quinta-feira, 29 de julho de 2021

Vivo: Com Fibrasil, tele vai às compras para engolir provedores pelo caminho

Se as grandes operadoras chegaram mais tarde à era da fibra ótica dentro de casa, elas vão tentar compensar com o porte. A maior delas, a Vivo, anunciou um lucro trimestral de R$ 1,3 bilhão, calcado em 81 milhões de chips de celular ativos, mas também em uma estratégia fortemente assentada na fibra como meio condutor de serviços.

“Nossa estratégia de ser líder em fibra foi acertada. Superamos a meta e agota são mais de 17 milhões de lares atendidos. Criamos a primeira rede neutra de fibra no Brasil, e no segundo semestre vamos colocar 500 mil lares, adicionando 1,6 milhão no brownfield, e o objetivo em quatro anos é chegar a 5,5 milhões de lares”, destacou o presidente da Vivo, Christian Gebara, ao apresentar os resultados financeiros do segundo trimestre de 2021 nesta quarta, 28/7.

A centralidade da fibra em casa para o mercado já fora destacada na véspera, quando o presidente da Tim, Pietro Labriola, também festejando lucro, resumiu que “o FTTH é a tecnologia do futuro”. A Oi aposta todas as fichas na fibra. A Vivo já detém um quinto desse mercado. A TIM também diz que o futuro está no FTTH.

A estratégia comum do momento é a criação de veículos de investimento em redes de fibra. A Vivo vai deixar a maior parte das casas passadas ainda sob sua guarda direta, mas tem metas de crescimento para a Fibrasil, o veículo que a empresa divide com o fundo de investimento canadense CDPQ. E elas envolvem ampliar a rede com a compra de concorrentes interessantes.

“De agora em diante temos um veiculo, a Fibrasil, que nos dá possibilidades de fusões e aquisições. Se encontrarmos candidato com padrão técnico, com a disciplina fiscal e financeira que queremos e com preço justo, queremos comprar aquilo que faça sentido comercial e financeiro. Se detectarmos um cliente sem sobreposição, talvez na mesma cidade, mas não no mesmo bairro. Não há espaço para muitos concorrentes no mesmo lugar”, disse Gebara.

“Temos pequenas empresas tentando ampliar sua presença, adquirindo empresas menores, outros concorrentes também montando sua rede neutra, provando que estávamos certos, começamos primeiros e por isso estamos na liderança”, emendou o presidente da Vivo.

Como ressaltou o executivo, “o FTTH é o motor da receita do fixo, cresce, sendo que mais de R$ 1 bilhão da receita já vem da fibra, e quando coloca IPTV chega a quase R$ 1,4 bilhão”. E a fibra é o caminho para todo o futuro digital das receitas. “Mais lares são mais oportunidades para vender mais, 40% dos clientes compram fibra mais entretenimento, como Netflix, Disney plus, mais de 30% compra o IPTV. E se estamos instalando fibra, dá para instalar mais coisas na casa automatizada. Todos acessórios ou dispositivos relacionados a automatização dos lares”, revelou o presidente da Vivo.

Fonte: Convergência Digital de 28 de julho de 2021, por Luis Osvaldo Grosmann

Brisanet movimenta R$ 1,43 bilhão em IPO

A operadora cearense de telecomunicações Brisanet movimentou R$ 1,437 bilhão em seu processo de IPO, sendo R$ 1,250 bilhão para investimentos. Com estreia na B3 marcada para esta quinta-feira, 29, a provedora teve ação precificada em R$ 13,92.

O valor ficou no limite da faixa indicativa para a oferta inicial antes da coleta de intenções de investimento (entre R$ 13,92 e R$ 17,26). As 89 milhões de novas ações emitidas somaram R$ 1,250 bilhão após a coleta de intenções de investimentos.

Estes recursos serão utilizados na expansão da rede da empresa e da controlada Agility. Em termos líquidos (descontadas comissões e outros custos), o recurso totaliza R$ 1,214 bilhão.

Já o exercício do lote suplementar de 15% do inicial (13,4 milhões de papeis) movimentou mais R$ 187,4 milhões, totalizando assim o total de R$ 1,437 bilhão da operação. No caso da oferta secundária, as ações foram vendidas pelos acionistas pessoas física da Brisanet.

A totalidade de ações da ultrapassa os 449 milhões, o que implicaria em valoração em R$ 6,25 bilhões quando considerada a precificação de R$ 13,92 por ação.
Capital social

O preço da ação foi ratificado nesta última terça-feira, 27, pelo conselho de administração da provedora – que aprovou aumento de capital social de R$ 71,859 milhões para R$ 1,321 bilhão, já refletindo a alta de R$ 1,250 bilhão da oferta primária. Santander, XP Investimentos, BTG Pactual, UBS e Bradesco BBI foram os coordenadores do IPO.

Ao todo, a Brisanet soma 35,1 mil km de redes de fibra óptica até a residência (FTTH), backbone de 14,4 mil km e atendimento em 96 cidades do Nordeste, além de 251 a partir de franqueados da Agility. A empresa reunia mais de 860 mil usuários em maio, somadas as duas operações.

Fonte: Teletime News de 28 de julho de 2021, por Henrique Julião.

Vivo avalia aquisições com FiBrasil e não teme competição de rivais regionais

Após encerrar junho com 17,3 milhões de homes-passed (HPs) com fibra óptica e 4 milhões de clientes em FTTH, a Vivo afirmou avaliar aquisições por meio da FiBrasil e não temer a competição de rivais de menor porte no segmento.

Em call sobre os resultados do segundo trimestre nesta quarta-feira, 28, o CEO da empresa, Christian Gebara, abordou o cenário. Segundo ele, a nova subsidiária de infraestrutura criada ao lado do fundo canadense CDPQ "permite à empresa olhar algum possível M&A" no mercado de fibra óptica.

O CEO, contudo, apontou exigências de padrões técnicos, disciplina fiscal e precificação para o avanço dos negócios. Segundo a operadora, alguns players observados não têm sobreposição com a rede da Vivo, enquanto outros até atuam nas mesmas cidades, mas em bairros distintos.

Por conta própria, a FiBrasil já deve construir 500 mil HPs no segundo semestre, totalizando 2,1 milhão ao fim do ano quando somadas com o 1,6 milhão de HPs recebidas da Vivo. Elas estão em 34 cidades fora do estado de São Paulo.

Em paralelo, a Vivo ainda tem parcerias com a American Tower e com a Phoenix Tower para expansão de projetos de fibra óptica em 29 e 11 cidades, respectivamente. Já a franquia Terra Fibra alcançou 17 municípios.

Competição

Durante a call nesta quarta-feira, 28, Gebara também notou que alguns players de menor porte têm se movimentado para ampliar a participação de mercado, incluindo a partir de aquisições de empresas menores.

O executivo, contudo, acredita que não haverá espaço para diversos players competirem nas mesmas cidades. "Quando isso acontecer acho que temos assets únicos para sermos o líder", afirmou Gebara. No segundo trimestre, a rede de FTTH da Vivo chegou a 17 novas cidades, totalizando agora 293.

