quinta-feira, 25 de março de 2021

Governo brasileiro tem discutido Open RAN com outros países

 A iniciativa do grupo de tabalho sobre a Open RAN ainda está para ser montada na Anatel, mas o governo está interessado em avançar as discussões. O secretário-executivo do Ministério das Comunicações, Vitor Menezes, afirma que a recente viagem da comitiva brasileira aos países de grandes fornecedores de telecomunicações mostrou que o Brasil estaria no radar de empresas que investem na tecnologia de rede de acesso móvel aberta.

"Temos falado muito com outros países", afirma Menezes durante participação em evento online da Brasscom nesta quarta-feira, 24. Citando a viagem, capitaneada pelo ministro Fábio Faria e com participação também de ministros do Tribunal de Contas da União (TCU), o secretário-executivo do MCom disse que aconteceram sondagens. "Fizemos muitos contatos, tem muitos países com interesse."

A viagem ocorreu em fevereiro. A comitiva brasileira visitou Suécia (Ericsson), Finlândia (Nokia), Japão (NEC, Fujitsu) e China (Huawei). Havia a intenção de também fazer uma parada na Coreia do Sul para conhecer a Samsung, mas um caso de covid-19 no piloto da aeronave com a delegação brasileira acabou por impedir essa perna da viagem. 

Determinação

Menezes defendeu a tecnologia, lembrando que a portaria que estabelece política pública para o setor descreve o Open RAN como princípio no Art. 2, inciso 10. Segundo o texto, a Anatel deve considerar nas licitações um incentivo de uso de rede de acesso aberta e ter interoperabilidade. "É a tradução de Open RAN. É um princípio do nosso ministério, e é alvo de aplicação da Anatel, que já está preparando um grupo, falando com fabricantes, indústria e academia", declarou.

No mesmo evento, o presidente da Anatel, Leonardo Euler, afirmou que considera o Open RAN como uma "boa alternativa", mas lembra que a interoperabilidade precisa ser melhor resolvida. "É como montar um com carro com partes diferentes", afirmou. O regulador colocou determinação no edital do leilão de 5G para que a área técnica monte o GT para realizar estudos sobre o assunto para que o a agência possa "inclusive adotar medidas regulatórias para catalisar isso".

Fonte: Teletime News de 24 de março de 2021, por Bruno do Amaral.


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