A Globo apresentou nesta segunda, 26, a plataforma de OTT (over-the-top) Globo Play, que será lançada no dia 3 de novembro. Trata-se de uma resposta do maior grupo de mídia do país à demanda por formas de consumir o conteúdo sob demanda e em múltiplas telas. Através da plataforma será possível acompanhar a programação ao vivo, assistir a trechos de programas e ter acesso ao acervo de programas em múltiplos dispositivos, como smartphones, tablets, desktops e TVs conectadas.
O lançamento foi apresentado pelo diretor geral da Globo, Carlos Henrique Schroder. "Não adianta ter o conteúdo se ele não chegar às pessoas. Há uma mudança permanente de hábitos, temos que nos atualizar na forma de entregar", disse.
Ele lembra que hoje há 115 milhões de brasileiros com acesso à Internet, e 38% dos domicílios têm banda larga. Uma pesquisa interna da Globo revelou que 34% dos entrevistados consumiram vídeos online recentemente.
Para ilustrar, Schroder conta que um capítulo de "Verdades Secretas" teve alcance de 145 milhões de pessoas, e teve 190 milhões de views na Internet.
O simulcasting, ou transmissão ao vivo espelhada com a do broadcast, é a grande novidade. "O serviço é 'aovivocêntrico'", disse Erick Bretas, diretor de mídias digitais da Globo. A transmissão da programação em tempo real está disponível inicialmente para os usuários das áreas de cobertura do canal 4 do Rio de Janeiro e do canal 5 de São Paulo. Uma das preocupações da emissora foi preservar o modelo de afiliadas, ou seja, transmitir em cada praça apenas a programação e a publicidade daquela região, o chamado "local into local". Para isso, investiu em desenvolvimento tecnológico para bloquear o acesso de fora das áreas, usando a localização do aparelho por GPS, no caso de celulares e tablets, e o endereço IP no caso de computadores e TVs. A proteção inclui o bloqueio às VPNs mais conhecidas, redes que mascaram a localização do usuário. Nas demais praças, por enquanto, haverá apenas conteúdo sob demanda.
Onde está disponível, o sinal ao vivo é a primeira coisa mostrada na interface. Em seguida vêm destaques editoriais, guia de programação, programas mais vistos e trilhos que podem ser configurados de acordo com a ocasião. Também há um menu por categorias de programação. Futuramente a plataforma incluirá recomendações. Todos os vídeos vêm com possibilidades de interação similares às das redes sociais: curtir, comentar e compartilhar.
Segundo Bretas, o produto teve dois anos de desenvolvimento, e ainda terá inovações nos próximos meses. "Foi pensado de forma diferente para cada plataforma, não é uma adaptação do que já existia". O Globo Play nasce disponível para PCs, smartphones e tablets Android e iOS e está em desenvolvimento para as smart TVs da LG, Samsung, Philips, Sony e Panasonic.
Conteúdo
O Globo Play terá apenas conteúdo de produção própria da Globo. Não entram, portanto, filmes e séries estrangeiros exibidos pelo canal (exceto no ao vivo onde houver). O acesso será mediante login no Globo.com, mesmo para os conteúdos gratuitos.
Todos os trechos de programas são abertos e gratuitos. As regras para os programas na íntegra mudam em relação aos serviços anteriores.
Não serão cobrados programas de jornalismo, esporte, variedades e realities. E serão pagos os episódios de novelas, séries e humorísticos, além das câmeras do "BBB". A assinatura do Globo.com mantém o valor de R$ 12,90.
Além do conteúdo atual (catch-up), o serviço trará um acervo de programas feitos a partir de 2010, com 86 títulos. A ideia é agregar mais títulos à medida em que forem sendo digitalizados e tiverem os direitos liberados, conta Bretas. Entre programas atuais e acervo o Globo Play vai ao ar com 7,3 mil horas de conteúdo. Conteúdos anteriores dependem de liberação de direitos.
O serviços traz ainda duas novidades. Será a plataforma para o primeiro lançamento de um conteúdo digital only" da emissora, o capítulo zero da novela "Totalmente demais", que será exibido apenas no online, antes do início da novela na TV.
Trata-se também do início da distribuição do conteúdo da Globo em 4K, começando pelas minisséries "Dupla Identidade" e "Ligações Perigosas". Isso pode significar um marco no discurso da emissora de que o 4K é fundamental par a manutenção das frequências liberadas com a TV digital. A emissora admite que a transmissão de 4k pela TV aberta, se um dia acontecer, ainda está muito distante, e prefere desovar a sua produção já, por IP. Segundo as projeções da Globo, nos próximos dois anos as telas 4k dominarão a oferta de televisores, até por serem mais baratas.
TV por assinatura
A TV Globo diz que alguns de seus conteúdos estão disponíveis nas plataformas de vídeo-sob-demanda das operadoras de TV paga, mas que os conteúdos que estão no Globo Play só entrarão depois de negociação com as operadoras. A emissora também considera discutir a possibilidade de incluir seu conteúdo nos serviços de TV Everywhere das operadoras, mas ainda não há negociações nesse sentido.
Fonte: Teletime News de 26 de outubro de 2015, da redação da Converge
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