Fonte: Teletime News de 28 de julho de 2021, por Henrique Julião.

Vivo: é importante diferenciar planos pré, controle e pós-pago pela franquia de dados

[Publicado no Mobile Time] A Vivo precisa ser racional na oferta de dados para evitar dar uma franquia com muitos gigabytes ao segmento errado. A afirmação foi feita nesta quarta-feira, 28, por Christian Gebara, CEO da empresa, durante conferência da empresa com analistas de mercado para apresentar os resultados do segundo trimestre de 2021.

"É uma questão de achar o plano certo para o consumidor certo. Portanto, precisamos ser racionais, pois podemos dar um plano com muitos dados para o segmento errado, e assim fica difícil de migrar [do pré-pago para controle e controle para o pós-pago]", argumentou Gebara.

"Portanto, nós precisamos dar o volume correto de dados no pré-pago para que o consumidor possa pagar e migrar para o controle, com um diferente volume de dados, e, posteriormente, mudar do controle para o pós-pago", completou.

A posição do CEO da Vivo foi uma resposta sobre se a companhia estava dando desconto demais aos consumidores da fibra óptica (FTTH) para contratar o serviço móvel junto e se isso impactou na receita média por usuário (ARPU). Gebara afirmou que não deu desconto ou baixou demais os preços e que a estratégia do FTTH não trouxe efeitos à ARPU da companhia. Enfatizou que não oferecem produtos e serviços "de graça", como feito por parte de seus competidores.

"[O mercado móvel] é um mercado muito competitivo. Mas nós aumentamos o preço dos planos híbridos (controle), que é uma parte importante da receita do B2C em junho, e certamente deve haver mais impacto positivo a partir do próximo trimestre", explicou.

Receita por usuário

Gebara afirmou que o mix da ARPU mudou. Como resultado, o segundo trimestre da operadora teve variação negativa: o indicador recuou 4,3%, para R$ 26,8.

O CEO explicou que a mudança ocorreu devido à adição de mais clientes nos planos controle, que trazem uma receita menor ante o pós-pago. Outro fator que trouxe mudança à ARPU foi a redução do Auxílio Emergencial do governo federal durante a pandemia – de uma base de R$ 600 para R$ 150.

"O importante é que a nossa base de usuários e receita está crescendo no pré e pós-pago. Olhamos com positividade a evolução do móvel e a recuperação da economia. Além disso, junho foi um bom mês para nós", afirmou.
Entretenimento

No relatório do segundo trimestre de 2021, a Vivo revelou ainda que 40% dos clientes de fibra são convergentes com o móvel; e o mesmo percentual de consumidores ativa seus planos com Netflix ou Disney nos pacotes acima de 300 Mbps. Dito isso, Gebara confirmou que um novo player de entretenimento deve chegar à companhia em breve para a oferta combinada de serviço de entretenimento com fibra óptica e de móvel com entretenimento (Vivo Selfie).

O CEO acredita que essas conversões entre móvel, fibra e serviços digitais do ecossistema da operadora colaboram para o incremento de suas receitas: "Mais adiante, a combinação de FTTH com mobile e a oferta de serviços digitais ajudarão a aumentar a ARPU", previu o executivo.

Fonte: Teletime News de 28 de julho de 2021, por Henrique Medeiros - Mobile Time

Vivo registra 97 milhões de acessos em ecossistema digital no segundo trimestre

[Publicado no Mobile Time] A Vivo terminou o segundo trimestre de 2021 com 97 milhões de acessos em seu ecossistema digital que engloba serviços financeiros, saúde, casa conectada, entretenimento e marketplace, além dos canais digitais. Apenas a plataforma de atendimento Meu Vivo somou 19 milhões de usuários únicos no período e colabora para o incremento das vendas respondendo por:

50% de vendas de apps de terceiros;
40% do tráfego do marketplace Shopping Vivo;
incremento de 50% das vendas digitais e de planos pós-pago no móvel;
aumento de 28% nas receitas de recargas digitais;
crescimento de 119% na base de clientes do Vivo Easy (pré-pago);
18,6% de aumento em adições líquidas nos planos de fibra ótica (FTTH).

De acordo com Christian Gebara, CEO da operadora, a combinação de todos os serviços do ecossistema digital permitirá um crescimento da receita média por usuários (ARPU) e redução da saída dos consumidores (churn). Em conferência com analistas de mercado nesta quarta-feira, 28, o executivo afirmou que esses ativos e atributos digitais oferecidos aos clientes demonstram que a companhia não compete com outras operadoras, mas com players que querem ser um ecossistema digital.

"Hoje, nós não vemos nenhuma companhia como a Vivo, com alto número de acessos, lojas, capacidade online, força da marca, usuários engajados nos canais digitais, capacidade em big data e plataforma de serviços e que tem um portal [o Terra] que ajuda a manter nossos usuários mais conectados em nossa plataforma", afirmou.

Aquisição do usuário

Gebara disse que a estratégia de ecossistema digital da Vivo está focada em colocar o consumidor no centro, manter a recorrência deles em pagamentos e aumentar o engajamento na plataforma, ajudando a manter baixo o custo de aquisição do consumidor (CAC).

"Seremos capazes de trazer os consumidores com baixo CAC, pois teremos custos marginais. Vamos vender os nossos serviços e de terceiros e, com isso, vamos aumentar o ARPU e reduzir o churn", disse o CEO.

Importante lembrar que a próxima vertical no ecossistema digital que a Vivo criará será em educação. Gebara afirmou que terá novidades em breve, porém, não informou a data ou nome de futuros parceiros. A operadora já confirmou anteriormente ao Mobile Time que será um marketplace.

Fonte: Teletime News de 28 de julho de 2021, por Henrique Medeiros - Mobile Time

terça-feira, 27 de julho de 2021

TIM cresce nas receitas e mais do que dobra lucro no segundo trimestre

A TIM conseguiu avançar nas receitas no segundo trimestre, de acordo com balanço financeiro divulgado nesta segunda-feira, 26. A companhia ainda obteve um lucro 2,5 vezes maior do que o reportado em igual período de 2020.

A operadora observa que "melhorias operacionais e pelo avanço da recuperação econômica do País", mesmo com o impacto da piora da pandemia, chamada pela empresa de "segunda onda de contaminação entre os meses de março e abril". Mas reconhece que a base comparativa é menor, uma vez que "os principais impactos" da covid-19 ocorreram justamente no segundo trimestre do ano passado.

A companhia diz ainda que houve impacto de pontos de venda com restrições ao funcionamento durante o período. Cerca de 30% das lojas (incluindo próprias e revendas) sofreram efeitos do que a empresa alega ser "lockdowns" em junho.

Números

Desta forma, a receita líquida da TIM no segundo trimestre foi de R$ 4,407 bilhões, um avanço de 10,5% no comparativo anual. No consolidado do semestre, foi de R$ 8,746 bilhões, o que representou crescimento de 6,6%.

