As  agências reguladoras são a parte do Estado mais próxima do mundo real, em que decisões interferem drasticamente nas atividades econômicas. O governo passado reabriu uma discussão  institucional de equilíbrio entre o governo central e agências e a legitimidade de um conselho para tomar decisões sobre universalização, por exemplo. A Anatel, pela LGT, tem a liderança de propor as coisas. Mas essa liderança não acontece, em parte, porque ao longo do tempo a Anatel deixou de se pautar por resultados, e essa é a principal mudança do planejamento. Ter indicadores objetivos e resultados para que a nossa agenda regulatória parta de um diagnóstico descrito a partir de indicadores, entenda os problemas e aponte o que fazer para mudar. E, sobretudo, ser cobrada por isso.
A questão da qualidade percebida seria um indicador, por exemplo?
Isso, é um bom exemplo. Eu sou o relator dessa matéria no conselho então estou me aprofundando sobre isso, dando prioridade máxima no primeiro trimestre para apresentar uma proposta para consulta na virada de um trimestre para outro. Qualidade é o problema número um das telecomunicações hoje. O que não funcionou até agora? O que tem que ser feito para melhorar? Vamos diferenciar a gestão de qualidade de acordo com a realidade do País, e isso é a base do planejamento.
Como assim? Uma regulamentação assimétrica? Por áreas?
Existem três grandes instrumentos de gestão que vamos seguir.. O primeiro são os Planos Estruturais de Redes de Telecomunicações. A Anatel precisa saber se há uma infraestrutura capaz ou não de atender às demandas em cada região, porque se não souber, qualquer intervenção de qualidade, universalização, espectro, franquias, o que seja, será um tiro no escuro. Esse Plano Estrutural de Rede foi feito no segundo semestre de 2016 pela superintendência de planejamento regulatório juntamente com o ministério, e traz um diagnóstico descritivo do conjunto de infraestrutura e quais são os gaps nas redes de transporte e distribuição. Ou seja: o quão a oferta está longe ou não do que deveria ser. O plano está feito e chegou ao conselho, e será colocado em consulta pública. Isso será a base para os TACs, para o cálculo do saldo da concessão, para discutir a alocação de recursos do Fust, que deve entrar na pauta do Legislativo etc. Isso tem que estar à disposição do público, para consulta em tempo real e atualização pelo menos anual. A ideia é que qualquer cidadão, prefeito, gestor público, possa olhar e ver o que existe na sua cidade, e se houver divergências, nos alertar para acionarmos a fiscalização.
E como isso permitirá o tratamento regulatório diferenciado cidade a cidade?
Então, o plano Estrutural de Redes se combina com o segundo elemento de gestão que temos, que é a categorização, ou clusterização, dos municípios. Essa categorização combina a oferta de redes e capacidade com a demanda. Isso permite dizer quais são os mercados maduros e com competição estabelecida, onde a regulamentação tem que ser uma, e mercados onde não se consegue mais do que um provedor de infraestrutura, porque a escala que aquela demanda pode gerar é insuficiente para viabilizar um ou sequer um provedor. O que fazer para garantir a oferta de serviços com preço e qualidade adequados? Essa categorização de quatro grupos, que apareceu na consulta do Plano Geral de Metas de Competição, valerá para qualquer outra ação da agência. Por exemplo, gestão de espectro, permitindo pensar em leilões diferentes para regiões diferentes. São instrumentos de gestão de interna da Anatel mas que devem ser públicos, até para que o governo possa fazer as opções políticas.
E como a Anatel pode saber se essas medidas regulatórias estão dando os resultados?
