O Ministério das Comunicações deve abrir, até o início de maio, uma consulta pública de uma minuta de política para internet das coisas (IoT, na sigla em inglês). A proposta será fechada na reunião de abril da Câmara de Gestão de M2M, que reúne representantes de todos os setores ligados ao tema, e terá metas e sugestões de ações para alcançar esses objetivos, além de listar os setores verticais que poderão ser priorizados.
A informação foi dada nesta quarta-feira, 30, pelo diretor do Departamento de Indústria, Ciência e Tecnologia do Ministério das Comunicações, José Gontijo, durante seminário de Políticas Públicas e Negócios, promovido pela Brasscom – entidade que reúne empresas de TI -, em Brasília. Gontijo afirmou que a proposta geral não trará previsões de isenções fiscais, temas que poderão ser tratados em ações específicas para implantação da política pública.
Gontijo disse que a proposta não se confunde com a intenção do BNDES de fazer um estudo profundo sobre IoT para subsidiar políticas públicas. "O banco faz parte da Câmara e o levantamento que será feito servirá para orientar políticas de financiamento da entidade", ressaltou, negando duplicidade de ações, uma das queixas dos empresários de TI, que defendem uma coordenação única das iniciativas.
Manufatura avançada
Além da proposta de política pública, pelo Minicom, e de estudo amplo da IoT, pelo BNDES, o Ministério de Desenvolvimento está prevendo também propostas para desenvolver a manufatura avançada, um dos braços da internet das coisas. Segundo o secretário-substituto de Inovação da pasta, José Menezes, será estabelecida uma agenda específica sobre o tema para o Brasil. O objetivo é estimular a competitividade em alguns nichos, onde o Brasil consegue globalmente ter uma posição de destaque.
Essa agenda está sendo construída a partir de workshop que o MDIC está promovendo em todas as regiões do País. "Para este ano, já estão previstos mais oito encontros desse tipo", disse Menezes. Esse tipo de manufatura é potencializada pela integração plena, desde a extração do insumo até o consumidor final.
Para a assessora da presidência do BNDES, Margarida Baptista, a Internet das Coisas pode ser um instrumento fundamental para aumentar a produtividade e competitividade em commodities, setores tradicionais da economia. Ela afirma que o tema tem toda a atenção do banco, que já lançou linha de financiamento específica.
"É um mercado enorme e que gerará oportunidades imensas, especialmente para empresas inovadoras nascentes", disse Margarida. Ela citou estudo que prevê 50% de inovações nesse ramo sejam produzidas por empresas com menos de três anos de vida. "E para que o País não siga apenas como um mero consumidor, precisa pensar em como aproveitar oportunidades para gerar valor e empregos de alta capacitação no Brasil", disse.
Fonte: Teletime News de 30 de março de 2016, por Lucia Berbert.
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