Com duas semanas de quarentena por conda da COVID-19, os impactos que já podem ser percebidos nas operadoras de telecomunicações variam a depender da forma de atuar da operadora e de suas prioridades comerciais. Mas em geral o que se percebeu até o momento, segundo relatos colhidos informalmente por este noticiário sob a condição de preservação dos nomes das empresas, é que mesmo com o aumento do tráfego de banda larga não houve problemas mais graves, salvo em situações pontuais. Este acompanhamento tem sido feito pelo MCTIC e pela Anatel, que também entendem não haver, no que diz respeito ao tráfego, motivos para maiores preocupações.
Destaque-se que existem problemas sendo relatados por pequenos provedores em algumas cidades, e também a análise feita pela Brisanet: há um fluxo de movimentação de moradores do Sudeste voltando para o Nordeste e algumas cidades estão ficando mai populosas, o que deve fazer com que o tráfego de dados nestas localidades siga em elevação.
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No caso do tráfego de dados móveis, houve uma leve desaceleração, decorrente do uso mais intensivo do WiFi doméstico. Houve amento significativo dos serviços adicionais oferecidos pelas operadoras, como streaming, VoD, soluções de teletrabalho e saúde. Ainda que seja um público restrito e de maior renda, houve impactos positivos.
Do ponto de vista de vendas, a percepção das empresas foi em uma desaceleração esperada no mercado corporativo e de pequenas e médias empresas. Para usuários residenciais, houve aumento de audiência pelos serviços de TV e consumo de rede nos serviços de banda larga, mas não houve aumento de demanda de novos clientes. Ou seja, não impulsionou vendas. No caso das vendas de pré-pago, houve queda, pela redução dos níveis de circulação nas ruas.
Ainda é cedo para medir os efeitos no churn, dizem as operadoras, mas os levantamentos parciais mostram que o ritmo de desconexões não mudou muito. Mas há um sinal de alerta importante: o acompanhamento das operadoras de TV por assinatura indica que pode estar havendo um aumento significativo na pirataria. Isso é percebido por alguns padrões de tráfego de dados e pelo aumento significativo da oferta de equipamentos piratas, que continuam sendo livremente comercializados pelas plataformas de comércio eletrônico impulsionados nas principais redes sociais.
A preocupação das operadoras com a inadimplência já é grande. No caso da Brisanet, os atrasos na primeira semana de fechamento do comércio superaram 50%. As grandes empresas se preparam para ver a onda bater mais forte, mas o nível de recarga já indica estar bem mais baixo do que o normal.
Em aspectos operacionais, há limitações de times de atendimento e remanejamento de equipes de venda, expansão de rede e instalação, mas ainda sem impactos significativos no desempenho final das empresas.
Fonte: Teletime News 27 de março de 2020, por Samuel POssebon.
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