O foco da TIM para 2017 é no pós-pago e nos dados. Além da estratégia de refarming da faixa de 1,8 GHz, que deverá ter ainda no começo do ano um aumento de capacidade de banda, a operadora vislumbra para este ano a possibilidade de usar o 700 MHz após o desligamento da TV analógica. Além disso, a empresa tenta executar a migração da base pré-paga para planos controle com a oferta de novos serviços, antes relegados apenas aos pacotes mais premium, visando aumentar a receita média por usuário (ARPU).
O CTO da TIM, Leonardo Capdeville, explicou nesta sexta, 3, em teleconferência dos resultados financeiros, que a faixa de 1,8 GHz vai acrescentar maior capacidade em relação ao que já foi liberado com o refarming. "Nas cidades de São Paulo, Curitiba, Rio de Janeiro, Brasília, Porto Alegre e Florianópolis já devemos ter no primeiro semestre a mudança de 5 MHz para 10 MHz. Isso permitirá qualidade e capacidade de throughput ainda maior", declara. Faz parte da estratégia também a complementação em termos de cobertura: no Nordeste, por exemplo, a operadora não dispõe de tanta capacidade em 1,8 GHz, e em breve poderá oferecer o LTE também com a nova faixa de 700 MHz. "Quando olhamos no futuro, com as frequências combinadas de 1,8 GHz, 700 MHz e 2,6 GHz, vai permitir fazer carrier aggregation (LTE-Advanced) e usar todas as bandas. O diferencial (com a cobertura mais ampla na faixa de 1,8 GHz) não é momentâneo, ele perpetua, e vamos ver incremento em curto prazo", completa Capdeville.
A estratégia com o pós-pago é fruto desse investimento em capacidade e cobertura LTE. A empresa conta atualmente com 1.255 cidades cobertas, com 11,6 mil sites 4G; 2.833 cidades 3G (89% da população urbana) e 76 mil km de fibra na rede de transporte, com percentual de 90% dos sites conectados com backhaul próprio. Por conta disso, aumentou em 25% a ARPU de usuários 4G, que dobrou a participação no tráfego total de dados da empresa e atingiu 34%. A penetração de acessos por smartphone na base da tele era de 72% em novembro.
Fidelidade
Segundo o CEO da operadora, Stefano De Angelis, o crescimento com um milhão de adições líquidas no pós-pago em 2016 foi primariamente com plano controle, que passa por mudanças. "O controle de hoje não é o mesmo de dois anos atrás, que só dava um serviço e precisava fazer recarga para usar dados; hoje é bem parecido com o pós-pago (tradicional)", declara. Agora, a tele observa a capacidade de migração e de fidelização com serviços. "Essa é a grande alavanca de crescimento de ARPU da TIM como um todo", diz. "Se ele tem própria música sem gastar pacote de dados, provavelmente estará mais interessado em permanecer na base por ter diferença de alguns reais por mês." De Angelis explica ainda que pretende "incomodar" a concorrência com captura de base no segmento de pós mais premium, já que a base de alto valor na TIM seria "bem menor do que comparado aos de nossos concorrentes".
Mesmo o pré-pago não será abandonado na estratégia da empresa, apesar de observar uma situação "complicada" pela imprevisibilidade dos indicadores macroeconômicos. O executivo afirma que vai combater por clientes por ofertas recorrentes semanais, oferecendo mais benefícios para os usuários. "Estamos implantando nesses dias uma ferramenta interna para fortalecer a capacidade da empresa de fazer upsell com custo muito baixo do sistema", declara. Também deverá fazer abordagem para migrar tecnologias e, claro, levar ao consumo de dados 4G.
Novos serviços
Como parte dessa estratégia, a TIM anunciou também nesta sexta-feira a adição de serviços digitais em todos os planos pós e controle sem a cobrança adicional e individual dos produtos. Todos os serviços TIMmusic by Deezer, TIM Banca Virtual e TIM Protect Backup estarão disponíveis a esses clientes, que, por sua vez, não consumirão franquia de dados (zero-rating).
A companhia também aumentará o pacote de dados do plano controle com mais 500 MB e mais 1 GB nos planos pós. Além disso, incluirá promocionalmente chamadas on-net ilimitadas no plano pós-pago, deixando pacote de 1 mil minutos para ligações para outras operadoras. Os planos controle variam de R$ 39,90 a R$ 74,90, enquanto o pós-pago é de R$ 109,90 a 449,90.
Fonte: Teletime News de 3 de fevereiro de 2017, por Bruno do Amaral.
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