A receita líquida de serviços foi de R$ 4,266 bilhões, um crescimento de 8,7% comparado com o mesmo período de 2020. No semestre, foi de R$ 8,495 bilhões, aumento de 6%.

Somente na móvel, houve avanço de 8,5% no período, totalizando R$ 3,983 bilhões. Considerando o período de janeiro a junho deste ano, o total foi de R$ 7,930 bilhões, aumento de 5,6%.

Já a fixa observou crescimento de 11,1%, totalizando R$ 283 milhões no segundo trimestre. No semestre, foi de R$ 564 milhões, aumento de 11,6%. Dentro desse segmento, a receita da TIM Live totalizou R$ 179 milhões no segundo trimestre, um crescimento de 20,7% no comparativo com o mesmo período de 2020. Porém, no comparativo sequencial, a diferença foi de cerca de R$ 5 milhões.

O lucro líquido da companhia foi de R$ 672,2 milhões entre abril e junho, um acréscimo de mais do que o dobro (151,3%) comparado ao segundo trimestre de 2020. Já no acumulado do ano foi de R$ 949,1 milhões, também dobrando (115,6%) o resultado do ano anterior.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA) reportado foi de R$ 2,087 bilhões no trimestre (aumento de 5,2%) e de R$ 4,108 bilhões no semestre (4,9% superior). A margem EBITDA reportada foi de 47,4% no trimestre, uma redução de 2,4 pontos percentuais; e de 47%, recuo de 0,8 p.p. comparado ao ano passado.

Assim, o fluxo de caixa operacional livre foi de R$ 1,222 bilhão, um recuo de 23,1% comparado ao segundo trimestre de 2020, mas ainda um resultado positivo. No acumulado do semestre, foi de R$ 1,844 bilhão, avanço de 54,8%. De acordo com a tele, o resultado reflete aumento de Capex, que foi de R$ 906 milhões no trimestre (avanço de 34,5%) e de R$ 2,230 bilhões nos seis meses (aumento de 41,4%), ambos justificados pela "reavaliação de projetos com o isolamento social" e preparação da infraestrutura para integração de ativos da Oi. Também houve impacto da adiamento do pagamento de parcela do Fistel referente ao Condencine.
Operacional

A TIM encerrou junho com 51,341 milhões de clientes móveis, uma queda de 1,3%. Desse total, 29,185 milhões eram de pré-pago (queda de 5%) e 22,156 milhões eram de pós-pagos (aumento de 3,9%). A operadora ainda segrega o pós-pago "humano" (ou seja, sem M2M): 18,150 milhões de linhas, um avanço de 14%. O 4G é a tecnologia para 44,357 milhões de chips da empresa, um acréscimo de 12,9%.

A empresa chegou a 4.277 cidades no 4G, das quais 3.608 eram com a frequência de 700 MHz. O VoLTE está presente em 4.262 cidades, enquanto o LTE-Advanced (chamada pela empresa de 4.5G) está em 1.493 cidades. Na fixa, a rede de fibra até a residência (FTTH) chegou a 3,8 milhões de casas passadas, com presença em 28 municípios e sete regiões administrativas do Distrito Federal em junho.

Fonte: Teletime News de 26 de julho de 2021, por Bruno do Amaral.

Claro começa a vender serviço de TV paga totalmente OTT

A Claro lançou, ainda sem alarde, um novo produto de vídeo OTT, o Top Streaming. Com mais de 100 canais, o novo serviço se diferencia do Claro Box TV, lançado em janeiro deste ano, por não estar atrelado a um equipamento específico. Sua assinatura se dá através da plataforma Now, custando R$ 59,90.

Como depende da plataforma Now, o novo serviço está restrito, pelo menos por enquanto, a assinantes dos serviços móvel ou fixo da Claro, mas funciona na banda larga de qualquer operadora. O serviço já está disponível na página do Now, que anuncia "canais para assistir ao vivo o melhor do esporte, séries, conteúdos infantis e muito mais".

O pacote de canais está disponível na modalidade "Streaming Only", explica a operadora no site do Now, e o acesso a seu conteúdo ficará disponível apenas pelo aplicativo e site do Now e pelos aplicativos dos canais que fazem parte do plano.

O Claro Box, em contraposição, permite assinar um pacote de canais lineares pelo mesmo preço do novo serviço, e exige uma caixa conectada específica. De acordo com a operadora, já representa 30% das vendas de serviços de TV.

Evento

As estratégias dos modelos lineares e não lineares, com distribuição por rede dedicada ou por streaming serão debatidas no evento digital PAY-TV Forum, realizado por TELA VIVA e TELETIME nos dias 9 e 10 de agosto. O evento reúne programadores e operadores de TV por assinatura, plataformas de streaming, órgãos reguladores, fornecedores de equipamentos e tecnologias e market places. Entre os nomes confirmados estão algumas das principais lideranças do mercado de TV paga como Fernando Medin (Discovery), Paulo Marinho (Globo), Rodrigo Marques (Claro) e Raphael Denadai (Sky). Ainda pela Claro participam Ricardo Falcão, Alessandro Maluf e Fernando Magalhães.

Mai informações podem ser obtidas no site do evento.

Fonte: Teletime News de 26 de julho de 2021, por Samuel Possebon.

Unifique levanta R$ 818 milhões em oferta primária de ações

Prestes a estrear na B3, a operadora catarinense de telecom Unifique movimentou R$ 818,073 milhões em sua oferta primária pública de ações (IPO), após ter a ação ordinária precificada em R$ 8,60.

O valor ficou pouco acima da faixa indicativa de R$ 8,41 a R$ 10,49 indicada pela provedora regional. Ao todo, foram emitidas 95,124 milhões de novas ações na oferta primária da Unifique, que iniciou o período de reservas no último dia 12.

Após o passo, o capital social da empresa passou de R$ 48,552 milhões para R$ 866,626 milhões – já refletindo assim o aumento de R$ 818 milhões. O trâmite foi aprovado pelo conselho de administração da Unifique na última sexta-feira, 23, segundo comunicado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
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Já os recursos líquidos (descontando despesas da oferta) ficaram em R$ 785,180 milhões. Considerando a eventual colocação lote de ações suplementar de 15% do inicial (14,268 milhões de ações), os recursos obtidos pela empresa podem somar R$ 940,7 milhões, ou R$ 903,8 milhões líquidos.

XP Investimentos, BTG Pactual e Itaú BBA foram os coordenadores da oferta de ações, que deve culminar na estreia da empresa catarinense no mercado de capitais nesta terça-feira, 27. A provedora não conta com participação de sócios financeiros.

Com os recursos levantados no processo, a Unifique deve financiar seu crescimento orgânico (40%) e novas aquisições (40%); os 20% restantes suportarão demais investimentos. Em maio, a empresa somava 364 mil acessos em banda larga em mais de 140 cidades da região Sul e 18 mil km de redes ópticas.

