terça-feira, 4 de outubro de 2022

Petrobras coloca à venda 8 mil km de fibras ópticas terrestres

A Petrobras está colocando à venda uma malha de fibra óptica em terra firme (onshore) com mais de 8 mil km espalhados nas cinco regiões do País. Na última sexta-feira, 30, a estatal iniciou a etapa de divulgação de informações (teaser) referentes à venda do ativo.

Segundo a companhia, a rede conecta diversas capitais e regiões metropolitanas, sendo composta por cabos enterrados que possuem, em sua grande maioria, capacidade de 36 fibras ópticas cada. Elas estão distribuídas nacionalmente seguindo as faixas de gasodutos e oleodutos do Nordeste ao Sul, além de um trecho na região Norte.

Os ativos devem ser vendidos em processo competitivo a partir de quatro blocos (Norte, Nordeste, Sul e Sudeste). A consultoria Ernst & Young foi contratada pela Petrobras como assessor financeiro exclusivo na potencial transação, ficando responsável por eventuais comunicações, solicitações ou consultas de interessados.

Blocos

Ao todo, 100% da malha óptica onshore da estatal será oferecida. Na divisão por blocos, o maior deles é o do Sudeste – com 3,3 mil km na região, em Goiás e no Distrito Federal, englobando os troncais Rio x Brasília e Rio x Betim (MG). Já o bloco Nordeste terá 2,1 mil km, em trecho que segue o litoral, se estendendo do norte do estado do Rio de Janeiro até Ipojuca (PE).

Com 1,8 mil km, o bloco Sul deve reunir trechos que cruzam o noroeste do estado de São Paulo em direção ao sul, até Canoas (RS). Por sua vez, o bloco Norte tem 800 km e é formado por dois trechos que cruzam o Amazonas, iniciando na cidade de Manaus e se estendendo até Urucu, no oeste do estado.

Ao abordar abrangência e status dos ativos, a Petrobras também sinalizou que 52% da malha óptica à venda estava disponível em maio de 2022. Outros 24% eram ocupados pela própria estatal e os demais 24%, por terceiros como TAG e TBG.

"Para as faixas de terceiros, existem contratos de direito de uso da subfaixa da fibra óptica e dos terrenos das estações de telecomunicação", apontou a empresa, notando ainda que parte das fibras não utilizadas na operação da Petrobras são objeto de contratos de locação de infraestrutura (fibra apagada). Os compromissos fazem parte do perímetro da transação e devem ser cedidos aos novos compradores.

Pelo planejamento da estatal, os direitos de uso das faixas de servidão serão cedidos aos compradores. As estações de comunicação relacionadas à fibra óptica também poderão ser cedidas aos novos donos dos ativos no contexto da transação.

Requisitos

Para participar do processo, potenciais compradores devem atender requesitos de elegibilidade como receita bruta igual ou superior a R$ 100 milhões ou pelo menos R$ 500 milhões em ativos sob gestão, apontou o teaser divulgado pela Petrobras. A formação de ofertas conjuntas também está prevista, com a presença de uma empresa no papel de líder. Informações para eventuais interessados devem começar a ser enviadas ainda em outubro, prevê a vendedora.

Ao apresentar o detalhamento inicial dos ativos, a petroleira avaliou que a trasanção representaria "uma oportunidade de rápida expansão para operadores estabelecidos tanto em nível nacional quanto regional, permitindo ganho de tempo de implantação". A empresa também vislumbrou o uso do ativo no mercado de redes neutras.

"[As] redes neutras ganham cada vez mais importância, no Brasil e no mundo. As rotas representam enorme potencial para compor operações desta natureza", afirmou o teaser da estatal. Outro aspecto levantado foi o eixo para integração amazônica a partir da faixa de Urucu – Manaus. "É um ativo único, de alta confiabilidade, em uma região de difícil acesso e carente em infraestrutura de telecomunicações", apontou a Petrobras.

Fonte: Teletime News de 3 de outubro de 2022, por Henrique Julião.

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