Anunciado esta semana, o aumento de capital da Oi em R$ 8 bilhões ainda não tem a quantia total garantida, mas o presidente da operadora, Marco Schroeder, afirma estar trabalhando com acionistas e credores para conseguir o aporte. Alguns já teriam sinalizado a intenção. "Eles já deram apoio firme? Não. Vamos ter que conversar", afirmou ele em conversa com jornalistas nesta sexta-feira, 21, em São Paulo.
"Os acionistas têm direito de preferência por uma questão legal, alguns já sinalizam dizendo que vão botar dinheiro, e outros dizem que não pretendem botar o dinheiro", explicou. Ele garante que há conversa com bondholders, e que "alguns" também já demonstraram ter interesse em contribuir com o aporte. "Tenho consciência que tudo depende das condições do aumento de capital: prazo, valor da ação e diluição."
Segundo Schroeder, a ideia é colocar a proposta na mesa e fazer uma espécie de bookbuilding para determinar os participantes. "Não vão ser R$ 8 bilhões em uma paulada inicial, vai se espalhar, provavelmente teremos R$ 3 bilhões iniciais quase de imediato à aprovação do plano, e mais duas parcelas de R$ 2,5 bilhões depois". Vale lembrar que a proposta apresentada pela diretoria da Oi em junho previa um tranche inicial de R$ 2 bilhões.
Dois grandes grupos estão interessados no aumento de capital, o Moelis, ligado ao empresário Nagib Sawiris; e o fundo de equity G5/Evercore. "Falamos tanto com esses grupos como com outros bondholders, a conversa com todos acontece todo dia, quem for à Oi vai encontrar bondholder na porta", garante. O grupo de Nelson Tanure também tem sinalizado que apoiaria um aumento de capital, mas busca uma diluição pequena no processo de reestruturação da dívida.
Schroeder ressalta também que o objetivo da capitalização é para investimento na companhia, e não para pagamento de credores. Mas diz haver uma perspectiva de conseguir crescimento no EBTIDA com isso, e "os credores ficam mais seguros porque terão mais chance de receber".
O executivo acredita que a assembleia de credores deverá realmente acontecer em setembro, o que significa que já deverá ser convocada em duas ou três semanas. "Tem um amplo apoio já, falta apenas incluir o plano de capitalização, que é quase um detalhe", conclui.
Fonte: Teletime News de 21 de julho de 2017, por Bruno do Amaral.
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