A Oi voltou a apresentar queda nas receitas no trimestre e no acumulado do semestre, sobretudo com o desempenho do segmento residencial. Com isso, a companhia ampliou o prejuízo e ainda aumentou a dívida em mais de 25% no período, segundo balanço financeiro divulgado no final da noite da quarta-feira, 14. Apesar do resultado, operadora diz que há tendência de melhora, sobretudo com o FTTH e do corporativo.
A receita líquida total foi de R$ 5,091 bilhões no segundo trimestre, queda de 8,2% no comparativo anual. No semestre, foi de R$ 10,221 bilhões, recuo de 8,8%. A companhia justifica que todos os segmentos foram impactados pela queda do tráfego de voz, mas destaca crescimento da receita de dados no segmento móvel, da receita do FTTH residencial e do TI do corporativo, que compensaram parcialmente a queda. Afirma ainda que é possível observar melhoria na tendência no comparativo mensal.
A receita que mais caiu foi a residencial: 12,1% no trimestre (total de R$ 1,857 bilhão) e 13,4% no semestre (R$ 3,738 bilhões). O segmento de mobilidade pessoal totalizou R$ 1,691 bilhão (recuo de 3,7%) e R$ 3,390 bilhões (queda de 3,8%). O B2B foi responsável por R$ 1,418 bilhão, redução de 7% no trimestre. No acumulado do ano, totalizou R$ 2,834 bilhões, queda de 7,7%.
Com a redução de receitas, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA) de rotina caiu 22,1% e encerrou o período de abril a junho com R$ 1,218 bilhão. Considerando desde janeiro, o EBITDA de rotina foi de R$ 2,468 bilhões, recuo de 21,3%. A margem EBTIDA de rotina foi respectivamente de 23,9% (recuo de 4,3 pontos percentuais) e de 24,1% (queda de 3,8 p.p.).
No trimestre, a Oi registrou prejuízo de R$ 1,559 bilhão, valor 24% acima do registrado no ano passado. Considerando o acumulado dos seis meses, o prejuízo foi de R$ 991 milhões, revertendo o lucro de 2018 de R$ 29,286 bilhões. Já a dívida líquida foi de R$ 12,573 bilhões, um aumento de 25,5%.
O caixa disponível foi 17,4% no trimestre, total de R$ 4,296 bilhões. A companhia investiu nos três meses R$ 2,061 bilhões (50,7% a mais), e R$ 3,766 bilhões no semestre (51,7% de crescimento), especialmente com foco em expansão de FTTH e cobertura 4G. Assim, o fluxo de caixa operacional (EBITDA – Capex) de rotina ajustado foi negativo em R$ 469 milhões no trimestre e R$ 571 milhões no semestre, revertendo fluxo de caixa positivo registrado em 2018.
Operacional
A Oi encerrou junho com 55,870 milhões de unidades geradoras de receita, uma redução de 5,4% no comparativo anual. Desse total, 14,011 milhões eram de serviços residenciais (banda larga, telefonia fixa, TV por assinatura), uma queda de 9,1%. Já o B2B fechou o período com 6.761 milhões de acessos, aumento de 3,4%. A operadora ainda soma 396 mil telefones públicos, queda de 38,1%.
Com o investimento em fibra e abordagem de reuso, a Oi afirma obter "resultados consistentes", alcançando 2,5 milhões de homes passed no final do trimestre e mais de 237 mil homes connected, uma taxa de ocupação de 9,7%. A companhia está operando com capacidade de construir mais de 350 mil homes passed (HPs, ou lares atendidos pela rede) por mês, e o objetivo é alcançar 4,6 milhões até o final do ano (e 16 milhões até o final de 2021). O serviço está disponível em 59 municípios e, considerando já os números de julho, alcançou 2,9 milhões de HPs e 290 mil casas conectadas, com 10,2% de taxa de ocupação.
A mobilidade pessoal representou 34,761 milhões de UGRs, redução de 4,9%. Desse total, 26,168 milhões eram de pré-pago (queda de 11,1%) e 8,533 milhões eram de pós-pagos (aumento de 21,3%). A companhia afirma que houve queda na receita do pré, "impactado pela lenta recuperação econômica e altas taxas de desemprego", além da redução nas tarifa de interconexão. Mas afirma que há migração para o pós, que é responsável pela "maior parte" das receitas de mobilidade.
A cobertura 2G chegou a 3.451 municípios, enquanto a 3G abrangia 1.644 cidades (aumento de 0,9%). Somente no segundo trimestre, a Oi totalizou 907 municípios com 4G, avanço de 9%. Além disso, a cobertura 4,5G chegou a 34 municípios.
Fonte: Teletime News de 15 de agosto de 2019, por Bruno do Amaral.
Nenhum comentário:
Postar um comentário