Primeira empresa credenciada para a fase de expansão do programa WiFi Livre SP, da Prefeitura de São Paulo, a operadora America Net deve investir cerca de R$ 20 milhões no programa durante os próximos 24 meses. O montante inclui a substituição dos 120 pontos Wi-Fi em funcionamento na capital paulista e a implantação de outros 499 – totalizando 619 pontos de acesso. Segundo a gestão paulistana, há conversas em andamento para o credenciamento de novos players.
Válido por 60 meses, o credenciamento da America Net foi firmado na última semana de 2018 e torna a empresa responsável pela aquisição, instalação e manutenção da infraestrutura necessária para o serviço nas 619 localidades, das quais 300 têm cobertura obrigatória definida pela gestão municipal (incluindo equipamentos públicos e áreas fora do centro expandido). Em contrapartida, a operadora poderá explorar modalidades de publicidade digital junto aos usuários.
A capital paulista conta com um serviço de Wi-Fi público desde 2014; mas de acordo com o secretário de Inovação e Tecnologia da cidade, Daniel Annenberg, cada um dos 120 pontos de acesso em funcionamento custam R$ 8 mil aos cofres da cidade, totalizando cerca de R$ 12 milhões anuais. "É um custo muito alto. Um dos objetivos [ao transferir a obrigação para parceiros privados] era ter essa economia", afirmou o gestor. O novo desenho do programa não envolverá investimento público.
Vice-presidente executivo da America Net, Jose Luiz Pelosini explicou que por já contar com uma rede de fibra ótica extensa em São Paulo, a empresa conseguirá colher sinergias e tocar o projeto com um custo bem abaixo do necessário no caso de um eventual player sem a mesma capilaridade. Com 16 mil quilômetros em todo o País, a rede de fibra da operadora já cobre a região de 90% dos pontos de acesso incluídos no acordo. Dessa forma, restaria uma parcela relativamente pequena de localidades onde uma extensão de rede será necessária.
Além da implantação dos pontos Wi-Fi, os R$ 20 milhões previstos também devem incluir a contratação de um parceiro de mídia (a ser definido) que operará a plataforma de publicidade digital vinculada ao serviço. A ideia é que o acesso à banda larga seja liberado após consumo, pelo usuário, de uma peça publicitária. As inserções "podem ser uma propaganda, um banner ou um vídeo", conforme Pelosini. Segundo Annenberg, o acordo não envolve a coleta de dados pessoais do cidadão pela credenciada, estando em conformidade com o Marco Civil da Internet e com a recente Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD).
Aberto no final de novembro, o edital para credenciamento ficará aberto até meados de maio. "Se outras quiserem, elas também podem se credenciar. Há outras empresas conversando", explicou Annenberg, deixando aberta a possibilidade de dois prestadores de Wi-Fi atuarem na mesma região e citando o modelo do Zona Azul Digital (ou o sistema de estacionamento rotativo da capital paulista) como exemplo. "Lá várias empresas concorrem entre si". A America Net, por sua vez, lembrou que será necessária "cautela técnica" para que as redes não entrem em conflito.
O desejo da America Net é que o primeiro ponto de acesso esteja funcionando já em fevereiro. A implementação de todos os 619 pontos, por sua vez, pode levar até 24 meses. Segundo Pelosini, em algumas localidades haverá disponibilidade de chegar até 1 Gbps de capacidade (do link até o ponto).
Fonte: Teletime News de 7 de janeiro de 2019, por Henrique Julião.
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