A partir de agora, os correntistas do Bradesco que acessarem o banco através de seus smartphones não serão mais cobrados pelo tráfego de dados. Isso vale tanto para pessoas com linhas pós-pagas quanto pré-pagas das quatro maiores operadoras do Brasil (Vivo, TIM, Claro e Oi). Trata-se do primeiro contrato do gênero no País, em que uma empresa privada paga às quatro maiores operadoras celulares para que seus apps e site móvel sejam acessados gratuitamente pelo público. Antes, redes sociais como Facebook e Twitter conseguiram oferecer acesso gratuito no celular no Brasil, mas dentro de acordos bilaterais com uma ou outra tele e que não envolviam remuneração entre as partes, por serem considerados acordos em que os dois lados ganham.
Foi necessário um ano inteiro de conversas para chegar a um acordo com as quatro teles, relata Luca Cavalcanti, diretor de canais digitais do Bradesco. O ineditismo pode ter pesado para a demora: "Não conheço nenhum caso similar com outro banco no mundo", comenta o executivo. Foi definida uma taxa fixa a ser paga pelo banco para cada operadora, levando em conta a proporção de cada no uso de mobile banking entre os clientes do Bradesco. O contrato tem uma duração pré-definida, cujo prazo é mantido em sigilo, mas que poderá ser prorrogada automaticamente, se nenhuma das partes se opuser. "É um modelo disruptivo no mercado. Não sei se todas as teles perceberam isso de início. Entendo que as operadoras têm nas mãos agora um novo negócio para ser praticado com grandes empresas. E o grande beneficiário disso é o usuário", avalia o diretor do Bradesco.
A ideia do banco de prover acesso móvel gratuito a seus correntistas veio depois de uma série de pesquisas com seus clientes. "Percebemos que o cliente pré-pago contabiliza a quantidade de dados que consome e prioriza (os apps) que mais usa. O banco, porém, não é prioridade em seu acesso móvel. Por isso, precisávamos de acesso aberto", explica Cavalcanti.
Números
Para entender a decisão do Bradesco é preciso conhecer seus números em mobilidade. O canal móvel tem crescido a passos largos dentro do banco. Em janeiro deste ano o Bradesco registrou 104 milhões de transações feitas via celular. Em janeiro de 2010, quatro anos atrás, foram apenas 1,5 milhão. Agora, a média diária do banco gira em torno de 3,3 milhões de transações em mobile banking. Seu último recorde em um único dia aconteceu em dezembro, com 4,2 milhões de transações, e deve ser batido este mês, prevê Cavalcanti. "A cada piscada de olho são 8 mil transações que realizamos via dispositivos móveis", calcula. O mobile banking é hoje o segundo canal de contato mais importante do Bradesco, perdendo apenas para o caixa eletrônico em quantidade de transações, mas deve atingir a liderança até o fim do ano.
Os números consolidados de 2013 também impressionam. O volume de contas pagas via celular no banco cresceu 241%, alcançando o montante de R$ 1,2 bilhão no ano passado. Transferências bancárias via celular, por sua vez, aumentaram 483% em 2013, atingindo R$ 2,3 bilhões.
Atualmente, dos 26 milhões de correntistas do Bradesco, 3,2 milhões são usuários ativos dos apps ou do site móvel da empresa, o que significa que usaram o mobile banking pelo menos duas vezes nos últimos três meses. A projeção do banco é que esse número suba para 6 milhões até o fim do ano.
A estratégia do Bradesco vai em linha com um movimento que pode ser visto no Brasil e em outros países. Nos EUA, a AT&T criou inclusive uma área voltada a desenvolver negócios baseados em tráfego patrocinado.
Fonte: TELETIME News de 13/03/2014
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