Em reunião nesta quinta-feira, 29, a agência reguladora norte-americana (Federal Communications Commission - FCC) votou pela mudança na classificação de banda larga em relação à velocidade. Desde 2010, a conexão era definida como banda larga - fixa e móvel - ao ter capacidade de 3 Mbps de downlink e 1 Mbps de uplink. Agora, o mínimo passa para 25 Mbps e 4 Mbps, respectivamente, algo que notadamente desagrada os provedores norte-americanos.
Com isso, o percentual de residências norte-americanas sem Internet de alta velocidade passa dos 6,3% anteriores para 13,1% com o novo limite. "O relatório conclui que os setores público e privado precisam trabalhar mais para expandir a banda larga robusta para todos os americanos a tempo", diz a FCC. A entidade afirma que 17% (55 milhões de pessoas) não têm acesso a serviços de 25 Mbps/3 Mbps, percentual que sobe para 53% quando se considerada a população rural.
Dessa forma, a FCC essencialmente tira as conexões com a tecnologia DSL da classificação. Ao site Ars Technica, um porta-voz da operadora Verizon afirmou que não pretende mudar a oferta de conexões DSL - atualmente, a empresa tem no máximo 15 Mbps com esse tipo de tecnologia.
Medida desagrada TVs a cabo
Em comunicado, a National Cable & Telecommunications Association (NCTA) ironiza a decisão da FCC, afirmando que a agência não enxergou o progresso atual com o aumento de usuários de banda larga fixa e móvel nos EUA. "Pense por um segundo. O dispositivo que você tem no seu bolso e que você não consegue deixar de olhar? Não é banda larga. A conexão DSL que milhões usam para fazer streaming do Netflix? Não é banda larga. Os US$ 10 bilhões que a FCC está para oferecer exclusivamente para companhias incumbents de telefonia (ou seja, provedores DSL) para serviço rural? Não estão pagando para banda larga."
A associação diz que a decisão "não é lógica" e acusa a FCC de "deixar a perspectiva de um novo poder regulatório embaçar seu objetivo", dizendo que a Comissão ganharia mais autoridade ao subir o patamar que "apenas uma minoria de consumidores usa hoje". "Ao final do dia, é fácil ver como esse novo padrão ajuda a FCC a expandir seu próprio poder, mas é difícil ver como essa decisão ajuda em avaliar devidamente como a maioria dos americanos usa a Internet hoje", conclui. O receio dos operadores de cabo representados pela NCTA é que, com essa "reclassificação", futuras medidas de neutralidade de rede se apliquem apenas aos operadores de cabo (e fibra) que têm velocidades maiores a oferecer, criando uma assimetria regulatória com teles e provedores de serviços móveis.
Comparação
No Brasil, a Anatel considera no Plano Nacional de Banda Larga (PNBL) a velocidade de 1 Mbps para download como banda larga. Em seus relatórios de acessos de banda larga com as prestadoras de serviço de comunicação multimídia (SCM), constam as categorias de velocidades de até 512 Kbps a "maiores do que 34 Mbps". Segundo dados referentes a dezembro do ano passado na agência, a maior parte das conexões (46,91%) no País são de velocidades entre 2 Mbps e 12 Mbps.
Fonte: Teletime News de 29 de janeiro de 2015.
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