quarta-feira, 12 de julho de 2017

Brasil tem 8,3 milhões de celulares bloqueados

O Brasil tem 8,3 milhões de celulares bloqueados. Esta é a quantidade de aparelhos cujos IMEIs (número universal de identificação de um telefone celular) constavam no Cadastro de Estações Móveis Impedidas (CEMI) em 31 de maio deste ano – dado mais recente disponibilizado pelo SindiTelebrasil, entidade que representa as operadoras de telecomunicações nessa questão. Para se ter uma ideia, em 31 de dezembro de 2016, havia 7,65 milhões de aparelhos bloqueados. E em 31 de dezembro de 2015, eram 6,19 milhões. Em um ano e meio, a base do CEMI cresceu 34% (veja abaixo a evolução histórica).
Os celulares são bloqueados por solicitação dos próprios usuários às suas operadoras, seja porque foram roubados, furtados ou perdidos. Uma vez bloqueado, o aparelho não consegue mais se conectar às redes móveis do País e tampouco do exterior, pois há um acordo internacional assinado entre as operadoras brasileiras e a GSMA. Todo mês, uma pequena parcela é desbloqueada porque foi encontrada, mas, como demonstram os números, a base de terminais impedidos segue crescendo ano a ano.
Vale lembrar que recentemente órgãos de segurança pública, como a Polícia Federal e as Polícias Civis Estaduais, passaram a poder alimentar o CEMI a partir das ocorrências de roubos e furtos que registram. Para tanto é necessário uma integração de sistemas, o que ainda não foi feito em todos os estados da federação.
Bloqueio
Para bloquear um aparelho, seu dono deve ligar para a operadora e informar seus dados de identificação, como RG, CPF e endereço. Pelo histórico da linha telefônica, a operadora consegue verificar qual era o IMEI do aparelho perdido e bloqueá-lo. O IMEI também consta na caixa original do produto ou pode ser descoberto digitando *#06# no telefone. O consumidor que quiser consultar se um determinado IMEI consta no CEMI, basta acessar o site https://www.consultaaparelhoimpedido.com.br.
Análise
O grande problema é que existem formas de adulterar o IMEI, o que acaba viabilizando o mercado negro de celulares roubados. Ao mesmo tempo, os fabricantes enfrentam outro problema: a venda no País de aparelhos não homologados pela Anatel. São, em geral, telefones de baixa qualidade e importados ilegalmente. É neste contexto que se trava uma disputa envolvendo fabricantes, operadoras e Anatel. Os fabricantes pressionam a agência para que as operadoras passem a bloquear também os aparelhos não homologados. Isso, porém, prejudicaria milhões de brasileiros que compraram esses produtos de boa fé e com os quais hoje têm acesso aos serviços móveis. As operadoras, por sua vez, pressionam os fabricantes a adotarem mecanismos mais eficientes para se evitar a adulteração do IMEI. A Anatel decidiu que o bloqueio de celulares não homologados deve começar a partir de outubro e somente para os novos que tentarem acessar a rede (ou seja: quem já tem um telefone não homologado poderá continuar a usá-lo).
Na semana que vem, Mobile Time, em parceria com Opinion Box, divulgará pesquisa inédita sobre roubos de celulares no Brasil. O relatório será disponibilizado no site www.panoramamobiletime.com.br.
Evolução histórica da base do celulares bloqueados (fonte: SindiTelebrasil):
31 dezembro 2010 – 1.341.731
31 dezembro 2011 –  1.930.775
31 dezembro 2012 – 3.444.410
31 dezembro 2013 – 4.173.642
31 dezembro 2014 – 4.959.662
31 dezembro 2015 – 6.193.524
31 dezembro 2016 – 7.654.822
31 maio 2017 – 8.305.237

Fonte: Teletime News de 11 de julho de 2017, por Fernando Paiva.

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