quinta-feira, 16 de dezembro de 2021

Rodrigo Abreu avisa: Oi ainda terá queima de caixa em 2022

O ano ainda não acabou, mas a Oi já vislumbra mais um resultado com forte impacto nas operações, especialmente com o desempenho da móvel, por conta de inflação, variação cambial e efeitos da pandemia. E em 2022 a situação ainda não será exatamente positiva, conforme declarou o presidente da tele, Rodrigo Abreu, durante live promovida pelo banco BTG Pactual nesta terça-feira, 14.

O executivo faz questão de lembrar que já era esperado um ano desafiador, uma vez que a empresa previa vários processos de captação. "Em 2022 – até início de 2023 – ainda é ano de consumo de caixa e já se sabia disso desde o começo do plano. É um momento no qual ainda estamos crescendo em fibra e repondo receita legada que está indo embora enquanto a companhia está diminuindo", afirma.

Abreu explica que as captações incluem o financiamento por meio de emissão de bonds em 2026, "usado originalmente no fim de 2019 para dar sustentação da companhia enquanto ela não vendia ativos", e mais dois empréstimos ponte, cada um ligado à uma venda de uma unidade (Oi Móvel e V.tal). Uma vez concluídas essas transações, esses processos são liquidados, segundo o executivo.

Também serão liquidadas dívidas com o fechamento das operações, em particular a do BNDES e o repagamento de bancos e ex-dividendos. Dependerá do excesso de liquidez a ser gerado, mas o plano estabeleceu um limite para que não se destine todo o valor das transações apenas para pagar dívidas. "Obviamente, porque aí não teria sustentação e visão de caixa para investir e continuar a operação até o equilíbrio de geração de caixa", coloca o presidente da Oi.

A venda do controle da unidade de infraestrutura tem outro componente nas finanças: a expectativa de valorização da participação de 42,1% que a Oi ainda terá na V.tal. De acordo com Rodrigo Abreu, nos próximos três anos a empresa espera ter uma posição de equity na operadora de rede neutra de mais de R$ 20 bilhões. E isso poderia ser utilizada para desalavancar a companhia no futuro, trazendo-a para "níveis mais normais de operação de pagamento de dívida financeira".

Efeitos externos

Rodrigo Abreu notou que a tele sofreu com a crise macroeconômica no País, especialmente na Oi Móvel. Ele cita a pandemia, o efeito inflacionário e a desvalorização da moeda frente ao dólar como fatores que reduziram a receita na unidade e afetaram o caixa. No caso do câmbio, ele coloca que isso será incorporado no plano para atualizar as compras e nos cupons de dívida dolarizada.

Em relação à inflação, Abreu diz que o efeito é endereçável, mas poderia haver uma economia maior. "Temos conseguido compensar de maneira intensa, do ponto de vista operacional. Mas se não fosse isso [a inflação], conseguiríamos reduzir os custos ainda mais", declara.

Fonte: Teletime News de 14 de dezembro de 2021, por Bruno do Amaral.

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