terça-feira, 24 de outubro de 2017

Dados para a construção de mapas viram fonte de receita para a Oi

Pouca gente sabe, mas muitos dos mapas do Brasil que utilizamos hoje no dia a dia em aplicativos móveis em nossos smartphones foram construídos com a ajuda da Oi. Por conta da sua presença nacional e dezenas de milhões de clientes residenciais e corporativos, a operadora se tornou ao longo dos últimos anos uma das principais fornecedoras de dados para o enriquecimento de mapas digitais. A empresa contabiliza atualmente 32 milhões de "geocodes", como são chamados cada grupo formado por latitude, longitude e endereço. Esse número vem crescendo continuamente, graças ao trabalho dos técnicos da companhia, que registram esses dados a cada visita de instalação ou manutenção. Um ano atrás eram 24 milhões de geocodes.

Sobre cada geocode são sobrepostas outras 16 camadas de informação, como o sentido da rua, o tipo de estabelecimento (residencial ou comercial), se é uma zona de risco ou não etc. Há ainda 12 milhões de pontos de interesse identificados (supermercados, farmácias, padarias, shoppings etc). Todos os grandes provedores de mapas digitais compram dados da Oi para enriquecerem seus produtos. Os geocodes viraram um ativo para a companhia.

Insights

Além dos geocodes, a Oi montou uma plataforma de big data para oferecer insights para governos e clientes corporativos com base nos dados de circulação de pessoas. A operadora monitora a movimentação pelo espaço urbano dos 9 milhões de usuários do app Oi Wi-Fi (Android, iOS) e cruza com dados demográficos e de renda do seu sistema de CRM. Com isso, consegue criar mapas de calor identificando pontos em uma cidade com maior movimentação de pessoas e adicionar filtros por idade, classe social etc. Isso pode apoiar, por exemplo, a expansão de uma rede varejista que precise decidir em quais pontos de uma cidade abrirá novas filiais. Também pode ajudar secretarias municipais de transporte a gerenciar melhor modais de transporte público, com base nos dados sobre o deslocamento da população ao longo do dia. Secretarias de turismo, por sua vez, conseguem estimar com mais precisão a quantidade e a origem de visitantes a um determinado ponto turístico da cidade. Obviamente, os dados são tratados de forma coletiva e anônima, nunca sendo individualizados.

Qualquer aplicativo com milhões de usuários e com autorização para captura de dados do GPS é capaz de monitorar o deslocamento de massas de pessoas sobre o espaço urbano. É o caso do Moovit, do Waze, do Uber… Porém, as operadoras têm como vantagem o cruzamento com dados do seu CRM. Elas sabem se o cliente é pré ou pós-pago, quantas linhas telefônicas têm em seu nome e quanto gasta por mês com telecomunicações. Sabem também se o consumidor assina outros serviços, como TV por assinatura e internet banda larga residencial. São dados relevantes para traçar o perfil econômico do usuário, o que é uma informação valiosa se cruzada com a movimentação das pessoas pelas ruas da cidade.

Fonte: Teletime News de 10 de outubro de 2017, por Fernando Paiva.

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