terça-feira, 24 de novembro de 2020

Fundo Bordeaux, de Nelson Tanure, leva a Copel Telecom por R$ 2,4 bilhões

Depois de uma disputa com 18 rodadas, o Fundo Bordeaux, ligado ao empresário Nelson Tanure e o ex-ministro Hélio Costa, venceu o leilão da venda da companhia paranaense Copel Telecom, realizado na B3 – Brasil Bolsa Balcão em São Paulo, nesta segunda-feira, 9. O lance vencedor teve valor de R$ 2,395 bilhões, o que representa um ágio de 70,94% em cima do valor inicial, de R$ 1,401 bilhão

A disputa foi acirrada com a Algar, que já tinha colocado a maior oferta na entrega de envelopes, com R$ 2,204 bilhões (57,36% de ágio). As duas companhias disputaram lances de R$ 10 milhões a mais, até chegar ao valor final colocado pelo Bordeaux. 

Vale lembrar que o Fundo Bordeaux venceu em agosto outro leilão de ativo paranaense de telecomunicações: a Sercomtel, concessionária de Londrina. O fundo de Nelson Tanure (que por si tem um longo histórico no mercado, com seu envolvimento com a Portugal Telecom e a Oi até janeiro deste ano) desembolsou R$ 130 milhões pela aquisição dos ativos, o que representou um ágio de 900% sobre o preço de referência de R$ 0,01 definido pela Sercomtel para o processo.Outros participantes

Outros participantes que enviaram propostas foram o Consórcio Calgari, composto pela Telefônica (Vivo) e Fibrasil Infra; e o Consórcio Economia Real Telecom, formando por fundos de investimentos e BTG Pactual, entre outros. Eles fizeram lances por envelope com valor abaixo do necessário para a segunda fase, com valores de R$ 1,402 bilhão e R$ 1,750 bilhão, respectivamente.

Nas próximas semanas deverá haver a assinatura do contrato de compra e venda das ações da Copel Telecom. Segundo o CFO da Copel, Adriano Moura, ainda haverá a etapa de homologação da Anatel e do Cade. "Em janeiro deverá iniciar esse processo e, até metade do ano que vem, acreditamos que a gente tenha tudo concluído", afirmou. 
Expectativas


Em coletiva de imprensa online após o leilão, o governador Carlos Ratinho Júnior afirmou que o resultado foi "muito acima da expectativa", e destacou que entre os participantes do certame estavam "grandes investidores, que têm por trás grandes fundos de investimentos".

O presidente da Copel, Daniel Slaviero (ex-presidente da Abert), destacou também o ágio obtido. "Quase R$ 1 bilhão a mais [do que a oferta inicial] é demonstração muito forte e inequívoca dos investidores no mercado". Ele lembra que a venda tem uma cláusula que prevê prestação de serviços e swap de ativos por pelo menos mais 20 anos. 

Segundo Slaviero, os recursos obtidos com a venda da unidade de telecom serão investidos no core da companhia, que é geração e transmissão de energia, e com foco no Paraná. Além disso, prevê um retorno maior na distribuição aos acionistas por meio da política de dividendos.

Conforme explicou o CFO Adriano Moura, a venda é do CNPJ da Copel Telecom, mas não do quadro de trabalhadores. "Todos estão sendo incorporados em outra unidade da Copel, a Copel Serviços, e continuaremos prestando atividades como manutenção e gerenciamento da rede por pelo menos seis meses. Se houver interesse por parte do comprador, podemos ficar mais seis meses", declara Moura. "A Copel Energia está crescendo bastante e precisando de gente", conclui.
Ativos

O market share de acessos em fibra ótica da Copel Telecom no Paraná caiu nos últimos anos, passando de 67% para atuais 22%. Ainda assim, a operadora reporta 206 mil acessos de banda larga e um milhão de homes-passed (HPs). A rede ótica que será leiloada tem 32,9 mil km e cobre mais de 80 municípios. 

Fonte: Teletime News de 9 de novembro de 2020, por Bruno do Amaral.

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