quarta-feira, 25 de março de 2020

Coronavírus: TIM e Prefeitura do Rio assinam acordo para coletar dados de deslocamento

A TIM e a Prefeitura do Rio de Janeiro fecharam parceria para montar um "mapa de deslocamento na cidade" durante a pandemia do coronavírus (covid-19). Segundo a operadora informou nesta segunda, 23, a ideia é utilizar o "conhecimento adquirido na Itália e na Europa" com o combate à proliferação do vírus, bem como a experiência dos projetos desenvolvidos durante as Olimpíadas e Copa do Mundo na capital. Dessa forma, passarão a usar análise de dados de deslocamento para "rastrear as concentrações e movimentos de pessoas nos territórios afetados pela pandemia". O intuito é de auxiliar no controle da pandemia, "já que permitem que os órgãos governamentais avaliem a eficácia das medidas que já foram implementadas por eles e (…) facilitar a tomada de novas decisões". 

A TIM assegura que os dados dos clientes são anonimizados, servindo para traçar "mapas de calor", cruzando informações de focos epidemiológicos e pontos de alta concentração de pessoas nas ruas. "Todas as informações coletadas são anônimas, respeitando critérios de confidencialidade e segurança de dados pessoais, segundo prevê a Legislação", declara a operadora em comunicado.

A operadora enviará informações online sobre o perfil de deslocamento das pessoas por todo o Rio de Janeiro por meio da triangulação das antenas espalhadas pela cidade. Dessa forma, órgãos públicos "poderão avaliar a tendência de mobilidade dos bairros antes e depois da pandemia, entender se as pessoas estão respeitando a reclusão, analisar se um bairro ou uma região específica está sofrendo aumento populacional ou não e com isso subsidiar ações das autoridades competentes no que tange a contigenciamento da propagação do vírus". 

"São informações massivas acessíveis a todas as operadoras que preservam o anonimato dos clientes, mas que se tornam valiosas num momento em que entender o movimento da população significa prever a movimentação do covid-19. Para TIM é muito importante poder apoiar o País nesta fase desafiadora, fornecendo ferramentas essenciais para o controle da doença", explicou no comunicado o CTIO da TIM Brasil, Leonardo Capdeville. "Durante as Olimpíadas, o mapa de deslocamento ajudou muito a prefeitura a traçar os planos de mobilidade dos jogos. Estamos passando por um momento de extrema cautela e saber onde há concentração de usuários, vai nos ajudar a orientar a população da melhor maneira", justificou o chefe-executivo do Centro de Operações Rio, Alexandre Cardeman. 

A TIM lembra que já efetuou ação semelhante durante as Olimpíadas do Rio em 2016 justamente para auxiliar na logística de segurança e transporte na cidade. Mas, de acordo com a operadora, o modelo pode ser "facilmente replicado em outros estados brasileiros, em parceria com governos locais, auxiliando o País a controlar a epidemia em todo o território nacional". 
Iniciativas internacionais

Outras empresas e governos estão adotando medidas semelhantes. Segundo o site de redes privadas de segurança Top10VPN, há ações realizam a coleta anonimizada de dados agregados para monitoramento de população generalizada. Os casos mais parecidos com o da iniciativa da Prefeitura do Rio de Janeiro e da TIM estão na Europa, como na Bélgica, Alemanha, Itália e Áustria, com operadoras como Deutsche Telekom e Telekom Austria compartilhando dados anonimizados com os governos alemão e austríaco, respectivamente. 

Mas há também o "rastreio de pacientes individualmente e seus contatos, conhecido como 'contact tracing'" em determinados países, conforme cita reportagem da Business Insider ainda com base no Top10VPN. Este é o caso da Coreia do Sul, que rastreia o indivíduo para fornecer um mapa público, permitindo outras pessoas checarem se estariam cruzando caminhos com pacientes com coronavírus. No Irã, o governo endossou um aplicativo de diagnóstico do coronavírus que coletava dados dos usuários em tempo real. 

No Brasil, o aplicativo do governo brasileiro, o Coronavírus SUS, pede acesso aos dados de localização do usuário apenas em primeiro plano, tanto por triangulação da rede quanto por GPS. Ele também pede permissão de acesso total à rede, ver conexões de rede e impedir inatividade do telefone. As operadoras brasileiras têm promovido a navegação gratuita, sem descontar da franquia de dados móveis (zero rating), desse app.


Fonte: Teletime News de 23 de março de 2020, por Bruno do Amaral. 


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