Esse é o terceiro instrumento de gestão, que são os Indicadores de Resultado. O relatório anual de gestão da agência, até em linha com o que virá a ser a nova Lei das Agências Reguladoras, tem que ser um conjunto compreensível e enxuto de indicadores de dimensões de resultados que interessam: acesso ao serviço, uso dos serviços, qualidade e preço, pelo lado do consumidor, e do lado das empresas são vários, mas entre eles rentabilidade, carga tributária entre outros.  São ao todo 20 indicadores, que conversam entre si, têm como base padrão os municípios, exceto nos casos em que isso não se aplica. Mas sempre tem um componente de diversidade regional. O importante é que esses indicadores trazem a perspectiva do consumido, a perspectiva do prestador/investidor e a perspectiva do governo. Onde a qualidade está ruim? Onde o preço está ruim? Onde a qualidade é inadequada?  Onde a carga tributária é um problema? É possível dizer o que é o Brasil de hoje, nas telecomunicações, com base nesses indicadores. Isso permite trabalhar ações para mexer essa realidade. Não definimos metas, mas temos sim os benchmarks internacionais e podemos ler para onde vai a derivada, ou seja, se está melhorando ou piorando.
O acompanhamento então é feito com base nesses indicadores? Quem é que acompanha essa evolução?
Mais que isso: a atuação da agência passa a ser orientada a resultados. Para isso precisa ter uma integração entre as áreas. A mudança na estrutura da agência, prevê uma nova função da Superintendência Executiva, mais robusta e acima das outras superintendências, e a partir dali é possível ter uma visão sobre onde é necessário acionar a fiscalização, alocar espectro, recursos etc. O superintendente executivo é que olha o painel de controle. Não havia nenhuma parte da Anatel responsável por olhar a agência como um todo. Essa será a grande diferença. O Carlos Baigorri (superintendente executivo) tem o perfil e terá as condições de desempenhar esse papel. O conselho é sempre renovado, por isso é importante que a o corpo técnico tenha condições de permanentemente fornecer ao conselho informações adequadas para as decisões. A Anatel não tem como funcionar bem simplesmente com matérias sendo sorteadas aleatoriamente para quatro conselheiros isoladamente. Alguns processos já vêm sendo implementados, como a agenda regulatória permanente, mas tem muita coisa a ser feita nos próximos dois anos.
E isso implica mudanças em que instrumentos regulatórios?
Basicamente, todos. O conjunto normativo atual não se presta para os próximos 10 anos. Todos os regulamentos de serviços precisam ser alterados, e isso aparece na agenda regulatória em consulta. O PGMC já está com a mudança em curso dentro dessa nova lógica e de uma nova realidade competitiva. A revisão da gestão da qualidade é crítica e, sobretudo, vamos rever a relação com o consumidor. O RGC (Regulamento Geral de Direitos do Consumidor) tem três anos e já podemos dizer que há uma série de coisas que funcionaram e outras que não funcionaram. Parte dessa nova lógica se reflete nos regulamentos, outra parte aparece nos TACs. Muda tudo, mas a primeira coisa é que agora a gente terá mais clareza de onde se quer chegar. Os indicadores ficam públicos, e isso é base para as manifestações da agência no Congresso, por exemplo, e para sermos cobrados pela sociedade.
E a agência está preparada para trabalhar dessa forma? Os funcionários, o corpo técnico, o conselho já sabem trabalhar assim?
Se ela não implementar os novos processos, ajustar a sua estrutura, ela não estará preparada. A Anatel tem que se modificar internamente, com as mudanças de pessoal do final de ano, a alteração do regimento que será feita ao longo desse ano e os ajustes de processos em curso, e realocação de pessoas e capacitação onde for necessário.
Que resultados concretos podem ser esperados?
Veja o exemplo da discussão das franquias. A Anatel não estava preparada para enfrentar esse debate. A insegurança da sociedade em relação às franquias é a insegurança de quem não sabe se vai ficar refém de uma decisão unilateral privada sobre o que será a franquia, como será estabelecido o limite etc. E a Anatel não tem informação para contrastar, não tem informação sobre as redes, perfil de uso etc. Se não temos essas informações de base, não temos legitimidade para propor uma solução, nem para um lado, nem para o outro. Ainda não estamos plenamente preparados para isso, mas esse nosso ajuste interno é crítico para a mudança do modelo de concessões, gestão dos TACs com as empresas etc.
