[Publicado no Mobile Time] A Oi está realizando uma auditoria forense para averiguar se a companhia foi prejudicada em determinadas operações de gestões anteriores. A decisão foi tomada após a eleição do novo conselho de administração da empresa, em setembro de 2018. A investigação interna acontece sob sigilo. Por isso, a Oi prefere não confirmar se, por exemplo, a compra da Gamecorp seria uma das operações analisadas. Paralelamente, a empresa declara que está colaborando com a investigação do Ministério Público Federal e da Polícia Federal, que nesta terça-feira, 10, atendeu a um mandado de busca e apreensão na sede da operadora, no Leblon, no Rio de Janeiro. A acusação é de que a Oi teria feito repasses de R$ 132 milhões ao grupo Gamecorp em troca de favores do governo federal na gestão petista, dentre os quais o decreto que permitiu a fusão com a Brasil Telecom. No fim da tarde, o presidente e o COO da Oi, Eurico Teles e Rodrigo Abreu, respectivamente, concederam uma coletiva de imprensa para tratar do assunto.
"Não temos nada a esconder. Se existiu irregularidade, que seja apurada. A maior prejudicada, se as alegações apresentadas forem verdadeiras, foi a própria companhia", argumentou Abreu. Ele explicou que a operação de fusão com a Brasil Telecom elevou a dívida da companhia e foi um dos fatores a provocar sua crise de financeira, levando mais tarde à recuperação judicial. Outros dois fatores que prejudicaram a Oi foram a antecipação do cumprimento das metas de universalização e a tentativa de fusão com a Portugal Telecom, elencou. "Esses foram eventos extremamente prejudiciais à companhia, não benéficos", afirmou. "Se aconteceu alguma irregularidade no passado, a maior prejudicada foi a companhia. Por isso é do nosso interesse colaborar (com a Polícia Federal e MPF)", reforçou o COO. Teles acrescentou: "A Oi vem cooperando com as autoridades competentes. Nunca deixou de responder qualquer ofício a qualquer autoridade. E nessa nova gestão se tornou extremamente transparente".
Abreu está há apenas dois meses como COO da Oi. Na época da compra da Gamecorp, mais de 10 anos atrás, ele não era da Oi. Teles, por sua vez, atua na companhia há 38 anos. Sobre a operação da Gamecorp, comentou: "Eu não fazia parte da gestão. A companhia fez uma análise econômica de oportunidade de negócio sobre a qual não posso avaliar. O conselho de administração época aprovou."
Timing
A operação da Polícia Federal acontece apenas uma semana depois de a Oi revelar que contratou uma assessoria financeira para avaliar sua operação móvel e possíveis ofertas de compra dela, e poucos dias depois de pedir a prorrogação de sua recuperação judicial. Os executivos preferiram não comentar sobre o timing da operação.
Futuro
Os dois executivos destacaram o esforço da companhia durante o processo de recuperação judicial. Teles lembrou que a dívida caiu de R$ 61 bilhões para R$ 14 bilhões. E Abreu ressaltou os números da operação com fibra: "Ao fim de 2018 a companhia não tinha nenhum assinante de fibra e agora tem quase 5 milhões de home passed e mais de 600 mil usuários conectados em fibra. Ao fim de 2021 teremos 16 milhões de casas passadas, o maior projeto de FTTH do mundo". Segundo o executivo, o ritmo é de mais de 400 mil casas passadas por mês e mais de 100 mil vendas por mês do produto.
Fonte: Teletime News de 10 de dezembro de 2019, por Fernando Paiva.
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