Após os resultados do segundo trimestre, a TIM avalia estar em uma nova fase de desempenho operacional e resultados financeiros. Segundo o próprio CEO da companhia, Stefano De Angelis, a empresa se encontra agora em "outro patamar" em relação ao passado recente, fruto dos investimentos em expansão da infraestrutura da rede móvel. Portanto, natural que a empresa pense em uma eventual aquisição de ativos que possam contribuir para a rede. "Nosso business plano prevê muito dinheiro para a construção de fibra, então por que não comprar essa fibra já construída pela Cemig Telecom?", indagou o executivo durante teleconferência para resultados nesta quarta-feira, 26.
A possibilidade foi levantada porque a Companhia Energética de Minas Gerais anunciou em junho a venda de dez ativos, entre elas o braço de telecomunicações da distribuidora. Até o último comunicado da empresa, de 7 de julho, ainda não há um edital, mas o valor patrimonial da Cemig Telecom é de R$ 193 milhões. "Temos a obrigação de olhar se as condições de venda de uma empresa, que tem como principal a ativo a fibra, está coerente com nosso business plan", explica De Angelis. "A princípio, sim, mas temos que ver condições econômicas e financeiras para a transação, para ver se faz sentido."
Não significa que a TIM só estaria de olho na Cemig Telecom. O executivo explicou que vê "grande oportunidade" no segmento residencial, tendo em vista o crescimento constante dos pequenos provedores regionais, e que a demanda pela banda larga frente à oferta do produto "não é necessariamente coerente". Para ele, esse mercado pode ser explorado com tecnologias móveis, como o 4G em 700 MHz que a operadora testa atualmente em Campo Grande, e com "aquisições de operações locais que sabemos ter importantes valores e volumes de clientes envolvidos".
Vale lembrar que, além do serviço de banda larga fixa, a tele teria como vantagem a aquisição do backhaul para interligar os sites da rede móvel. Com uma estratégia semelhante, a TIM adquiriu a AES Atimus em 2011 por R$ 1,6 bilhão, herdando um backbone de 5,5 mil km de fibra (na época) que eventualmente proporcionou o lançamento do serviço de banda larga FTTx da TIM Live em São Paulo e no Rio de Janeiro.
Oi descartada, por enquanto
Se por um lado a hipótese de aquisição de um ISP é real, por outro Stefano De Angelis descarta qualquer plano para adquiri a Oi ou parte dela em curto prazo. O executivo reconhece que a possibilidade já foi estudada no passado porque, do lado operacional, a integração seria natural pela infraestrutura fixa de uma com a rede móvel da outra. "Tem sinergias, claro que tem", diz. Mas logo complementa: "Hoje a situação da Oi está em outra mesa de discussão, porque está em um processo de recuperação judicial na qual a TIM está interessada por motivos diferentes, sendo um dos credores", destaca.
Porém, como é costume no mercado, nunca se pode dizer nunca. "Estamos acompanhando, mas não temos nenhum tipo de (plano de) integração com a Oi hoje e nos próximos quarters. Quando voltar a ter uma situação onde aspectos administrativos e comerciais, e a evolução do mercado de telecom vai ser a principal alavanca de qualquer análise, com certeza vamos olhar a consolidação de mercado também para a Oi", conclui, citando o eventual fim do processo de RJ.
Fonte: Teletime News de 26 de julho de 2017, por Bruno do Amaral.
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