Mesmo antes de adquirir por R$ 44,1 milhões uma posição orbital brasileira no último leilão de satélites realizado pela Anatel em maio deste ano, a operadora de satélites de Abu Dhabi Yahsat já havia decidido que atuaria com banda Ka no mercado brasileiro. A operadora havia tentado uma posição orbital no leilão do ano passado, mas como os lances atingiram altos índices de ágio, acabou saindo de mãos vazias. Mesmo assim a operadora já havia decidido dedicar grande parte da capacidade de banda Ka do seu terceiro satélite a ser lançado – o AY3 – para cobrir o país. O satélite ocuparia de qualquer maneira a posição 20 graus W, já da Yahsat, e com a vitória no leilão de maio decidiu manter o uso dessa posição com a licença brasileira, conta o diretor da Yasat para o Brasil, Marcio Tiago. "Já tínhamos projetado 27 beams para cobrir 95% da população brasileira com o AY3 e se não tivéssemos conseguido a posição orbital brasileira faríamos a operação pagando landing rights com licença de satélite estrangeiro", diz.
O foco no Brasil, revela Tiago, será o mercado residencial, com ofertas entre 4 Mbps e 10 Mbps por assinante. "A gente acredita que a banda Ka será uma tecnologia disruptiva entrando no mercado de varejo. Já temos 600 milhões de pessoas cobertas globalmente com nossos satélites em 140 países, com 30 mil assinantes no total. Operamos na África e quem investe na África não tem medo de investir no Brasil", enfatiza o executivo.
A estratégia, segundo Tiago, será a utilização de canais e parceiros para a venda ao usuário final, desde operadoras de DTH que não tenham banda larga a antenistas que instalam VSATs para operadoras Brasil afora. "A rede de varejo é bem estabelecida no Brasil e quem vende DTH pode muito bem ser um parceiro para distribuir o serviço de banda larga da Yahsat", conta. Além disso, há também a possibilidade de oferecer o serviço como White lable, vendendo a capacidade para que uma operadora venda com sua própria marca para o cliente final. O uso da banda Ka para backhaul de telefonia também é uma possibilidade e, segundo Tiago, testes de conceito já estão sendo fechados no Brasil.
Teleportos
A Yahsat aproveitou sua participação no Congresso Latino-Americano de Satélites nesta quinta-feira, 15, no Rio de Janeiro, para anunciar que a British Telecom (BT) sediará os dois teleportos que a Yahsat terá no Brasil, ambos no interior de São Paulo, nas cidades de Hortolândia e Jaguariúna. A instalação dos teleportos começará no primeiro trimestre do ano que vem. A Yahsat conseguiu incluir a subsidiária brasileira Yah Telecomunicações Ltda. no REPNBL, que dá incentivos fiscais para a construção de infraestrutura. "Usaremos essas isenções fiscais para a construção dos teleportos e acreditamos que, se o governo estender o programa, poderemos avaliar também como usá-las na compra de equipamentos terminais de banda larga para usuários", diz Tiago.
A Yahsat anunciou também a escolha da Newtec Dialog para fornecer a plataforma de banda larga, com VSATs e terminais de usuário, além dos sistemas de OSS e BSS.
Fonte: Teletime News de 16 de outubro de 2015, por Leticia Cordeiro
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