Carlos López Blanco, principal executivo global da área regulatória da Telefônica, participou nesta terça, 14, do Seminário Políticas de (Tele)Comunicações, organizado pela TELETIME e pelo Centro de Estudos de Políticas de Comunicação da Universidade de Brasília. Ele destacou que é muito possível que nos próximos meses, pela primeira vez, haja um alinhamento nas tendências regulatórias europeias e norte-americanas, o que deve trazer uma nova perspectiva de evolução da regulação para o ambiente digital. Segundo Blanco, a Europa tem se preocupado, nos últimos anos, em não ignorar que este ambiente é composto não apenas por empresas de infraestrutura de telecomunicações, mas também empresas de aplicações e conteúdos de Internet, e que as abordagens regulatórias devem se dar para ambos os setores. "O foco deve ser no desenvolvimento de todo o ecossistema digital", disse ele. Para López Blanco, um dos objetivos deve ser desenvolver a capacidade das redes de banda larga, mas não apenas. "É preciso incentivo ao investimento, desregulamentação e tratamento isonômico com as empresas de Internet". Uma abordagem próxima a esta que vem sendo desenvolvida na Europa, diz Blanco, tem tudo para surgir no Brasil e na América Latina, onde há razoável capacidade de infraestrutura e muito potencial criativo. Segundo o executivo, o país deve desempenhar papel central no desenvolvimento de uma agenda digital na América Latina. A íntegra da apresentação do executivo da Telefónica está disponível aqui.
Gigantes
O professor titular da UFRJ, Marcos Dantas, também lembrou que existe uma dimensão mais ampla de debate sobre a Internet que é o seu próprio papel e importância na comunicação. "Hoje não acessamos mais à Internet, mas estamos nela, e isso nos faz mudar a abordagem e o discurso. Estamos no espaço-tempo da sociedade, mas é também um espaço de mercado, de grandes corporações midiático-financeiras que descobriram como lucrar na Internet. É um espaço participativo, mas pautado. Isso cria conflitos que estão postos e podem crescer mais. Ou vão crescer de forma fragmentada, ou a sociedade vai ter que parar para pensar como regular esse mercado".
Fonte: Teletime News de 14 de fevereiro de 2017, por Samuel Possebon.
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