A Oi e a Mob Telecom anunciaram a assinatura de um memorando de entendimento para operação conjunta nos projetos de banda larga por fibra do provedor regional. A parceria é feita no modelo de franquias no Atacado da Oi e se trata de um projeto-piloto: segundo a operadora nesta quarta-feira, 25, a ideia é abrir para outros pequenos e médios ISPs em todas as regiões do País a partir do segundo semestre.
A Oi diz que o projeto de Atacado é um dos pilares do plano estratégico, "que tem como prioridade a expansão do serviço de fibra de alta velocidade em todo o Brasil". No comunicado, a operadora apenas cita o serviço móvel 4,5G e 5G ao mencionar que o mercado terá maior demanda por banda larga em fibra e pelas novas gerações de rede móvel. O objetivo da companhia é garantir um mix de receitas no segmento não regulado em áreas como conexões IP, "fiber to the city", fiber to the ISP" e "fiber to the tower".
A infraestrutura da operadora conta com 370 mil km de fibra. Segundo a empresa, trata-se da maior capilaridade nacional no mercado. Por isso, afirma que é o "centro da estratégia" acelerar os projetos para monetizar o ativo ao utilizar esse backbone e backhaul para não apenas expansão de FTTH no segmento residencial, mas também iniciativas nos mercados B2B e Atacado.
"Essa infraestrutura, não replicável, constitui um diferencial estratégico que possibilita à Oi uma qualidade superior no atendimento a empresas prestadoras de serviços de telecomunicações, provedores de Internet e empresas de infraestrutura envolvidas na cadeia de prestação desses serviços, e pretendemos intensificar a captura de oportunidades proporcionadas por essa vantagem competitiva", explica no comunicado o CEO da Oi, Rodrigo Abreu.
Vale lembrar que a Oi pode vender a sua operação móvel. A companhia recebeu autorização para convocar uma assembleia com credores da recuperação judicial para ajustar o Plano da RJ – na ocasião (ainda sem data divulgada), o desinvestimento deve ser um dos temas. TIM e Vivo demonstraram interessem em uma oferta conjunta, enquanto a Claro corre por fora. Mas a operação seria complexa, e o processo pode ser demorado. A operadora deve divulgar o balanço financeiro referente ao quarto trimestre e ao ano de 2019 ainda nesta quarta-feira, 25.
Como funciona
Em um primeiro momento, a Oi fornecerá à Mob Telecom o backbone e a transmissão, garantindo a resiliência, caching de conteúdo e melhor latência. À parceira cabem serviços aos clientes, como atendimento, oferta de produtos, canais de venda, faturamento e cobrança, além da instalação da fibra na última milha.
A previsão da segunda etapa é a "evolução para o modelo mais tradicional de franquia, no qual além de ter acesso ao uso da rede e transmissão da Oi, o parceiro terá direito ao uso da marca e portfólio padronizado da Oi, que também será responsável pelas áreas de atendimento, faturamento e cobrança".
A Mob Telecom já tem parceria com a Oi no segmento de B2B desde 2018 em um projeto de conectividade do Banco do Nordeste, entregue em 2019. O ISP está presente em 15 estados, com atuação nos segmentos B2B, atacado e de banda larga. A Oi afirma ter "grande sinergia" com a Mob, descrevendo que as redes são complementares, "garantindo robustez aos backbones das duas companhias no Norte e no Nordeste". A empresa recentemente migrou a área de Atacado de Fortaleza para São Paulo "para ficar mais próxima da Oi".
Fonte: Teletime News de 25 de março de 2020, por Bruno do Amaral.
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