segunda-feira, 21 de junho de 2021

Vero Internet aprova modelo de rede neutra e mantém novas aquisições, 5G e IPO no radar

A Vero Internet foi o primeiro provedor a testar o modelo de rede neutra da Oi, que dará origem à InfraCo. E segundo Fabiano Ferreira, CEO da empresa, os resultados mostram que o modelo funciona bem e que potencialmente pode mudar o jogo dos provedores regionais, que devem se focar cada vez mais em serviços e menos na infraestrutura. Mas ele alerta que ainda há coisas a evoluir, sobretudo na parte de sistemas para que as operações possam ganhar volume. "No nosso caso está funcionando bem em dias cidades mas para escalar ainda requer um investimento grande na parte de OSS e BSS", diz ele.

Apesar destes primeiros resultados positivos, a Vero ainda não pensa em abandonar o modelo de expansão de novas redes muito menos do modelo de compras e aquisições (M&A) que caracterizou o início de operação da empresa, cujo acionista majoritário é a Vinci Partners. Hoje a Vero tem 420 mil clientes em 130 cidades diferentes, divididas entre Minas Gerais e a Região Sul. "Estamos ampliando uma cidade por mês e já chegamos a 38% de market share em média nas cidades em que estamos", diz Ferreira, lembrando que o conjunto original de operações adquiridas pela Vinci Partners para criar a Vero era de 100 localidades.

IPO no radar


Segundo Fabiano Ferreira, a empresa trabalha desde o começo, ainda em 2018, com a perspectiva de que em algum momento faria uma oferta em bolsa, e o plano do IPO está no radar. "Não posso dizer quando, mas vamos nesse caminho, e está cada dia mais próximo", diz ele. A Vero também ainda é uma empresa pouco endividada e só começou a ir a mercado para financiar seu investimento em março desse ano. "A Vinci investiu até mais do que estava planejado porque vê resultado no nosso modelo de negócio", diz Ferreira.

Uma das apostas da Vero é justamente na mudança de foco do provedor, concentrando-se mais na qualidade de serviço do que apenas na expansão geográfica. "Hoje 40% das nossas vendas já são em canais digitais, e era 10% em 2018. O atendimento já é pelo app em 30% dos casos e 20% já fazem o autoatendimento", diz o CEO. Para ele, esse processo de transformação do provedor precisa acontecer sem a perda dos atributos que são característicos, como a forte conexão com a população local e profissionais que conheçam bem as cidades.

A Vero prepara para os próximos meses uma nova leva de aquisições, o que deve ampliar a cobertura geográfica da empresa para além da Região Sul e de Minas Gerais. Nordeste e Centro-Oeste são duas áreas para as quais deve haver acordos. "Estes acordos demoram para serem fechados, mas ainda tem muita oportunidade no mercado, mesmo com concorrência de outros investidores".

Edital de 5G

Em relação ao edital de 5G, o grupo tem interesse e está estudando as possibilidades. "Temos consultorias e estamos fazendo a análise dos mercados. É algo que faz sentido porque a conectividade deve ser uma coisa só, seja por fibra ou 5G. Olhamos com cuidado mas não é algo simples, porque não basta ter capital para investir. O modelo de uma rede móvel é muito diferente de uma rede de fibra, e o modelo de negócio também, porque é um setor que cresce muito pouco em termos de receita. O que pode ser diferente no 5G é a oferta no modelo B2B", diz ele.

Ele acredita na possibilidade de um operador neutro de rede móvel, ainda que veja alguns desafios regulatórios, mas explica que a Vero nunca conseguiu um modelo de MVNO que valesse a pena. Segundo Faniano Ferreira, existem alguns grupos que hoje mobilizam os provedores regionais por 5G. Além do grupo liderado por Rudinei Gerhart que já reúne mais de 200 participantes, ele disse que a Vero participa de outro, menor em volume de empresas mas quase tão representativo em número de clientes. "Mas a gente ainda não sabe se vai ser apenas um grupo de negociação de equipamentos, se vamos criar um consórcio ou se vamos concorrer individualmente", diz ele. Ele lembra que as empresas ainda estão trabalhando apenas em cima de projeções porque ainda não há detalhes sobre as contrapartidas e obrigações do edital.

Fonte: Teletime News de 18 de junho de 2021, por Samuel Possebon.

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