O grupo Claro Brasil buscará em 2018 um equilíbrio entre aumento de receita, aumento de base e aumento de margem. Segundo José Felix, presidente do grupo, a meta passada para as diferentes unidades do grupo é esta. "Eu respondo aos acionistas. Eles querem aumento de receitas, de margem EBITDA, de marketshare e ao mesmo tempo menos Capex e menos despesas. O que a gente faz é um equilíbrio de bandejas para achar um ponto ideal. Não aumenta marketshare sem cair o EBITDA. No nosso orçamento, queremos aumentar um pouco de cada coisa", disse Felix, em almoço de final de ano com jornalistas, em São Paulo. "Já estamos trabalhando com as metas, mas metas são metas. Colocamos uma pitada do impossível. Agora é fazer a gestão", completou. A empresa comemorou no evento a ampliação da margem e a manutenção da liderança nos mercados de TV paga e banda larga fixa em 2017.
Felix voltou a criticar o ambiente de negócios no Brasil. "Da forma como a indústria está organizada, em que todos podem fazer tudo em qualquer lugar, não é sadio o modelo atual. No máximo comporta três (empresas). Ter quatro grandes vai acontecer o que está acontecendo", disse. Para Félix, "o retorno do capital investido está bem abaixo no Brasil do que deveria ser". Ele aponta alguns motivos: "muita gente no mercado fazendo a mesma coisas em qualquer área; o poder econômico do brasileiro é muito baixo, o que faz um dos menores ARPUs do mundo. O Brasil é o segundo mais barato do mundo, com receita em real e insumos em dólares e altas taxas de importação". Para o executivo, o desafio das empresas brasileiras é exponencializado em relação às empresas de telecomunicações no mundo. "Enfrentamos muito mais agruras do que as empresas que estão lá fora", disse. "É impossível ter negócio sadio em um ambiente como esse". Ele disse que o ambiente político instável, a economia ainda contraída e o ambiente regulatório pouco flexível geraram desafios adicionais para a Claro.
China Telecom desestabiliza
Félix também foi bastante crítico em relação à possibilidade de entrada da China Telecom no Brasil. "Espero que eles não entrem, porque vai chacoalhar um mercado que já está instável e doente, e seria bem crítico, creio eu. Torço por novas alternativas de solução para um problema que a gente sabe como foi criado".
Antes da afirmação, o Presidente da Claro Brasil desenvolveu seu raciocínio: "o negócio da China é complexo. A gente não sabe como funcionam as coisas por lá, tem uma dinâmica diferente do mundo ocidental. Enxergo de uma forma preocupada. Não sei o que vão fazer aqui. Empresas e governo lá é um pouco misturado. Com quem que nós vamos brigar? Com a China ou com 'não-sei-o-que telecom'? É uma questão que se coloca no ar e é uma das preocupações que eu pessoalmente tenho". Félix afirma não ter conhecimento de uma experiência dessa natureza no mundo, "de um país com esse tipo de governança entrar em um mercado local de telecom. Sei que lá dentro eles têm concorrência, mas desconheço um exemplo mundial dessa natureza, pelo menos em algum grande país ocidental".
Fonte: Teletime News de 14 de dezembro de 2017, por Samuel Possebon.
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