No ano passado, a operadora somou receita líquida de R$ 286 milhões, Ebitda ajustado de R$ 152 milhões (margem de 53%) e lucro líquido de R$ 50,4 milhões. Já no primeiro trimestre de 2021, a receita líquida totalizou R$89,8 milhões, ou crescimento anual de 39,5%. O Ebitda ajustado, R$51,1 milhões, com 56,9% de margem, enquanto o lucro líquido ficou em R$ 18,657 milhões no intervalo.

Fonte: Teletime News de 26 de julho de 2021, por Henrique Julião.

Teles caem na B3 após compra da Oi Móvel ser considerada complexa pelo Cade

As ações das operadoras listadas na B3 recuaram no primeiro pregão após a venda da Oi Móvel para Claro, TIM e Vivo ser considerada complexa pelo Cade, que exigiu novas diligências sobre o processo.

A maior impactada nesta segunda-feira, 26, foi a própria Oi: a tele teve queda de 6,5% em suas ações ordinárias OIBR3 (para R$ 1,15) e de 6,06% nas preferenciais OIBR4 (R$ 1,86). Na semana passada, os papéis já haviam caído 23,1% e 11,6%, respectivamente. Antes da manifestação do Cade, no acumulado do ano, a empresa já havia mostrado redução de 47,66% na OIBR3.

No caso da TIM, a ação TIMS3 recuou 2,2%, para R$ 11,55. Já a Vivo foi a menos afetada entre as operadoras na bolsa brasileira, com as ações VIVT3 caindo apenas 0,15%, para R$ 40,91 após recuperação ao longo do pregão.

A Claro não tem ações listadas no Brasil. Sua controladora, a América Móvil teve alta em seus papéis listados em Nova York (2,1%) e também na Bolsa Mexicana (1,49%), não refletindo as preocupações sinalizadas no Brasil.

Na última sexta-feira, o Cade declarou a venda dos ativos móveis da Oi para o trio de concorrentes como complexa e exigiu diligências adicionais após apontar preocupação concorrencial em 54 dos 67 códigos de numeração (CNs) brasileiros. Claro, TIM e Vivo acertaram a venda da Oi Móvel por R$ 16,5 bilhões e uma partilha de espectro, clientes e torres que favoreça a empresa do trio com menor market share em cada região.

Fonte: Teletime News de 26 de julho de 2021, por Henrique Julião.

Anatel quer adesão de pequenas operadoras ao RQUAL; prazo é 30 de agosto

A Anatel quer estimular o maior número de operadoras de pequeno porte (PPPs) a aderirem ao novo Regulamento Geral de Qualidade (RQUAL), de modo que elas possam participar do índice de qualidade e receber o selo que a agência passará a divulgar a partir do ano que vem. A data limite para que estas operadoras possam aderir é 30 de agosto, para que haja tempo necessário aos ajustes na entrega de informações de modo a já entrarem nas divulgações a partir de janeiro. Do contrário, elas só poderão aderir para 2023, por conta do ciclo de medição, pesquisa e coleta do dados.

Para as PPPs, a adesão ao RQUAL é voluntária, mas segundo Gustavo Santana Borges, superintendente de controle de obrigações da Anatel e coordenador do GT-QUAL, essa adesão representará uma oportunidade para as pequenas operadoras mostrarem que prestam bons serviços localmente e são tão competitivas ou superiores em relação às operadoras de grande porte, para quem a adesão ao RQUAL é obrigatória. As operadoras que participarem entram na pesquisa de satisfação, têm seus indicadores de qualidade registrados e divulgados pela Anatel e no final recebem um selo de qualidade, com a nota que atingiram, por serviço e por município. "As pequenas operadoras que participam da pesquisa de qualidade hoje já aparecem muito bem, e o selo de qualidade deverá ser um diferencial importante para elas", acredita.

O desafio da Anatel é que até agora, apenas a Algar aderiu, entre as PPPs. "Estamos conversando com as associações setoriais e vamos começar uma rodada de conversas individuais com algumas operadoras menores", diz Gustavo Borges. Para a agência, um ponto crucial é mostrar para estas operadoras que o modelo do Regulamento de Qualidade não é mais baseado no conceito de obrigações e sanções simplesmente. "Existe um espaço muito grande para que as operadoras ajustem as suas condutas antes que os problemas possam virar algum tipo de punição. Os benefícios de receber o selo de qualidade da Anatel são muito maiores", diz o superintendente.

Segundo as contas da Anatel, os custos associados à adesão ao RQUAL são pequenos para operadoras de pequeno porte. Uma operadora que esteja participando terá, basicamente, que seguir os seguintes procedimentos:
Gerar os indicadores para a Anatel no padrão do Manual Operacional, mas os dados são basicamente indicadores que hoje qualquer operadora já coleta para o seu próprio acompanhamento;
Custo de participação no rateio da pesquisa anual de satisfação, que é proporcional ao tamanho da base;
Custo de contratação da ESAQ (entidade que faz o monitoramento da qualidade da banda larga, que será até o ano que vem a ABR Telecom);
Custo de adaptação do aplicativo para a medição da banda larga, caso seja necessário (isso só acontece se a base de aplicativos do "Brasil Banda Larga", criado pela ABR Telecom, ou da própria Anatel for pequena na cidade).

Segundo as contas da Anatel, o custo para uma operadora equivalente ao porte da Algar é de aproximadamente R$ 200 mil ao ano, considerando vários serviços medidos, mas para operadoras menores, com apenas um serviço medido, não deve passar de R$ 10 mil ao ano (a estimativa da agência é para uma operadora de 50 mil assinantes e 28 cidades). O esforço da agência é para mostrar que, mesmo de adesão voluntária, os ganhos de imagem e transparência junto ao consumidor serão superiores aos eventuais custos regulatórios.

Fonte: Teletime News de 26 de julho de 2021, por Samuel Possebon.

ANPD poderá regular transferência internacional de dados por cláusulas padrões

A transferência internacional de dados pode ser regulada pela Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) por meio de cláusulas padrões. A medida é uma das alternativas que pode ser adotada pelo órgão para viabilizar de maneira segura a transferência internacional de dados, a partir do Brasil, e manter o comércio internacional global digital e consta na agenda regulatória divulgada pela ANPD.

A proposta envolve a elaboração de cláusulas que ficarão disponíveis no site da Autoridade, como uma espécie de prateleira, que poderão ser inseridas nos contratos privados entre as partes. A vantagem é que esses dispositivos seriam elaborados pelo agente regulador, no caso a ANPD, como regras a serem seguidas nos contratos.

Miriam Wimmer, diretora da ANPD disse que o tema está sendo analisado pela diretoria e experiências internacionais estão sendo observadas. "No Brasil, quando começamos a discutir o assunto da transferência internacional de dados, nos pareceu bom começar pelas cláusulas contratuais padrão. Isso porque elas são os instrumentos de prateleira. E causam menos impactos", disse Wimmer no debate que aconteceu na manhã desta segunda-feira, 26, na 11ª edição do Fórum da Internet no Brasil (FIB), organizado pelo CGi.Br.

