A União Internacional de Telecomunicações (UIT), em assembleia da área de radiocomunicação (RA-15), concluiu os trabalhos de uma agenda que vai definir o futuro das novas tecnologias de comunicação. A reunião promovida nesta sexta, 30, em Genebra, na Suíça, aprovou recomendações de padrões para sistemas de Internet das Coisas (IoT), satélites pequenos, acessibilidade e especialmente para o futuro 5G, como sugestões de espectro ultra-alto, diretrizes de velocidade de banda e tecnologias de modulação.
Para a quinta geração de redes móveis, chamada pela UIT de IMT-2020 (referência ao ano de implantação projetado para a tecnologia), o RA-15 aprovou resolução que estabelece oito princípios do desenvolvimento como extensões dos padrões 3G e 4G: pico de taxa de dados esperada de 10 Gbps; alta taxa experimentada pelo usuário em 100 Mbps; baixa latência em 1 ms; mobilidade garantida de forma transparência entre estações radiobase (ERBs); densidade de conexão de 10 Mbps/m²; eficiência energética; eficiência espectral; e capacidade total de tráfego de alta densidade de até 10?/km².
Entre as tecnologias recomendadas estão técnicas de modulações como FOFDM (com filtragem), FBMC (multiportadora), PDMA (divisão de padrão), SCMA (código esparso), IDMA (interpolado) e de LDS (espalhe de baixa densidade). Há também sistemas de antenas e de recepção de múltiplas entradas e saídas (MIMO) para alcançar melhor eficiência espectral.
A UIT também acredita que a operação conjunta de TDD e FDD com conectividade dupla e dinâmica pode melhorar a flexibilidade no uso da frequência. Recomenda ainda estudos de uso de faixas entre os 6 GHz e 100 GHz, ressaltando a disponibilidade comercial de sistemas multigigabit (MGWS) em 60 GHz e de protótipos com 11 GHz, 15 GHz, 28 GHz, 44 GHz, 70 GHz e 80 GHz. Outros requerimentos de espectro, no entanto, serão definidos a partir da semana que vem na Conferência Mundial de Radiocomunicação (WRC-15), que acontece durante boa parte do mês de novembro.
Para lidar com essas novas configurações de interface aérea, a entidade sugere a adoção de sistemas de redes definidas por software (SDN) e virtualização de funções de redes (NFV), além de outras arquiteturas como rede de acesso em cloud (C-RAN) e redes auto-organizáveis (SON). Todas as recomendações da UIT para o 5G podem ser lidas neste link em PDF.
Outras deliberações
A União Internacional de Telecomunicações também deliberou que mais estudos devem ser conduzidos para definir aspectos técnicos e operacionais em redes para Internet das Coisas em colaboração com o ITU-T (área de padronizações). O RA-15 da entidade também examinou os chamados pequenos satélites (com massa menor do que 100 kg), incluindo nanossatélites (entre 1 kg e 10 kg) e picossatélites (entre 100 g e 1 kg), recomendando desenvolvimento de padrões e mais estudos, recomendando ao secretário-geral da UIT, Houlin Zhao, levar a resolução ao Comitê de Uso Pacífico do Espaço Sideral das Nações Unidas.
Por fim, a unidade ainda reconheceu o trabalho do setor de radicomunicações (UIT-R) para apoio e proteção das necessidades de usuários deficientes. Pediu que o UIT-R continue a trabalhar no desenvolvimento de dispositivos e aplicações com acessibilidade enquanto promovem compatibilidade com novas tecnologias.
Fonte: Teletime News de 30 de outubro de 2015, por Bruno do Amaral.
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