quarta-feira, 19 de janeiro de 2022

Companhias aéreas temem chegada do 5G nos EUA; entenda

Na próxima quarta-feira, 19, as operadoras AT&T e Verizon deverão lançar o serviço de 5G utilizando a banda C (faixa de 3,5 GHz) nos Estados Unidos, mas a indústria de transporte aéreo continua reclamando da possibilidade de interferências em sistemas de aeronaves. Isso porque a rede móvel poderia invadir a faixa utilizada em instrumentos como o altímetro, o que traz riscos especialmente em pousos durante situação de baixa visibilidade.

No domingo, 16, a agência de aviação norte-americana FAA liberou cerca de 45% dos voos comerciais dos EUA a realizarem pousos com baixa visibilidade em aeroportos com o 5G. Isso porque a autoridade aprovou dois modelos de altímetros de rádio que estão instalados em vários aviões da Boeing e da Airbus, uma combinação que permite a operação em 48 dos 88 aeroportos onde as operadoras vão utilizar a banda C para o serviço móvel.

A FAA coloca que, apesar das novas aprovações, "voos em alguns aeroportos ainda podem ser afetados", e que continua trabalhando com fabricantes para "entender como os dados do radar altímetro é utilizado em outros sistemas de controle de voo". Recomenda, portanto, que passageiros chequem com as aéreas se há previsão de condições climáticas adversas se o aeroporto de destino tiver o 5G.

Porém, as companhias aéreas não estão satisfeitas. Segundo a agência de notícias Reuters, as empresas American Airlines, Delta Air Lines, United Airlines, Southwest Airlines e outras enviaram à FAA, ao governo dos Estados Unidos e à agência de telecomunicações FCC carta falando que haverá uma "crise catastrófica" na aviação se o 5G for liberado na quarta-feira. Em especial, as empresas citaram os aeroportos estratégicos, os "hubs", que precisariam ter a liberação para voos sem problemas de interferência.
Brasil

Como já adiantou TELETIME, o Brasil não tem previsão de interferências com a utilização da faixa de 3,5 GHz para o 5G, uma vez que há banda de guarda suficiente e os serviços operem em diferentes faixas dos EUA. Ainda assim, há estudos em andamento.

Em nota enviada a este noticiário nesta segunda-feira, 17, a fabricante Embraer confirmou que coopera com a Anatel para avaliar o cenário. "A Embraer tem acompanhado as discussões sobre os possíveis impactos da tecnologia 5G na aviação, tem colaborado continuamente com as autoridades aeronáuticas competentes e orientado seus operadores para garantir o mais alto grau de segurança da operação das aeronaves Embraer neste cenário. Importante destacar que estamos em contínua cooperação com a Anatel e que o problema em questão se aplica unicamente às operações no território norte-americano".

Fonte: Teletime News de 17 de janeiro de 2022, por Bruno do Amaral.

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