Para Wimmer, o uso de códigos de condutas, de certificações, podem ser bons caminhos para salvaguardar a transferência internacional de dados e garantir a proteção de dados. "São as clausulas contratuais especificas de transferência. Certificados, selos, códigos de conduta. São mecanismos que protegem os dados. São instrumentos contratuais, que avalio serem muito modernos, atuais. E avalio que ele é pouco explorado. Acho que esses mecanismos podem ser melhores explorados. São formas que envolvem uma corregulação", afirmou.

"O assunto de fluxo transnacionais de dados é algo que está inserido na atual sociedade que vivemos. E a pandemia acelerou esse processo. Isso está desde a compra de um produto até pela capacidade de uso de serviços públicos. O fluxo transnacional de dados representa um elemento central no comércio global atual", prosseguiu Wimmer.
LGPD

A advogada lembrou ainda que a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) traz uma série de novos critérios para transferência de dados internacionais. Dois pontos devem ser observados nesse processo: a manutenção da proteção de dados, seja onde eles estiverem, e a capacidade de viabilizar os caminhos para que estes fluxos aconteçam, de maneira segura, porque assim o País conseguirá se inserir de maneira qualificada e segura no mercado internacional global. "Qualquer decisão sobre isso merece uma análise sistêmica, pois o Brasil não pode agir sozinho", finalizou.

A transferência internacional de dados é algo que está no debate sobre proteção de dados, incluindo acordos bilaterais entre países e orientações de organizações internacionais, como a OCDE.

Fonte: Teletime News de 26 de julho de 2021, por Marcos Urupá.

Roaming em 5G: número de usuários chegará a 210 milhões no mundo em 2026

[Publicado no Mobile Time] Em 2026, 210 milhões de pessoas no mundo usarão redes 5G em roaming durante viagens no exterior. Esse número representará um crescimento de 4.500% em comparação com os 4,5 milhões previstos para 2021, prevê a Juniper Research no relatório 5G Roaming Strategies.

O tráfego em roaming 5G no mundo também terá um salto exponencial ao longo de cinco anos, passando de 2,6 petabytes (PB) para 770 PB, entre 2021 e 2026, projeta a Juniper. Isso equivalerá à transmissão de 115 milhões de horas de vídeo em 4K, compara a empresa.

Os analistas da companhia entendem que o roaming em 5G demandará novos acordos internacionais entre as operadoras e a oferta do serviço nos principais destinos turísticos será fundamental para a imagem das teles, depois que lançarem suas redes de quinta geração em seus mercados domésticos.

Fonte: Teletime News de 26 de julho de 2021, pela redação da Mobile Time.

Lumen, ex-Century Link, é vendida para fundo por US$ 2,7 bilhões

A companhia de infraestrutura de rede de longa distância Lumen Technologies assinou acordo para vender toda o negócio na América Latina para a investidora Stonepeak por U$ 2,7 bilhões. Desta forma, a operação na região – chamada no momento de "Nova Empresa LATAM" – passará a ser independente, embora a sede fique nos Estados Unidos, como portfólio da compradora. O fundo de pensão australiano, AustralianSuper, está investindo junto à Stonepeak.

Segundo comunicaram as companhias nesta segunda-feira, 26, toda a equipe de liderança da Lumen será mantida na Nova Empresa LATAM, incluindo o atual presidente para a região, Hector Alonso. Esta operação manterá uma "relação estratégica" com a Lumen, que continuará a atender os clientes em comum na região.

Essa relação estratégica inclui acordos recíprocos de revenda e de rede que aproveita a infraestrutura de backbone e cabos submarinos, data centers e ativos de rede. Após concluída a transação, o que deverá acontecer no primeiro semestre de 2022, os clientes na América Latina terão relação direta com a Nova Empresa ou por meio da parceria com a Lumen.

Desde setembro do ano passado, a Lumen é a marca da antiga Century Link, que já era a atualização do nome Level 3. No Brasil, a empresa original era a Impsat. Ela foi comprada no final de 2006 pela Global Crossing, que foi adquirida pela Level 3 em 2011. Por sua vez, a CenturyLink comprou a Level 3 em outubro de 2016. A companhia estava promovendo expansão da infraestrutura de rede na América Latina, incluindo no Brasil, para atender ao crescimento da demanda desde o início da pandemia.

Na virada de Century Link para Lumen a empresa se autodenominou como fornecedora de uma plataforma que reúne conectividade, mas também computação de borda (edge computing), segurança, colaboração e arquitetura de aplicações em nuvem. O público-alvo para a oferta dos serviços são o varejo, setores de saúde, manufatura e cidades inteligentes.

Fonte:Convergência Digital de 26 de julho de 2021, pela redação.

segunda-feira, 26 de julho de 2021

Cade considera venda da Oi Móvel complexa e determina diligências

A Superintendência-Geral (SG) do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) proferiu parecer nesta sexta-feira, 23, apontado que a aquisição da Oi Móvel pelas operadoras TIM, Claro e Vivo é uma operação complexa. Por isso, exigiu a realização das diligências, conforme relatório da área técnica da SG publicado também nesta sexta.

Segundo a SG, as diligências são necessárias para:
Aprofundar sua análise acerca da rivalidade remanescente no mercado de telefonia móvel (SMP) e dos possíveis incentivos ao exercício de poder coordenado, inclusive de estratégias de acomodação, em caso de aprovação da Operação.
Avaliar os efeitos da operação sobre os mercados situados à montante do mercado de SMP, examinando a capacidade e os incentivos para fechamento dos mercados de insumos e infraestruturas fundamentais à prestação do SMP;
Examinar as alegadas eficiências decorrentes operação, nos termos do Guia para Análise de Atos de Concentração Horizontal do Cade e do art. 88, §6º, inciso II da Lei 12.529/2011.

A justificativa da SG

No relatório, a SG aponta que as informações a que teve acesso mostram que a compra da Oi Móvel pelas três operadoras resulta em importante sobreposição horizontal no mercado relevante de Serviço Móvel Pessoal.

Um dos fatores apontados como preocupantes pela SG é o de serviços de Discagem Direta a Distância (DDD). A fusão gera concentrações concorrenciais em 54 Códigos de Numeração ("CN" ou "DDD"), do total de 67 DDDs existentes no Brasil. A SG alega que para os mercados geográficos delimitados por esses 54 Códigos de Numeração, são necessárias investigações adicionais com o objetivo de avaliar a probabilidade de exercício de poder de mercado por parte das três operadoras após a operação.

"A avaliação da probabilidade de exercício de poder de mercado passa pela análise das condições de entrada e rivalidade, das eventuais eficiências geradas pelas Operação e dos possíveis incentivos ao exercício de poder coordenado em caso de aprovação da Operação", diz a SG no documento. Vale lembrar entretanto que hoje o mercado de serviço de longa distância tem sido considerado cada vez menos relevante pela Anatel, uma vez que acabou sendo substituído por tecnologias OTT (que funcionam sobre a rede de banda larga) ou incorporado à oferta intrarede das operadoras. A agência já trabalha até mesmo com o conceito de liberdade tarifária para essa modalidade de ligação.

