Se em 2019 a expansão da infraestrutura de fibra ótica foi o principal fator da escalada de acessos em banda larga fixa dos provedores de pequeno porte (PPPs), a reação das grandes empresas também foi clara. Juntas, as quatro maiores do setor adicionaram 1,452 milhão de acessos baseados na tecnologia durante o ano passado, chegando a um consolidado de pouco mais de 4 milhões de contratos atualmente.
Dentre elas, a Vivo foi a empresa que mais adicionou clientes na tecnologia: foram 602 mil novos acessos em fibra, chegando a um total de 2,591 milhões que já equivale a 36% da base total do grupo, na melhor marca entre as grandes. Por outro lado, como a presença em fibra da empresa já era relevante no começo de 2019, a Vivo registrou o menor crescimento percentual (30,3%) entre as quatro concorrentes.
A expansão da companhia ocorreu sobretudo na região Sudeste, onde foram adicionados 401 mil acessos (para 2,126 milhões), e na região Sul, com novos 90 mil clientes em fibra (para 216,9 mil). Entre as apostas da Vivo para seguir crescendo no segmento estão um modelo de franquias com provedores regionais e uma parceria com a American Tower na qual a gestora de infraestrutura fica responsável pelo lançamento da infraestrutura.
No caso da Oi, a base de FTTH mais que dobrou em 2019 (alta de 127%) de acordo com as estatísticas da Anatel: após 570 mil adições, a empresa teria alcançado 1,018 milhão de acessos. A marca representa 19,3% do total de contratos da empresa.
Neste caso, vale lembrar que a expansão da infraestrutura ótica é um dos pilares do plano estratégico da companhia – talvez a mais afetada pelo crescimento recente de mercado das PPPs. No Sudeste, os acessos via fibra da Oi aumentaram em 247 mil, para 497 mil.
Já no Nordeste, cerca de 103 mil clientes foram adicionados, ainda segundo os dados da Anatel (para 243 mil). Também houve forte expansão no Sul, onde a base aumentou mais 400%, e no Norte e Centro-Oeste, onde a expansão passou de 300%.
Líder individual no mercado de banda larga fixa, a Claro fechou o ano com 267 mil clientes em fibra ótica após a adição de 160,2 mil contratos – representando assim uma alta de 148% na tecnologia. Ainda assim, diante da base total, a parcela de contratos em fibra no grupo ainda é pequena, ficando próxima dos 3%. A Claro soma mais de 9,5 milhões de acessos do serviço.
No recorte regional, a maioria dos novos acessos em fibra da empresa também vieram do Sudeste (98,6 mil), com outros 42 mil oriundos da região Sul, onde houve crescimento percentual de 225% na base. No Nordeste e no Centro-Oeste, o número de clientes Claro com a tecnologia cresceu quase 90%.
Já a TIM encerrou o ano passado com 181 mil acessos em fibra, dos quais 119,5 adicionados ao longo de 2019 (alta de 194%). Como a empresa tem operação de banda larga em menor escala que a das rivais, a participação da tecnologia ótica na base ficou em 31% do total de clientes (a companhia também trabalha com fibra até o gabinete – FTTc).
Regionalmente, o maior destaque foi a atuação no Centro-Oeste, onde a empresa passou de 4 mil clientes para 37 mil (alta de mais de 800%); no Nordeste, o salto foi similar: de 5 mil acessos para 31 mil (recentemente a empresa levou o serviço de fibra para Recife). Já no Sudeste, a dimensão do negócio da TIM quase dobrou: de 48 mil clientes no fim de 2018 para 95 mil ao fim de 2019.
O aumento no ritmo de expansão de fibra das grandes operadoras já acendeu um sinal de alerta entre os pequenos provedores de Internet, que preveem um cenário de competição intensa na medida que a economia brasileira se recuperar. Ainda assim, em 2019, a categoria das pequenas empresas adicionou 2,724 milhões de contratos na tecnologia, ou 65% dos 4,18 milhões de novos acessos do gênero no País ano passado.
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