Não é um pouco arriscado fazer essa mudança toda na estrutura da agência no meio de decisões tão críticas, como a mudança do modelo, o caso da Oi, os TACs …?
É verdade, mas por que que as coisas precisam ser feitas nesse cronograma planejado? Para atender às mudanças que são necessárias, se os investimentos são suficientes, se há danos ao erário, se há respeito aos contratos… Há muita comunicação a ser dada e o presidente Quadros tem feito isso e falado sobre a visão da agência. Mas temos o nosso dever de casa interno que é nos preparar para essas mudanças. Só teremos sucesso em tudo o que vai ser feito com esse ajuste. Por exemplo, como é que eu vou fiscalizar os investimentos dos TACs? Como é que eu acompanharei os investimentos, a evolução das redes? Particularmente eu estou mais seguro e tranquilo em tomar decisões críticas sabendo que estamos planejados para essas mudanças, ainda que nem tudo esteja pronto. O regimento ainda não está fechado, mas já estamos emulando a nova estrutura e as pessoas que estão nas posições estão comprometidas com esse projeto. O crucial é saber onde quer chegar e como.
O regulamento do novo modelo, previsto no PGO, fala em contrapartidas a serem estabelecidas. Como evitar que se repita o que houve na fusão da BrT e Oi, em que vários condicionantes foram colocados, mas a sociedade não conseguiu acompanhar nada disso?
Há uma disciplina de acompanhamento de políticas públicas, e isso é algo de que o Brasil precisa muito, dada a escassez de recursos. O saldo de uma concessão, a conversão de multas em TACs, os fundos, tudo isso são recursos públicos. A Anatel não pode tomar essas decisões sozinha. Ela implementa uma política, aponta prioridades, mas isso tudo passa pela avaliação e chancela do governo democraticamente eleito. Ele é que define quem vai ser beneficiado em uma política, como foi, por exemplo, a decisão de distribuir conversores de TV digital aos beneficiários do Bolsa Família. E saber quanto dinheiro vai ser colocado, e onde. No caso da Oi com a BrT, houve condicionamentos colocados na hora, alguns deram certo, como a rede que é usada pela RNP, mas daqui para frente esse acompanhamento será feito de maneira muito mais permanente. Não basta estimar o que vai acontecer. Tem que ter um acompanhamento em tempo real para corrigir a alocação dos recursos e esforços. O Plano Estrutural de Rede será a base para alocar os recursos de um Fust ou de um saldo de concessão, viabilizando investimentos que não seriam feitos pelo simples interesse empresarial. É tentar mudar uma realidade.
Parece que o governo está tendo dificuldade de indicar os benefícios que virão com a mudança do modelo, por não ter esse tipo de dado…
Pois é, mas não foi possível preparar toda esses referenciais e esse arcabouço antes das mudanças. O ideal era ter feito tudo antes, mas não deu. Ter que gerenciar a situação da Oi, discutir a mudança das concessões, gerenciar alguns bilhões em multas em investimentos para o País, são coisas que não podem esperar mais três ou quatro anos, precisam acontecer agora. A Anatel tem condição para isso, foco e gestão interna, e a estrutura nova busca isso. O conselho está comprometido com essas mudanças. São 1,6 mil pessoas e meio bilhão de orçamento. Faltam recursos? Faltam, mas ainda assim temos condições de fazer esse trabalho. Historicamente fomos ineficientes e a sociedade tem razão de nos cobrar. Se quisermos evoluir para um modelo mais leve no futuro, se quisermos lidar com a situação de quebra de uma grande concessão, temos que estar preparados.
