A estratégia da Oi de reverter a queda das receitas e melhorar o desempenho financeiro está centrada sobretudo na fibra ótica. A companhia mantém em seu planejamento a estratégia de aproveitar a infraestrutura de transporte, com expectativa de aumento da margem no segmento de atacado, incluindo a venda de capacidade para outras operadoras e provedores regionais. Mas a ideia é abocanhar mais mercado residencial, não apenas migrando de sua base de cobre. E o alvo são justamente os ISPs.
Este alvo havia sido estabelecido em junho, mas a guerra já começou. O diretor comercial da operadora, Bernardo Winick, destacou durante teleconferência de resultados financeiros do trimestre nesta quinta, 15, que a competição no segmento de fibra é "muito intensa", mas que o avanço da operadora tem se dado justamente em lugares onde provedores regionais atuam. "Estamos competindo basicamente com ISPs em algumas áreas onde colocamos a rede, e o resultado é que, com nossa marca forte, atividade comercial e qualidade da rede e da velocidade que oferecemos, conseguimos boas taxas de ocupação", afirma.
Ou seja, a empresa tem procurado não bater de frente com outras grandes operadoras, mas sim aproveitar a capacidade e escala que tem para brigar pela retomada da fatia de mercado que o grupo de pequenos tomou dela, quando a ultrapassou no terceiro lugar em quantidade de acessos de banda larga. "A competição em grandes cidades, especialmente em áreas verticais, é mais intensa, e por isso estamos priorizando na nossa expansão áreas de subúrbio, onde competimos com ISPs, e não verticais."
Não é a única frente. A Oi ainda quer migrar da tecnologia de cobre (VDSL) para o de fibra até a residência (FTTH), e, com isso, avançar sua cobertura com a infraestrutura ótica. Na revisão do plano estratégico, a empresa já havia aumentado a meta de homes-passed em 60% em dois anos, totalizando a projeção de 16 milhões de HPSs no final de 2021, com grande aumento também na taxa de penetração.
"Estamos confiantes em ter os resultados na troca do cobre", afirmou o CFO da empresa, Carlos Brandão. O otimismo se dá por conta da taxa de ocupação de homes-passed em FTTH, que aumentou 10,2% considerando dados de julho, chegando a 291 mil casas conectadas com a tecnologia em 2,8 milhões de HPs. Vale destacar que a ideia da "troca" não é somente na sobreposição da cobertura, mas pela expectativa de migrar o fluxo de receitas para o produto com maior margem.
Fonte: Teletime News de 15 de agosto de 2019, por Bruno do Amaral.
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