Na quinta geração (5G) de telefonia celular, as redes das operadoras serão capazes de trafegar dados a uma latência abaixo de 1 milissegundo. Se a arquitetura de rede for flexível, as teles vão poder prover latências e velocidades diferentes de acordo com o plano de serviço do cliente. "Mas será que as operadoras estão preparadas para vender latência?", pergunta o Chief Solutions Officer (CSO) da Nokia, Wilson Cardoso.
O executivo prevê a demanda de baixas latências por parte de clientes corporativos, especialmente fábricas que adotem o conceito de indústria 4.0. Ele citou o exemplo de uma indústria em Cingapura que solicitou uma conexão com latência de até 4 milissegundos e disponibilidade de 99,99999%.
O executivo projeta que o 5G vai demandar uma concentração de cerca de 300 sites por Km2. Serão nós ultrapequenos e ultrapróximos, permitindo um acesso massivo e escalável. Paralelamente, a capacidade de processamento migrará dos devices para a nuvem, mas isso não significa data centers maiores. Pelo contrário, deverá haver mais data centers, só que menores e mais próximos dos clientes, para viabilizar a latência de poucos milissegundos entre diferentes usuários. "Esta será uma grande mudança em termos de topologia de rede nos próximos anos. A era dos grandes data centers vai acabar", disse Cardoso.
Fixa e móvel
O 5G da rede móvel, contudo, vai ser altamente dependente de uma ampla e capilar rede fixa, lembrou o diretor de tecnologia de redes e sistemas da Oi, Pedro Falcão. "A Internet das Coisas vai revolucionar a nossa vida social. Mas ela não será feita apenas com a rede móvel. A rede fixa será fundamental para interligar a Internet das Coisas. E a Oi tem uma posição privilegiada porque nossa rede fixa é incomparavelmente maior que a dos nossos concorrentes. Independentemente das nossas dificuldades, nunca deixamos de investir na modernização do nosso backbone de fibra óptica. E ela é a joia da coroa da companhia", analisou o executivo.
Por sua vez, Julio Sgarbi, consultor da Huawei, alertou para a necessidade de as operadoras se diferenciarem com a oferta de soluções fim a fim no 5G, não apenas a conexão. "Não basta ter o tubo para prestar o serviço porque outra empresa vai lucrar muito mais com o seu tubo oferecendo uma solução fim a fim", comparou.
Cardoso, Falcão e Sgarbi participaram do Fórum de Tecnologia e Inovação, evento realizado nesta segunda-feira, 11, no Rio de Janeiro.
Fonte: Teletime News de 11 de dezembro de 2017, por Fernando Paiva.
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