Dificuldades para MVNOs e MNOs

Quanto às condições de entrada no mercado de SMP, as informações obtidas pela SG indicam serem bastante elevadas as barreiras para que novas operadoras ingressem no mercado ou para que as operadoras (MNOs) já existentes e de atuação local expandam suas atividades para outras regiões do território nacional. "Além dos elevados investimentos, existem limitações de acesso aos espectros de radiofrequência, os quais são majoritariamente controlados pelas Requerentes", diz o documento.

Já para as operadoras virtuais (MVNOs), a dificuldade seria ainda maior porque estas operam utilizando infraestruturas das compradoras da Oi Móvel, indica a SG. "Tal realidade suscita dúvidas quanto aos incentivos que as requerentes (Claro, TIM e Vivo) possuem para disponibilizar suas redes de acessos às MVNOs a preços e condições competitivas. Destaque-se ainda o fato de as MVNOs deterem participação bastante diminuta no mercado de SMP, não alcançando 1% do mercado nacional em maio de 2021".
Infraestrutura

Outro aspecto levantado pela SG e que merece uma investigação aprofundada são os possíveis efeitos da Operação sobre os mercados relacionados a elementos de infraestrutura passiva (como torres, dutos, postes) e elementos de rede de telecomunicações e links de acesso (como backbone e backhaul).

Ainda que não componham o escopo da Operação, não resultando em sobreposição horizontal, elementos de infraestrutura passiva e de rede de telecomunicações pertencentes ao Grupo Oi serão objeto de contrato de cessão, especificamente os contratos de (i) Prestação de Serviços de Transição; Compartilhamento de Infraestrutura; e (iii) Fornecimento de Capacidade de Transmissão de Sinais de Telecomunicações em Regime de Exploração Industrial, diz a SG.

"Tendo em vista a concentração do mercado downstream de SMP em caso de aprovação da Operação, cabe avaliar em que medida o presente Ato de Concentração pode restringir a oferta disponível de infraestrutura passiva e de elementos de rede a concorrentes efetivos e potenciais no mercado de SMP, bem como conferir poder de monopsônio às Compradoras em relação aos fornecedores desses insumos e infraestruturas", aponta a SG no seu relatório.
Questionamentos à operação

Desde que a operação chegou ao Cade e à Anatel, no início deste ano, a venda da Oi Móvel vem sofrendo questionamentos de duas associações setoriais que representam empresas competitivas (Telcomp e Neo), duas operadoras (Algar e Sercomtel) o do IDEC.

Ao TELETIME, o advogado Ademir Pereira, sócio da Advocacia José Del Chiaro e que representa a Associação Neo junto ao Cade, a declaração de complexidade reconhece que se trata de uma operação questionável do ponto de vista concorrencial, apontando que existe alta concentração, altas barreiras à entrada e pouca competição neste mercado. "Diante desse cenário preocupante, a nota elenca múltiplos pontos que precisam ser melhor esclarecidos pelas Requerentes. A equipe do Cade segue fazendo um trabalho técnico e rigoroso, fundamental num caso que gera preocupações concorrenciais tão grandes como este", avalia.

Já fonte ligada às partes diretamente envolvidas na transação dizem que essa decisão do Cade é esperada em operações dessa natureza e não significa um obstáculo adicional. Segundo ouviu este noticiário, a decisão da SG "é natural e esperada visto que é uma operação complexa e isso não significa de jeito nenhum qualquer tipo de problema. É apenas uma análise mais aprofundada do caso". 

Fonte: Teletime News de 23 de julho de 2021, por Marcos Urupá. - Colaborou Samuel Possebon.

Anatel sugere dar mais seis meses para primeiras metas do PGMU V

O Conselho Diretor da Anatel sugeriu uma dilação de seis meses para as primeiras metas do Plano Geral de Metas de Universalização (PGMU V), após avaliar ofício do Ministério das Comunicações (MCom) que pedia uma reavaliação do prazo dos compromissos.

O posicionamento foi aprovado em votação no circuito deliberativo da agência nesta sexta-feira, 23. Caso acatado pelo MCom, ele levará a obrigação de instalação de backhaul em 10% das sedes de municípios, vilas, áreas urbanas isoladas e aglomerados rurais listadas de 31 dezembro de 2021 para 30 de junho de 2022.

"O prazo efetivo para o cumprimento da primeira meta da obrigação se tornou bastante exíguo, em função da necessidade de refinamento da lista de municípios e localidades, o que, por sua vez, decorreu da sua necessidade de compatibilização com o Edital [de 5G aprovado em fevereiro]", afirmou o conselheiro relator da matéria, Emmanoel Campelo.

Além desse fator, uma dupla checagem da lista de municípios elegíveis para evitar a inclusão de cidades já atendidas com fibra óptica teve curso a partir de abril, reduzindo ainda mais o intervalo para cumprimento até dezembro.
Impacto

O PGMU V foi publicado em janeiro. O pedido do MCom de reavaliação dos primeiros prazos ocorreu após reclamação das concessionárias de STFC junto à pasta.

Mesmo acatando a dilação após sugestão da área técnica da Anatel, Campelo afastou outros pedidos das operadoras e afirmou que parte das queixas endereçadas pelas concessionárias ao MCom já está sendo tratada em processos próprios. Entre elas, alegações sobre a legalidade do PGMU V e a existência do saldo. Vale lembrar que as operadoras estão levando também a discussão sobre os saldos do PGMU para a discussão nos processos de arbitragem.

Em paralelo, o conselheiro deixou de sobreaviso a Superintendência de Competição (SPC): caso a revisão do PGMU V pelo MCom efetivamente ocorra, a área deverá avaliar o impacto da dilação de seis meses na precificação das obrigações.

Presidente em exercício da Anatel, Campelo teve voto pela dilação acompanhado pelos colegas Vicente de Aquino e Carlos Baigorri. Já o conselheiro Moisés Moreira e o presidente da agência, Leonardo Euler, estão de férias e não votaram.

Fonte: Teletime News de 23 de julho de 2021, por Henrique Julião.

CEO da TIM assume presidência da Conexis

A partir desta sexta-feira, 23, o CEO da TIM, Pietro Labriola, assume a presidência da entidade que representa empresas de telecomunicações, a Conexis Brasil Digital, antiga SindiTelebrasil. O executivo, que acumula ainda a presidência da Telebrasil e da Febratel, substitui o CEO da Oi, Rodrigo Abreu, que estava no posto desde a mudança do nome no ano passado – o mandato tem duração de um ano. O economista Marcos Ferrari continua sendo presidente executivo da Conexis.

Em comunicado da TIM, Labriola, que comanda a operadora desde 2019, comenta que assume a presidência da Conexis em um momento de mudanças para o setor, com a preparação para o leilão do 5G, cujo edital atualmente em análise no Tribunal de Contas da União.

"A missão da Conexis nesse importante momento de evolução é contribuir para a eficaz introdução da nova tecnologia 5G que é fundamental para o futuro do país econômica e socialmente. Como representantes do setor, lideraremos o debate pensando sempre em como as telecomunicações podem e devem agregar para a vida das pessoas", declarou o CEO da operadora no comunicado.

