Após a venda de operações na Guatemala e em El Salvador, a Telefónica se desfez de mais ativos na América Central. O grupo de telecomunicações Millicom anunciou nesta quinta-feira, 21, a aquisição das operações do grupo espanhol no Panamá, Costa Rica e Nicarágua por US$ 1,65 bilhão em dinheiro. A companhia planeja assim aumentar sua cobertura móvel e a cabo nesses mercados, solidificando a presença da empresa na região. A expectativa é que, uma vez obtidas todas as aprovações regulatórias, a fusão seja completada no segundo semestre deste ano.
Vale lembrar que no começo deste ano, a Millicom e a Liberty Latin America ensaiaram uma fusão, mas logo encerrada pouco tempo depois, em janeiro. Por outro lado, a América Móvil avançou na região com aquisições dos ativos da Telefónica na Guatemala e em El Salvador.
Com a fusão anunciada, a Millicom incorporará integralmente a Telefónica Móviles Panamá, a Telefónica de Costa Rica TC (além de sua subsidiária integral, a Telefónica Gestión de Infraestructura y Sistemas de Costa Rica) e a Telefonía Celular de Nicaragua. Com um total de 8,7 milhões de clientes, o grupo espanhol é líder de mercado tanto no Panamá quanto na Nicarágua, além de ser o segundo maior operador na Costa Rica. Como a Millicom já controla e opera redes de cabo nesses três países, a transação visa complementar o portfólio com as operações móveis. A empresa já havia adquirido antes a Cable Onda, operadora líder de mercado panamenha em cabo.
Em 2018, as receitas da Telefónica nessas operações geraram US$ 709 milhões, com um lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBTIDA) ajustado de cerca de US$ 243 milhões. O Capex no período foi de US$ 79 milhões, enquanto o fluxo de caixa operacional foi de aproximadamente US$ 164 milhões.
De acordo com a Millicom, haverá sinergias de Opex e Capex, com valorização de 5,8x no lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBTIDA) ajustado e 8,3 no fluxo de caixa operacional. As sinergias de Capex e Opex deverão ficar entre US$ 35 milhões e US$ 50 milhões anuais, com boa parte sendo gerada em 2021 e completamente finalizada em 2023. As áreas com maiores sinergias são de rede e TI; racionalização de vendas, distribuição e marca; otimização de funções de suporte; economias com aumento de escala; e capacidades de backhaul de fibra. Para obter as sinergias, a empresa espera ter custos de aproximadamente US$ 100 milhões nos primeiros dois anos.
Para financiar a aquisição, a Millicom obteve compromissos de segurança com fundos, predominantemente por meio de emissão de nova dívida. A transação contou com o assessoramento das firmas Goldman Sachs e Morgan Stanley.
Fonte: Teletime News de 21 de fevereiro de 2019, por Bruno do Amaral.
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