O segundo dia do evento para analistas promovido nesta semana pela Huawei em Shenzhen, na China, foi marcado pela defesa de um novo padrão global e unificado para as redes fixas que vão suportar redes de quinta geração, seguindo molde similar ao utilizado pela indústria móvel na evolução que levou até o 5G.
Na ocasião, a fornecedora chinesa e outros players da cadeia de telecomunicações defenderam que o recém-criado grupo de especificação industrial (ISG) da chamada Fifth Generation Fixed Network (F5G) passe a reunir mais membros para atuar como órgão responsável pela padronização de novas redes fixas em fibra ótica – cumprindo assim papel semelhante ao exercido pelo 3GPP no ecossistema móvel.
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O ISG F5G foi lançado em fevereiro último pelo European Telecommunications Standards Institute (ETSI), com empresas como Telecom Italia, China Telecom e Altice Portugal entre os membros-fundadores. Ao todo, a iniciativa conta com 32 participantes entre fornecedores e operadoras; entre elas, a Oi.
Fragmentação
Diretor-executivo do conselho da Huawei e presidente do conselho de revisão de investimentos da empresa, David Wang pontuou durante o evento que a colaboração entre redes móveis e fixas no ambiente 5G já é vista como prioridade pela indústria. Ainda assim, o executivo lamentou que, ao contrário da cadeia wireless, o ecossistema de redes fixas seja historicamente fragmentado no ponto de vista tecnológico.
"Há vários grupos e organizações fazendo os seus próprios padrões, tornando difícil que todos sigam uma mesma direção. Também não há um passo claro na distinção entre as gerações [de redes fixas]", afirmou Wang. Segundo o membro do conselho da Huawei, tal configuração impediu uma maior adoção global da tecnologia.
Chair do ISG F5G na ETSI e coordenador da divisão de padronização tecnológica da Telecom Italia, Luca Pesando seguiu pelo mesmo caminho. "Tem havido uma grande evolução nas redes fixas ao longo do tempo, mas de forma um pouco caótica, com muitos players nem sempre colaborando da forma certa. Gostaríamos de ver algo que permita correspondência com o progresso feito pelo 5G".
Entre os pontos nos quais a definição de padrões únicos para as redes de fibra ótica seriam positivos estariam arquitetura, função, capacidade e performance, incluindo indicadores como latência e perda de pacotes, segundo painelistas do evento promovido pela Huawei.
Para a fornecedora, tal trabalho permitiria ganhos de escala que facilitariam a expansão da chamada fiber to everything everywhere (fibra em todas as coisas em todos os lugares, em tradução livre). O conceito seria uma evolução do FTTH (fibra até a residência) e similares, consistindo em conexões diretas de fibra ótica com áreas ainda menores, como cada mesa de um escritório ou cada máquina em um ambiente fabril.
Fonte: Teletime News de 19 de maio de 2020, por Henrique Julião.
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