Com mais uma perda recorde da base total em dezembro e pela primeira vez com mais desconexões no 3G do que no 2G, o Brasil fechou o ano de 2015 com 257,794 milhões de acessos móveis, um recuo de 8,17% (22,934 milhões de desconexões) em relação a dezembro de 2014. Comparando somente com o mês anterior, a perda também foi inédita: queda de 4,38%, ou 11,796 milhões de linhas a menos. A última vez que o Brasil contava com essa quantidade de linhas de serviço móvel pessoal (SMP) foi em agosto de 2012, quando o País contava com 257,901 milhões de conexões.
Vale lembrar que dezembro é tradicionalmente o mês em que as operadoras realizam limpeza de base, pois é sobre esta base que se calcula o Fistel, a ser pago em março. Há ainda o fim do efeito comunidade: além de um possível impacto de chamadas feitas over-the-top (OTT), em novembro, teles como a TIM e a Oi lançaram planos equiparando as tarifas on e off-net, antecipando a redução da VU-M promovida pela Anatel. De qualquer forma, é notável que essas desconexões, especialmente no 3G, a maior do País no momento, tenham feito a base atingir patamares de mais de três anos e meio atrás.
A tecnologia que mais contribuiu para a queda no último mês do ano foi o WCDMA, superando de forma inédita a quantidade de desconexões do GSM, que historicamente mostrava maior recuo. No comparativo mensal, foi registrado mais um recorde negativo consecutivo para a terceira geração: 7,284 milhões de desconexões (4,66% de queda), fechando 2015 com uma base de 149,118 milhões de acessos. Ainda assim, por conta de um desempenho positivo nos primeiros meses, a tecnologia fechou o ano passado com saldo positivo: crescimento de 3,06%, ou 4,420 milhões.
Quem demonstrou a maior queda na base 3G foi a Vivo: 3,744 milhões de desconexões (recuo de 9,42%) somente de novembro para dezembro. TIM, com 1,789 milhão (4,56%) e Claro, com 1,201 milhão (2,46%), também apresentaram encolhimento. Mudou assim a dinâmica de mercado: com 36 milhões de acessos, a Vivo, antes segunda colocada – atrás da líder Claro (com 47,620 milhões) -, foi superada pela TIM, que agora tem 37,481 milhões de linhas WCDMA. Confira no gráfico abaixo.
Outras tecnologias
O GSM manteve a tendência de queda mensal, com 7,269 milhões de desconexões (9,92%) e fechando a base total em 2015 com 65,991 milhões de acessos. No ano, a perda acumulada foi de 46,861 milhões de linhas, ou 41,52% de encolhimento.
As únicas tecnologias que mostraram crescimento em dezembro foram o LTE (com 276,16%) e as de máquina-a-máquina (M2M) especial (sem intervenção humana). Esta última mais do que triplicou no ano: 202,61% (2,627 milhões de adições). No mês, a base de M2M Especial cresceu 48,07% (1,274 milhão), encerrando 2015 com 3,924 milhões de acessos. Por outro lado, o M2M padrão (máquinas de POS e outros com intervenção humana) quase compensou o avanço da outra categoria com queda de 1,262 milhão de linhas (14,59% de recuo) no mês, quase o mesmo do acumulado no ano, de 1,279 milhão (14,75%). Essa tecnologia encerrou 2015 com 7,394 milhões de acessos.
Já os terminais de dados de banda larga (tablets e modems) finalizaram dezembro com 5,916 milhões de acessos, queda de 1,95% (117,7 mil desconexões) no mês e de 8,04% (517,3 mil) no ano.
Os acessos pós-pagos continuaram a avançar: em dezembro eram 73,253 milhões, aumento de 8,05%. Já os pré-pagos encolheram 13,33% e fecharam o ano com 184,540 milhões de linhas. Assim, a proporção, embora sutilmente menos desigual, ainda é ampla para o pré: 71,58% de market share, contra 28,42% do pós.
Fonte: Teletime News de 29 de janeiro de 2016, por Bruno do Amaral.
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