Focada na expansão da rede de fibra óptica residencial para mais do que compensar a receita perdida com a rede de cobre e alavancar novos negócios digitais, a Oi voltou a alinhar a venda de ativos, uso de créditos fiscais e possíveis empréstimos para alavancar até R$ 15 bilhões para garantir os investimentos.
Ao apresentar nesta quarta, 30/10, durante o Futurecom, como a empresa chegou até aqui e os planos para o futuro, o diretor de Operações, Rodrigo Abreu, apontou para números que, segundo ele, sustentam as pretensões de curto e médio prazo.
“Do ponto de vista de financiamento dos investimentos, que é a principal dúvida em relação às nossas notícias, existe um plano sólido que está sendo executado e tem três grandes elementos: a venda de ativos não estratégicos, o uso de créditos fiscais já ganhos e a emissão de dívida garantida.”
De acordo com Abreu, essa dívida garantida – empréstimos calcados em ativos ou expectativas de receitas – “pode trazer para a companhia de R$ 2,5 bilhões a R$ 4,5 bilhões, perfazendo um total de R$ 12 bilhões a R$ 15 bilhões em um horizonte de tempo relativamente curto. Isso vai servir para suportar todas as nossas iniciativas de negócios.”
Os créditos fiscais, fruto de vitórias judiciais sobre PIS e Cofins, somam R$ 3,1 bilhões e já estão sendo utilizados no abatimento de impostos federais. E as vendas já começaram. A Oi espera vender os 25% que detém da operadora Unitel, de Angola, até o fim deste 2019 – negócio que pode render cerca de R$ 4 bilhões.
“Depois tem uma série de ativos que eu separaria em dois grupos. Um grupo de ativos não estratégicos mais tradicionais, como torres, datacenters e fibras; e um segundo grupo de ativos imobiliários. São entre 500 e 1 mil torres, ainda não definimos o número de datacenters, mas tem mais de uma dezena. E depois tem fibras apagadas em áreas não estratégicas ou duplicadas, até por conta de aquisições”, listou o executivo.
“No grupo imobiliário, estamos falando de 8 mil imóveis. Entre eles tem uma centena de imóveis de alto valor, por onde está começando o foco da venda. Temos vários processos de ativos grandes em andamento, em prédios onde não tem nenhuma ocupação de concessão, com anuência da Anatel à medida que esses processos acontecem, com jurisprudência que começou com a Sercomtel e vem sendo aplicada para outras operadoras. Esse é um grupo de ativos com o qual a gente espera conseguir entre R$ 1,5 bilhão e R$ 2 bilhões.”
Atacado
Ainda segundo Abreu, em que pesem as dificuldades que culminaram no processo de recuperação judicial, o futuro é favorável. “Estamos otimistas com o novo mundo que privilegia fibra, espectro, dados e serviços. A fibra vai ser massificada, assim como os serviços possibilitados por ela. No caso da Oi, uma possibilidade de 32 milhões de casas passadas nas regiões I e II [do PGO] em um estimativa conservadora, 16 milhões até 2021.”
Um dos pilares dessa estratégia é fortalecer a posição da empresa no mercado atacadista. “Podemos dobrar nosso negócio de atacado com banda larga e 5G. A Oi tem vocação para ser uma empresa de atacado, e vamos investir nisso com conexões para IPSs, com outras operadoras para levar fibra até as antenas, equipar nossa rede e de outros operadores para 5G, compartilhamento de dutos. Nossa expectativa é pelo menos dobrar a receita de atacado e chegar acima de R$ 3 bilhões entre 2023/2024.” Veja a participação de Rodrigo Abreu em entrevista no Futurecom 2019.
Fonte: Convergência Digital de 30 de outubro de 2019, por Ana Paula Lobo, Luis Osvaldo Grossman e Fabio dos Santos.
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