Para não falar de outras questões importantes mas nem tão urgentes, como regulação do ambiente de Internet, serviços OTT, questões como franquias de uso…
Hoje nenhuma área da Anatel está pronta para enfrentar profundamente esse debate. Qual área da Anatel que conhece OTT profundamente? Nenhuma. Ninguém sabe como é a realidade operacional e comercial das grandes empresas de comunicação do mundo hoje. Qual o conhecimento real que a agência tem do funcionamento das empresas da Internet? Sabemos como a infraestrutura de telecomunicações é usada? Não estamos preparados para dialogar sobre franquias, por exemplo. Não é só saber medir a escassez, mas é saber se essa infraestrutura está adequada para quem está usando. Sem isso não conseguimos fazer o nosso trabalho.
Dá para dizer que a base do novo modelo regulatório da Anatel é acompanhar a qualidade, as relações de consumo e o acompanhamento competitivo?
É isso, e isso se reflete em todos os regulamentos de serviço. E essa é a base de um setor que tem demonstrado que consegue conviver com o Estado na função de regulador, sendo a prestação de serviço uma atividade privada, ainda que seja um serviço essencial. Aliás, eu entendo que doutrinariamente o direito constitucional e administrativo não estão totalmente preparados para as inovações jurídicas que as telecomunicações propõem, principalmente pela possibilidade de impor e criar competição, e isso tem que ser construído, com o bom funcionamento regulatório da agência. A realidade da infraestrutura de telecom muda muito rápido, o investimento é elevado e a cobrança da sociedade é permanente. A agência perdeu parte de sua legitimidade e parte da credibilidade que teve no passado porque não se ajustou para prestar informações sobre suas decisões no tempo certo, no tempo que a sociedade precisa. Funcionar orientada a resultado, entendendo que o Brasil é um país com realidades regionais e municipais que precisam ser consideradas na regulamentação, e tomar decisões diferentes com base nisso, é algo novo para a Anatel e para qualquer setor regulado.
Com essa regulação mais granular, olhando município a município, não existe o risco de a agência começar a dizer para as empresas como elas teriam que trabalhar?
Não tenha dúvida de que esse risco intervencionista existe, e você sabe que eu, pelo meu perfil, sou contra isso. Mas a agência já é excessivamente intervencionista, só que sem saber porquê e sem orientação a resultado nenhum. Um exemplo: o regulador estabelece um padrão mínimo de qualidade e isso tem que ser cumprido. No caso da banda larga esse piso é 80% da velocidade ofertada. Ai vamos para a realidade de demanda. É razoável que esse piso seja o mesmo em todas as regiões? A expectativa de qualidade, em termos do que tem que ser entregue, é igual na grande São Paulo ou numa cidade do sertão nordestino? Pode parecer uma provocação politicamente incorreta mas não é nada disso se olharmos sob a lógica econômica. O que é preciso colocar de investimentos para atender a esse padrão de qualidade em função da demanda faz com que em alguns lugares a conta feche e o investimento seja feito, e em outros lugares a conta não feche e o investimento não seja feito. Se eu quero impor um único padrão de qualidade para todo o Brasil, que é como a coisa funciona hoje, nos locais em que a conta não fecha e que o investimento em infraestrutura não é pago apenas pela demanda, o serviço não vai chegar. Ai a pergunta é: o governo tem disposição para fazer esse investimento? A banda larga para ser universalizada precisa de investimentos pesados de dezenas de bilhões de reais. E além de universalização, que é basicamente cobertura, banda larga precisa de disponibilidade e capacidade.
O modelo de telecom atual é focado apenas na universalização, ou seja, na cobertura.
Exatamente, mas o modelo atual previa também que haveria um recurso do Fundo de Universalização que seria colocado, o que nunca foi feito. A equação dependia do quanto do fundo seria colocado. Como nada foi colocado, a variável dependente passou a ser a qualidade. A cobertura é obrigação, imposta nos editais. O que varia, portanto, é a qualidade. Devemos discutir isso. Podemos manter a mesma lógica ou tentar uma lógica nova. Ninguém discute que dinheiro tenha que ser colocado em banda larga, mas fica mais fácil se a gente conhecer a realidade de cada município.
Fonte: Teletime News de 23 de janeiro de 2017, por Samuel Possebon.