Diante dos projetos de expansão de banda larga com fibra até a residência (FTTH) anunciados pela concorrência no Brasil, a América Móvil diz estar confiante na tecnologia DOCSIS 3.1 utilizada na infraestrutura HFC da Net no País. Durante teleconferência de resultados financeiros do grupo mexicano nesta quarta-feira, 25, o CFO da companhia, Carlos García Moreno, afirmou que a Net ainda não mudará a estratégia para o segmento de ultra banda larga fixa – ou seja, com velocidades acima de 34 Mbps. "Nossa rede de cabo é completamente digitalizada, e no segmento já estamos usando DOCSIS 3.1, que é uma tecnologia muito competitiva", declarou.
Segundo o executivo, a companhia já conta com 27 milhões de homes-passed no Brasil com a tecnologia, mas que nas novas cidades haverá a consideração sobre qual será a última milha. "Estamos esperando construir um milhão mais de homes-passed nos próximos 12 meses, e vamos escolher ser FTTH ou FTTc (fibra até o gabinete)", declara. Moreno explica que para utilizar o cabo com DOCSIS 3.1, já é necessário instalar a fibra até muito próximo à residência, o que facilitaria em uma eventual transição para o FTTH. "Então, mover a fibra (para a ponta) não seria muito difícil, porque já atualizamos toda a rede no Brasil para o digital."
Segundo fonte próxima ao assunto ouvida por este noticiário, a Net já está iniciando operações no interior paulista com rede FTTH – presume-se que não apenas para velocidades maiores. Vale lembrar que a empresa já usa fibra GPON desde 2014 para entregar velocidades de 500 Mbps (oferta ainda disponível no site da empresa). Porém, em 2016, a operadora passou a testar velocidades de até 1 Gbps com o DOCSIS 3.1 no cabo.
Dados da Anatel referentes a fevereiro deste ano mostram que a Claro Brasil (que engloba Claro, Embratel e Net) tem no País uma base de 8,808 milhões de acessos de cabo/HFC, sendo 8,794 milhões contabilizados como Cable Modem. Conta ainda com 94,1 mil acessos de fibra, embora isso considere também acessos corporativos.
De acordo com o CEO da América Móvil, Daniel Hajj, o foco no Brasil é na oferta triple-play, apesar de verificar receitas de voz fixa e de TV paga em queda (especialmente com DTH). "Esperamos que, com a recuperação da economia, veremos aumento nas receitas", declara. "E estamos adicionando mais serviços de cloud para aumentar a ARPU (receita média por usuário) no cabo", completa.
Hajj afirma que a previsão de Capex no Brasil está mantida em 2018. "É importante manter com tecnologia, temos mais residências para passar [com infraestrutura fixa]", declara. Vamos continuar a investir, claro que estamos em processo de renegociar todos os contratos, tentando achar melhores tecnologias e preços", diz. Ele espera um total de R$ 8 bilhões no ano, com uma variação de 5% menos caso consiga otimizar com eficiências.
Em seu balanço financeiro referente a 2017, a Oi anunciou que parte de sua estratégia de Capex após a recuperação judicial envolve a expansão da rede FTTH. Por sua vez, a TIM também planeja expansão em 2018 de sua rede de fibra até a residência, apesar de continuar apostando no FTTc. Já a Vivo anunciou projeto de aceleração de sua cobertura FTTH no País com R$ 2,5 bilhões de investimentos adicionais no triênio 2018-2020. Atualmente, a companhia contabiliza em março 89 cidades com 1,412 milhão de conexões, e planejando 9 milhões de homes-passed ainda neste ano.
Fonte: Teletime News de 25 de abril de 2018, por Bruno do Amaral.
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