Junto com Labriola, o vice-presidente de assuntos regulatórios, institucionais e imprensa da TIM, Mario Girasole, assume também por um ano a presidência do conselho de signatárias do Sistema de Autorregulação das Telecomunicações (SART). A iniciativa no âmbito da Conexis propõe princípios, regras, estruturas organizacionais, instrumentos, mecanismos de deliberação e procedimentos de autodisciplina para um modelo de autorregulação "regulada" com a supervisão da Anatel.

Fonte: Teletime News de 23 de julho de 2021, por Bruno do Amaral.

sexta-feira, 23 de julho de 2021

Anatel arquiva análise sobre fim do roaming entre Brasil e Argentina

O Conselho Diretor da Anatel arquivou nesta quinta-feira, 22, uma análise de acordo internacional para eliminação de roaming entre Brasil e Argentina. Segundo a agência, a discussão deve ser incorporada às tratativas do gênero no âmbito do Mercosul.

O acordo bilateral com os argentinos foi firmado desde 2018 e estava sob avaliação da reguladora desde então. Inicialmente, o projeto tratava da eliminação do roaming em cidades fronteiriças, mas teve o escopo ampliado para redução de preços ao consumidor final em todo o território dos dois parceiros.

Em 2019, contudo, um acordo regional com o mesmo fim foi celebrado pelo Mercosul. Provocada sobre a relação entre os dois compromissos, a Anatel decidiu pela junção de ambos após votação no circuito deliberativo.

"O debate voltado ao estabelecimento de um regime diferenciado entre Brasil e Argentina transladou-se para o âmbito do Mercosul, não havendo prosseguimento específico na vertente bilateral que justifique a manutenção de autos próprios", afirmou o relator da matéria, conselheiro Emmanoel Campelo. Como seus pares Carlos Baigorri e Vicente de Aquino acompanharam o entendimento, é possível considerar que a matéria foi arquivada.

O voto do relator notou que a agência deu carta branca ao acordo do Mercosul em junho de 2019. Em junho de 2021 o acordo foi aprovado na Câmara e, em 2 de julho, designado para relatoria do senador Nelsinho Trad (PSD-MS) no Senado. "Até o momento, não houve outra tramitação naquela Casa Legislativa", aponta Campelo.

Vale notar que recentemente a Câmara aprovou um outro acordo de roaming bilateral – desta vez entre Brasil e Chile. A proposta é questionada pelas operadoras de telecomunicações nacionais.

Fonte: Teletime News de 22 de julho de 2021, por Henrique Julião.

Operadoras e radiodifusores ingressam com amicus na ação contra carregamento de canais

O Sindicato Nacional das Empresas Operadoras de Televisão por Assinatura (SETA) e a Associação Brasileira de Rádio e Televisão (Abratel) ingressaram nesta quinta-feira, 22, com pedidos de amicus curiae (amigo da corte) na ação direta de inconstitucionalidade proposta pelo PDT ao STF contra dispositivo incluído na MP do Fistel (MP 1.018/2020), convertida na Lei 14.173, de 15 de junho de 2021, que obriga operadoras de TV por assinatura a incluírem em seus pacotes, gratuitamente, o conteúdo de canais locais das retransmissoras de TV.

Na prática, a nova redação do §15, do art. 32 da Lei do SeAC (Lei 12.485/2011) obriga as operadoras de TV a cabo, além de distribuir localmente as geradoras locais existentes no país, a carregar o sinal dessas geradoras locais para outros pontos do País, desde que elas se estruturem em conjuntos de estações, inclusive por retransmissoras, com um certo grau de representatividade nacional.

Segundo o SETA, o novo §15 do art. 32, da Lei 12.485/2011 mistura indevidamente critérios técnicos, fazendo com que as distribuidoras de TV a cabo tenham a obrigação de transmitir, gratuitamente, conteúdos gerados numa localidade, mas não apenas para essa localidade, o que já ocorria, diz a entidade, e sim, para qualquer outro ponto do país em que haja uma simples estação de retransmissão, se for assim atendido o critério de representatividade da rede. A entidade aponta que tal medida é inconstitucional.

"Trata-se, portanto, de um modo indevido de se alargar o conteúdo do carregamento obrigatório quanto às distribuidoras de TV a cabo. Pois é, mesmo, de se indagar qual o valor constitucional que justificaria que um conteúdo local gerado em Criciúma/SC passe a ser obrigatório e gratuitamente carregado e transmitido por uma distribuidora de TV a cabo que opera em Itabaiana/SE", questiona o sindicato.

É constitucional

Já a Abratel, que representa as empresas de rádio e TV, principal setor beneficiado pela nova regra, solicita no seu pedido que o relator, ministro Alexandre de Moraes, decida pelo não acolhimento da medida cautelar formulada pelo PDT, bem como, no mérito, pela improcedência o pedido formulado pelo partido político. A entidade diz que ao contrário do afirmado pela legenda, o novo §15 do artigo 32 da Lei 12.485/2011 possui pertinência temática com a MP nº 1018/2020, o que o torna plenamente constitucional.

"Vê-se que o objeto da citada MP vem, entre outros objetivos, dispor sobre o Fomento da Radiodifusão Pública e a Contribuição para o Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica Nacional (Condecine), o que nada mais é do que o fomento do audiovisual. Assim, o legislador pátrio entendeu que o dispositivo questionado, com texto originário do relatório e não por emendas, e que fora aprovado sem destaques parlamentares (frisa-se com veemência, nem mesmo por parte do partido político PDT, Autor da ADI em apreço) e sem veto presidencial (ou seja, do próprio autor da MP) é totalmente aderente à temática de fomento do audiovisual", diz a Abratel no seu pedido.

A entidade representativa do setor de radiodifusão diz que o texto final da MP aprovado no legislativo fomenta o acesso à informação obtido por meio da radiodifusão, que é um serviço de comunicação social previsto na Constituição da República.

Fonte: Teletime News de 22 de julho de 2021, por Marcos Urupá.

Arbitragens do STFC motivam criação de grupo de trabalho na Anatel

O Conselho Diretor da Anatel oficializou a constituição de um grupo de trabalho (GT) interno que atuará no atendimento de demandas relacionadas às arbitragens das concessões de telefonia fixa (STFC).

A criação do GT segue despacho emitido pelo presidente da agência, Leonardo Euler, em junho. O grupo tem como objetivo a prestação de informações e manifestações técnicas eventualmente solicitadas pela Procuradoria Federal Especializada junto à Anatel (PFE-Anatel) no decorrer de procedimentos arbitrais.

Farão parte do GT representantes das superintendências de Planejamento e Regulamentação (SPR); de Competição (SCP); e de Controle de Obrigações (SCO). Além destas, a Superintendência Executiva terá a quarta cadeira e coordenará os trabalhos.

Na resolução interna em que cria o GT, a Anatel nota que um compromisso arbitral já foi firmado com a Telefônica (Vivo) por conta do contrato do STFC. A Oi está encaminhando a celebração de termo similar com a agência, que também aprovou minuta de arbitragem com a Claro.

