sexta-feira, 28 de outubro de 2022

Para Felix, ordenamento dos postes cabe a empresas distribuidoras de energia

Para o presidente da Claro e da Conexis, José Félix, não deveria haver discussão sobre a quem recai a responsabilidade pelo complexo problema de ordenamento e fiscalização de uso dos postes: essa tarefa deveria ser das empresas de energia. "Essa é a minha posição, porque no âmbito da Conexis e da Telebrasil a gente ainda está conversando com todos os operadores, mas acredito que seja uma posição mais ou menos comum de que a responsabilidade é das empresas de energia, porque os postes pertencem a elas e são elas que sabem quem tem contrato de uso", diz o executivo em conversa com este noticiário.

Segundo José Félix, o primeiro passo para resolver o problema cabe às empresas de energia. "Cabe a elas, antes de tudo, fazer um cadastramento de quem está com rede pendurada. Elas sabem quem tem contrato e quem não tem. É preciso identificar as redes que estão nos postes e ver quem está regular", diz ele. Félix admite que pode haver um período de ajustes, para que quem não estiver devidamente identificado possa fazê-lo. "Depois disso, tem uma limpeza de quem for irregular".

José Felix não é favorável a uma empresa gestora para fazer esse trabalho. "Minha leitura é que isso traz um custo, uma complexidade e uma responsabilidade que deveriam ser das empresas de energia. São elas que alugam os postes e recebem por isso".

Felix conhece há décadas o problema de ocupação dos postes, desde a época em que implementou as primeiras redes de TV a cabo no Brasil, ainda no começo dos anos 90. "Naquela época a gente queria entrar no poste e não tinha opção, porque havia a rede das empresas incumbentes de telecomunicações. As empresas de energia nos obrigavam a organizar a rede de todo mundo antes de pendurar a nossa. Gastamos muito dinheiro arrumando a rede de postes antes de colocar a nossa própria rede. Esses investimentos não vamos ter que fazer de novo?", questiona ele, lembrando que essas redes de cabo acabaram incorporadas pela Net, que depois virou Claro. 'Havia situações em que não existia sequer postes. A gente construía e doava os postes para a empresa de energia", lembra. "Eu não vejo as empresas de energia exigindo a mesma coisa das empresas que estão entrando hoje".

Na visão do presidente do grupo Claro, a questão dos postes é hoje essencial para o equilíbrio de custos das empresas de telecomunicações e também para o cenário competitivo. "Existe uma dificuldade para entrantes. Nós mesmos ainda hoje, em algumas novas cidades, muitas vezes temos que aguardar uma liberação de espaço nos postes para entrar em funcionamento.

Fonte: Teletime News de 27 de outubro de 2022, por Samuel Possebon.

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