Se as grandes operadoras chegaram mais tarde à era da fibra ótica dentro de casa, elas vão tentar compensar com o porte. A maior delas, a Vivo, anunciou um lucro trimestral de R$ 1,3 bilhão, calcado em 81 milhões de chips de celular ativos, mas também em uma estratégia fortemente assentada na fibra como meio condutor de serviços.
“Nossa estratégia de ser líder em fibra foi acertada. Superamos a meta e agota são mais de 17 milhões de lares atendidos. Criamos a primeira rede neutra de fibra no Brasil, e no segundo semestre vamos colocar 500 mil lares, adicionando 1,6 milhão no brownfield, e o objetivo em quatro anos é chegar a 5,5 milhões de lares”, destacou o presidente da Vivo, Christian Gebara, ao apresentar os resultados financeiros do segundo trimestre de 2021 nesta quarta, 28/7.
A centralidade da fibra em casa para o mercado já fora destacada na véspera, quando o presidente da Tim, Pietro Labriola, também festejando lucro, resumiu que “o FTTH é a tecnologia do futuro”. A Oi aposta todas as fichas na fibra. A Vivo já detém um quinto desse mercado. A TIM também diz que o futuro está no FTTH.
A estratégia comum do momento é a criação de veículos de investimento em redes de fibra. A Vivo vai deixar a maior parte das casas passadas ainda sob sua guarda direta, mas tem metas de crescimento para a Fibrasil, o veículo que a empresa divide com o fundo de investimento canadense CDPQ. E elas envolvem ampliar a rede com a compra de concorrentes interessantes.
“De agora em diante temos um veiculo, a Fibrasil, que nos dá possibilidades de fusões e aquisições. Se encontrarmos candidato com padrão técnico, com a disciplina fiscal e financeira que queremos e com preço justo, queremos comprar aquilo que faça sentido comercial e financeiro. Se detectarmos um cliente sem sobreposição, talvez na mesma cidade, mas não no mesmo bairro. Não há espaço para muitos concorrentes no mesmo lugar”, disse Gebara.
“Temos pequenas empresas tentando ampliar sua presença, adquirindo empresas menores, outros concorrentes também montando sua rede neutra, provando que estávamos certos, começamos primeiros e por isso estamos na liderança”, emendou o presidente da Vivo.
Como ressaltou o executivo, “o FTTH é o motor da receita do fixo, cresce, sendo que mais de R$ 1 bilhão da receita já vem da fibra, e quando coloca IPTV chega a quase R$ 1,4 bilhão”. E a fibra é o caminho para todo o futuro digital das receitas. “Mais lares são mais oportunidades para vender mais, 40% dos clientes compram fibra mais entretenimento, como Netflix, Disney plus, mais de 30% compra o IPTV. E se estamos instalando fibra, dá para instalar mais coisas na casa automatizada. Todos acessórios ou dispositivos relacionados a automatização dos lares”, revelou o presidente da Vivo.
Fonte: Convergência Digital de 28 de julho de 2021, por Luis Osvaldo Grosmann