Fonte: Teletime News de 22 de julho de 2021, por Henrique Julião.



quinta-feira, 22 de julho de 2021

Desktop conclui IPO e promete competição com grandes nacionalmente

A operadora paulista de telecom Desktop concluiu sua oferta inicial de ações (IPO) e estreou nesta quarta-feira, 21, no mercado de capitais. Em cerimônia na B3, a provedora regional prometeu competição em nível nacional com grandes players.

"Estamos preparados para ser uma empresa de nível nacional e tenho certeza que vamos, muito em breve, ser uma das maiores da América Latina em fibra óptica", afirmou o fundador e CEO da Desktop, Denio Alves Lindo, na ocasião.

"Já somos o maior ISP de São Paulo e vamos ser o maior do Brasil. As grandes operadoras que se cuidem, porque daqui alguns anos vamos estar no encalço deles e provavelmente disputando o primeiro lugar no estado de São Paulo e também no Brasil", completou o executivo.

Com R$ 715,22 milhões levantados na oferta inicial de ações, a capitalização da Desktop passou de R$ 74,9 milhões para R$ 790,2 milhões. A participação do fundador na empresa passou de 29% para 19% após a primeira emissão, enquanto a do fundo Makalu (que administra a participação da HIG Capital na provedora) mudou de 59% para 38%.

Nova compra

Os planos da Desktop são de usar 70% dos recursos obtidos para expansão orgânica e 20%, para inorgânica. Após quatro negócios fechados nos últimos dez meses, um quinto acordo (ainda sob confidencialidade) foi fechado em maio com um provedor de 18 mil assinantes e R$ 20 milhões de receitas em 2020.

Segundo a Desktop, a operação será paga com R$ 22 milhões à vista e outros R$ 25 milhões pagos em cinco anos. O fechamento da transação deve ocorrer somente após a liquidação financeira da oferta, segundo prospecto da empresa. A empresa em questão atua nas cidades de Atibaia, Mairiporã, Bom Jesus dos Perdões, Jarinu, Piracaia e Nazaré Paulista, todas em São Paulo.

Competição

Em maio, a Desktop contava com 321 mil acessos em banda larga fixa, sendo 95% em fibra óptica e 106 mil clientes adicionados em 2021. Destes, 62 mil foram incluídos a partir de aquisições.

A Desktop atua em 53 cidades do interior de São Paulo e reporta liderança de market share em um quarto delas, incluindo Sumaré (onde a empresa foi fundada) e Hortolândia. Em seu prospecto final de IPO, a provedora destacou ganho de participação frente a competidores (sobretudo a Vivo) em diversos municípios desde 2018. No estado de São Paulo, o market share da ISP é de 2,5%.

Na manhã desta quarta-feira, os papéis estreantes da Desktop (DESK3) chegaram a valorizar mais de 8% na B3. Ao fim do dia, a ação encerrou valorizada em R$ 24,25, ou alta de 3,19%.

Fonte: Teletime News de 21 de julho de 2021, por Henrique Julião.

Vrio, controladora da Sky, é vendida para Grupo Werthein da Argentina

A Vrio, subsidiária da AT&T que controla as operações de TV paga da empresa na América Latina, incluindo a Sky, foi vendida para o grupo empresarial argentino Werthein. Para a venda, a AT&T avaliou a Vrio e seus ativos pelo valor de US$ 4,6 bilhões, incluindo ajustes cambiais acumulados de US$ 2,1 bilhões, mas não estão públicas as condições da transação, que deve ser concluída apenas em 2022. Mais detalhes devem ser conhecidos no dia 22, com a divulgação do balanço da AT&T.

A operação inclui ainda a DirecTV Go e as participações da Vrio na empresa Torneos y Competencias e WIN Sports da Colômbia, além das operações de TV paga no Brasil, Argentina, Barbados, Chile, Colômbia, Curaçao, Equador, Peru, Trinidad e Tobago e Uruguai, que somam pouco mais de 10 milhões de assinantes de TV paga. Os ativos como uplink center e satélites também estão incluídos na operação.

O grupo Werthein já atuou no mercado de telecomunicações, entrando de sócios da Telecom Argentina em 2003 ao lado da Telecom Italia e da France Telecom. Assumiram o controle do grupo depois de uma complexa negociação com a Telecom Italia, mas em 2017 saíram do negócio. Também foram sócios da operadora de TV a cabo argentina Multicanal nos anos 90 (depois fundida com a Cablevisión).

Segundo o comunicado oficial, a empresa não pretende fazer grandes alterações estratégicas nas empresas hoje controladas pela Vrio. "Nossa visão de futuro é maximizar essas marcas líderes de entretenimento na América Latina, mantendo sua liderança e aumentando sua proposta de valor, investindo em tecnologia e conteúdo alinhados aos hábitos de audiência dos assinantes, incluindo a próxima geração de consumidores", disse Dario Werthein, acionista do grupo.

Fonte: Teletime News de 21 de julho de 2021, por Samuel Possebon.

Junho registra queda de 30% das reclamações de serviços de telecomunicações

Dados da Anatel divulgados pela Conexis Brasil Digital nesta quarta-feira, 21, afirmam que o número de reclamações de usuários dos serviços de telecomunicações caiu 30,9% em junho de 2021 na comparação com junho do ano passado. Segundo o levantamento, em junho de 2020 foram registradas 263.379 reclamações, já em junho deste ano esse número caiu para 181.924, uma redução de 81.455 queixas.

A queda no mês segue uma tendência de redução nas reclamações de usuários de telecomunicações. Em maio, a queda foi de 28,4% e em abril o número de reclamações havia caído 24,4% em relação ao mesmo mês do ano passado.

"Nunca houve quedas de dois dígitos antes nas reclamações que chegam pelos canais da Anatel. Isso é resultado dos investimentos feitos pelas empresas, que se mantém acima de R$ 30 bilhões no ano", afirmou o presidente executivo da Conexis, Marcos Ferrari. "É preciso enfatizar ainda os avanços nas medidas de autorregulação do setor, como a plataforma Não Me Perturbe, que permite bloquear ligações de telemarketing das empresas de telecomunicações e de bancos".

Redução na TV por assinatura

Todos os principais serviços de telecomunicações apresentaram redução nos últimos 12 meses. A maior queda ocorreu no serviço de TV por assinatura, cujo índice caiu 52,4%, de 26.717 para 12.711. No serviço de internet fixa as reclamações caíram 37,5% de 73.874 para 46.138, e na telefonia móvel as reclamações caíram 23,8% em junho em relação a junho do ano passado, passando de 122.004 para 92.943.

"Mesmo durante a pandemia, as empresas de telecom vêm empenhando esforços para manter a conectividade com qualidade, servindo de base nos negócios e empresas para a transformação digital, minimizando o impacto negativo da crise na economia", afirma a entidade setorial.

Fonte: Teletime News de 21 de julho de 2021, por Marcos Urupá.