segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Migração dos serviços de voz tradicionais para VoIP ainda desafia operadoras

Pouco se fala hoje, em eventos de telecomunicações, sobre perspectivas para as redes tradicionais de telefonia fixa. Não existe muita discussão sobre o fato de que estes serviços estão morrendo e que serão substituídos, a questão é em quanto tempo e que obstáculos precisam ser vencidos. A conta depende do custo de manutenção das redes, das receitas geradas e do grau de perda da base de usuários. A Telenor, operadora norueguesa, é uma das que tomaram a decisão de migrar rapidamente sua base de usuários fixos para IP. Começou com a constatação de que o usuário da rede fixa tradicional é idoso, com uma média etária de quase 70 anos de idade (na faixa entre 20 e 30 anos praticamente não existem assinantes de serviços fixos). Em estudo de caso apresentado por Arne Christensen, diretor de modernização de rede da Telenor, durante o Broadband World Forum realizado esta semana e Londres, a base de usuários fixos caiu a um quarto da que existia no começo dos anos 2000. Entre os fatores que fizeram a Telenor proativamente começar a passar esses clientes para serviços de VoIP, baseados na rede banda larga, estão o consumo de energia, a necessidade de reduzir o custo de manutenção da rede e o fato de que a maior parte das pessoas só tinha a rede fixa para manter o serviço de banda larga.
Estudo da Ovum apresentado durante o Broadband Forum mostra que as únicas regiões onde ainda há crescimento da rede fixa são na América Latina e Oriente Médio, mas mesmo assim a perspectiva é de declínio a partir de 2019. As quedas mais acentuadas estão na Ásia e nos EUA. Segundo a consultoria, as operadoras que têm conseguido frear a queda são aquelas que desenvolvem planos flexíveis de comercialização, fazem bundle de serviços e oferecem soluções de VoIP. Segundo a Ovum, as operadoras ainda têm dificuldade de quantificar os benefícios de desligamento dessas redes apenas pela redução dos custos operacionais, pois muitas vezes a alocação de custos internos das empresas está atrelada a antigas operações legadas. Problemas tecnológicos e, sobretudo, regulatórios, também são apontados pela Ovum como fato de dificuldade na hora de desligar os serviços fixos tradicionais ou migrá-los para modelos baseados em IP.

Fonte: Teletime News de 22 de outubro de 2015, por Samuel Possebon.

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